Tratamento Medicamentoso hospitalar do tabagismo em cardiopatas Aristóteles Alencar SBC - FUNCOR Tabagismo e Doença arterial Coronariana (DAC) Tabagismo x DAC Tabagismo é um fator de risco biomédico para DAC e eventos cardíacos recorrentes, mesmo em pacientes com DAC bem definida. A cessação do tabagismo após o primeiro IAM, pode levar a um risco de redução até maior que 50%. No entanto resultados do EUROASPIRE I (European Action on Secondary Prevention by Intervention to Reduce Events study I) indicam que aproximadamente 20% dos cardiopatas continuam a fumar A multifactorial smoking cessation programme for patients with coronary artery disease: experiences and preliminary results. Pedersen et al. Nerth Heart Jour, Vol 10, N 2, Feb 2002 Tabagismo: Papel na patogênese dos Eventos Cardiovasculares Disfunção Endotelial Aumento da resposta inflamatória Modificação Oxidativa Trombogenicidade hematológica aumentada Doença Aterosclerótica Artéria Coronarária Direita Lavi et al. Circulation. 2007;115:2621-2627; http://www.texasheartinstitute.org/HIC/Topics/Diag/diangio.cfm. Accessed June 14, 2007. Tabagismo: Disfunção Endotelial Epicárdica Fumantes apresentam maior probabilidade de ter disfunção endotelial epicárdica comparados a não fumantes. Disfunção Endotelial (%) 60 P=.03 46% 45 35% 34% 30 15 0 Não -fumantes Lavi et al. Circulation. 2007;115:2621-2627. Ex-fumantes Fumantes Concentração NO (nmol/L) Tabagismo: Biosíntese reduzida de Óxido Nítrico (NO) 5000 4000 P<.0001 3613 3000 2000 1266 1000 0 Não-fumantes Barua et al. Circulation. 2001;104:1905-1910. Fumantes Tabagismo: Fator de Risco Multiplicativo para Doença Arterial Coronária 250 189 Taxas por 1000a 200 150 100 92 54 50 0 a All 103 23 Sem fator Tabagismo, Colesterol Tabagismo + de Risco Elevado, ou Hipertensão Colesterol elevado isolada ou Hipertensão Colesterol elevado + Hipertensão Todos 3 Fatores Risco Presentes rates were age-adjusted by 10-year age groups to the US white male population in 1980. Hypercholesterolemia defined as cholesterol 250 mg/dL. Hypertension defined as a diastolic blood pressure 90 mm Hg. Burns. Prog Cardiovasc Dis. 2003;46(1): 11-29; Source: Pooling Project Research Group, 1978. Tabagismo: Efeito sobre a DAC Progressão de Lesões Existentes 60 57 37 30 20 40 20 10 0 0 Fumantes Waters et al. Circulation. 1996;94:614-621. 36 30 10 Não-fumantes P=.007 50 Pacientes (%) Pacientes (%) 60 P=.002 50 40 Formação de Novas Lesões 20 Não-fumantes Fumantes Tabagismo: Risco aumentado de IAM com onda Q, após angioplastia Risco Relativo (95% IC)a 4.0 3.0 2.08 2.0 1.28 1.0 1.0 0.0 Não fumantes Nonsmokers Exfumantes Ex-smokers Fumantes Current Smokers Infarto do Miocárdio com onda Q aThe probability of an event (developing a disease) occurring in exposed people compared with the probability of the event in nonexposed people. Adjusted for the baseline variables significantly associated with each end point. Hasdai et al. N Engl J Med. 1997;336:755-761. Resumo : Tabagismo e DAC Tabagismo é importante fator de risco para DAC via: – – – – – Disfunção Endotelial Aumento da trombogenicidade Leucocitose Aumento do estresse oxidativo Redução da biosíntese do NO Tabagismo atua como fator de risco multiplicativo no desenvolvimento da DAC Tabagismo está associado com o desenvolvimento – – – – – Taxa de pregoressão de DAC Risco de angina Risco de de IAM Risco de morte súbita de origem cardíaca Risco de de Infarto com onda Q após angioplastia Tratamento Hospitalar do Cardiopata Fumante Uma internação hospitalar proporciona oportunidade para ajudar pacientes a abandonar tabagismo, porque os hospitais devem ser livres do tabaco. Orientar, Aconselhar, Medicar pacientes fumantes internados, atualmente são consideradas prioridades nos hospitais americanos Smoking Cessation Interventions for Hospitalized Smokers A Systematic Review. Rigotti et al. Arch Intern Med. 2008;168(18):1950-1960 Tratamento Hospitalar do Cardiopata Fumante Rigotti et al, analisaram 33 Ensaios Randomizados ou Quase-Randomizados (Aconselhamento e/ou Farmacoterapia) que iniciaram na hospitalização e continuaram até 6 meses após a alta hospitalar Smoking Cessation Interventions for Hospitalized Smokers A Systematic Review. Rigotti et al. Arch Intern Med. 2008;168(18):1950-1960 Tratamento Hospitalar do Cardiopata Fumante Aconselhamento sobre cessação tabágica para todos fumantes hospitalizados foi mais efetivo, quanto maior o número de contatos de apoio após 1 mês da alta hospitalar. Adicionar TRN pode aumentar a taxa de abandono e deve ser oferecido quando houver indicação clínica, especialmente em fumantes com sintomas de abstinência. Smoking Cessation Interventions for Hospitalized Smokers A Systematic Review. Rigotti et al. Arch Intern Med. 2008;168(18):1950-1960 Tratamento Hospitalar do Cardiopata Fumante - Conclusão 1 -A morbi-mortalidade atribuível ao tabaco pode ser reduzida com o abandono do tabagismo, mesmo que esse fato ocorra após o aparecimento de uma doença tabaco-relacionada 2 – Fumantes internados tem oportunidade de iniciar a cessação pois os hospitais são livre do tabaco. Abstinência temporária e livre dos gatilhos existentes em seu meio ambiente Smoking Cessation Interventions for Hospitalized Smokers A Systematic Review. Rigotti et al. Arch Intern Med. 2008;168(18):1950-1960 Tratamento Hospitalar do Cardiopata Fumante- Conclusão 3 – A internação aumenta a motivação de parar em função da doença (especialmente tabaco-relacionada). Aumenta a percepção da vulnerabilidade aos danos causados pelo tabaco. Momento “didático” de mudança. 4 – A doença traz o paciente para dentro do ambiente hospitalar, onde as intervenções para a cessação podem ser iniciadas. Smoking Cessation Interventions for Hospitalized Smokers A Systematic Review. Rigotti et al. Arch Intern Med. 2008;168(18):1950-1960 Abordagem Cardiopata Fumante Internado Intervenções sugeridas: •Perguntar a cada paciente na internação sobre sua condição tabágica • Definir o diagnóstico da doença responsável pela internação, assim como a situação diagnóstica na alta hospitalar. • Utilizar o aconselhamento e medicações para ajudar o fumantes a manter a abstinência e tratar os sintomas decorrentes. • Fornecer conselhos e assistência sobre as técnicas que ajudem a ficar sem fumar durante a internação e permaneçam abstinentes após a alta.. • Providenciar acompanhamento pós hospitalar pelo menos 1 mês a alta. Treating Tobacco Use and Dependence: 2008 Update. Fiori et al. U.S. Department of Health and Human Services Public Health Service May 2008 A TRN é adequada para pacientes cardiovasculares? Não existem evidências de aumento de risco cardiovascular com TRN TRN libera concentrações plasmáticas de nicotina abaixo dos porduzidos pela ato de fumar, não expondo o fumante ao CO ou outras substâncias nocivas Ensaios clínicos com TRN em pacientes com DAC subjacente sugerem que a nicotina não aumenta o risco cardiovascular Os riscos do tabaco para saúde, pesam muito mais,que os riscos relacionados aos efeitos do tratamento com TRN Uso de TRN em Unidade Coronária Deve-se evitar o uso de adesivos de nicotina, dentro das primeiras 48 horas após o episódio isquêmico. Nesse período o paciente está sob forte impacto emocional, não deseja fumar. Os sintomas da abstinência são mínimos. Qualquer ansiedade pode ser tratada em curto prazo com ansiolíticos Uso de TRN em Unidade Coronária Medicação de escolha para casos graves de Síndrome de Abstinência: Bupropiona Existem trabalhos em andamento que pelos resultados preliminares já mostram segurança com uso da Vareniclina em episódios isquêmicos agudos. Pesquisas em andamento com uso da vareniclina em pac Pesquisas em andamento com uso da vareniclina em pac Conclusão Intervenção intensiva em pacientes internados + acompanhamento de pelo menos 1 mês, após a alta, estão associados a maiores taxas de abstinência Acompanhamento pós-hospitalar é um componente efetivo nas intervenções nesse tipo de paciente. Terapia de Reposição de Nicotina e Bupropriona são efetivas nessa população Conclusão Alguns trabalhos mostram que a Terapia de Reposição de Nicotina não é apropriada em pacientes internados em unidades coronárias (usar somente com doses baixas; pex: adesivo de 7mg), quando os beneficios superarem o risco da utilização. Experiências indidivuais e alguns trabalhos mostram segurança na utilização de vareniclina em pacientes internados por problemas coronarianos agudos