SONDAGEM DA CONSTRUÇÃO A Sondagem da Construção, do Sinduscon/SP em parceria com a FGV/Ibre realizada em fevereiro mostrou que depois do avanço do último trimestre de 2012, o desempenho das empresas de construção do país ficou estável. O indicador continuou a refletir uma avaliação otimista do empresário sobre o desempenho de sua empresa, no entanto a evolução favorável do último trimestre do ano passado não prosseguiu em 2013. O mesmo movimento ocorreu com as perspectivas de desempenho, o que significa que o otimismo característico do final de ano se manteve, sem avançar. Como ao longo de 2012 houve uma deterioração expressiva dos dois indicadores – desempenho atual e perspectivas -, o resultado de fevereiro ainda ficou muito inferior ao observado no início de 2012. Na verdade, estava em fevereiro superior apenas aos resultados do início de 2009, quando em decorrência da crise financeira internacional, a maioria do setor mostrava-se bastante pessimista. Por outro lado, as perspectivas para os custos voltaram a se deteriorar, refletindo pessimismo dos empresários. Vale lembrar que boa parte dos acordos coletivos da construção ocorre no primeiro semestre do ano e desde 2009, a mão de obra tem sido o principal componente de elevação dos custos setoriais. Em 2012, mesmo com a desaceleração percebida na atividade, os salários continuaram com ganhos reais. Nos últimos dois anos, os ajudantes de obra tiveram aumentos salariais de 18,8% no município de São Paulo e de 24% em Brasília de acordo com o Caged. Nesse mesmo período o INPC elevou-se 12,7%. No que diz respeito à perspectiva de crescimento da economia, os indicadores, que permitiam detectar o pessimismo do empresário mesmo no final do ano passado, voltaram a piorar. Essa avaliação certamente sofre os efeitos dos números fracos do PIB de 2012 e não diz muito sobre as perspectivas para 2013. Espera-se um crescimento de cerca de 3%, o que é bastante melhor que o alcançado no ano passado. No entanto, mais que o resultado em si, vai importar a composição do crescimento, que precisa ser impulsionado por investimentos, com especial destaque para os investimentos em infraestrutura. Por enquanto, os primeiros indicadores de atividade da construção continuam apontando uma desaceleração do crescimento setorial e a sondagem corrobora a dinâmica sinalizada na análise do emprego. Ou seja, não deverá haver mudança significativa nos próximos meses. Desempenho e perspectivas das empresas da construção1 Brasil Mês Fevereiro 2013 São Paulo Variação (%) Trimestre Ano Mês Variação (%) Fevereiro 2013 Trimestre Ano Desempenho da empresa 52,1 0,4% -6,5% 52,3 0,7% -6,1% Dificuldades financeiras 44,5 -0,3% -11,1% 44,4 -3,5% -11,0% Perspectivas de desempenho 52,9 0,2% -10,7% 52,8 0,8% -10,8% Perspectivas de evolução dos custos 47,2 -6,5% -1,0% 47,1 -9,0% -0,1% Condução da política econômica 37,4 -19,9% -29,3% 37,1 -21,4% -29,2% Inflação reduzida 31,5 -24,1% -37,8% 31,4 -23,9% -39,8% Crescimento econômico 38,6 -10,3% -21,6% 38,9 -11,2% -20,6% Fonte: SindusCon-SP/FGV Projetos. 1Os dados apresentados na tabela estão dispostos numa escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso quer dizer que valores abaixo de “50” podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de dificuldades financeiras, no entanto, valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.