CGTP exige que Governo «reponha o que trabalhadores perderam»
Central sindical exige aumento do salário mínimo
Por: tvi24 / 2014-05-28 16:53
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, exigiu esta quarta-feira que o Governo
«cumpra a lei» aumentando o salário mínimo nacional «sem esquecer a reposição do
que os trabalhadores perderam» durante o processo de negociação entre sindicatos e
entidades patronais.
«O Governo vai ter de cumprir a lei. E a lei diz que compete ao Governo, havendo
acordo ou não com os parceiros sociais [sindicatos e representantes dos patrões], de
todos os anos atualizar o salário mínimo nacional. Se não o fizer, naturalmente que é
cúmplice de todo este processo», acusou Arménio Carlos.
O dirigente sindical, que falava aos jornalistas, em Santo Tirso, após um encontro com
trabalhadores da fábrica têxtil JMA, exigiu que o aumento do salário mínimo seja para
os 515 euros e não para «os 500 euros que seriam atualização em 2011».
«Exigimos a reposição do que os trabalhadores perderam durante todo este tempo»,
referiu.
Arménio Carlos defendeu que «todos reconhecem que o salário mínimo nacional em
termos líquidos, que são 432 euros, remete 500 mil pessoas para a pobreza, trabalhando
todos os dias», pelo que prometeu que a CGTP [Confederação Geral dos Trabalhadores
Portugueses] «não vai aceitar» que «com uma grande hipocrisia e cinismo alguns
continuem a boicotar e a protelar no tempo a concretização deste objetivo».
O líder sindical acusou o Governo de «não cumprir os acordos firmados», considerando
urgente «repor o poder de compra que os trabalhadores perderam», quando, segundo
defendeu Arménio Carlos, pelo contrário as empresas «nunca exportaram tanto como
nos últimos anos».
«[Está-se] a aumentar a riqueza dos patrões como nunca se aumentou nos últimos anos e
depois esquecem-se daqueles que são os produtores dessa riqueza, que são os
trabalhadores», acusou.
«Quem é que não pode dar um euro de aumento de salário por dia? Quem? Quanto é
que custa uma bica em qualquer lado? Alguma entidade patronal pode dizer que não
tem condições para aumentar o salário mínimo nacional em um euro por dia? Nenhuma.
Por mais pequenina que seja, até à grande empresa. Porque não aumenta? Porque a crise
é um pretexto para acentuar a desigualdade e as injustiças sociais», acrescentou o
secretário-geral da CGTP.
Questionado sobre as posições assumidas recentemente pela União Geral de
Trabalhadores (UGT) sobre não chegar a acordo sobre a questão do trabalho
extraordinário, mas admitir uma redução gradual do prazo de caducidade das
convenções coletivas, Arménio Carlos considerou «positivo» o primeiro aspeto, mas
considerou «negativo» o facto da UGT «continuar a aceitar» a segunda matéria em
discussão.
O líder sindical deu o exemplo dos subsídios nocturnos aplicados ao contrato coletivo
do vestuário e do têxtil para defender que «a contratação coletiva contém normas mais
favoráveis aos trabalhadores do que a legislação laboral».
«[A CGTP faz uma] rejeição completa de qualquer proposta que leve à destruição da
contratação coletiva ou à redução de salários e da retribuição dos trabalhadores e não
pactuamos com ninguém que admita outra hipótese», concluiu.
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