ATUALIZAÇÃO Fatores que Contribuem para o Aumento da Taxa de Transmissão Vertical da Hepatite C Factors that Contribute to Increase the Vertical Transmission Rate of Hepatitis C Teresa Maria Isaac Nishimoto* Sergio Floriano de Toledo** Gilberto Mendes Menderico Junior *** Rodrigo Ferreira Buzzini*** *Disciplina de Pediatria do Curso de Ciências Médicas de Santos do Centro Universitário Lusíada (UNILUS) **Disciplina de Tocoginecologia do Curso de Ciências Médicas de Santos do Centro Universitário Lusíada (UNILUS) **Serviço de Ginecologia e Obstetrícia de Hospital Guilherme Álvaro, Santos ***Curso de Graduação Ciências Médicas do Centro Universitário Lusíada (UNILUS) Resumo Introdução Este trabalho tem como objetivo revisar a literatura médica enfocando os fatores de risco relacionados à transmissão vertical do vírus da hepatite C. Dentre estes fatores estão a carga viral do vírus da hepatite C (HCV) na gestante, a co-infecção HIV/HCV, a via de parto adotada, o uso de drogas intravenosas durante a gestação e o aleitamento materno. Os estudos analisados apresentaram uma taxa de transmissão vertical que variou entre 2,3 e 13%, demonstrando que as altas cargas virais de HCV no sangue materno e a co-infecção HIV/HCV estão diretamente relacionadas ao aumento dessa taxa. Dados conflitantes foram obtidos quanto ao uso de drogas intravenosas durante a gestação e a elevação da taxa de transmissão vertical do HCV. No que diz respeito à via de parto adotada e à prática do aleitamento materno não houve dados que pudessem demonstrar relação com um maior risco de transmissão vertical. Durante o período compreendido entre as décadas de 70 e 80, desconheciam-se as causas etiológicas dos casos de hepatites pós-transfusão sanguínea. Na primeira metade da década de 70, testes sorológicos de triagem direcionados à investigação dos vírus das hepatites A e B revelaram que 25% dos casos das hepatites associadas às transfusões sanguíneas estavam relacionados ao vírus da hepatite B (HBV). Dentre os casos remanescentes, 75% foram considerados como hepatite não-A e não-B (HNANB) (Foccacia, 2003). No final da década de 80, pesquisadores conseguiram identificar o agente causador da HNANB através do seqüenciamento do seu genoma, correspondendo a um RNA-vírus inicialmente classificado como pertencente à família dos Flavivirus, que foi denominado como vírus da hepatite C (HCV). Atualmente, ele está classificado como pertencente à família Flaviridae e gênero Hepacivirus (Foccacia, 2003). Dados referentes ao ano de 2002 permitiram estimar uma prevalência mundial de portadores da PALAVRAS-CHAVE: Hepatite C. Transmissão vertical. Fatores de risco. Femina - Novembro 2006 vol. 34 nº 11 767 Fatores que Contribuem para o Aumento da Taxa de Transmissão Vertical da Hepatite C infecção, que ficou ao redor de 170 a 250 milhões de indivíduos infectados. A incidência é maior em comunidades de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, chegando a algo em torno de 4 a 6% em alguns grupos populacionais da África e Oriente Médio. Nos EUA, onde o sistema de vigilância epidemiológica é mais desenvolvido, estima-se que ocorram atualmente cerca de 40.000 casos novos por ano, responsáveis por aproximadamente 8.000 a 10.000 óbitos por ano. A prevalência atual nesse país, estimada por estudos de base populacional, gira em torno de 1,8%, representando cerca de 3,9 milhões de pessoas infectadas, das quais, 2,7 milhões possuem a forma crônica da infecção. No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que durante o ano de 2003 foram notificados 7.332 casos de hepatite C, e algumas outras estatísticas mostram prevalência da doença de 1,5% na população brasileira (World Health Organization, 2005; Foccacia, 2003; Ministério da saúde, 2005). São conhecidos pelo menos seis genótipos virais e mais de 80 subtipos, que têm sua importância por alterarem a atividade da doença e responderem diferentemente aos tratamentos existentes. Todos os genótipos são detectados pelos testes usualmente utilizados para o diagnóstico da doença. Os genótipos virais 1A, 1B, 2A e 2B têm distribuição universal, e nos EUA os mais encontrados são 1A, 2B, 2A e 3A (Tang & Yu, 1990; Foccacia R, 2003). As crianças nascidas infectadas pelo HCV que não negativarem o vírus no soro serão consideradas cronicamente infectadas. A evolução dessa doença crônica na criança é normalmente assintomática por um período médio de 20 anos, o que pode ser comprovado por evidências histológicas de hepatite discreta. Durante esse período de latência há progressão histológica da doença, podendo evoluir em alguns casos para hepatite de moderada intensidade ou outras formas mais avançadas da doença. Nestes casos as taxas de evolução para hepatocarcinoma e cirrose são equivalentes aquelas da população infectada durante a vida adulta (Plunkett & Grobman, 2004). Hoje em dia as principais formas de transmissão do vírus são decorrentes do uso de drogas ilícitas, correspondente a 70% dos casos, seguido pela via sexual (20%) e acidentes entre os trabalhadores de saúde (5%). Outras formas menos freqüentes são decorrentes de procedimentos de hemodiálise, utilização de tatuagens, piercings e outros materiais de exposição percutânea, além do período peri e pós-natal. Quanto à transmissão por transfusão de sangue e hemoderivados, sua prevalência antes de 1986 era de 13% nos EUA. Nos anos de 1990, com a introdução de testes de alta sensibilidade e técnicas de inativação viral, o 768 risco de contágio por transfusão de hemoderivados caiu para 0,001% após 1994 (Foccacia, 2003). Quanto à transmissão durante a gestação, pesquisas apontam que esta pode ocorrer por via transplacentária em qualquer momento da gravidez, na hora do parto e do pós-parto, através do aleitamento. Há na literatura dados que apontam diversos fatores de risco para o aumento da transmissão vertical da hepatite C. Dentre estes fatores destacam-se via de parto adotada, presença concomitante do vírus da imunodeficiência humana (HIV), elevada carga viral do HCV na gestante, uso de drogas ilícitas intravenosas durante a gestação e aleitamento materno (Foccacia, 2003). A incidência de hepatite C está aumentando rapidamente entre as pacientes com idade entre 20 e 45 anos, sendo que há crescente interesse destes por informações sobre a transmissão vertical do vírus. Diante dessas informações cabe ao obstetra realizar um aconselhamento pré-natal adequado, através de uma anamnese completa que levante dados sobre fatores de risco para doenças sexualmente transmissíveis, uso de drogas intravenosas, tatuagens e piercings, transfusões sanguíneas e risco ocupacional. Diante do diagnóstico de hepatite C, orientação adequada quanto ao risco de transmissão ao feto deve ser fornecida, bem como suas possíveis conseqüências (Hunt et al., 1997). Objetivo e Metodologia O presente trabalho tem como objetivo revisar a literatura médica quanto a avaliação dos fatores de risco que contribuem para o aumento da taxa transmissão vertical do vírus da hepatite C. A pesquisa teve como metodologia a revisão de artigos da literatura médica através das bases de dados Medline e Lilacs, no período compreendido entre 1990 e 2005. Entre os artigos selecionados estão revisões da literatura médica, estudos observacionais de coorte prospectivos. Excluíram-se os artigos que não mencionaram o tema proposto. Outras fontes utilizadas referem-se a livros e tratados, além de alguns sites da Internet, como o da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde. Resultados Os resultados encontrados durante a pesquisa estão apresentados nas Tabelas de 1 a 6, de acordo com cada fator de risco, demonstradas a seguir. Femina - Novembro 2006 vol. 34 nº 11 Fatores que Contribuem para o Aumento da Taxa de Transmissão Vertical da Hepatite C Tabela 1 – Taxa de transmissão vertical da hepatite C Autor Desenho Tamanho da amostra Taxa de transmissão Nº de crianças infectadas do estudo (n) (%) (HCV-RNA+) cp cp cp cp cp cp cp cp cp cp 29 RN 67 RN 78 RN 16 RN 78 RN 56 RN 188 RN 85 RN 33 RN 114 RN 5,0 11,9 13,0 6,25 6,7 3,6 2,7 2,3 6,8 11,1 1 8 10 1 5 2 5 2 2 12 Hillemanns et al. Extremera et al. Ceci et al. Raptopoulou-Gigi et al. Gibb et al. Syriopoulou et al. Ferrero et al. Jabeen et al. Caudai et al. Tajiri et al. cp – estudo de coorte prospectivo; RN – recém-nascidos. Tabela 2 – Fator de risco: via de parto Autor Tamanho da amostra (n) Gibb et al. 78 gestantes e recém-nascidos Ferrero et al. Syriopoulou et al. Extremera et al. Tajiri et al. Via de parto Taxa de transmissão Nº de crianças infectadas adotada (%) (HCV-RNA+) (c) – 31 (c) – 5,9 2 (v) – 47 (v) – 7,7 3 (c) – 49 (c) – 4,08 2 (v) – 139 (v) – 2,16 3 182 mulheres / 188 recém-nascidos 56 gestantes e recém-nascidos 67 gestantes e recém-nascidos 114 recém-nascidos (c) – 17 (c) – 0 0 (v) – 39 (v) – 5,12 2 (c) – 12 (c) – 8,3 1 (v) – 55 (v) – 12,7 7 (c) – 24 (c) – 4,2 1 (v) – 90 (v) – 8,8 8 vaginal – (v); cesárea – (c). Tabela 3 – Fator de risco: co-infecção HCV/HIV Autor Tamanho da amostra (n) Ferrero et al. 182 mulheres e 188 recém-nascidos Syriopoulou et al. 56 gestantes e recém-nascidos Gibb et al. Co-infecção HCV/HIV Taxa de transmissão (%) Nº de crianças infectadas (HCV-RNA+) S = 37 5,4 2 N = 145 2 3 S= 2 50 1 N= 54 1,8 1 S= 4 25 1 N = 74 5,4 4 78 gestantes e recém-nascidos Tabela 4 – Fator de risco: uso de drogas intravenosas durante a gestação Autor Syriopoulou et al. Ceci et al. Extremera et al. Tamanho da amostra (n) Uso de drogas Taxa de transmissão Nº de crianças infectadas (%) (HCV-RNA+) 56 gestantes e S=8 25 2 recém-nascidos N = 48 0 0 78 gestantes e S = 20 10 2 recém-nascidos N = 58 13,7 8 67 gestantes e S = 17 11 2 recém-nascidos N = 50 12 6 Femina - Novembro 2006 vol. 34 nº 11 769 Fatores que Contribuem para o Aumento da Taxa de Transmissão Vertical da Hepatite C Tabela 5 – Fator de risco: carga viral das gestantes infectadas Tamanho da amostra (n) CVMM em que houve TV (mEq/ml) CVMM em que não houve TV 182 mulheres e 37 mulheres avaliadas 56 gestantes 78 gestantes 33 gestantes 114 gestantes 5,92 X 106 7,0 X 105 6,9 X 106 > 106 > 105 1,35 X 106 3,0 X 105 3,93 X 106 < 105 < 105 Autor Ferrero et al. Syriopoulou et al. Ceci et al. Caudai et al. Tajiri et al. CVMM – carga viral média da mãe; TV – transmissão vertical. Tabela 6 – Fator de risco: tipo de alimentação Autor Tamanho da amostra (n) Grayson et al. 22 mulheres HCV-RNA positivas Syriopoulou et al. 56 binômios Tipo de alimentação Taxa de transmissão vertical A = 22 A = 0% B=0 B=- A = 15 A = 0% B = 41 B = 4% A – aleitamento materno; B – mamadeira. Discussão Com o advento dos métodos de detecção do vírus da hepatite C (HCV) em 1990, a transmissão vertical foi identificada como a principal fonte da infecção na população pediátrica. Nos EUA, 4,5% de mulheres em idade fértil estão infectadas pelo HCV, sendo a prevalência deste vírus de 0,2% em crianças menores de 12 anos e de 0,4% em adolescentes (Hupertz & Wyllie, 2003). Trabalhos recentes demonstram que o desfecho favorável da gravidez e a baixa transmissão vertical do HCV podem ser parcialmente explicadas por uma produção endógena de interferon pela placenta (Jabeen et al., 2003). A taxa de transmissão vertical encontrada no presente estudo variou entre 2,3 e 13%. (Gibb et al., 2000; Ferrero et al., 2003; Extremera et al., 2000; Syriopoulou et al., 2005; Ceci et al., 2001; Caudai et al., 2003; Tajiri et al., 2001; Hillemanns et al., 2000; Jabeen et al., 2003; Raptopoulou-Gigi et al., 2001). De acordo com estes estudos, a presença de uma ou mais reações de polimerase em cadeia (PCR-RNA) para HCV positiva após um mês de vida ou a presença de anticorpos anti-HCV após 18 meses identificam crianças com transmissão vertical estabelecida (Hupertz & Wyllie, 2003). A variação da taxa de transmissão encontrada nos diversos trabalhos aponta que há fatores que influenciam no aumento desse índice. No que se refere à via de parto adotada, verificamos pesquisas que chegaram a resultados sem significância estatística no que diz respeito a um predomínio 770 da transmissão por uma via determinada de parto (Gibb et al., 2000; Ferrero et al., 2003; Extremera et al., 2000). Um estudo realizado na Grécia encontrou taxa de transmissão de 0% nas resoluções obstétricas por cesárea, e de 5,12% pela via vaginal. Apesar de esses resultados parecerem ter significância, houve baixa taxa de transmissão vertical e uma amostra reduzida. Além disso, outros fatores podem estar relacionados ao predomínio da transmissão nos casos em que a via vaginal foi adotada, sem que a via de parto por si só tenha sido determinante (Syriopoulou et al., 2005). Em pesquisa japonesa, foi apontada uma diferença na taxa de transmissão entre cesariana e parto normal, mas em virtude de a amostra de partos cesárea ser pequena, não houve significância estatística para chegar a uma conclusão de uma via preferencial (Tajiri et al., 2001). Outro fator de risco sugerido foi a co-infecção HIV/HCV, ocasião em três pesquisas analisadas demonstraram que há relação direta entre o aumento da taxa de transmissão vertical da hepatite C e a concomitância da infecção pelo HIV. Este aumento da taxa de transmissão pode estar relacionado à maior carga viral de HCV associada à imunossupressão causada pelo HIV (Gibb et al., 2000; Ferrero et al., 2003; Syriopoulou et al., 2005). O uso de drogas intravenosas durante a gestação se relacionou ao aumento da taxa de transmissão vertical em apenas um trabalho avaliado (Syriopoulou et al., 2005). Em contrapartida, outros trabalhos apresentaram dados inconclusivos (Extremera et al., 2000; Ceci et al., 2001). Essa prática Femina - Novembro 2006 vol. 34 nº 11 Fatores que Contribuem para o Aumento da Taxa de Transmissão Vertical da Hepatite C poderia levar a repetidas superinfecções com diferentes variantes do HCV, o que aumentaria a carga viral e, conseqüentemente, a taxa de transmissão. (Ferrero et al., 2003). A carga viral de HCV é relatada como outro fator de risco relacionado à transmissão vertical da doença. Todos os trabalhos avaliados foram concordantes, demonstrando que houve relação direta entre viremia (carga viral alta de HCV) e a taxa de transmissão vertical. Foi constatado que no grupo em que houve crianças infectadas a carga viral materna foi superior àquela encontrada nas mães que não transmitiram a doença para seus filhos (Syriopoulou et al., 2005; Ferrero et al., 2003; Ceci et al., 2001; Caudai et al., 2003; Tajiri et al., 2001). Os autores das pesquisas em que o aleitamento materno foi estudado como fator de risco demonstraram que não há relação entre este e o aumento da transmissão vertical (Grayson et al., 1995; Syriopoulou et al., 2005). Uma pesquisa apontou uma correlação entre carga viral alta e maior quantidade de vírus da hepatite C no leite materno. Este fato poderia ser responsável por uma maior transmissibilidade da doença, mas os autores não conseguiram chegar a resultados significantes devido à amostra reduzida. Eles ressaltam a importância de que novos estudos mais amplos sejam realizados para que se possa, enfim, determinar se há risco de transmissão através do aleitamento materno (Extremera et al., 2000). Considerações Finais Conclui-se através deste levantamento bibliográfico que a transmissão vertical da hepatite C ocorre em uma porcentagem que variou entre 2,3 e 13%, tendo como fatores que influenciam o aumento desta taxa a carga viral alta de HCV e a co-infecção HCV/HIV. Quanto ao uso de drogas intravenosas durante a gestação, os dados não permitiram chegar a uma conclusão. No que diz respeito a outros fatores como via de parto e aleitamento, as pesquisas encontraram dados que permitiram concluir que não há interferência desses fatores na taxa de transmissão vertical da hepatite C. Abstract The purpose of this study is to review the medical literature making evidence of the risk factors associated with vertical transmission of hepatitis C virus. Among these risks, there are the maternal vi- Femina - Novembro 2006 vol. 34 nº 11 ral loads during pregnancy, HIV/HCV coinfection, the delivery method, the use of intravenous drugs during pregnancy and breastfeeding. The analyzed reports have shown the vertical transmission rate ranging from 2.3 to 13%, and have demonstrated a high viral load and coinfection with HIV directly associated with the increase of this rate. The available data concerning the use of intravenous drugs and the increase of vertical transmission rate of hepatitis C were inconclusive. Delivery and breastfeeding methods don’t seem to show a role to increase the vertical transmission of hepatitis C virus in accordance with the studies. KEYWORDS: Hepatitis C. Risk factors. Vertical transmission. Leituras Suplementares 1. Caudai C, Battiata M, Toti M et al. 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