Jornal do Commercio (RJ)
15/01/2005
Tecnologia & Saúde
40% dos queijos de Minas são reprovados
Um estudo realizado pela Vigilância Sanitária e pela Secretaria Estadual
de Saúde de Minas Gerais sobre a qualidade dos queijos produzidos no Estado
concluiu que 40% das 167 amostras coletadas entre janeiro de 2003 e junho de
2004 possuíam concentrações elevadas de microrganismos que podem causar
até intoxicações alimentares.
O nome dos fabricantes dos produtos testados não foi divulgado. A
recomendação é que os consumidores observem a presença de selos de órgãos
fiscalizadores como o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e o Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA) nas embalagens dos produtos.
Segundo a secretaria, os resultados dos exames, feitos no laboratório oficial
de saúde pública do Estado, foram comparados às determinações da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a presença de microrganismos
coliformes a 45 graus, Salmonella spp, Listeria monocytogenes e Estafilococos
coagulase positiva.
O queijo minas frescal apresentou problemas em 52% das amostras
testadas. A mussarela e o queijo minas padrão tiveram 50% de reprovação. Nas
amostras de ricota, 45% tiveram problemas. A Salmonella spp não foi encontrada
em nenhuma delas.
Irregularidade
A principal irregularidade encontrada nas amostras se refere à presença de
microrganismos coliformes fecais - em 23% dos casos - que habitam os intestinos
de homens e animais e pode indicar más condições de higiene na fabricação do
produto. A presença dos Estafilococos coagulase positiva, observada em 13% das
amostras, indica a formação de toxinas que, quando ingeridas, podem causar
intoxicações alimentares e sintomas como cefaléia, náuseas, vômitos e diarréia.
A bactéria Listeria monocytogenes, encontrada em 2% dos queijos, pode
afetar gestantes, recém-nascidos, idosos e adultos imunodeprimidos e costuma
ser eliminada pela pasteurização, ou seja, surge em produtos com problemas de
fabricação.
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