AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E FÍSICO-QUÍMICA DE QUEIJO RALADO COMERCIALIZADO EM SALVADOR – BAHIA. MICROBIOLOGICAL AND PHYSICAL CHEMICAL ANALISES OF GRATED CHEESE MARKETED IN SALVADOR - BAHIA. 1 2 Alana Novais de AZEVEDO ; Maria Helena SILVA ; Nilton Manoel de JESUS 3 1 Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos _ UFS. Professora Adjunta – Inspeção e Tecnologia de Leite e Derivados da Escola de Medicina Veterinária – UFBA. 3 Biólogo do Departamento de Med. Veterinária Preventiva da Escola de Medicina Veterinária – UFBA. 2 Palavras-chave: microrganismos, físico-química, queijo ralado. INTRODUÇÃO O queijo é um alimento muito comum na dieta humana, abrangendo, em geral, todas as classes sociais (SALVADOR et al., 2001). É um produto lácteo constituído de proteínas, lipídios, carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo e vitaminas, entre elas A e B (PERRY, 2004), possui alto valor nutritivo e ocupa um lugar de destaque entre os alimentos chamados completos. Mesmo diante da variedade de queijos, um dos mais consumidos é o queijo parmesão ralado (HOFFMANN et al., 2005). Os queijos podem sofrer contaminação quando os procedimentos não são realizados sob condições higiênico-sanitárias adequadas (MALDONADO et al., 2006). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica e físico-química de queijos ralados, comercializados na cidade de Salvador - Bahia. MATERIAL E MÉTODOS No período de março a abril de 2009, foram obtidas 20 amostras de queijos ralados de diferentes marcas comerciais do varejo na cidade de Salvador - BA. Todas apresentavam o serviço de inspeção competente, prazos de validade nos conformes e embalagens íntegras. As amostras foram transportadas em temperatura ambiente ao Laboratório de Inspeção e Tecnologia de Leite e Derivados da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia e submetidas primeiramente às análises microbiológicas (coliformes a 35ºC, coliformes a 45ºC, Staphylococcus aureus, Salmonella spp., fungos filamentosos e leveduras) e em seguida as físico-químicas (teores de umidade e gordura no extrato seco). Todas às análises foram efetuadas em duplicata. Os resultados obtidos foram tratados estatisticamente, de acordo com Hoel (1979). RESULTADOS E DISCUSSÃO A contagem de coliformes a 35ºC revelou-se acima do permitido pela legislação em 2 (10%) amostras de queijo ralado, enquanto que, para a contagem de coliformes a 45ºC observou-se em desacordo com a legislação 3 (15%) amostras. No entanto, para Staphylococcus aureus e fungos filamentosos e leveduras, encontrou-se 5 (25%) amostras, respectivamente, fora dos valores exigidos pela legislação (BRASIL, 1997a e BRASIL, 2001), demonstrando estarem em condições sanitárias insatisfatórias e portanto, impróprias para o consumo humano.A presença de Salmonella spp não foi constatada e/ou confirmada em nenhuma das 20 (100%) amostras analisadas, o que está de acordo com o padrão de ausência em 25g estabelecido na legislação (BRASIL, 2001) (Figura 1). Os teores de umidade apresentaram-se em desacordo com as normas vigentes exigidas, em 8 (40%) amostras de queijos ralados do total de 20 (100%) analisadas, já para a gordura no extrato seco, 6 (30%) amostras de queijos ralados apresentaram valores acima do permitido (Figura 2). Figura 1. Resultados das análises microbiológicas em relação à legislação vigente. Nº de amostras 25 20 20 20 15 10 8 6 5 0 insatisfatórios satisfatórios Umidade Gordura no extrato seco Análises físico-químicas Figura 2. Resultados das análises físico-químicas em relação à legislação vigente. CONCLUSÕES Os resultados demonstraram que 75(%) das amostras foram encontrados em desacordo com as normas da legislação vigente em pelo menos uma das análises realizadas. A elevada presença de fungos em diferentes amostras demonstra que há contaminação do produto em nível de indústria. Melhorias nos métodos de processamento dos alimentos, como a adoção e aplicação de programas de Boas Práticas de Fabricação, aumentaria a qualidade dos produtos e reduziriam os riscos das DTAs. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de queijo ralado. Brasília, 1997a. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegiszconsulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=8117>. Acesso em: 18 abr. 2009. BRASIL. Ministério da Saúde – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Brasília, 2001. HOEL, P. G. Descrição de dados amostrais. In:__. Estatística elementar, 4.ed., São Paulo: Atlas, 1979. p.19-39. HOFFMANN, F. L.; COELHO, A. R.; HOFFMANN, P.; HIROOKA, E. Y.; GONSALVES, T. M. V. Determinação da qualidade microbiológica de queijos ralados obtidos do varejo do município de São José do Rio Preto - SP. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.60, n.342, p.31-39, 2005. MALDONADO, A. G.; MENICI, A. P.; BALIAN, S. C.; TELLES, E. O. Avaliação higiênico-sanitária de amostras de queijo parmesão ralado do município de São Paulo - SP. Higiene Alimentar, v.20, n.141, p.103-105, 2006. PERRY, K. S. P. Queijos: aspectos químicos, bioquímicos e microbiológicos. Química Nova, v.27, n.2, p.293300, 2004. SALVADOR, M.; CAMASSOLA, M.; MOSCHEN, E. S.; ZANROSSO, A. V. Avaliação da qualidade microbiológica de queijo prato e parmesão ralado. Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos, v.19, n.1, p.65-74, 2001.