Apesar de resultado "tímido", analistas reforçam visão positiva para Vale
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Msn / Online - -- - MERCADO - 08/08/2013
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Apesar de resultado "tímido", analistas reforçam visão positiva para Vale
MSN - SP - MERCADO - 08/08/2013
Vale: maior eficiência compensa cenário mais nebuloso (Julie Gordon/Reuters)
SÃO PAULO - A Vale (VALE3;VALE5) reportou os resultados do segundo trimestre na
véspera, registrando um lucro líquido de R$ 832 milhões, uma queda de 84% frente ao
mesmo período do ano anterior.
Dez casas de análise divulgaram o que acharam do resultado, além das projeções para os
próximos períodos. Mesmo com os números parecendo negativos num primeiro momento e
impactados pelo efeito cambial, os analistas do BES, Morgan Stanley, Votorantim, BB
Investimentos, Brasil Plural , Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch e Bradesco BBI
veem como positivos os números apresentados pela companhia e avaliam que a companhia
pode reportar resultados mais positivos nos próximos períodos. Já a Planner e a XP
Investimentos viram mais pontos negativos no balanço, mas também veem dias melhores
para a companhia e a ação bastante descontada na bolsa.
Desta forma, às 10h45 (horário de Brasília), os ativos da Vale registravam alta, com ganhos
de 2,12%, a R$ 32,68 e de 1,65%, a R$ 29,54, para os papéis PNA da companhia, também
influenciados pela balança comercial da China, que surpreendeu ao mostrar alta das
exportações e importações acima do esperado. O gigante asiático é o maior cliente da
mineradora.
O BES destacou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e
margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ligeiramente acima do consenso, enquanto o lucro
líquido desapontou tendo em vista os efeitos recorrentes.
O Morgan Stanley apontou ainda para um novo trimestre sólido, com a mineradora devendo
registrar controle de custos e despesas, o que deve gerenciar um forte fluxo de geração de
caixa.
Maior eficiência compensa desaceleração chinesa
Já o analista Victor Penna, do BB Investimentos, aponta para fatores que abalaram o
resultado da companhia num primeiro momento. "O tímido resultado da Vale no segundo
trimestre é reflexo da desaceleração da economia chinesa, já que seus principais
indicadores econômicos - PIB, PMI e balança comercial - têm se mostrado cada vez mais
fracos". Com isso, o menor interesse de compra de minério de ferro pelas siderúrgicas e a
venda de estoques contribuíram para a redução no preço do insumo ao longo do trimestre.
Contudo, na visão do analista, os esforços contínuos da Vale no corte de custos e na
melhoria da produtividade contribuem para que a companhia consiga neutralizar parte da
desaceleração no segmento de bulk materials. Além disso, a valorização do dólar também
contribui para o resultado da mineradora, uma vez que grande parte da receita é na moeda
norte-americana, enquanto a grande maioria dos custos é em reais.
Desta forma, Penna segue com recomendação outperform (desempenho acima da média)
para os papéis da companhia, uma vez que acredita que a desaceleração da economia está
sendo compensado pela melhora na na eficiência de suas operações, a recuperação dos
metais base e a maior disciplina de capital e investimentos com foco no crescimento e
retorno.
Com a redução dos custos e perspectivas de recuperação nos preços do minério de ferro, o
BES também vê com bons olhos os próximos resultados da companhia.
O que os analistas acharam do resultado da Vale? "A Vale continuou buscando redução de
custos e despesas no segundo trimestre, resultando em um bom desempenho operacional,
em linha com nossas estimativas e ligeiramente acima do consenso de mercado. Por outro
lado, a perda financeira, devido ao impacto da taxa de câmbio, não permitiu que a melhora
aparecesse no resultado, ficando bem abaixo de nossa expectativa. Apesar de algum
barulho negativo com relação ao aspecto financeiro, acreditamos que o resultado
operacional deva satisfazer o mercado". - Juliana Chu e Ricardo Schweitzer, da Votorantim
Corretora "O resultado da Vale continuou a mostrar os esforços tangíveis da empresa [...] a
peça que ainda não se materializou é o crescimento do volume de minério de ferro, o que
acreditamos que ainda está por vir. [...] Naturalmente, mais um trimestre positivo contribui
pouco para mudar o ceticismo sobre as perspectivas de crescimento da China. Como em
qualquer mercado cíclico, acreditamos que a Vale continua a fazer um robusto trabalho de
limpeza, tornando-o melhor posicionadas. Vemos assim os investidores como
excessivamente pessimistas, tanto do ponto de vista macro e micro"" - Renato Antunes e
Paulo Valaci, do Brasil Plural . "Nós enxergamos o resultado da Vale como neutro: melhora
dos resultados de minério de ferro, mas piora no segmento de metais básicos" - Alan
Glezer, do Bradesco BBI "A Vale entregou mais uma vez resultados positivos, em meio ao
foco em controlar custos, despesas e capex, o que a dirige para uma forte geração de fluxo
de caixa. " - Carlos de Alba e Lulica Rocha, do Morgan Stanley, "O tímido resultado da Vale
no segundo trimestre é reflexo da desaceleração da economia chinesa, já que seus
principais indicadores econômicos - PIB, PMI e balança comercial - têm se mostrado cada
vez mais fracos. [...] Por outro lado, os esforços contínuos da Vale no corte de custos e
melhora de produtividade, especialmente no segmento de metais básicos, têm contribuído
para que a companhia consiga neutralizar parte da desaceleração em bulk materials" Victor Penna, do BB Investimentos "A redução dos custos e a melhor alocação de capital
superaram os preços mais baixos de commodities e as questões de produção. Embora a
confiança dos investidores na redução de custos pode ter aumentado, uma grande luz
amarela vem de resultados no segundo trimestre: a produção e qas uestões de licenças em
Carajás poderia durar por mais tempo, impactando negativamente os planos de expansão
da Vale." - Credit Suisse "A Vale relatou números um pouco mais forte do que o esperado,
com o Ebitda 2% maior do que esperávamos. Os principais destaques foram os números
operacionais sólidos no minério de ferro e a diminuição dos custos. [...] Do lado negativo,
estão os números de produção mais fracos, explicados pelas fracas operações em Carajás,
impactado por restrições de licenciamento e com maior estação chuvosa No entanto, a
produção deve ser retomada em julho" - Thiago Lofiego e Karel Luketic, do BofA "A Vale
registrou resultados em linha, com o lucro decepcionando devido a itens não recorrentes,
enquanto o Ebitda e margem Ebitda ficaram ligeiramente acima do consenso. Esperamos
que os resultados da Vale continuem melhorando nos próximos trimestres, especialmente
no terceiro trimestre deste ano, com a expectativa de volumes devendo permanecer
elevados e com os preços médios de minério de ferro estando acima do segundo trimestre.
Além disso, a empresa deve registrar menores custos." - BES "O resultado da Vale no
segundo trimestre ficou abaixo das nossas expectativas [...]. Apesar deste resultado mais
fraco, continuamos otimistas para o desempenho da Vale em 2013 e nos próximos anos,
quando a empresa terá saltos importantes em sua produção de minério" - Planner Corretora
"O resultado da Vale foi bom em certos pontos, mas deixou a desejar em outros. Em suma
os menores preços de minério de ferro e em metais básicos, foram parcialmente
compensados por um volume maior de vendas. Ainda assim, o aumento de volume não
compensou totalmente e vimos um resultado mais fraco ante o primeiro trimestre. Em
contrapartida, vemos que a gestão [do presidente] Murilo Ferreira tem se caracterizado
pela maior austeridade e controle de custos Essa postura, em nossa visão, faz todo sentido
dado o momento que o setor vive - Vale percebeu queda de receita com preços menores de
US$ 2,1 bilhões no semestre. Tal postura propiciou a empresa manter sua geração de caixa
estável no período, mas demonstra qualidade de resultados" - XP Investimentos.
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