E a vida?
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O que o faz acordar cedo, principalmente nesses dias de manhãs tão gélidas, vale
a pena?
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Caso soubesse que morreria em 1 ano, quanto de sua vida atual manteria?
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Quando sai de casa em um sábado à tarde em quais desses lugares mais
provavelmente irá: bar, clube, farmácia, pronto socorro, Shopping Center, casa
de parentes, casa de amigos ou levar alguém em algum lugar?
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Como reage frente às novidades que lhe solicitam novas atitudes e novas ideias?
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Quão realizados estão aqueles seus sonhos de criança? Eles mudaram, os
esqueceu, ou esqueceu de que foi uma criança que sonhava?
Essas perguntas poderiam compor um daqueles modernos, interativos e rápidos
testes on-line, que independente das respostas que desse, sempre se mostrariam com
autoridade maior que a sua sobre sua vida.
Em época de manifestações, de discussões sobre PEC´s, sobre reforma política e uso
imoral dos aviões da FAB; como está o governo da sua vida? Cumprindo com o
prometido? Usando eficientemente seus recursos (energia, tempo, habilidades,
vontades) escassos?
Depois de Freud, deixou de ser estranho referirmo-nos a nós mesmos em terceira
pessoa, isso pelo Inconsciente que em todos nós habita. Ele é a explicação do porquê
muitos não têm a vida que desejam ter, nas circunstâncias que os cercam, ou de não
saberem que vida desejam.
Perguntas são só perguntas, se adjetivadas, são, também, por razões inconscientes.
Ou melhor, se nossa consciência é do e pelo inconsciente formada, os adjetivos são
manifestações desse último. A primazia do inconsciente pode ser indicada por pura
razão temporal: nossos nomes e os desejos de nossos pais nos atravessam mesmo antes
de termos consciência de nós mesmos.
O que seu inconsciente diz?
É bom deixar claro: não se trata de transformar o inconsciente em consciente, até o
“ser de pura consciência”. Isso é, provavelmente, impossível, mas com certeza
obsessivo. Trata-se de escutá-lo, de considerá-lo em nossa vida.
Como?
Nosso inconsciente foi formado em nossa relação com os outros. Entre esses,
aqueles mesmos que escolheram nossos nomes, que nos desejaram, conceberam e
educaram.
Assim, pela origem, o inconsciente tem estrutura que se forma, manifesta e atualiza
na relação com o outro. E, segundo Lacan, é só na relação com um outro que o
inconsciente pode ser modificado, tornado amigo e aliado. Para isso esse outro deve ser
formado nas leis do inconsciente, como vocação para investigar e desconstruir as mais
lógicas e elaboradas certeza da consciência.
Sorocaba, Julho de 2013.
Paulo Cezar de Oliveira.
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