B R E A K
saúde
Estresse:
amigo ou inimigo?
Hans Selye. Este é o nome do médico que em
1936 transformou um termo usado pela
física em medicina. Até então, stress servia
para expressar o grau de deformidade que
um material sofria quando estava sobre
pressão. Foi Selye que pela primeira vez se
apropriou dele. 75 anos passaram-se desde
então e o estresse virou uma palavra
comum no vocabulário: no happy hour com
os amigos, nos salões de cabeleireiros,
nas conversas de família... muito se ouve o
“estou estressado”. Mas será que sabemos
exatamente o que é e o que pode causar?
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E se passa do limite?
Mas se o estresse pode ser fundamental para
ajudar a conquistar alguma coisa, de onde
surgiu a má fama? O problema pode surgir
quando a pessoa que sofre o processo de
adaptação tem dificuldades de lidar com
os acontecimentos. “Toda a vez que o nível
de estresse for maior ou menor do que a
habilidade de tratar com ele vamos ter algum
tipo de desequilíbrio”, explica a Dra. Ana
Maria. Quando esse tipo de situação acontece
surgem as consequências físicas e psicológicas.
Um estudo feito pela ISMA-BR em São Paulo e
Porto Alegre afirma que 86% das pessoas reage
ao estresse com alguma sintoma físico, sendo o
mais comum as dores musculares, incluindo a
dor de cabeça, seguido de distúrbios do sono e
problemas gastrointestinais.
No aspecto emocional, os mais comuns são
ansiedade, angústia e preocupação. “Quando
os sintomas físicos e emocionais começam
a afetar a pessoa de alguma forma, o seu
nível de tolerância começa a ter problemas.
É importante que a pessoa de alguma forma
possa lidar com essas situações. Algumas têm
Estresse faz bem? Como assim?
Antes dos debates, as explicações. O termo
serve para expressar adaptações que sofre um
organismo quando precisa enfrentar ocasiões
potencialmente ameaçadoras ao seu equilíbrio.
Mas isso nem sempre é algo ruim. “Muitas
pessoas acham que o estresse é um vilão, mas
pode ser também um grande aliado. Nós o vemos
como uma situação que requer a adaptação da
pessoa e que pode ser negativa ou positiva. Por
exemplo, uma demissão indesejada no trabalho
para a maior parte das pessoas vai ser um estresse
negativo. Uma promoção planejada ou a compra
de um bem desejado vai ser positivo”, explica a
PhD Dra. Ana Maria Rossi.
A psicóloga é a presidente da International Stress
Management Association no Brasil (ISMA-BR),
uma organização internacional de prevenção
e tratamento do estresse. “Se uma pessoa que
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formas positivas: conversam, praticam alguma
atividade física, tem um hobby, saem para
socializar, mas a maior parcela da população
ainda tem sequelas negativas”. Entre elas
estão o uso inadequado das bebidas alcoólicas,
das drogas, prescritas ou não, e os distúrbios
alimentares.
Qual a medida certa?
Segundo a psicóloga, cada pessoa pode alcançar
o nível ideal de estresse, basta procurá-lo.
Níveis muito altos ou baixos são igualmente
disfuncionais e se manifestam nos sintomas.
Portanto, quando alguém se encontra estressado
o correto não é apenas tratar os resultados, e sim
a causa. “Infelizmente algumas pessoas quando
tem sintomas ao invés de avaliarem o que está
acontecendo e procurarem maneiras de lidar
com o fato acabam se medicando. Se tenho
uma dor muscular porque estou tensa, ao invés
de buscar a causa daquela tensão, tomo um
relaxante muscular e continuo com a situação”.
O autoconhecimento e o equilíbrio são a chave
para descobrir a sua zona de conforto. Encontre-a
e use e abuse do estresse!
vai fazer uma venda ou que tenha um plano
de compra não estiver um pouco estressada,
é porque aquilo não é importante para ela”,
complementa.
A doutora comenta que um dos erros mais
comuns é confundir o estresse com as emoções.
“Infelizmente, a palavra vulgarizou tanto que
passa a representar bem pouco, assume uma
característica muito ampla. Em vez de dizer que
está frustrada, brava ou ansiosa, a pessoa diz que
está estressada, como um sinônimo de emoção”.
Ela explica que embora nem todas as situações
sejam tão claras como as acima citadas, o modo
como a pessoa enfrenta seus problemas é que
determina o seu nível de estresse. “Tudo depende
da cor das lentes que a pessoa usa para ver a
realidade e isso está muito ligado à autoestima.
Quando a pessoa se gosta e acredita em si tende
a correr mais riscos e se expor mais”.
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Para não perder os cabelos
no escritório...
De acordo com a Dra. Marcia Bandini, diretora
da Associação Nacional de Medicina do
Trabalho (ANAMT), os transtornos mentais
já representam a segunda falta de afastamento
pela Previdência Social. Confira algumas dicas
para manter o seu dia-a-dia profissional em
equilíbrio.
Do lado do empregado
aMude pequenos hábitos: seja organizado
no trabalho e na vida pessoal;
aReserve tempo para atividades de
relaxamento ou atividade física;
aFaça uma coisa de cada vez: diminui a
sobrecarga mental, melhora a concentração e
o resultado do trabalho;
aTenha hobbies ou outros interesses, além
do trabalho;
aProcure ajuda sempre que necessário.
Do lado da empresa
aGerencie melhor as demandas e,
principalmente, as mudanças;
aTreine pessoas e líderes;
aInvista em comunicação eficiente e
melhores relacionamentos interpessoais;
aCoíba práticas de abuso de forma clara.
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HANS SELYE. ESTE E O NOME DO MEDICO qUE EM - ISMA-BR