HEPATITE C CRÔNICA FATAL EM PACIENTE JOVEM IMUNOCOMPETENTE - UM RELATO DE CASO DE MONOINFECÇÃO *Carolina Perrone Marques¹; Carla Juliana Ribas¹; Andreia Luiz¹; Adriel Barbi Braz¹; Pablo Sebastian Velho² ¹ Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí ² Médico Infectologista *[email protected] Relatar um caso de hepatite C em paciente jovem, sem comorbidades, transplantado e que foi a óbito 5 anos após o diagnóstico. hepático. Apresentou hiperglicemia e iniciou insulina. Vinte meses após o diagnóstico foi realizado transplante hepático e usou: micofenolato, tacrolimo, AAS e omeprazol. Oito meses após o transplante, apresentava plaquetopenia, elevação de enzimas hepáticas e RNA-HCV quantitativo de 3, 640.000 UI/ml. Quatorze meses depois apresentou perda de peso e diarreia crônica. Foi realizada colonoscopia e biópsia hepática, que evidenciaram processo inflamatório intestinal crônico e atividade necroinflamatória peri-portal e lobular, respectivamente. Três anos após o transplante, paciente apresentava 8 nódulos hepáticos e elevação de AFP. Cinco anos após o diagnóstico, o paciente veio a óbito. MÉTODOS CONCLUSÕES INTRODUÇÃO A hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) é comumente assintomática na fase aguda, logo, costuma ser descoberta já em fase crônica, por exames de rotina. Além do desenvolvimento de cirrose, apresenta acentuada morbimortalidade devido às suas descompensações e eventual evolução para o carcinoma hepatocelular, constituindo a causa mais frequente de transplante hepático. OBJETIVOS Estudo descritivo, no qual foi relatado caso de pa- O genótipo 1 do HCV é extremamente agressivo, ciente masculino, 39 anos, que procurou atendi- apesar do paciente ser jovem e previamente hígimento médico em decorrência de ascite e melena. do, de ter realizado transplante hepático e tratamento corretamente, veio a óbito num curto DESCRIÇÃO DO CASO período de tempo. Salienta-se a importância da prevenção da hepatite C e da necessidade de camPaciente apresentava ascite moderada com alpanhas para o rastreamento da doença, em busca terações em exames laboratoriais: aumento de ende iniciar o tratamento precocemente, já que zimas hepáticas, queda do tempo de protrombina, atualmente 86% dos casos notificados de hepatite hipoalbuminemia e aumento de alfa-fetoproteína C concentram-se nas regiões Sul e Sudeste. (AFP). A sorologia foi reagente para HCV, realizada genotipagem (genótipo 1) com RNA-HCV quantitativo de 309.000 UI/ml. Ultrassonografia de abdome revelou hepatoesplenomegalia; endoscopia digestiva alta evidenciou varizes esofágicas e gastropatia hipertensiva e a ressonância magnética revelou 3 nódulos hepáticos sugestivos de hepatocarcinoma. O paciente foi classificado como “Child B” e encaminhado para transplante Referências: 1- HEPATITE C CRÔNICA: TRATAMENTO. Brasília: Amb, v. 8, n. 35, 7 jul. 2009. Disponível em: <http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/35-Hepatite.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2015. 2- Lozano R, Naghavi M, Foreman K, Lim S, Shibuya K, Aboyans V, Abraham J, et al. Global and regional mortality from 235 causes of death for 20 age groups in 1990 and 2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet 2012;380:2095-2128. 3- ENGEL, Cassio et al. Hepatites Virais Crônicas. In: ENGEL, Cassio et al. Hepatologia. São Paulo: Medyklin, 2014. p. 4651