O Trabalho como Recurso de Auto-Realização Autoria: Rodrigo Araujo, Raimundo S. Leal RESUMO O trabalho tem sido um tema de interesse de diferentes áreas do conhecimento, sendo visto como elemento de alienação e exploração do homem gerador de sofrimento psíquico ou ainda como recurso de desenvolvimento e de identidade do Ser Humano e, portanto, oportunizando o aprimoramento e realização pessoal, profissional e social. A ênfase dada ao artigo segue o caminho da reflexão que descortina o quanto o trabalho pode ser um recurso de desenvolvimento e auto-realização do homem. Parte-se da preocupação com as questões mais sutis e profundas do Ser Humano que tem vivido num vazio existencial e num “empobrecimento” subjetivo em prol das necessidades superficiais e imediatistas da modernidade. Este artigo tem como objetivo central discorrer sobre a inter-relação entre trabalho e auto-realização tendo como premissa básica de que o trabalho pode ser um recurso para o desenvolvimento do Ser pleno e auto-realizado. As idéias apresentadas destacam, em particular, contribuições provenientes da revisão de literatura, portanto, o artigo possui um caráter de ensaio. Nesse sentido, através das correlações tecidas entre as idéias, principalmente, da Psicologia Humanista e Analítica, pode-se verificar ao longo do texto, que o trabalho quando carregado de sentido torna-se um trabalho auto-realizador, que vincula o homem a esferas que vão além da subsistência e das necessidades materiais humanas e oportuniza a aproximação do sujeito ao grande potencial de desenvolvimento humano. Introdução O Trabalho tem sido uma esfera de preocupação e de atenção dos estudos da Psicologia Social e da Psicologia Organizacional e do Trabalho. Sabe-se que o trabalho pode ser analisado a partir de duas vertentes históricas e socialmente demarcadas: a vertente que aborda o trabalho como alienação e exploração do homem e, portanto, geradora de sofrimento psíquico e a vertente que aborda o trabalho como recurso de desenvolvimento e de identidade do homem e, portanto, oportunizando o aprimoramento e realização pessoal, profissional e social. O presente artigo não contemplará as questões vinculadas ao trabalho historicizado e gerador de sofrimento psíquico, mas seguirá o caminho da reflexão que descortina o quanto o trabalho pode ser um recurso de desenvolvimento e auto-realização do homem (ENRIQUEZ; 1997; ANTUNES, 1999; PICCININI et alii, 2004). Diante da centralidade do trabalho na vida do homem, cabe refletirmos e aprofundarmos teoricamente acerca da importância do trabalho para a vida do homem, não a importância dada à objetiva e clássica relação entre trabalho e subsistência, mas a importância dada ao possível desenvolvimento do homem e ao alcance da auto-realização através do mesmo. Através da crença na necessidade de desenvolvimento pleno e aprimoramento do Ser Humano, falar de auto-realização neste artigo científico demonstra a preocupação com as questões mais sutis e profundas do Ser Humano que tem vivido num vazio existencial e num “empobrecimento” subjetivo em prol das necessidades superficiais e imediatistas da modernidade. Logo, como poderemos pensar no trabalho, que é um aspecto tão vinculado a questões materiais da vida moderna, tão vinculado à subsistência do homem, como um recurso favorecedor de auto-realização? Eis a meta empreendida neste artigo que tem como fundamentação teórica o arcabouço científico da Psicologia. Para tanto, este artigo apresentará ao leitor a seguinte estrutura: Inicialmente, abordará o conceito e definição de auto-realização tendo como fundamentação primeira a Psicologia 1 Humanista e a Psicologia Analítica. A linha central argumentativa de elucidação do conceito e definição de auto-realização será a obra de Abraham Maslow acerca da hierarquia das necessidades humanas a fim de apresentar ao leitor os níveis de motivação (vinculados a necessidades) e de meta-motivação (vinculados a metanecessidades) do homem que perpassam a vida e a relação do sujeito com o trabalho. Em seguida, abordará de forma mais específica a correlação entre trabalho e auto-realização, a fim de apresentar ao leitor, argumentos de como o trabalho pode favorecer o preenchimento de tais metanecessidades (necessidades mais sutis existenciais), sendo um trabalho auto-realizador. E por fim, o texto apresentará algumas considerações conclusivas acerca de tal correlação. O Ser Auto-realizado Para falarmos de trabalho e auto-realização, faz-se necessário inicialmente, esclarecermos sobre: O que estamos chamando e definindo como auto-realização neste artigo? Para só então prosseguirmos no próximo tópico no aprofundamento deste conceito e suas correlações com a temática do trabalho. A Psicologia Humanista, através de seus representantes teóricos define que a autorealização refere-se ao estado máximo de desenvolvimento humano, afinal a auto-realização envolve a realização de todo potencial humano. Auto-realizar-se é atingir a realização plena do potencial de transcendência do homem, é trilhar rumo ao alcance do nível mais “elevado” do verdadeiro desenvolvimento humano, este, que envolve os níveis; físico, psíquico e espiritual do Ser. Maslow (1970), um dos grandes representantes da Psicologia Humanista, na tentativa de explicar a natureza humana, aponta a auto-realização como a principal força motivadora do homem, afirmando que o Ser Humano busca a auto-realização como meta no seu viver, pois ele busca explorar ao máximo todo o seu potencial. E, de acordo com essa perspectiva, para o sujeito buscar a auto-realização, ele precisa, anteriormente, ter garantido algumas necessidades básicas e inatas de sobrevivência, como: 1) as necessidades fisiológicas (comida, água, sono, etc.); 2) as necessidades de garantia (segurança, proteção, estabilidade, etc.); 3) as necessidades de pertinência e de amor (família, amizade) e 4) as necessidades de estima (respeito, aprovação), para por fim, 5) a necessidade de auto-realização (desenvolvimento de capacidades). Ao suprir as necessidades básicas de sobrevivência, o homem vai à busca de atingir suas necessidades superiores existenciais que se tornam, sucessivamente, mais influentes e determinantes na motivação do comportamento humano (ARAÚJO, 2007). Estamos falando de uma tendência evolutiva com diferentes escalas para uma maior complexidade, para uma consciência transcendente da harmonia e da unidade do sistema cósmico, no qual se inclui a espécie humana. Desse modo, ao satisfazer as primeiras necessidades, vão emergir as superiores e uma vez estas satisfeitas, emergem outras ainda mais “sutis”. Tendo as necessidades de hierarquia inferior satisfeitas, o sujeito libera energia para buscar o nível mais alto da sua existência: a auto-realização. Este pensamento vai ao encontro da abordagem da Psicologia Transpessoal que sinaliza a existência de uma esfera além do pessoal, das necessidades e interesses humanos, uma esfera mais profunda e holística (ARAÚJO, 2007). Maslow (1970) sublinha que o termo auto-realização refere-se à humanidade plena do indivíduo. Ele desenvolveu este conceito baseado no termo proposto por Kurt Goldstein; “self-actualization” para descrever os processos de desenvolvimento das capacidades e talentos do indivíduo. Goldstein [3] também sinalizava alguns sinônimos para este termo como: “self-development (auto-desenvolvimento), “self-realization” (auto-realização), “productiviness” (auto-produtividade), “autonomy” (autonomia) e “individuation” (individuação). 2 Sobre a definição do conceito de auto-realização, Maslow (2003, p. 40) afirma: Pode-se definir a auto-realização de diversas formas, porém percebe-se um sólido núcleo de consenso. Todas as definições aceitam ou incluem aceitação e expressão do núcleo central do Eu, ou seja, realização dessas capacidades e potencialidades latentes, a disponibilidade em ‘pleno funcionamento’ da essência humana e pessoal. Ao analisar a vida motivacional saudável (motivadas por necessidades de crescimento) comparativamente às motivadas apenas pelas necessidades básicas, pode-se constatar que as pessoas sadias possuem as necessidades básicas satisfeitas (segurança, amor, filiação, respeito e amor próprio) e são motivadas para a busca da auto-realização (processo de realização de potenciais e talentos, assim como realização plena de missão ou vocação) (ARAÚJO, 2007). Dessa forma, quando o sujeito limita-se à busca da satisfação das necessidades básicas, ele não está com a vida motivacional voltada para o crescimento e, sim, apenas para suprir deficiências. Neste sentido, as necessidades básicas podem ser nomeadas de necessidades de deficiência. No entanto, quando o sujeito já possui tais necessidades devidamente saciadas, ele pode voltar-se para o crescimento, ou seja, sua vida motivacional será guiada pelas necessidades de crescimento ou de auto-realização (metanecessidades). Faz-se necessário enfatizar que Maslow (2001) não inclui em tal argumentação os constrangimentos sociais e culturais considerados circunstanciais e que interferem na vida motivacional do indivíduo, principalmente no âmbito de dominação e poder que perpassa o trabalho. A correlação entre motivação de auto-realização e trabalho está intrinsecamente vinculada ao significado do trabalho que se realiza. Pode-se dizer que as pessoas dominadas por estas necessidades de auto-realização estão metamotivadas (valores). Além disso, a satisfação das necessidades de deficiência evita doenças e produz alívio e a satisfação das necessidades de auto-realização produzem saúde e êxtase (ROGERS, 1961). Uma das características apontadas por Frick (1975) acerca do nível de desenvolvimento mais plenamente realizado é a transcendência de velhas estereotipias e dicotomias da natureza humana, como por exemplo: racionalidade-impulso, egoísmoaltruísmo, dever-prazer, trabalho-jogo, masculino-feminino, ciência-religião, entre outros, pois a integração dos opostos se faz presente neste estado de Ser. Nas personalidades autorealizadoras, as polaridades são dissolvidas e a percepção do sujeito se abre para a unidade e totalidade. De acordo com Kahhale (2002), o processo de auto-realização é impossível ser descrito, pois é autodeterminado e justifica-se por isso. Além disso, o autor enfatiza que falar de uma pessoa auto-realizada não significa dizer a ausência de necessidades, frustrações e sentimentos contraditórios, mas que, em sua experiência de vida, foi possível compreender a existência de uma totalidade maior do que a das necessidades materiais, a das frustrações e das contradições. Já Wilber (1977), considera em sua teoria como o desenvolvimento máximo das potencialidades do sujeito, a evolução do espectro da consciência. Considerando a existência de níveis diferenciados de consciência que representam a identificação do sujeito com os mesmos, pois, em cada novo nível de consciência, esta identificação se torna mais profunda, dessa forma, o autor sinaliza que, através do desenvolvimento e despertar da consciência, o indivíduo pode alcançar o nível mais profundo de desenvolvimento humano. Poderíamos dizer que a auto-realização se faz presente na teoria wilberiana ao abordar essa evolução do espectro da consciência, uma vez que, holarquicamente, o sujeito possuidor de um nível de consciência elevado tem a possibilidade da auto-realização mais próxima, uma vez que, segundo Maslow (1970, 2001 e 2003), a auto-realização está afeita à Humanidade 3 plena do sujeito, enfim, à busca de se tornar cada vez mais verdadeiramente Ser Humano, de despertar a consciência para a instância mais profunda do seu Ser. Correlacionando a teoria de Wilber à de Maslow, considera-se que existem pontes conceituais entre elas, na medida em que Maslow sinaliza a necessidade do Ser Humano preencher níveis mais profundos de necessidade existencial, ou seja, o homem possui necessidades mais profundas e sutis do que apenas as necessidades materiais de sobrevivência. E Wilber (1977) sinaliza que o Ser Humano possui potencial para galgar níveis superiores (mais profundos e sutis) de desenvolvimento integral/consciência e considera que esse desenvolvimento ocorre de maneira holárquica, ou seja, ocorre numa hierarquia (capacidade crescente) e ao mesmo tempo numa heterarquia (interação não hierárquica entre os diferentes níveis), que chama de a Grande Cadeia do Ser. Maslow (2003) também afirma que a conquista da auto-realização possibilita mais facilmente a transcendência do Eu e a autoconsciência, demonstrando através da sua pirâmide das necessidades, que o sujeito tem o potencial para buscar níveis superiores e /ou sutis de desenvolvimento humano nos diferentes níveis hierárquicos, sem excluir a interação entre os diferentes níveis (ARAÚJO, 2007). Ao falar de um nível mais profundo do desenvolvimento humano (a auto-realização), faz-se necessário também pontuarmos que Jung (1991), um dos grandes representantes da Psicologia Analítica, em sua teoria, considera que o nível mais profundo de desenvolvimento humano é o encontro do Ego [4] com o seu centro transcendente, o Self. Para o fundador da psicologia analítica, o Ser humano nasce com uma missão a ser cumprida, a de se tornar um “indivíduo”: Indivíduo é um ser por si só. Caracteriza-se o indivíduo psicológico por sua psicologia peculiar e, em certo aspecto, única. (...). O indivíduo (psicológico) ou a individualidade psicológica existem inconscientemente a priori, mas conscientemente só enquanto houver uma consciência de sua natureza peculiar, isto é, enquanto houver uma distinção consciente em relação a outros indivíduos. (JUNG, 1991, p. 858) Na teoria Junguiana, a plenitude [5], que poderíamos chamar de auto-realização [6], ocorre neste processo denominado de Individuação que é a experiência total de integridade ao longo da vida do sujeito, em busca do surgimento do centro transcendente (Self) [7] na consciência. Este, portanto, é um processo de tornar-se uma personalidade unificada e também única, um indivíduo diferenciado e integrado. É a realização da unidade psicológica, antes totalmente fragmentada entre consciente e inconsciente (STEIN, 2001). Jung (1991) afirma que todo Ser humano tem esse potencial de desenvolvimento pleno e o impulso para tal (a individuação). Assim como a semente traz em si o potencial de uma mangueira e só vira uma mangueira a depender das condições do meio, nós, a depender das relações que estabelecemos e desenvolvemos com os conteúdos internos e com o meio, vamos buscar a individuação ou não. A individuação, a partir da integração de todos os aspectos da personalidade originária, é a realização do vir-a-ser do homem, cujo objetivo final é a integração da consciência e o inconsciente, não sendo este um fim, mas um eterno caminhar (GRINBERG, 2003). Desse modo, a abordagem Junguiana considera que a individuação é um processo que não se esgota durante a vida do sujeito, ela não é um fim em si mesmo, mas um caminhar em busca deste estado de Ser, um caminho a ser percorrido (ZWEIG. & ABRAMS, 1991). Assim como foi pontuado anteriormente, de acordo com Frick (1975), a autorealização (proposta por Maslow) exige a transcendência das dicotomias e estereotipias, como impulso - racionalidade, prazer – dever, jogo – trabalho, masculino – feminino, entre 4 outros, a individuação (proposta por Jung) também exige a superação e a integração das polaridades, em prol de uma personalidade integrada e plena. Pode-se dizer que a individuação é um eterno Devir [8], e isso também aproximam a teoria junguiana da concepção de Maslow sobre o processo de auto-realização, pois a busca do auto-realizar-se é, também, um vir-a-ser. É um processo direcional e centrado no crescimento que abrange a hierarquia das necessidades inferiores e superiores e “na personalidade sadia, constitui um processo de transcendência de necessidades que dura a vida inteira, de crescimento constante, mudança e maturidade” (FRICK, 1975, p. 186). Porém, este é um vir-a-ser que pode, verdadeiramente, culminar no Ser puro. Ou seja, o processo de vir-a-ser possibilita níveis superiores de individuação que culminam nas formas superiores de Ser (FRICK, 1975, p. 189): “A individuação e as metamotivações constituem a culminação de um processo intrínseco de crescimento e movimento bem sucedido.” Logo, contrariamente à suposição Junguiana acerca da individuação, a auto-realização, na concepção humanista, é uma meta totalmente alcançável ao longo da vida do sujeito (ARAÚJO, 2007). Concomitantemente, a teoria de Rogers (2005) tais concepções teóricas consideram que o Ser Humano possui uma tendência para a individuação e para a auto-realização, expressas na necessidade de unidade e totalidade da personalidade, sendo esta uma força construtiva na vida do sujeito. A tendência para a auto-realização é uma expressão auxiliar da tendência para a individuação. Assim como Maslow, a teoria junguinana acerca do desenvolvimento da personalidade também fundamenta que o indivíduo possui as potencialidades para a saúde e para o crescimento criativo. Embora exista uma tendência natural para o sujeito se realizar, há influências que podem interferir neste processo. As falhas e os desvios que podem ocorrer na realização dessas potencialidades são decorrentes de circunstâncias e influências perturbadoras exercidas pela educação ou por contextos sociais diversos (HALL-LINDZEY, 1984, p. 63). Para Rogers (1961), a tendência para a individuação e para a auto-realização são forças motivacionais que sustentam mutuamente o desenvolvimento do Eu do sujeito na personalidade sadia. Cabe notificarmos que a auto-realização é intrinsecamente vinculada ao potencial transcendente do homem, pois, para alcançarmos os níveis mais elevados de desenvolvimento humano, precisamos transcender os níveis inferiores. A transcendência é a capacidade humana de ir além de, é a capacidade de superação e a auto-realização é o estado máximo de desenvolvimento Humano (de pleno funcionamento da essência do Ser) até então identificado (ARAÚJO, 2007). No processo de auto-realização, há níveis de integração necessários, seqüências e includentes, representando o movimento perene do potencial de transcendência do Ser Humano, o qual tem como premissa ir além e transpor os limites da existência em prol do encontro com a essencialidade da própria existência. Todos os quatro teóricos supracitados (Wilber, Jung, Rogers e Maslow) abordam de formas diferenciadas a busca do estado de realização pessoal. Sendo o desenvolvimento integral / desenvolvimento da consciência (Wilber), a individuação (Jung), e a auto-realização (Maslow e Rogers) questões conceituais muito próximas, no que se refere ao desenvolvimento máximo do potencial humano, enfim, no que se refere ao estado de pleno funcionamento da essência Humana. Segundo Araújo (2007), muitos autores como; Fromm, Jung, Rogers, entre outros, abordam a autonomia, a auto-atualização, a individuação, o auto-desenvolvimento e a autorealização como sinônimos. Logo, apesar de percorrerem diferentes enfoques, esses autores possuem um ponto em comum, que poderíamos chamar de uma intersecção teórica: a clareza de que o Ser Humano, 5 para se integrar, se individuar e se auto-realizar, precisa alcançar os níveis de existência vinculados não só ao material, mas, sobretudo, ao espiritual para preencher as lacunas que permanecem nos níveis de necessidades básicas do desenvolvimento. Isso esclarece a importância de abordar a auto-realização neste trabalho, uma vez que estamos falando da real necessidade de despertar para os níveis mais sutis [9] da existência Humana, de despertar para ir à busca daquilo que verdadeiramente somos, de buscar o verdadeiro estado de Ser Humano e de transcender cada vez mais as barreiras que nos aprisionam ao estado de simples ser humano [10]. E sendo um dos aspectos de grande, se não de maior centralidade na vida do homem o trabalho, faz-se necessário correlacionar “trabalho e auto-realização”. Trabalho e Auto-realização Na busca de verificarmos se o trabalho pode favorecer o processo de auto-realização, este tópico teórico aborda o quanto o trabalho é uma ferramenta significativa de desenvolvimento humano, apontando como podemos alcançar a auto-realização (estado de desenvolvimento humano pleno) a partir do mesmo. Diversos teóricos sinalizam que o trabalho é um dos recursos que podem favorecer o desenvolvimento humano e, portanto, o potencial transcendente do homem. Segundo Antunes (1995), o trabalho tem a possibilidade de favorecer ao homem o seu desenvolvimento como ser criativo e de desenvolver a sua potência, nesse aspecto pontua que: Pelo trabalho, o ser social produz-se a si mesmo como gênero humano; pelo processo de auto-atividade e autocontrole o ser social salta da sua origem natural baseada nos instintos para uma produção e reprodução de si como gênero humano, dotado de autocontrole consciente, caminho imprescindível para a realização da liberdade (ANTUNES, 1999, p. 145). De acordo com Marx (1993), o trabalho é uma condição natural e eterna da vida humana, sendo comum a todas as formas de vida social. No entanto, na sociedade capitalista, o trabalho tornou-se apenas um meio de sobrevivência, além de fonte de acumulação de diferentes grupos sociais (tomou uma forma de trabalho alienado) e não uma realização do reino da liberdade. O trabalho não deve ser compreendido apenas por uma perspectiva vinculada ao reino da necessidade (produção e reprodução material), mas sim por uma perspectiva vinculada ao reino da liberdade (práxis existencial que vai além da produção material). O reino da liberdade ocorre quando o indivíduo está livre da necessidade imediata de sobrevivência, podendo estar livre para o desenvolvimento das suas potencialidades. A fragmentação entre o reino da necessidade (produção material e sobrevivência) e o reino da liberdade (que confere plenitude à existência) faz com que a dimensão econômica absorva pra si o Todo existencial (MARX, 1993). A superação dessa divisão entre produção e reprodução do todo existencial constitui a condição, para que o trabalho seja libertado da alienação e da coisificação e se torne verdadeiramente um recurso para o verdadeiro desenvolvimento humano através da realização efetiva, plena e livre do potencial de transcendência do sujeito. Afinal, segundo Hegel, o caráter ontológico do trabalho aparece como acontecimento fundamental da existência humana, que domina permanente e continuamente todo o ser do homem em transformação. Ele atua sobre a natureza, desenvolve as potências nela ocultas e o homem é transformado pelo trabalho. Assim, o trabalho permite, num processo dialético, o crescimento e o desenvolvimento da pessoa como um ser criativo, possibilitando tornar-se sujeito, na realização de sua potência, ao longo de uma vida (ANTUNES, 1995). 6 Nessa mesma perspectiva, Maslow (2001) acredita que o caminho de desenvolvimento pessoal via o trabalho é tão legítimo quanto os caminhos autônomos, uma vez que o ambiente empresarial pode servir como um campo de alto desenvolvimento humano, da ecologia ideal para o Ser Humano. Assim, o gerenciamento adequado do trabalho pode contribuir para o desenvolvimento humano, e, portanto, para melhorar o mundo, podendo ser considerada uma técnica revolucionária. Portanto, denota-se ser importante almejar as formas mais “altas” de organização interpessoal e social possível, através da motivação para desabrochar o verdadeiro potencial do homem. Ademais, Maslow (2003, p. 07) pontua que o trabalho é um instrumento psicoterápico significativo, uma vez que a vida profissional é tão importante quanto à educação para atingir o aperfeiçoamento da espécie humana em seu todo, pois percebeu que é quase impraticável e quantitativamente utópico tentar aperfeiçoar o mundo e a espécie humana através da psicoterapia individual. Para este teórico, a administração adequada da vida profissional pode proporcionar o aperfeiçoamento do indivíduo e do mundo sendo, portanto: “uma técnica revolucionária”. Dessa forma, o trabalho pode ser considerado um bom laboratório para o estudo da psicodinâmica e do alto desenvolvimento humano. Partindo dessa premissa, pode-se pontuar que tal discussão acerca da auto-realização do trabalhador é de suma importância, não só para a busca da identificação plena do homem com o trabalho, mas também para a transformação cada vez mais consciente do mundo. Uma vez que, aqueles que se auto-realizam, compreendem o trabalho como missão e como parte do seu próprio EU (MASLOW, 2003). Estas são pessoas motivadas por “metanecessidades (valores) expressos em sua devoção e dedicação a uma tarefa importante e sua identificação com ela” (MASLOW, 2003, p. 14). Afinal: “o que não vale a pena fazer, não vale a pena fazer bem feito” (MASLOW, 2001, p. 20). Na era digital contemporânea, o potencial humano é a principal fonte de vantagem competitiva das organizações. Estamos no meio de uma encruzilhada, em que se precisa de pessoas altamente comprometidas e motivadas, mas os meios de liderança acomodados ou autoritários não funcionam mais, uma encruzilhada em que as necessidades dos negócios, as necessidades sociais e pessoais do sujeito estão mais que entrelaçadas. Desse modo, falar sobre pessoas no trabalho hoje em dia não é falar de Recursos Humanos, ou capital intelectual, mas sim falar de pessoas e de seu potencial humano inexplorado, enfim, da sua busca de auto-realização. No entanto, segundo Lima, Hopfer & Lima (2004), embora não existam tipos de razão, mas apenas a razão humana percebe-se dois tipos de racionalidade na sociedade atual; a racionalidade instrumental e a substantiva. A sociedade produtivista moderna prioriza a racionalidade instrumental para uma maior eficiência e eficácia, em prol de maior competitividade empresarial. Essa racionalidade instrumental está vinculada ao conjunto de crenças e valores que rege a sociedade contemporânea, direcionando-a para o cálculo e para o lucro. Contraditoriamente, a racionalidade substantiva é vinculada ao conjunto de crenças e valores que vai além do cálculo e do lucro, e possibilita que a identidade profissional do sujeito se constitua a partir das relações interpessoais, tendo como sentimento de satisfação a auto-realização. Serva (1997) sinaliza que a racionalidade substantiva agrega duas dimensões: a individual e a grupal. Na dimensão individual, ela está vinculada à auto-realização, ou seja, à realização plena das potencialidades e de satisfação do indivíduo. E na dimensão grupal, está vinculada à responsabilidade e satisfação social. Já a racionalidade instrumental vincula-se ao cálculo e aos interesses econômicos. 7 Concomitantemente, Leal (2003, p. 96) salienta que a ação do indivíduo baseia-se no tipo de racionalidade que a motiva, na medida em que cada ação social corresponde a um tipo de racionalidade. Além disso, o autor extrapola a classificação exposta por Lima, Hopfer & Lima (2004) acerca dos tipos de racionalidade e baseando-se em Weber (2001) e Ramos (1981), classifica as ações sociais correlacionando-as a um tipo de racionalidade: 1) racional motivada pelos fins (racionalidade instrumental): determinada por comportamentos esperados tanto dos objetos do mundo exterior quanto dos outros homens. (...) nesse caso se fala em ação social motivada pela racionalidade instrumental; 2) racional motivada pelos valores (que mais tarde será chamada por Ramos (1981) de “racionalidade substantiva”): determinada pela crença consciente em valores – éticos, estéticos, religiosos ou sob qualquer outra forma que se manifestem – próprios e absolutos de uma conduta, sem relação alguma com o resultado; nesse caso, se pode falar em ação social valorativa, motivada pela racionalidade valorativa; 3) afetiva: especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais do momento; nesse caso se fala em ação social afetiva, motivada pela racionalidade afetiva; 4) tradicional: determinada por um costume arraigado; nesse caso se fala em ação social tradicional, motivada pela racionalidade tradicional. Leal (2003) enfatiza a diferenciação entre a racionalidade substantiva e a afetiva, uma vez que esta última é motivada por uma emoção momentânea e não por uma reflexão e decisão consciente do indivíduo acerca da “causa” que o motiva, como é no caso da ação valorativa, baseada na racionalidade substantiva. No caso da ação social tradicional (baseada numa racionalidade tradicional), o autor sinaliza que esta é uma ação que se define por respostas padronizadas a estímulos comuns e “quanto maior o grau de institucionalização do contexto em que for gerada, mais acentuado será o caráter tradicional da ação social” (p. 96). Logo, não há uma reflexão acerca do porque que se age de uma determinada forma, simplesmente, a ação ocorre porque é costume, é tradição de certo grupo social. Embora Leal (2003) aponte que raramente uma ação social é motivada por um único tipo de racionalidade, pois uma ação social pode ser motivada por mais de um tipo de racionalidade, percebe-se, no entanto, como dito anteriormente, a predominância da racionalidade instrumental na sociedade moderna que busca cada vez mais o lucro desmedido e a luta de mercado exposta na concorrência: A grande maioria das organizações produtivas tem como referência a razão instrumental, determinando o padrão de sucesso a ser atingido, orientado pelas leis do mercado. Longe das premissas ético-valorativas, o ambiente organizacional tornou-se propício aos abusos do poder, à dominação, lançando os indivíduos a uma competição permanente, produtora de ansiedades e de patologias psíquicas. (LIMA, HOPFER & LIMA, 2004, p. 04) Já a racionalidade substantiva tem sido sistematicamente legitimada à marginalidade e sua capacidade de proporcionar aos indivíduos o caminho de busca da auto-realização é transformada em “irracionalidade” (MARCUSE, 1996). Nota-se que, na realidade, os indivíduos têm passado horas em seu ambiente de trabalho que não lhes possibilitam alcançar o seu verdadeiro potencial. Nos indicadores de sucesso organizacional, a auto-realização deveria ser tão valorizada quanto à gestão financeira, pois, sem esta força impulsionadora, o sucesso se torna efêmero, os planos serão 8 feitos para curto prazo e a capacidade do trabalhador continuar competindo será restrita (MASLOW, 2003). Partindo deste ponto de vista, Serva (1997) sinaliza que os indivíduos vêm sendo avaliados socialmente em função do seu status profissional e as aspirações sociais acabam sendo canalizadas quase unicamente para a obtenção e/ou manutenção do trabalho, muitas vezes estas aspirações se distanciam das reais possibilidades de auto-realização. À luz da proposta teórica de Maslow, nota-se que atualmente, frente ao cenário crescente de desemprego, muitos sujeitos estão buscando lutar pela sua sobrevivência, o que faz com que sua vida motivacional esteja voltada para suprir suas necessidades de deficiência. É humanamente aceitável que tais indivíduos estejam com suas aspirações distantes da autorealização, ou seja, distantes dos níveis mais superiores na hierarquia das necessidades de Maslow. No entanto, muitas são as discussões sobre motivação e trabalho. Sabe-se que o dinheiro apenas não é um grande recurso de motivação para o sujeito. O dinheiro pode ser motivador por certo período, mas ele sozinho não garante a permanência da motivação do homem, ou seja, ele é um fator de motivação situacional. O que os estudos apontam é que o grande fator motivador do trabalho está no seu significado social. O Ser Humano tem aspirações maiores no seu viver, para ele não importa apenas garantir a satisfação de necessidades materiais. O funcionário precisa encontrar no trabalho uma significação que lhe dê um sentimento de valor (ARGYRIS, 1975). Logo, esta discussão acerca da temática trabalho e auto-realização nos remete diretamente à questão do significado do trabalho (que por ora não é o foco deste artigo). Afinal, para se auto-realizar, o sujeito precisa alcançar um sentido maior para o que realiza, ele precisa estar conectado às suas metanecessidades (necessidades de crescimento). Desse modo, o trabalho precisa estar vinculado às questões subjetivas existenciais mais sutis do Ser Humano. Considerações: Estudos revelam que o trabalho carregado de sentido é um trabalho vinculado à esfera mais elevada da hierarquia das necessidades humanas, uma vez que é um trabalho que supre as ditas metanecessidades do indivíduo. Nesse sentido, o trabalho com sentido é um grande recurso para a auto-realização do Ser humano. Logo, este artigo abordou as relações entre trabalho e auto-realização, enfatizando a importância de um direcionamento que exige uma nova roupagem para o mundo do trabalho, implicando na constituição de um novo “Ethos” e na busca de objetivos mais “nobres”, uma vez que a empresa não poderá restringir sua missão e metas aos aspectos financeiros e mercadológicos de desenvolvimento organizacional e sim a uma atitude moral e cívica para com um desenvolvimento mais amplo e global, o da sociedade como um todo. Para tanto, fazem-se necessárias profundas transformações de pensamentos e crenças dos empresários. É uma mudança de cultura organizacional estreitamente vinculada ao campo da consciência ética e moral. O trabalho deveria ser inspirado pelos valores morais, éticos e espirituais. Há um vazio valorativo que começa a chamar atenção através dos crescentes apelos à transcendência e à espiritualidade. As empresas precisam estabelecer novos tipos de gestão, pois cada vez mais a expectativa é de que os sujeitos gostem do trabalho e mais do que isso, que eles acreditem na importância do seu trabalho para o social, demonstrando assim, dedicação pessoal aos “objetivos nobres” do seu trabalho, exercitando sua criatividade e suas potencialidades. Afinal, o despertar das organizações para o desenvolvimento humano possibilitará ao indivíduo o estabelecimento de um contrato psicológico [11] com o trabalho caracterizado 9 pelo seu envolvimento moral, ficando muito mais vinculado à sua humanidade e ao plano do Ser existencial, em contradição com o plano do Ter material, pois buscar o desenvolvimento humano e, sobretudo, a auto-realização a partir do trabalho é pensar no seu verdadeiro significado para o sujeito e para a coletividade. Referências: ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995. ANTUNES, R. Os Sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 1. ed. São Paulo: Boitempo Editoral, 1999. ARAÚJO, Rodrigo. Trabalho e Transcendência: uma análise sobre o processo de autorealização. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, FVC. Salvador, BA, 2007. ARGYRIS, Chris. 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[4] Termo que simboliza o centro da personalidade do indivíduo, unidade da identidade do indivíduo; o que regula as relações do sujeito com o mundo (DORON & PAROT, 1998). [5] Estado de Ser pleno: Ser Humano pleno – refere-se ao verdadeiro Ser Humano, aquele que não é o normótico (Crema, 2006); Pleno funcionamento da essência Humana (Maslow, 2003). [6] Jung não utilizou o termo auto-realização e sim, individuação. [7] O centro transcendente do indivíduo. [8] Conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo ou alguém. [9] Em contrapartida à vida material. [10] Dicotomia Ser Humano X ser humano – refere-se ao Ser Humano pleno e ao ser humano superficial e desintegrado. [11] Termo utilizado por Schein (1996) para denominar o envolvimento do sujeito com a organização. 11