Nº 10 - Jul/Ago - 2010 Maturidade A SOBED completa 35 anos e resgata sua história pioneira, entrelaçada ao próprio surgimento da endoscopia no Brasil DNA Carlos Alberto Cappellanes Ética As operadoras e o pagamento por “pacote” Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010 Índice Nº 10 - Jul/A go - 20 10 Matu ridad A SO B RESG ED COMP L A ENTR TA SUA H ETA 35 A NOS ELAÇ ISTÓ E DA E R A NDO DA AO P IA PION EIRA SCOP R , IA NO ÓPRIO S URG BR AS IMEN IL DNA Carlo s Albert o Cap pella Ética nes As op e paga radoras e mento o por “p acote ” e TO Por dentro da SOBED Secretaria...........................................................................................................5 Diretoria e Comissões...................................................................................10 Estaduais .........................................................................................................11 Rede SOBED..................................................................................................12 SOBED Em Casa...........................................................................................13 Acontece .........................................................................................................14 DNA............................................................................................ 16 Capa............................................................................................. 20 Esporte........................................................................................ 30 Gastronomia.............................................................................. 34 Hobby.......................................................................................... 38 Info............................................................................................... 40 AMB............................................................................................ 43 Ética ............................................................................................ 44 Radar .......................................................................................... 46 Agende-se................................................................................... 48 Confira o relato de um endoscopista pernambucano que concilia a medicina e o rock’n roll nas horas vagas Pág. 38 3 Editorial Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente da SOBED Nacional, gestão 2008-2010 exclusivos nas próximas páginas esmiúça pontos críticos sobre os contratos “pacote” das operadoras de saúde. São questões legais e financeiras que interferem diretamente na qualidade de nosso trabalho. Outra notícia excepcional, na seção “Por dentro da SOBED”, é a presença de duas obras sobre endoscopia digestiva entre os livros finalistas do 52º Prêmio Jabuti 2010, mais tradicional premiação em literatura no Brasil. São referências indispensáveis para a área e, agora Comemorações merecidas comprovadamente, trabalhos feitos com extrema qualidade em termos de escrita, algo sempre desejável. A edição passada da revista SOBED trouxe a primeira de uma série de matérias sobre os 35 anos da entidade, completados em 2010. Neste número presente, a reportagem de capa revive momentos cruciais para a Boa leitura! O Presidente especialidade na década de 1980. O texto traz relatos de três ex-presidentes consecutivos, além de imagens históricas para a SOBED e a endoscopia em nosso país. Felizmente atravessamos aquele período conturbado, expediente com fôlego suficiente para lançar as bases da organização reconhecida que somos hoje. A matéria de capa traz, ainda, informações sobre algumas iniciativas em prol da memória da Sociedade e da endoscopia brasileira: novo canal em nosso site, dedicado É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares. à história da SOBED e aberto à participação; e um vídeo institucional comemorativo desses 35 anos. São ações pensadas para os nossos Associados, que devem esperar mais novidades até o final do ano. Para este número, tive o prazer de conversar em nossa sede com jornalistas da revista e ser o entrevistado da edição. Pude relembrar passagens de minha carreira e trajetória até a presidência da Sociedade. Um balanço em momento oportuno, e uma chance de falar de maneira direta com novos e antigos colegas. E, ainda, um dos artigos 4 Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-chefe: Fábio Berklian | Editor: Faoze Chibli Reportagem: Thiago Bento | Rodrigo Moraes Amanda Campos | Marina Panham Fluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan Lopes Diagramação:Leonardo Fial | Luiz Fernando Almeida | Felipe Santiago Foto da capa: Davi Farias Rua Cayowaá, 228 - Perdizes São Paulo -SP - CEP: 05018-000 Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296 e-mail: [email protected] site: www.rspress.com.br Anúncios: (11) 3875-6296 / 5627 [email protected] Por dentro da Sobed Secretaria Literatura de qualidade Entre os dez finalistas da 52ª edição do prêmio Jabuti, realizada este ano, estão os livros “Técnicas em endoscopia digestiva”, de Angelo P. Ferrari Jr., e “Colonoscopia”, de Marcelo Averbach e Paulo Alberto Falco Pires Correa. O primeiro livro busca resgatar a técnica e suas nuances de forma não personalizada, propiciando aos leitores a maneira mais ‘pura’ da realização dos diferentes procedimentos endoscópicos. Já a segunda obra aborda tópicos referentes à colonoscopia, desde os aspectos diagnósticos básicos às sofisticadas técnicas terapêuticas. E pode ser útil não somente aos iniciantes como também aos gastroenterologistas, colonoscopistas e coloproctologistas mais experientes. O Prêmio Jabuti é o mais importante prêmio literário do Brasil. Lançado em 1959, ganhou prestígio e novas categorias, até chegar às 21 subdivisões atuais. Além das mais tradicionais categorias de ficção, romance, contos e crônicas, há também as de Ciências Naturais e Ciências da Saúde. Os vencedores serão apresentados em noite de gala na Sala São Paulo, no dia 04 de novembro de 2010, na metrópole paulista. SOBED em festa A SOBED comemora 35 anos de existência, com uma história baseada em conquistas e avanços na endoscopia brasileira. Um dos fatos que marca a ocasião é o lançamento do logo de 35 anos da Sociedade, que faz parte de uma grande campanha de valorização do especialista em endoscopia. na trajetória da organização e da Também temos realizado melho- endoscopia brasileira. Em breve, rias constantes no site da Socieda- estará disponível também um ví- de. Na home page, o médico asso- deo institucional, com imagens da ciado pode conferir um link direto sede e depoimentos exclusivos. Fi- para a revista SOBED e para o que atento e continue conferindo recém inaugurado “Túnel do tem- as novidades em todos os canais po” – uma cronologia interativa, de comunicação disponíveis para com os principais acontecimentos os Associados. Errata A entrevista com o gastroenterologista Ricardo Rangel de Paula Pessoa, Outros Prismas, na última edição da revista SOBED (abril/junho), cita em seu trecho final, à página 16, que o médico fez sua residência no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Mas, na verdade, foi no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará. Pedimos desculpas pelo erro. 5 Secretaria Solicite seu diploma Como forma de valorizar os endoscopistas associados à entidade, a SOBED elaborou um diploma para seus titulares. Confeccionado em pergaminho, pode ser solicitado diretamente pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 195,00, a ser pago via boleto bancário. Peça já o seu! Revista Endoscopy Os interessados em assinar ou renovar suas assinaturas da Revista Endoscopy para o ano de 2010 devem acessar o site da SOBED, www.sobed.org.br, e clicar sobre o link “Revistas”. Depois, ao sele- SOBED DIGITAL Confira as novidades do SOBED DIGITAL. Um programa de atualização médica a distância em que os eventos de maior destaque no cenário nacional são gravados e disponibilizados em CD e/ou DVD. Para adquirir, basta acessar o site www.sobed.org.br, preencher a ficha de compra e pagar o boleto bancário que é gerado em seguida. Confira ao lado a programação disponível. 6 cionar a opção “Revista Endoscopy”, podem então efetuar a solicitação. Automaticamente, o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. E, na sequência, a revista Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-1 1 – A flood of endoscopic innovations: hits or misses? Anthony Axon (Inglaterra) 2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects, feasibility and management of complications Ichiro Oda ( Japão) 3 – Endoscopic ressection for early gastric cancer. Results in Japan Ichiro Oda ( Japão) 4 – Endoscopic therapy of chronic pancreatitis and its complications Klaus Mönkemüller (Alemanha) passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da Sociedade. Vale lembrar, também, que todos os assinantes da prestigiada revista internacional terão direito ao acesso online. Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-2 1 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy) Klaus Mönkemüller (Alemanha) 2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França) 3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro (Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento? Artur Parada (Brasil) DVD – Curso ao vivo Opção 1 – 1h 04min 1 - Enteroscopia Adriana Vaz S. Ribeiro 2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada DVD – Curso ao vivo Opção 2 – 1h 53min 1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas 2 - CA Esofágico Superficial Marcio M. Tolentino 3 - Controle de Varizes esofágicas Luiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh DVD – Curso ao vivo Opção 3 – 1h 40 min 1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho 2 - G.I.S.T José Celso Ardengh Por dentro da Sobed Anuidade 2010 Como benefício para você, entanto, é importante atualizar mir os recibos das anuidades já Associado, a SOBED está seus dados cadastrais junto pagas. O acesso é www.sobed. enviando as anuidades por à SOBED. Acesse o site para org.br/área médica/seção e-mail. Desta forma, será mais atualizar seu cadastro e apro- associados, no link “Anuidades fácil efetuar o pagamento para veite para verificar sua situação e Boletos”. Qualquer dúvida, ter acesso aos serviços que a financeira. Também por meio entidade oferece. Para isso, no de nosso site, é possível impri- [email protected] 3 - Balão intragástrico José Celso Ardengh 4 - Controle de Varizes pós-ligadura Renato Carvalho Curso de Colonoscopia 2009 – DVD 1 e 2 Módulo I Modalidades de Cresimento da Neoplasia Intra-mucosa Classificação Morfológica das Lesões Neoplásicas Colônicas Classificação Histopatológica das Lesões Neoplásicas Módulo II O vídeo-endoscópio moderno Estratégia do Diagnóstico em Colonoscopia Módulo III O Tratamento Endoscópico das Lesões Neoplásicas Resultado do Tratamento Endoscópico Modulo IV Colonoscopia e Prevenção do Câncer Exames de Vigilância Curso Interativo de Atualização em Endoscopia Digestiva 2009 Módulo I – Esôfago : Neoplasia Precoce Módulo II – Estômago: Neoplasia Precoce Módulo III – Vias Biliares e Pâncreas Módulo IV – Cólon: Neoplasia Precoce Módulo V – Controvérsias em Polipectomia Módulo VI – Hemorragia Digestiva Varicosa entre em contato pelo e-mail Selo de especialista Em reconheciSELO DE QUALIDADE DO ESPECIALISTA mento ao médico especialista em Endoscopia Digestiva ou em Endoscopia, assoSOCIEDADE BRASILEIRA DE ciado à SOBED, ENDOSCOPIA DIGESTIVA foi criado o Selo de Especialista e também o Selo para Certificação - utilizado para referendar os laudos emitidos na especialidade. Eles são emitidos aos associados da entidade quites com as anuidades e podem ser solicitados pelo site: www.sobed.org.br. 7 Secretaria Oficina de Colocação e Retirada de Balão Intragástrico Nada melhor do que a prática para fazer com que os profissionais conheçam, entendam por completo e executem, eles mesmos, os procedimentos. Justamente com esse objetivo a SOBED promoveu, mais uma vez, em São Paulo (SP), nos dias 06 e 07 de agosto, a Oficina de Colocação e Retirada de Balão Intragástrico. No primeiro dia de treinamento teóricoprático, que aconteceu no Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Ipiranga, os dez endoscopis- tas inscritos tiveram contato com os mais variados aspectos que envolvem a colocação (e retirada) do Balão Intragástrico BioEnterics (BIB). A Oficina é credenciada pela Certificação Nacional de Acreditação (CNA). “É praticamente uma imersão na atividade, desde o que é a obesidade, como funciona o balão, a abordagem do paciente, preparação e orientação pré e pós- colocação do balão. Há aulas sobre dietas, exercícios físicos, parte psicológica”, resume o diretor Especialistas reunidos para treinamento no Hospital Ipiranga 8 de cursos da SOBED, Ricardo Dib. Em seguida, todos passaram por treinamento feito em bonecos, na metodologia chamada ‘hands on’. “O participante faz todo o procedimento nesse boneco, e tira as dúvidas práticas com um médico preceptor, que o acompanha durante todo o processo. Isso permite que o profissional tenha mais segurança em todas as etapas de colocação e retirada do balão”, completa Dib. Na manhã de sábado, todos tiveram a Por dentro da Sobed chance de realizar o procedimento – que leva em média 30 minutos – em dez pacientes, sob o acompanhamento de quatro preceptores: Eduardo Greco, Thiago Souza, Ricardo Dib e Manoel Galvão Neto. Segundo este último, o trabalho tem como objetivo atender as expectativas de todos que executarão determinado procedimento, muito além de simplesmente saber a técnica de colocar e retirar o balão. Trata-se da preparação do paciente, indicações e possíveis complicações. Para Galvão, a Oficina é a melhor maneira de transmitir esses conhecimentos. “Eu faço preceptoria com balões intragástricos há pelo menos 10 anos. As principais dúvidas são sobre a técnica de colocação, a inserção e a retirada. Em uma escala de dificuldade de 0 a 10, a inserção é de nível 4 e a retirada, de nível 6”. Ao final do dia, Wilson Luis Vollet, endoscopista e gastrocirurgião da cidade de Jales, no interior de São Paulo, resumiu a experiência vivida na Oficina: “O trabalho foi muito bem feito. O conteúdo muito bem programado na parte teórica e na prática, com a assessoria de colegas experientes”. Endoscopistas aperfeiçoam técnica em treinamento prático detalhado. Ao lado, o diretor de cursos da SOBED e organizador desta oficina, Ricardo Dib 9 Diretoria e Comissões Diretoria Nacional Presidente: Carlos Alberto Cappellanes Vice-Presidente: Carlos Alberto da Silva Barros Secretários: Ricardo Anuar Dib Fabio Segal Tesoureiros: Pablo Rodrigo de Siqueira e Ciro Garcia Montes Comissões Estatutárias Comissões Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos Presidente: Antonio Gentil Neto Herbeth José Toledo Silva Lívia Maria Cunha Leite Nilza Maria Lopes Marques Luz Saverio Tadeu de Noce Armellini Sergio Luiz Bizinelli Comissão de Admissão e Sindicância Presidente: Ricardo de Sordi Sobreira Antonio Henrique de Figueiredo Carlos Aristides Fleury Guedes Fabio Marioni Roberto Palmeira Tenório Comissão Científica e Editorial Presidente: Marcelo Averbach Adriana Vaz Safatle-Ribeiro Carlos Eugenio Gantois Flavio Hayato Egima Huang Ling Fang Kleber Bianchetti de Farias Marcos Bastos da Silva Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas Walnei Fernandes Barbosa Comissão de Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Arnaldo Motta Filho Francisco José Medina Pereira Caldas Oswaldo Luiz Pavan Junior Plinio Conte de Faria Junior Paulo Afonso Leandro Comissão de Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Paulo Roberto Alves Pinho Daniel Moribe Gildo Barreira Furtado Giovani Antonio Bemvenuti Walton Albuquerque 10 Comissão de Título de Especialista e sua Atualização Presidente: Jairo Silva Alves Dalton Marque Chaves Geraldo Ferreira Lima Junior Gilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula Soares Luiza Maria Filomena Romanello Marco Aurélio D’Assunção Marcos Clarencio Batista Silva Vitor Nunes Arantes Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia Representantes em Instituições Comissões Não Estatutárias Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna Comissão de Acreditação de Serviços de Endoscopia Presidente: Eduardo Carlos Grecco José Renato Guterres Hauck Lincoln Eduardo Villela Vieira de Castro Ferreira Luiz Roberto do Nascimento Paulo Cury Renato Luz Carvalho Comissão de Relações Internacionais Presidente: Glaciomar Machado Arthur A. Parada Site Presidente: Flavio Braguim Horus Antony Brasil Jarbas Faraco M. Loureiro José Luiz Paccos Ricardo Leite Ganc Diretrizes e Protocolos Presidente: Edivaldo Fraga Moreira Carlos Eduardo Oliveira dos Santos Lix Alfredo Reis de Oliveira Luis Cláudio Miranda da Rocha Mara Lucia Lauria Souza Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires Correa Walnei Fernandes Barbosa Sobed - Revista Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi Sede Nacional Eli Kahan Foigel Rede Sobed/Sobed em Casa Horus Antony Brasil Thiago Festa Secchi Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Ejima Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Núcleos Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa Ferreira Eloá Marussi Morsoletto Machado Gustavo José Carneiro Leão Filho Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves Maria das Graças Dias da Silva Paulo Fernando Souto Bittencourt Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso Ardengh Kleber Bianchetti de Faria Lucio Giovanni Battista Rossini Marco Aurélio D’Assunção Simone Guaraldi da Silva Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi Hashiba Pablo Rodrigo de Siqueira Paulo Sakai Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio Ferreira Francisco José Medina Pereira Caldas Ligia Rocha de Luca Tadayoshi Akiba Vera Helena de Aguiar Freire de Mello Núcleo de Implantação das Unidades Estaduais Antonio Carlos Coelho Conrado João Carlos Andreoli Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto Por dentro da Sobed Estaduais Alagoas Presidente: Nilza Marques Luz Vice-presidente: Henrique Malta 1º Secretário: Herberth Toledo 2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral 1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro 2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa Neto Endereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - AL Fone: (81) 3241-7870 E-mail: [email protected] Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda Vinagres Vice-presidente: Leo Gilson Perri 1º Secretário: José Sebasttião Metelo 2º Secretário: José Carlos Comar 1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto 2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira Endereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MT Fone: (65) 3321-5318 E-mail: [email protected] Amazonas Presidente: Lourenço Candido Neves Vice-presidente: Victor Mussa Dib 1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo 2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo 1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Millenium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: [email protected] Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva 1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins 1º Tesoureiro: Marcelo de Souza Curi Endereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MS Fone: (67) 3327-0421 E-mail: [email protected] Bahia Presidente: Maria Cristina Barros Martins Vice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva Endereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 Salvador - BA Fone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: [email protected] Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa 1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: [email protected] Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando Soares Vice-presidente: Sussumo Hirako 1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto 2º Secretário: Francisco Machado da Silva 1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto 2º Tesoureiro: Marcio Velloso Fontes Endereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DF Fone: (61) 3345-7225 E-mail: [email protected] Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida Figueiredo Vice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro 1º Secretário: Aureo Paulielo 2º Secretário: Aderbal Pagung 1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky 2º Tesoureiro: Luis Fernando de Campos Endereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ES Fone: (27) 3324-1333 Site: www.sobedes.com.br E-mail: [email protected] Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira Resplande Vice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney 1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva 2º Secretário: Fernando Henrique Porto 1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira 2º Tesoureiro: Rennel Pires Endereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208 E-mail: [email protected] Maranhão Presidente: Djalma dos Santos Vice-presidente: Nailton J. F. Lyra 1º Secretário: Selma Santos Maluf 2º Secretário: Milko A. de Oliveira 1º Tesoureiro: Elian O. Barros 2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato Filho Endereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MA Fone: (98) 3235-1575 E-mail: [email protected] Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da Rocha Vice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt 1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior 2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling 1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho 2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3247-1647 E-mail: [email protected] Pará Presidente: Abel da Cruz Loureiro Vice-presidente: Edmundo Veloso de Lima Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues 2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior 1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista 2º Secretário: Ana Paula R. Guimarães Endereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223 E-mail: [email protected] Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca Pereira Vice-presidente: Fábio da Silva Delgado 1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa 2º Secretário: Pedro Duques de Amorim 1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto 2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PB Fone: (83) 3222-6769 E-mail: [email protected] Paraná Presidente: Luis Fernando Tullio Vice-presidente: Sandra Teixeira 1º Secretário: Maria Cristina Sartor 2º Secretário: Flávio Heuta Ivano 1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo 2º Tesoureiro: Marlus Volney de Morais Endereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PR Fone: (41) 3342-3282 E-mail: [email protected] Pernambuco Presidente: Josemberg Marins Campos Vice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista 1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo 2º Secretário: Roberto Tenório 1º Tesoureiro: Mario Brito Ferreira Endereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PE Fone: (81) 9973-8741 E-mail: [email protected] Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de Lima Vice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa 1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos 2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho 1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho 2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de Maia Endereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PI Fone: (86) 3221-4824 E-mail: [email protected] Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho Neto Vice-presidente: Edson Jurado da Silva 1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira 2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes 1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas 2º Tesoureiro: José Carlos Cortes Barroso Endereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180 Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 2507-1243 / 3852-7711 Site: www.sobedrj.com.br Email: [email protected] Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas Moura Vice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho 1º Tesoureiro: Verônica de Souza Vale Endereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500 Natal - RN Fone: (84) 3211-1313 E-mail: [email protected] Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira Lima Vice-presidente: Carlos Kupski 1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos 1º Tesoureiro: Cesar Vivian Lopes Endereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001 Porto Alegre - RS Fone: (51) 3352-4951 E-mail: [email protected] Rondônia Presidente: Victor Hugo Pereira Marques Vice-presidente: Domingos Montaldi Lopes 1º Secretário: Adriana Silva Assis 2º Secretário: Marcelo Pereira da Silva 1º Tesoureiro: Ricardo Alves 2º Tesoureiro: Volmir Dionisio Rodigheri Endereço: Rua Campos Salles, 2245 - CEP: 76801-081 Porto Velho - RO Fone: (69)3221-5833 E-mail: [email protected] Santa Catarina Presidente: Silvana Dagostin Vice-presidente: Ligia Rocha de Luca 1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig 2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis 1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles 2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr. Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005 Florianópolis - SC Fone: (48) 3231-0324 Site: www.sobedsc.com.br E-mail: [email protected] São Paulo Presidente: José Celso Ardengh Vice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro 1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello 2º Secretário: Thelma Christina Nemoto 1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi 2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de Oliveira Endereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000 São Paulo - SP Fone: (11) 3288-6883 Site: www.sobedsp.com.br E-mail: [email protected] Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de Monteiro Vice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues 1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto 1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva Filho Endereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São José CEP: 49020-270 – Aracaju - SE E-mail: [email protected] Tocantins Presidente: Jorge Mattos Zeve Vice-presidente: Marcos Rossi 1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu 2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos 1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos 2º Tesoureiro: Mery Tossa Nakamura Endereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segurado – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TO Fone: (63) 3228-6011 E-mail: [email protected] 11 Rede Sobed A Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância, gratuito para os associados, de cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as aulas em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, responder enquetes e participar de votações eletrônicas. Tratase de um modelo virtual de educação continuada voltado aos especialistas e associados à entidade. Como funciona? Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apresentado. O usuário é notificado sobre a temática do novo programa. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. A Rede SOBED tem mais de 650 cadastrados em seus diversos programas em mais de 240 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem às aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand. Cadastramento Faça seu cadastro por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Estão disponíveis na rede virtual programas de educação continuada ministrados em 2009 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessá-los). Não perca essa chance de investir na sua atualização e aperfeiçoamento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários cadastrados podem acessar a Rede SOBED pelo site da instituição. A Rede SOBED 2010 está disponível desde fevereiro. 12 Por dentro da Sobed Sobed em casa O programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem às principais apresentações do XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED) realizado em Salvador, entre os dias 24 a 28 de outubro de 2009. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição disponível na seção “Espaço Científico” no site da SOBED. Após a confirmação do pagamento da taxa de adesão, o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário. Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação quando um novo módulo estiver disponível e pode acessá-lo em qualquer hora e local. Para assistir basta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspondente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresentação de cada módulo, contados a partir da data de sua publicação e um limite máximo de tempo de três vezes em relação à duração de cada módulo. Após estes prazos (o que ocorrer primeiro) a senha irá expirar. A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revalidação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Associação Médica Brasileira). Se você não é associado da SOBED aproveite esta oportunidade para se filiar e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado. Associado Não-associado Até 31/01 Após 01/02 Até 31/01 Após 01/02 R$ 155,00 R$ 205,00 R$ 455,00 R$ 505,00 Programa: - Rastreamento do Carcinoma Colorretal - ESD - Dissecção Dendoscópica da Submucosa: Como Eu Faço - Hemorragia Digestiva Baixa - Lesões Benignas das Vias Biliares - Neoplasia Precoce do Esôfago - Obesidade Mórbida - Hemorragia Digestiva Alta Não Varicosa - Hemorragia Digestiva de Etiologia Obscura (Hemorragia Média) - Transição Esofagogástrica:Cardites - Colangiopancreatografia Endoscópica Terapêutica de Urgência: Quando Intervir e Tipo de Abordagem - Guidelines para EMR (Ressecção Endoscópica da Mucosa) e para ESD (Dissecção Endoscópica da Submucosa) - Lesões Subepitelais do Trato Digestório - Displasia no Esôfago de Barrett Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem em ceder os direitos de imagem ou os slides. 13 Acontece Boletim da Comissão Nacional de Acreditação (CNA) Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFN) determinou que os títulos de especialista emitidos a partir de janeiro de 2006 têm validade de cinco anos. É necessária sua revalidação por meio de atividades acadêmicas de atualização e reciclagem, como participação em congressos, cursos presenciais e à distância, trabalhos científicos, publicações, etc. Os especialistas devem se cadastrar no site www.cna-cap. org.br e acumular 100 pontos em cinco anos, sendo que há um limite máximo de 40 pontos por ano. As atividades que concentram o maior número de pontos são os congressos nacionais da especialidade, seguidos pelos congressos estaduais e cursos credenciados junto a CNA (quadro 1= tabela da pontuação). Os coordenadores de cursos cadastram no mesmo site (www.cna-cap.org.br) seus eventos, e estes são pontuados de acordo com a carga horária, recebendo 0,5 ponto por hora, com limite máximo de 10 pontos por curso. Conclamamos todos os especialistas da SOBED a cadastrar o maior número possível de cursos junto à CNA em todas as regiões do País, uma vez que há um número mínimo de pontos que a SOBED tem que oferecer, por região, tanto de cursos presenciais quanto à distância. Fica o importante ALERTA aos especialistas que conquistaram o título em 2006: eles terão que acumular os 100 pontos até 2011 e, portanto, não devem deixar para a última hora, devido ao limite máximo de 40 pontos por ano. A profusão de vários cursos em todo o território nacional contribuirá para a consolidação da SOBED enquanto especialidade médica fortemente inserida na medicina interna e cirurgia. Para saber a sua pontuação, faça o seu cadastro na CNA. Renato Baracat 14 Eventos Atividades Pontos Congresso Nacional da Especialidade 20 Congresso da Especialidade no Exterior 5 Congresso/Jornada Regional Estadual da Especialidade 15 Congresso Relacionado à Especialidade com apoio da Sociedade Nacional da Especialidade 10 Outras Jornadas, Cursos e Simpósios 0,5 ponto/hora (mín. 2hs/máx. 10hs.) Programa de Educação à Distância por Ciclo 0,5 ponto/hora (mín. 1h/máx. 10hs.) Atividades Científicas Atividades Pontos Artigo Publicado em Revista Médica 5 Capítulo em Livro Nacional ou Internacional 5 Edição Completa de Livro Nacional ou Internacional 10 Conferência em Evento Nacional apoiado pela Sociedade de Especialidade 5 Conferência em Evento Internacional 5 Conferência em Evento Regional ou Estadual 2 Apresentação de Tema Livre ou Pôster em Congresso, ou Jornada da Especialidade 2 (máx. 10) Atividades Acadêmicas Atividades Pontos Participação em Banca Examinadora (Mestrado, Doutorado, Livre Docência, Concurso, etc.) 5 Mestrado na Especialidade 15 Doutorado ou Livre Docência na Especialidade 20 Coordenação de Programa de Residência Médica 5 por ano Por dentro da Sobed Nota de falecimento José Martins Job, catedrático em clínica médica da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, que morreu no dia 2 de julho de 2010, foi o primeiro presidente da SOBED. Um dos marcos de sua trajetória foi perceber que a endoscopia digestiva estava prestes a ganhar projeção, com base em tecnologia emergente, de enorme potencialidade. Ao investir nos degraus da vida acadêmica, procurou formação sólida em gastroenterologia, ao lado de Henry Bockus, fundador da especialidade. Desde cedo, encantou-se com os procedimentos endoscópicos, usando instrumentos rígidos e semirrígidos. O pioneirismo ficou marcado quando em 1966 foi ao Japão e trouxe os primeiros endoscópios flexíveis para o Brasil. O ensino da Gastroenterologia e da Endoscopia Digestiva tornou-se constante em sua vida, cuidando da formação de especialistas na Enfermaria 27ª da Santa Casa de Misericórdia, na FUGAST e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Procurou sempre se cercar dos mais destacados endoscopistas do mundo ao dar início aos Seminários de Endoscopia Digestiva, e de todos teve justo reconhecimento. Seu espírito agregador tornou-se evidente quando liderou seleto grupo de endoscopistas para a fundação da SOBED e, logo adiante, envolveu-se com ardor na formação da SIED e da OMED. Numerosos discípulos tiveram o prof. Job como orientador. Neste momento de pesar, todos se unem à comunidade dos endoscopistas, que o reverenciam em homenagem legítima ao grande mestre que honrou a medicina brasileira. SOBED - Diretoria Executiva 2008-2010 DNA O presidente dos 35 anos Com o fim de sua gestão, Carlos Alberto Cappellanes relembra seus primeiros passos rumo à presidência da SOBED e aponta medidas políticas que podem mudar a realidade médica no Brasil Amanda Campos Colaborou Fábio Berklian Carlos Alberto Cappellanes, presidente da SOBED 16 No intervalo entre uma reunião e outra, o presidente da SOBED, Dr. Carlos Alberto Cappellanes, recebeu a nossa equipe. Em meio às perguntas, o relógio do médico foi colocado sobre a mesa. “Vou entrar em uma outra reunião daqui a pouco”, justificou. Administrar o tempo tornou-se uma constante na vida do especialista. E não é por acaso. Além dos assuntos da SOBED, o médico atua nos hospitais Sírio Libanês (HSL) e Santa Catarina (HSC), ambos em São Paulo (SP), e ainda leciona na Universidade de Taubaté (UNITAU), onde se formou. Desde 2008, quando iniciou sua gestão, Cappellanes definiu suas prioridades à frente da diretoria e concretizou, ao longo de três anos, vários desafios. Entre eles, a realização de encontros científicos fora do eixo Rio-SP e da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), em parceria com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), um marco na especialidade. “É um processo que vinha sendo discutido há anos e só agora foi concretizado”, afirma. Consolidar esses objetivos é, de acordo com o especialista, a finalização de um processo que começou em 1988, quando entrou para a SOBED no cargo de secretário geral. “Nunca sonhei em estar na diretoria da SOBED, quanto mais ser presidente. Vejo o cargo como um amadurecimento”, define. Se o ingresso na entidade não era um dos ideais de Cappellanes, a ideia de entrar no curso médico sempre foi seu objetivo. Para atingir a meta, o especialista começou a trabalhar cedo, aos 14 anos, complementando a renda dos pais, o motorista de caminhão Antônio Cappellanes Filho e a dona-de-casa Lydia Cappellanes. “Comecei como office boy, depois fui auxiliar de departamento pessoal e, depois, de estatística. Só parei para fazer cursinho”, lembra. Ao ingressar na UNITAU, o especialista teve apoio financeiro da família, que ainda Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 morava em São Caetano do Sul, sua cidade natal, para arcar com os gastos da faculdade. Hoje, Cappellanes acredita que tanto esforço foi válido. “Ser medico é meio mágico. É ótimo você conseguir diminuir o sofrimento das pessoas”, explica. Nesta entrevista, ele lembra seus passos rumo à presidência da SOBED, analisa a situação da medicina como profissão no Brasil, e destaca a evolução da entidade no cenário nacional. “A SOBED está mais robusta politicamente.” e tive a oportunidade de fazer o primeiro levantamento dos exames endoscópicos da Faculdade de Medicina de Taubaté, em 1974. Nessa época, eu vinha a São Paulo assistir a esse tipo de exames com o Dr. José Meireles Filho. E me entusiasmei com o procedimento. Em 1979, o professor Kiyoshi Hashiba me aceitou como estagiário em endoscopia no Hospital Sta. Catarina. Trabalho com o Dr. Hashiba desde essa época. Como é ser presidente de uma entidade que, no momento, completa 35 anos de história? Olha, esse é o resultado de um longo trabalho que foi feito. Meu sonho sempre foi ser um bom profissional. Presidir não era um objetivo de vida, mas achava que poderia ser presidente porque trabalhava muito aqui. Comecei a trabalhar na gestão do Dr. Kiyoshi Hashiba, em 1988. Já fui diretor de sede, secretario geral e responsável pela prova de título de especialista duas vezes. A oportunidade de ser presidente amadureceu com o tempo, me candidatei na hora certa e fui eleito. Foi uma evolução natural. Estava pronto quando fui eleito e já estou absolutamente preparado para sair. Um dos objetivos da gestão desta diretoria era estimular a atualização científica, difundindo a especialidade pelo Brasil. Quais evoluções o senhor observa nesse sentido? Descentralizamos um pouco os encontros e eventos científicos que eram sempre realizados nos grandes centros. Fizemos um simpósio em Fortaleza, algumas oficinas também fora de São Paulo, no interior, mas sempre lutamos com o problema logístico e financeiro. Nós não conseguimos fazer mais por conta desses problemas. Como a endoscopia digestiva surgiu em sua vida? Decidi me tornar endoscopista quando era residente em cirurgia, com o professor Manlio Speranzini. A especialidade tinha se iniciado havia pouco tempo no Brasil, Alguns especialistas brasileiros acreditam que estamos equiparados ao Japão em termos técnicos. O senhor concorda? Absolutamente. Nosso conhecimento científico não deixa nada a desejar a qualquer outro do mundo. A habilidade profissional também não. Mas em termos tecnológicos, é um problema, porque importamos quase todos os equipamentos e é tudo muito caro. Já começamos com um pequeno atraso em relação aos centros onde esses equipamentos são produzidos. Então podemos dizer que faltam recursos das entidades de especialidade para obter materiais de ponta no País? Isso não depende da Sociedade, mas do sistema público de saúde. O Japão, por exemplo, tem um sistema de rastreamento de câncer de estômago e cólon muito eficiente, coisa que não temos no Brasil. E quem propicia isso não é a sociedade de endoscopia japonesa, mas o sistema de saúde. Lá, o câncer precoce pode ser tratado por endoscopia. A ESD (Dissecção Endoscópica Submucosa) [nova técnica que aumenta o espectro terapêutico em lesões malignas no estágio inicial]. Diferentemente do Brasil, onde o câncer é detectado em estágio avançado, e basicamente tratado cirurgicamente, quando possível. Hoje, qual é o papel da SOBED na vida de seus Associados? A Sociedade de Endoscopia está mudando. Cientificamente, a SOBED é muito bem resolvida. Grande número de especialistas faz trabalho científico, a maioria é titulada e realizamos a prova de título com frequência. Agora, na área política, aí é um problema para todas as entidades. Estamos juntos à Associação Médica Brasileira (AMB) e ao Conselho Federal de Medicina (CFM) lutando para melhorar a remuneração e as condições de trabalho dos médicos. A área política é a maior dificuldade porque quase 17 DNA “Ser medico é meio mágico para mim. É ótimo você conseguir ajudar as pessoas, conseguir diminuir o sofrimento delas” nada anda. Os mesmos problemas que eu discutia há 32 anos, quando ainda era residente, me vejo discutindo hoje de novo. Às vezes é frustrante. É esse empenho político o principal legado que o senhor deixa para a próxima gestão? O fato de a SOBED ter ganhado força política frente às nossas entidades representativas, é o principal legado que esta diretoria vai deixar. As entidades sabem que a gente existe e que somos sérios. Não que eles não soubessem disso antes, mas esta diretoria propôs um trabalho voltado ao fortalecimento político. Além de ter alcançado esse tom administrativo, a SOBED está mais robusta. Falta união da classe médica para melhorar a articulação política da categoria? 18 Somos a maior bancada no Congresso Nacional e, por exemplo, a aprovação da lei do Ato Médico está sendo um “parto”. A Emenda 29 tramita e patina há quanto tempo? A nossa tabela, por exemplo, apesar de valores que julgamos vis é considerada cartel e as seguradoras não a respeitam, algumas tendo suas próprias que aí não são carteis. É conhecida a falta de união da classe médica. Isso não decorre da insensibilidade desse profissional a respeito dos seus problemas. O que ocorre é que o médico, para manter um padrão de vida “aceitável” é obrigado a ampliar seu horário de trabalho, dando plantões, aumentando o número de consultas etc. Isso faz com que ele fique exaurido e o pouco tempo que tem, ao invés de participar de reuniões para discussão de seus problemas, prefira estar com a família, estudar ou dedicar-se a alguma forma de lazer. O que as sociedades de especialidades têm que objetivar então, é uma “visão macro”, não querendo resolver situações aqui e ali. A sociedade deve estar junto aos órgãos representativos da categoria médica (AMB, CFM, FENAM) e aí, sim, todos juntos, pressionarmos para que ocorram as mudanças desejadas. É a primeira vez que a SOBED trabalha junto à Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) na realização da SBAD. Por que optaram pela organização conjunta do encontro? Esse era um processo que vinha sendo dis- cutido durante anos. Nós tínhamos nosso evento bianual, o Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva, assim como a FBG tinha o seu. Havia o desejo que fosse feita a SBAD todo ano, como acontece nos EUA. Então, para que acontecesse essa unificação, houve uma longa discussão e, quando resolvidas todas as pendências, esta diretoria decidiu que faríamos a Semana do Aparelho Digestivo todos os anos juntos. Nela, as especialidades estão unidas, fazendo as reciclagens anualmente. O que é ser médico para o senhor? É ótimo você conseguir ajudar as pessoas, conseguir diminuir o sofrimento delas, melhorar sua qualidade de vida, dar uma palavra de conforto para um doente. Eu não conseguiria fazer outra coisa. Mas acho que o médico é tão necessário à sociedade quanto qualquer outro profissional. O senhor acredita que toda essa dedicação à medicina atrapalhou sua vida familiar? Não acho que a felicidade na vida familiar passe pela sua felicidade em seu trabalho. Certamente se você exerce uma atividade profissional que não lhe dá prazer ocorrerão duas coisas: a primeira é que você vai ser um mau profissional. Certamente também essa frustração será descarregada no seu ambiente familiar. Com certeza gostaria de ter tido e ter maior contato com minha família. Também trabalho muito para “sobreviver”. Sou exatamente igual à maior parte dos médicos que atuam no Brasil. Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 19 Capa 20 Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Capítulos bem escritos 21 Capa Três ex-presidentes consecutivos contam desafios e realizações à frente da SOBED, desde o turbulento período político no início dos anos 1980 até o final desta década Thiago Bento e Rodrigo Moraes 22 O quinto presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Fernando Cordeiro, assumiu o cargo em 1984, período em que o País estava mergulhado em conturbada crise política, econômica e social. Eram tempos das “Diretas Já”, quando o Brasil passava por um processo de redemocratização. “Foi realmente uma fase de júbilo para Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Abertura do Congresso Mundial de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, realizado pela SOBED na cidade de São Paulo (SP), em 1986 todos os segmentos da sociedade”, celebra o endoscopista de Pernambuco. Para Cordeiro, a área da saúde não poderia estar isolada deste contexto. “Entendemos que nenhuma entidade pode ter finalidade exclusivamente científica ou cultural. Todos têm obrigação de exercer atividade política, no sentido mais amplo da palavra, sem abandonar as finalidades específicas”. Dessa maneira, a SOBED participou de diversas lutas dos órgãos de classe, liderados pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM). A Sociedade também participou da ação para implantar nacionalmente a tabela da AMB para todos os convênios médicos. Batalha, aliás, que segue ainda hoje. Dentre as ações da SOBED de 1984 a 1986, Cordeiro destaca o VII Seminário Brasileiro de Endoscopia Digestiva, em 1985, na cidade de Guarapari (ES); a fundação do capítulo da Paraíba, e de representações da Sociedade no Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Sergipe. Além da criação do Programa Nacional de Atualização, que oferecia cursos, jornadas e simpósios, em parceria com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Dos dias 7 a 12 de setembro de 1986, a SOBED promoveu, em São Paulo (SP), o 6º Congresso Mundial de Endoscopia Digestiva, e o 8º Congresso Mundial 23 Capa Formação O ano de 1983 trouxe grandes mudanças no cenário e melhorias para a endoscopia digestiva brasileira. Confira a seguir alguns dos momentos mais importantes: A SOBED filiou-se à Associação Médica Brasileira (AMB) e houve a confirmação da endoscopia digestiva como especialidade. Na época, o presidente da AMB era o gastroenterologista Mário Barreto Corrêa Lima. Primeira prova para obtenção do título de especialista em endoscopia, reconhecido pela AMB. A Comissão que aprovou os candidatos era presidida por José de Paula Lopes Pontes, e integrada por Ismael Maguilnik, Kiyoshi Hashiba e Glaciomar Machado. Foi divulgada a primeira lista dos especialistas em endoscopia digestiva para todos os hospitais brasileiros e para todos os planos de saúde então existentes, com o objetivo de que fossem credenciados apenas aqueles que possuíssem o titulo de especialista. de Gastroenterologia. Foi durante este último que o paranaense Olival Ronald Leitão assumiu o cargo de presidente. Seu vice era o especialista mineiro Celso Afonso de Oliveira. Segundo Ronald Leitão, a entidade ainda era jovem, com muitos projetos a serem concretizados. O plano inicial da gestão era desenvolver um programa de reciclagem em endoscopia digestiva em diversos estados, projeto iniciado em Natal (RN). “Os moldes dos cursos eram clássicos. Professores convidados abordavam temas em voga no período, nos velhos slides”, lembra o ex-presidente. Durante os dois anos sob a gestão do endoscopista, houve oitos cursos em diferentes regiões do Brasil. E a SOBED continuou com as provas de título de especialista, coordenadas por Giovani Benvenuti, de Porto Alegre (RS). Representatividade No outro extremo do Brasil, em Belém (PA), a Sociedade esteve presente na Jornada Norte de Gastro e Endoscopia. No segundo ano do mandato de Leitão, 1987, foi organizado o Seminário Brasileiro de Endoscopia Digestiva, em Salvador (BA), presidido pelo baiano Igelmar Barreto Paes. Aquela foi a primeira vez que o belga Michael Kremer esteve com os especialistas brasileiros, estabelecendo vínculos e permitindo que muitos fossem visitar o serviço de endoscopia comandado por ele na cidade de Bruxelas. A partir dessa ocasião, Kremer passou a ser figura de destaque e presença frequente nos diversos encontros da SOBED. Outros presentes na ocasião foram os franceses Thierry Pouchon e René Lambert (destaque da edição de número sete da Revista SOBED), atuais Criada a primeira tabela de honorários para os procedimentos endoscópicos. Com a ajuda do Professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Alberto Nunes Cosenza e sua equipe, e de Dirceu Machado, que analisaram os custos dos equipamentos e sua manutenção. Primeiro livro da SOBED: foi publicada a edição inaugural do livro de Endoscopia Digestiva da SOBED, idealizado por José Meirelles. Manteve-se a mesma comissão editorial, composta por Fernando Cordeiro, Schlioma Zaterka e Luiz Leite Luna. Os 25 anos da SOBED, celebrados durante encontro em Salvador (BA) 24 Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Diretoria e alguns dos fundadores da SOBED, na II Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, em Goiania (GO) convidados de prestígio em eventos da sociedade. De acordo com Olival Ronald Leitão, entretanto, o hábito de trazer especialistas internacionais começou simultaneamente à criação da SOBED, em 1975, no encontro de Endoscopia em Curitiba (PR), quando o profissional alemão Dr. Koch demonstrou, pela primeira vez, a papilotomia endoscópica. Do encontro de Curitiba participaram o novaiorquino Gerome D. Waye, então presidente da Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal (American Society for Gastrointestinal Endoscopy) e do Colégio Americano de Gastroentereologia (American College of Gastroenterolo- gy), e o japonês Dr. Kazuo Hara. O ex-presidente Ronald Leitão lembra que um dos principais desafios da sociedade era a formação de capítulos nos Estados brasileiros. “Algo realizado de maneira progressiva”. E comenta a fundação da unidade paranaense, da qual foi presidente, estabelecida “graças aos trabalhos de endoscopistas como Luiz Felipe de Paula Soares, Luiz Renato Teixeira de Freitas, Julio Cezar Pisani e muitos outros”. A experiência para presidir ambas as instituições foi acumulada como vicepresidente durante as cinco gestões anteriores da SOBED. Participante ativo das diversas comissões da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, atualmente, quando participa dos encontros, percebe a importância científica e de prestação de distintos serviços aos sócios. “Deve-se a uma corrente dedicada ao engrandecimento da SOBED. Tenho orgulho de ter sido um elo”. Crescimento O Congresso Mundial de Gastroenterologia possibilitou o estudo da compra de uma sede, para a SOBED nacional, na cidade de São Paulo. “Tivemos a sorte de receber uma verba significativa”, lembra Leitão. A aquisição aconteceu em 1988, na gestão de Kiyoshi Hashiba, hoje professor titu- 25 Capa lar do Hospital Sírio Libanês, catedrático da Faculdade de São Paulo e da Universidade Federal de Uberlândia. Até aquela época a sede era itinerante, sempre na região onde morava o presidente em exercício. “Era difícil ter uma estrutura permanente e bem constituída”, comenta Hashiba. Reformar a tabela de honorários de endoscopistas também figurava entre as iniciativas assumidas. De acordo com a tabela de remuneração da AMB na época, não se pagava pelo custo operacional. Acrescenta Hashiba: “Com a ajuda de Vera Mello, Artur Parada, Eduardo Greco e outros, fezse um estudo de custos mínimos para a realização da endoscopia digestiva”. A nova tabela foi aprovada pela AMB, em 1990, como forma de remu- Na linha do tempo P SOBED conduz ações de valorização histórica e profissional da endoscopia, por ocasião do 35º aniversário da Sociedade Amanda Campos e Marina Panham 26 or dois motivos, o dia 25 de julho é data comemorativa para endoscopistas do aparelho digestivo 35º aniversário da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e Dia do Endoscopista. Para promover um resgate histórico dos 35 anos de existência da entidade, com ações de valorização aos endoscopistas brasileiros, a SOBED lançou, em seu site, na mesma data festiva, a seção “História SOBED”, novo canal de comunicação que estimula a interação entre a Sociedade e especialistas. A linha do tempo permite que o endoscopista ajude a contar a história da entidade por meio de postagens. O usuário não precisa possuir login, basta preencher o campo da mensagem com nome, e-mail e data. A seção será dividida por categorias (biênio) e subcategorias (meses). E as postagens serão incluídas nas datas correspondentes (ano e mês). Se aprovado, o texto sobre a entidade neração mínima, e passou a ser base para a Associação. Os valores, entretanto, foram reformados posteriormente, considerados não condizentes com a atividade. “Mesmo assim, a reforma foi um marco no pagamento dos endoscopistas”, exalta o ex-presidente, ao lembrar o reconhecimento dado à SOBED em função dessa conquista. Por causa da proposta de atender será anexado na linha do tempo 24 horas após o envio. Outra ação em favor da categoria é o vídeo institucional em comemoração aos 35 anos da SOBED. As 24 unidades estaduais da entidade, nas cinco regiões do Brasil, serão retratadas no curta-metragem, para que os especialistas conheçam um pouco mais da entidade que existe por trás de congressos, centros de treinamento e atividades científicas, realizadas anualmente. Com aproximadamente cinco minutos de duração, o vídeo aborda o trabalho de capacitação e promoção à endoscopia digestiva brasileira no site da SOBED, ou por meio da SOBED Digital, que oferece aos especialistas da categoria os principais encontros da entidade em DVD ou CD. Como parte da comemoração, a revista SOBED – entregue bimestralmente aos associados – vem abordando, em uma série de reportagens comemorativas, os primeiros passos da entidade rumo ao seu desenvolvimento. Na primeira edição que Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 às necessidades de relacionamento entre os endoscopistas digestivos fora dos encontros societários, foi criado o primeiro jornal oficial da SOBED. Além disso, a Sociedade forneceu material didático e coleções de slides foram adquiridas pelos associados, independentemente de sua qualificação. E, como é normal em um desafio do porte de uma sociedade nacional, infelizmente nem todas as iniciativas foram bemsucedidas. Fracassaram as tentativas de criar um consórcio e seguro de aparelhos, e desenvolver linha direta de diálogo com endoscopistas de destaque. Na interpretação de Hashiba, o meio não estava maduro para concretizar tais ideias. A nova tabela foi aprovada pela AMB, em 1990, como forma de remuneração mínima, e passou a ser base para a Associação publicou a reportagem especial, a de abril/junho, os ex-presidentes falaram sobre o início dessa história. Também integram as ações de valorização da categoria o Blog do Dia do Endoscopista – diadoendoscopista.com.br -, que oferece informa- ções sobre concursos, eventos, promoções e outros acontecimentos, e a Revista SOBED On-line, lançada em agosto no portal da Sociedade. De acordo com o presidente da entidade, Carlos Alberto Cappellanes, as ações demonstram que “a SOBED está acompanhando as inovações que acontecem em todas as sociedades de especialidade do País”. Acesse o portal e confira as novidades. Site: www.sobed.org.br 27 Capa 28 Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 29 Esportes Assim corre a humanidade 30 Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Uma das maneiras mais saudáveis de manter o corpo em forma, as corridas de rua ganham espaço e são cada vez mais frequentes no País Rodrigo Moraes D omingo, 6h20 (da manhã!). Toca o despertador e fica aquela sensação estranha de estar perdendo a hora para o trabalho. Retomada a consciência, logo o susto é substituído por uma pergunta que fica alguns segundos martelando a cabeça: “Por que resolvi me enfiar nessa história?”. Enfim, a inscrição já foi feita, o sono “perdido”, e o objetivo de completar uma corrida de rua de 10 km continua a me desafiar. Apesar de ser dia típico de verão, o tempo ainda está um tanto fresco. A competição começará às 8h, e, portanto, é preciso chegar ao local da largada com pelo menos uma hora de antecedência, para retirar o kit da corrida, que inclui camiseta da prova, número de peito, chip para registrar o tempo e um número para utilizar o guarda-volumes. E alguns minutos para o aquecimento... Ok, kit retirado, é hora de procurar um lugar para a largada. Existem ‘pelotões’ de acordo com a média de tempo que se faz por quilômetro. Assim, o corredor inicia a prova, teoricamente, no grupo que mantém o mesmo ritmo de corrida. Isso diminui os riscos de ser “atropelado” por algum supercorredor, ou se ver diante de alguém em “marcha lenta” à sua frente. O ambiente que se instala em volta de eventos de lazer, ou esportivos, como a prova de rua, é repleto de sentimentos. Um misto de adrenalina, ansiedade, tensão, o que esperar daquele momento em diante. O clima de satisfação predomina. É justamente esse misto de sensações que envolvem uma corrida desse tipo o mais inspirador para qualquer interessado – ou não – em tomar parte na disputa. A prova ainda não começou. O percurso de 10km sai da Praça Charles Miller (em frente ao Estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo), e passa por um longo trecho do Elevado Costa e Silva (o ‘Minhocão’), que corta boa parte do centro da cidade e liga as regiões leste e oeste. Em seguida, os participantes retornam pela mesma avenida até chegar novamente em frente ao Estádio. A largada Depois de achar o meu espaço e fazer todo o processo de aquecimento, a organização da prova dá início à contagem regressiva para a largada. Para isso, lança mão de uma música recorrente em eventos esportivos. A clássica música de formaturas e festas ‘We are the champions’, da banda inglesa Queen. Todos partem. No início fica um pouco difícil manter um ritmo e encontrar espaço para correr tranquilamente, em função do grande número de participantes. Passado o primeiro quilômetro de prova, os atletas se “dispersam” e a fluidez melhora. O percurso Instintivamente, um dos aspectos mais interessantes de correr é observar a diversidade de perfis dos participantes da prova. São jovens, adultos, senhores e senhoras, com disposição e fôlego para dar inveja a muito ‘atleta de fim de semana’, que se considera “o” esportista, enquanto, na verdade, apenas agride o organismo, sem preparo algum. Outro aspecto curioso é a referência de trânsito que a metrópole paulistana nos traz. Por isso, foi particularmente curioso atingir velocidade maior correndo entre ruas que habitualmente são exemplo de caos (como o próprio Elevado Costa e Silva), do que se estivesse acomodado à frente do volante do meu carro. Já havia me preparado para completar a primeira metade do percurso de 10km em 30 minutos. Ou seja, percorrer cada quilômetro em aproximada- 31 Esportes mente 6 minutos. Apesar disso, uma das dicas para quem estiver iniciando as provas é não se preocupar com performance. Portanto, respeitar o ritmo individual e ter como meta terminar a prova é o melhor caminho. Até o terceiro quilômetro, onde estava instalada a primeira base de apoio, com água para hidratar o corpo, notei que corria aquém do programado. Era hora de apertar o passo e correr atrás do “prejuízo”. Claro, sem exageros. Passei o quinto quilômetro com 30m e 12s. Primeira meta (quase) cumprida. Agora viria a segunda metade, e a consciência de que o desgaste e o cansaço seriam maiores. Metade da prova carrega outras partes do corpo. Os braços são fundamentais para o equilíbrio e não devem nem ficar largados e nem espremidos contra o corpo. Quanto à respiração, não há necessidade de seguir uma técnica específica. Tentar inspirar e expirar de forma ritmada, por exemplo, é um erro. Seus pulmões exigirão naturalmente a quantidade de oxigênio necessária. É preciso saber “ouvir” o próprio corpo. Ficar ofegante demais significa que se ultrapassou o limite. Chegando perto do fim do trajeto, apesar de toda a preparação e cuidado de não extrapolar meus limites, o fôlego já estava longe do ideal. E a vontade de reduzir o ritmo era grande. A motivação vem do pessoal da organização do evento, e mesmo de outros participantes (principalmente os de mais idade), que normalmente incentivam a manter o ritmo. Passada a metade da prova, era perceptível minha mudança de postura e respiração. Minha e de boa parte das pessoas que corriam ao meu lado. A tendência natural de quem corre é ter uma leve inclinação para frente durante o movimento de corrida. Maratonis- Sprint final tas, por exemplo, inclinam cerca de 5º. Faltando menos de 500 metros O ideal, porém, é manter a postura o para o fim da prova, era possível ver mais reta possível. A inclinação sobre- novamente a entrada da Praça Char- Hidratação Não espere sentir sede para beber água. Quando a sede chega, é porque a pessoa já está desidratada. Recomenda-se beber água a cada três quilômetros. A taxa de perda de líquidos por meio do suor costuma ser de dois a três litros por hora, mas pode variar de acor- 32 do com características individuais e condições climáticas, por exemplo. O estômago aceita de 200ml a 300ml de líquido a cada 15 minutos. Tente beber essa quantidade, porque se beber muito pouco, de 50ml em 50ml, por exemplo, o processo de esvaziamento do estômago se tornará mais lento, dificultando a hidratação. Porém, a ingestão de líquido não deve causar desconforto gástrico ou aumentar a vontade de urinar durante a prova. Para quem corre até uma hora e meia, a água é suficiente para fazer a reidratação. A água de coco também é bastante recomendada pelos nutricionistas, por ser natural. Em percursos que duram mais tempo, bebidas industrializadas, como os isotônicos, podem ser vantajosas, por conterem sais minerais em maiores taxas de concentração – especialmente o sódio, o mineral que mais se perde durante o exercício. As bebidas isotônicas devem ter menos de 8% de carboidratos, pois o estômago tem mais dificuldade de assimilar níveis superiores a esse. Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 les Miller. Um número crescente de pessoas incentiva e tira fotos daqueles que chegam. A 100 metros do fim, sob uma salva de palmas de uma equipe de corrida, vejo um senhor, aparentando seus 80 anos, completar a prova. Até que, ao som de ‘Chariots of Fire’, trilha do filme Carruagens de Fogo (1981), sempre lembrada pela relação com os jogos olímpicos, chego ao fim do percurso, com o tempo de 1 hora, 2 minutos e 43 segundos, e a sensação indescritível de completar um desafio pessoal, experiência para ser lembrada sempre. As bolhas nos pés não me deixarão esquecer tudo o que aconteceu, pelo menos durante uma semana. Serviço Confira sites especializados em corridas de rua, que trazem conteúdos como calendário nacional de corridas, resultados, fotos on-line, dicas de treinamento e saúde: http://www.cbat.org.br/corrida/ (Confederação Brasileira de Atletismo – Corrida de Rua) www.ativo.com (Destinado aos esportistas, empresas que atuam ou querem explorar o mercado esportivo, federações, associações e organizadores de eventos) www.webrun.com.br (Portal especializado em Corridas de Rua, Triathlon, Saúde e Qualidade de vida) www.corridasderua.com (Portal dedicado a atender corredores amadores e profissionais) www.corpore.org.br (Entidade que atua como núcleo de representatividade e porta voz do corredor na comunidade) www.runnerbrasil.com.br (Informações destinadas aos praticantes e interessados em atletismo, especialmente os corredores de rua). Europa Médico Service IMPORTAÇÃO, ARMAZENAMENTO, DISTRIBUIÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS MÉDICOS EQUIPAMENTOS PARA ENDOSCÓPIA DIGESTIVA O Vídeo-gastroscópio e o Vídeo-colonoscópio RMS se destacam pela manipulação simples, com anos de estudos e pesquisas, desenvolvendo assim, um padrão de qualidade em tecnologia. O mais moderno sistema de Vídeoendoscopia digestiva, de fabricação genuinamente alemã - marca RMS. Os Endoscópios RMS possuem focos de 4 a 200mm, um chip de 440.000 pixels em memória, imagem 140º, com visualização ampla e completa na tela do monitor. Com uma lâmpada Halógena ou Xenon especial. ACESSÓRIOS PARA ENDOSCÓPIA DIGESTIVA Temos uma linha completa com 700 acessórios diversos para Vídeo-endoscopia digestiva. 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Introduzida no Velho Mundo pelos portugueses, a pimenta originou-se como vegetal na América do Sul, na floresta amazônica. Na África, desenvolveu-se bastante e, na Ásia, foi muito bem apreciada como ingrediente da culinária. Passou a ser cultivada no mundo inteiro e a ter lugar em culinárias diversas. Moderadamente, a pimenta não provoca efeitos prejudiciais ao organismo. Além do prazer provocado pela liberação de endorfina, tem efeitos tônicos e antissépticos, estimula o sistema circulatório e digestivo, e aumenta a transpiração. Muitos se confundem achando que as sementes da pimenta provocam a ardência, mas a verdade é que o ardor e o aroma são causados por substâncias como piperina e capsaicina, encontradas na especiaria. Esses elementos são considerados benéficos para o coração e articulação sanguínea. Fatores como estrutura genética, condições climáticas, de crescimento e idade da fruta, também influenciam os níveis de ardência. Ao morder uma pimenta, ela se rompe e libera as substâncias que estimulam receptores sensíveis na língua e na boca. O cérebro associa o ardor à sensação de queimação, e faz com que os receptores produzam endorfina – analgésico natural que provoca sensação de bem-estar. No geral, se a finalidade é dar um toque picante suave ao prato, deve-se adicionar a pimenta inteira durante o cozimento, e descartá-la antes de servir. Para obter sabor mais ardente e picante, é preciso cortá-las ao meio e remover as sementes antes de adicioná-las ao prato. Para um resultado ainda mais forte, a pimenta deve ser picada com polpa e sementes, para ser adicionada em sua totalidade ao prato. Pimenta cura Desmistificando a “certeza” de que a pimenta provoca malefícios à saúde, pesquisas revelam que a especiaria tem grande valor nutricional, e auxilia no tratamento de diversas doenças, como câncer, reumatismo, pressão alta, enxaqueca, gripes, catarata, doença de Alzheimer, infecções, obesidade, diabetes e depressão. fez isso por meio de uma tabela baseada em quantas vezes uma pimenta moída precisa ser diluída em água com açúcar até perder a ardência no paladar. Quanto maior a ardência, maior a unidade. O molho de pimenta Tabasco, por exemplo, chega a 800 unidades SHU, e a pimenta mais ardida do mundo, segundo o Guiness Book, a californiana Red SaCiência Segundo estudo realizado por pesqui- vina Habanero, atinge 580 mil. sadores da Universidade de Washington, em Seattle (EUA), quanto maior o Difusão risco de a espécie ser atacada por fungos, Atualmente, existem 30 espécies de maior a quantidade de capsaicina, que pimentas, mas apenas cinco são culfunciona como mecanismo de defesa, tivadas: Capsicum chinense, Capsicum com a função de proteger a planta contra annuum, Capsicum baccatum, Capsicum bactérias. Para medir o nível de pungên- frutescens e Capsicum pubescens. Cozinha cia de cada pimenta, o farmacologista impossível de não ser associada à piamericano Wilbur Scoville inventou um menta é a afro-brasileira, que usa e abumedidor de nível de calor, denominado sa de temperos apimentados para dar Scoville Heat Units (SHU). mais sabor às receitas. O acarajé, iguaria Scoville conseguiu identificar as popular da Bahia, é servido quente ou variações correspondentes ao teor da frio, mas engana-se quem considera a substância que cada espécie possui. Ele escolha relativa à temperatura. “Acarajé 35 Gastronomia quente”, no caso, é servido com pimenta, e “acarajé frio”, sem. O prato “quente” é carregado de pimenta malagueta, herança ardente dos africanos e muito presente na culinária baiana. Cominho, orégano, açafrão e páprica são condimentos que proporcionam sabor especial às receitas. Os japoneses, por sua vez, utilizam raiz forte para a confecção dos pratos. Assim como a mostarda, a raiz forte possui a substância alil-isotiocianato. No Peru, as pimentas são secas e processadas em pasta. E vários outros países, como Índia, Coreia, Indonésia, Nepal, Tailândia e Turquia, são adeptos de molhos picantes com pimentas cruas, cozidas, secas, em saladas, fritas e processadas de outras maneiras. Adaptações culturais Famosa por iguarias apimentadas, como burritos, tacos e nachos, a culinária típica mexicana é adepta da pimenta na composição de seus pratos. Com influências maias e astecas, essa cozinha baseia-se principalmente no milho e feijão. Em seguida, legumes como abobrinha e chuchu, e as carnes, em especial a de porco. Pimenta, páprica e cominho são as especiarias mais utilizadas na confecção de pratos dessa nacionalidade, que une diversos sabores, cores e texturas, e torna os pratos mexicanos singulares. Tortillas são consumidas em todas as refeições: café da manhã, almoço e jantar. Feitas de milho ou trigo, são a base da alimentação por lá. “É o pão mexicano”, diverte-se Arturo Herrera, nascido no país da América do Norte e chef do La Buena Onda. La Buena Onda – que em espanhol significa “algo legal” – é o nome do fast-food da capital paulista, que oferece culinária mexicana e tex-mex. Segundo Herrera, todas as receitas foram adaptadas ao paladar brasileiro, e a quantidade de condimentos para a confecção dos pratos mexicanos é menor. “Não dá para fazer uma comida 100% mexicana, até porque é difícil encontrar ingredientes aqui”, explica. Mas, ainda de acordo com o chef, existe brasileiro que come pimenta como se fosse mexicano. “São quase 20 vidros de molho de pimenta no final de semana”. Para os adeptos do condimento, o La Buena Onda oferece quatro tipos de “salsas mexicanas”: Jalapeño, Salsa Roja, Chipotle e Habanero. Herrera informa que a pimenta mais consumida pelos frequentadores do fast-food é a Jalapeño. “Acredito que essa seja a mais consumida no México também”. O famoso burrito é o prato mais apreciado no restaurante, responsável por aproximadamente 60% do consumo. Segundo o chef, a preferência acontece por causa da variedade de recheios, e o cliente ainda monta seu próprio burrito, com os ingredientes que preferir. O segundo mais pedido é o taco, e as que- Nacho chili com queso, do La Buena Onda Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 sadillas ficam em terceiro lugar. Mesclada com ingredientes dos Estados Unidos, como queijo cheddar, a cozinha tex-mex baseia-se na fusão das culturas texana e mexicana, pelo fato de o Texas (EUA) ter sido território mexicano no passado. A cozinha caracteriza-se por pratos mexicanos incorporados e adaptados aos hábitos norte-americanos. O chili com queso não pertence à tradição mexicana e, portanto, não é encontrado no México, apenas nos Estados Unidos. A rede Taco Bell, ícone fast-food da culinária tex-mex, está presente em todo o interior dos Estados Unidos. O nacho, um dos aperitivos mais famosos do estado texano, foi inventado na cidade de Piedras Negras (México), por um cozinheiro do Clube Victoria chamado Ignácio Avala (conhecido como Don Nacho). A partir de 1995 foi criado um festival anual na cidade, para homenagear a grande invenção culinária. Hobby Rock visceral Endoscopista encontra na música complemento à rotina de médico, com banda reconhecida no cenário recifense Rodrigo Moraes 38 ““E u sei, é apenas rock ’n’roll, mas eu gosto!”. A célebre frase foi eternizada como ideal dos roqueiros, na música da banda inglesa The Rolling Stones, gravada em 1973, sob o título It´s Only Rock´n´Roll (But I Like It). Passadas mais de três décadas, ela continua inspirando pessoas a fazer música e divertir, a si e aos outros, com letras trabalhadas e acordes das guitarras em alto e bom som. O endoscopista Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo, de Recife (PE), é um desses amantes do rock. Ele há cinco anos é guitarrista da banda Dick e os Vigaristas, que faz da noite recifense o seu reduto musical. “A banda existe há sete anos, composta por amigos, e tem como objetivo principal o lazer, o puro divertimento, o encontro entre as nossas famílias e amigos”. O grupo musical faz covers dos anos 80. “Gravamos um DVD apenas para registro, com a tiragem ‘gigante’ de 100 cópias que, para nosso espanto, foram vendidas logo”. A banda é fiel ao rock brasileiro dos anos 1980, porque os integrantes vivenciaram essa “época áurea”, com acontecimentos marcantes, como o primeiro “Rock in Rio”. A influência está, inclusive, no nome Dick e os Vigaristas, referência a um famoso personagem de Hanna Barbera (o vilão Dick Vigarista, inimigo da adorável Penélope Charmosa na Corrida Maluca). O desenho animado era exibido na televisão brasileira. “No início tocávamos rock internacional. Porém, com a influência marcante do rock nacional dos anos 1980, tempo dos mais produtivos no Brasil, passamos a tocar exclusivamente músicas das bandas que fizeram sucesso no período”. Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Entre elas, Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Capital Inicial, Barão Vermelho, Lobão e Ultraje a Rigor. “A mudança nos fez crescer no cenário musical do Recife. Passamos a tocar com frequência em bares famosos, casas de shows, casamentos, aniversários”. A procura obrigou os amigos a ensaiar praticamente todos os sábados, e realmente trabalhar com a música, que tanto amam. A banda coleciona registros importantes, pois abriu shows para Capital Inicial, Paulo Ricardo (RPM), Leo Jaime, Blitz, Kid Vinil, Afonso Nigro (exintegrante do Dominó), Silvinho Blau Blau, Marcelo D2, entre outros. “Hoje alcançamos um bom patamar neste cenário, mas sempre tendo o cuidado para que essa atividade paralela não atrapalhe nossas atividades mais importantes, como a família e a profissão”. Medicina Azevedo tem 45 anos e é natural de Recife. Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1989, fez residência médica na área de cirurgia geral. “Conheci a endoscopia em 1993, quando estava servindo o Exército. De lá para cá, venho me dedicando, e cada vez mais me encantando, com a endoscopia, a tal ponto de hoje me dedicar exclusivamente à endoscopia digestiva”. A história do médico na especialidade pode ser dividida em “antes e depois de 2004”. “Nesse ano decidi me preparar para prestar a prova para obtenção do Tí- tulo de Especialista em Endoscopia pela SOBED”. No mesmo período, o médico músico teve a chance de observar de perto o trabalho realizado por Artur Parada, um dos grandes influenciadores e apoiadores da escolha pela endoscopia. Aprovado, Carvalho é especialista certificado pela Sociedade, exerce endoscopia alta, baixa, das vias biliares, e atua como coordenador do Serviço de Endoscopia do Hospital Otávio de Freitas, em Recife, e em sua clínica particular. “Procuro participar ativamente da vida da SOBED. Fiz parte da comissão de Ética por dois anos, e atualmente sou secretário do Capítulo Recife. Marco presença em todos os congressos nacionais”. Destaca que é “fácil” administrar as duas atividades, pois são muito “prazerosas” e não competem entre si. “Ao contrário, se complementam”. Acima, Eduardo Carvalho no palco, e com os dmais integrantes da banda Info A maçã sob ataque Dr. Horus Antony Brasil* 40 Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 C alma, este não é um artigo culinário. Você está no lugar certo se possui um dos brinquedinhos da Apple (iPhone, iPad, ou iPod Touch). A notícia estourou como uma bomba em todos os sites relacionados com informática e tecnologia. Veja o que diz o site Olhar Digital (http://olhardigital. uol.com.br): “Na semana passada, um recurso muito utilizado pelos usuários do iPhone, mas tido como ilegal pela Apple, foi oficialmente autorizado pelo governo americano. Como vocês devem saber, a Apple gosta de se manter em um sistema fechado e, diga-se de passagem, bem controlado por ela. Oficialmente, para que um aplicativo rode em seus iPhones, iPods Touch e iPads, é necessário que eles sejam aprovados previamente pela própria empresa. Só que existe um sistema chamado jailbreak, que desbloqueia os aparelhos para que eles rodem aplicativos não autorizados pela Apple, e executem funções que estão bloqueadas de fábrica pela empresa de Steve Jobs. E assim, o mundo dos aplicativos - que já era imenso - se torna ainda maior. O processo já era comum entre usuários, e relativamente fácil de ser executado. Mas agora, foi lançado um novo sistema, que tornou o jailbreak algo tão simples quanto o ato de ligar o telefone”. A matéria tem link para um vídeo que demonstra, na hora, como tornar o seu brinquedinho um tanto indigesto para a Apple. Sabidamente, o “império da maçã” tem predileção por manter tudo sob controle, e isso quase o levou à falência na década de 1990. Mas mesmo os fiéis usuários do Mac resolveram declarar guerra e se libertar desse jugo. Bom, aí entra o jailbreak e outros bichos mais. Um site criado por um hacker americano, agora amparado pela lei, encarregouse de fazer a festa dos usuários. Abra o navegador do seu iPhone e acesse o site jailbreakme.com. Uma tela será exibida. Aí, é só arrastar a setinha. Pensa que falta muito? Que nada, é só esperar. O sistema se encarrega de fazer o download do Cydia, que é a sua nova loja de aplicativos a partir de agora. Apenas se recomenda que você faça a sincronização dos seus aplicativos atuais com o seu iTunes, antes de executar a função. Assim, caso ocorra algum erro durante o processo, consegue resgatar tudo o que já tem instalado(1). Para começar a tirar proveito do seu jailbreak, damos algumas dicas. Primeiramente, os usuários da loja brasileira perceberão que todos os aplicativos bloqueados por aqui, mas disponíveis na loja norte-americana, estarão à disposição. Só aí já é uma vantagem e tanto! Games, por exemplo, não são permitidos na loja brasileira. Agora, você tem um imenso cardápio para escolher. Outros aplicativos nunca foram aprovados pela Apple em nenhum lugar do mundo. É o caso, por exemplo, do iBlackList. Com ele, você pode cadastrar os números de telefone daqueles “malas”, para que nunca mais encham a paciência. Todas as vezes que tentarem ligar, serão direcionados automaticamente para a caixa de mensagens, e você nem tomará conhecimento de que a pessoa tentou. Outro aplicativo legal é este, que poderá ser bastante útil quando o iPhone 4 chegar por aqui: a Apple proibiu que o recurso FaceTime fosse utilizado via 3G (ele só é permitido oficialmente via WiFi), mas com o My3G se consegue modificar o sistema operacional do aparelho e fazer com que o Facetime também funcione na rede de dados da sua operadora (1). Se você ainda é novato na arte de modificar seus smartphones, veja um resumo de como turbiná-los. Mas atenção: não nos responsabilizamos pelos resultados! Certamente você já deve ter ouvido boa parte desses 41 Info Em geral, o hack é feito nos smartphones para usar aplicativos que não têm algum requisito exigido pelos fabricantes termos: desbloqueio, jailbreak, SIM unlock, root access, hack e outras variações. Todos eles tiram algum tipo de trava colocado pelos fabricantes e/ ou operadoras, permitindo fazer coisas que antes não eram possíveis. Mas quais as diferenças? Quais se aplicam ao seu telefone celular? Desbloqueio ou unlock (em inglês) (2): desbloquear um celular geralmente é o que se faz para usá-lo com um chip de outra operadora. As empresas vendem celulares bloqueados para desestimular os compradores a mudar para um concorrente, dificultando o processo. Hoje isso é ilegal, e as operadoras devem desbloquear o aparelho, de graça, a pedido do cliente. sistemas operacionais Symbian, BlackBerry e Windows Mobile. Debranding: (2) tipo de hack que independe de marca ou sistema operacional do celular. Ele é usado para tirar as personalizações feitas pelas operadoras de telefonia. Já teve um celular com vários ícones, atalhos, aplicativos e papéis de parede da sua operadora? É esse. Ele está “marcado” pela operadora. O pior dos casos é quando a operadora faz o “branding” do aparelho não só para destacar sua marca, mas também vetando o uso de algum recurso, como aconteceu com o Bluetooth, aqui no Brasil. Esse é o principal incentivador para se fazer um debranding. Em geral, o hack é feito nesses smartphones para usar aplicativos que não têm algum requisito exigido pelos fabricantes, como uma assinatura digital. O termo não costuma ser usado para falar do desbloqueio para o uso. Hack: (2) o termo é conhecido para computadores, principalmente internet. Mas os celulares também são hackeados, até porque, em maior ou menor grau, são computadores. VáJailbreak: (2) termo que ficou rios procedimentos citados neste artigo são “hacks”, embora o termo seja cunhado para o iPhone, da Apple. A usado mais para smartphones com os empresa vende seus celulares princi- 42 palmente por acordos com as operadoras. Assim, esses aparelhos são quase sempre bloqueados, para impedir o uso de um chip de outra empresa. Isso afeta mais a vida de quem mora em países onde uma ou poucas operadoras têm o iPhone (ou onde nem vendem o aparelho), pois elas querem comprá-lo para usar com seu chip, e, se ele funciona só na concorrente, não dá. O outro bloqueio do iPhone é para a instalação de aplicativos. A empresa tem a Apple Store, fonte oficial de programas para o celular. Com isso, eles ganham mais dinheiro e controlam a qualidade dos aplicativos, embora com muitas controvérsias. O jailbreak também serve para liberar o iPhone para a instalação de aplicativos, jogos etc., baixados de outros lugares na internet. Antigamente era ilegal, mas uma lei recente nos EUA tornou legal o procedimento. Referências e fontes: 1- http://olhardigital.uol.com.br/produtos/central_de_videos/jailbreakentenda-o-que-e-as-vantagens-e-desvantagens-do-processo/13301/integra 2- http://celularcafe.com.br/index. php/Dicas-e-Curiosidades/Entendao-que-e-jailbreak-root-hack-os-termos-sobre-desbloquear-celulares.html *Dr. Horus Antony Brasil é médico endoscopista associado à SOBED. Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 AMB O inevitável preparo Aceitar a possibilidade de desastres é o primeiro passo em uma sociedade repleta de riscos; o segundo é se comprometer em lidar com eles de forma eficaz José Luiz Gomes do Amaral* E m nosso planeta não há lugar seguro. E confirmase a impressão de que os desastres tornam-se cada vez mais frequentes. Os conflitos têm se multiplicado, sejam eles militares ou determinados pela desestruturação da sociedade civil. Não raro, a segurança deixa de acompanhar o desenvolvimento tecnológico e, direta ou indiretamente, tem-se dele decorrentes situações incontroláveis e tragédias de grandes proporções. O adensamento populacional em áreas de risco faz, hoje, incontáveis vítimas, quando antes incidentes naturais pareciam ter impacto mais limitado. Deixamos, sem otimismo, o século das grandes guerras, vendo crescerem as divergências e beligerância entre as nações. A violência civil aumenta, ultrapassando os limites das manchas de miséria que cobrem a periferia das metrópoles. Do cotidiano caótico do trânsito às tragédias provocadas pelos acidentes aéreos; dos surtos epidêmicos de novas e antigas doenças aos vazamentos das usinas nucleares e perfurações off-shore; das inundações e dos incêndios, dos furacões, dos terremotos e dos tsunamis a deslizamentos e desabamentos, somando-se as mudanças climáticas, prevenir nem sempre é possível. Reduzir o risco, todavia, certamente o é. Não resta dúvida da importância de nos prepararmos para a adversidade. Ainda que não surja entre os que nos cercam de imediato, atingir-nos-á hoje ou amanhã, antes do que ontem poderíamos supor. Muito mais cedo, ainda, que quiséssemos evitá-la. Seja qual for a natureza do desastre, ele nos impõe obrigações. Muito mais a nós médicos do que a outros. Ainda que segurança, comunicações, transporte e tantas outras necessidades sejam prementes, a atenção à saúde é preocupação fundamental, haja vista a invariável implicação que têm os desastres na sobrevivência dos seres humanos. À medida que nos qualificamos para tratar de ameaças à vida, esperase de nós que haja conselho, ação e espírito de solidariedade, intrínsecos à arte da Medicina. Portanto, temos de nos preparar para tanto. Preparação é também ter recursos humanos e materiais necessários no lugar e no momento exigidos. Entre os muitos mais de 300 mil médicos hoje ativos em nosso País, é premente classificálos pela disponibilidade temporal e geográfica, estratificando-os pela especialidade e competências potencialmente úteis em situações de catástrofe. Fazer-lhes, em primeiro lugar, reconhecer o risco, para que possam se proteger e transmiti-lo aos demais. Depois, treiná-los a atuar de forma concertada com os tantos atores essenciais e nas variadas circunstâncias que se nos podem sobrevir. Organizar os esforços da comunidade médica civil em consonância com as demais instituições de atenção à saúde, em posição estratégica às militares. Integrar, também, nossos esforços à comunidade médica internacional, e estarmos presentes quando o momento surgir. Temos diante de nós missão extensa, difícil e complexa. Que não se pode procrastinar, nem deixar em segundo plano. Assume aqui a Associação Médica Brasileira mais essa missão, a serviço da vida, pela profissão médica. * José Luiz Gomes do Amaral, médico, professor titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp e presidente da Associação Médica Brasileira 43 Ética e Defesa Profissional Pagamentos de procedimentos endoscópicos na forma de “Pacote” N ão mais que repentinamente, algumas operadoras de planos de saúde reiniciaram o envio de contratos, por adesão, para serem assinados pelos médicos e serviços, solicitando urgência na devolução dos mesmos. 44 Na reunião da qual participamos em Brasília, dia 9 de julho deste ano, no CFM, o esclarecimento que foi dado baseou-se no fato de que as operadoras estão sendo chamadas à ANS para apresentar os contratos assinados pelos prestadores de serviços médicos. A cada contrato inexistente está sendo cobrada multa de R$ 5 mil. Portanto, deverá ocorrer proximamente uma corrida para regularizar a situação. A Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED recebeu alguns desses contratos, enviados por associados que solicitavam esclarecimentos específicos sobre os artigos relativos aos pagamentos. Chamaram a atenção em todos eles cláusulas abusivas não relacionadas a pagamentos. Em relação a pagamentos, em um deles os procedimentos que poderiam ser realizados estavam discriminados, e a forma de pagamento era de valor fechado para cada procedimento - PACOTE, incluindo honorários, taxas, materiais e medicamentos. Portanto, independentemente do que seja necessário utilizar em cada procedimento, o valor está fechado e, na melhor das hipóteses, por pelo menos um ano. A finalidade principal desta comunicação é alertar sobre os riscos assumidos pelo serviço de endoscopia, pessoa física ou jurídica, quando se concretizar a contratação sob forma de PACOTES: a) não existe até o momento definição clara sobre a continuidade do Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 registro do Glutaraldeído a 2% para desinfecção de endoscópios. Os demais produtos disponíveis no mercado podem elevar os custos dessa desinfecção cerca de vinte vezes (ou mais), dependendo do valor de aquisição do produto tradicional até o momento comercializado. b) a Resolução ANVISA 156/2006 e a RE 2606/2006, que ditam as normas de processamento dos artigos críticos, nas quais está incluída a maioria dos acessórios de uso endoscópico, impedem o processamento em decorrência dos protocolos teste e de validação dos métodos que são obrigatórios e discriminados na RE 2606. Como os serviços de endoscopia e demais serviços de saúde não dispõem da metodologia, e a grande maioria também de recursos, a prática destes processamentos fica inviabilizada. Decorre daí que os serviços somente poderão reutilizar produtos registrados na ANVISA como de uso múltiplo, acompanhados por manual de processamento, ou acessórios descartáveis. Para os acessórios reutilizáveis habitualmente não há ressarcimento. No caso de contrato por PACOTE também os acessórios de uso único podem estar incluídos nos materiais, não tendo, nesse caso, o ressarcimento dos seus custos. Além do aspecto da inviabilidade financeira, na dependência dos procedimentos empacotados e dos valores acordados, existe a transferência total de responsabilidades para o serviço de endoscopia. Quando as operadoras promovem frações de ressarcimentos sobre produtos de uso único, o que acontece para muitos serviços, a infração legal por elas cometida é flagrante. Na forma de PACOTE, elas eximem-se de qualquer responsabilidade. c) na RE 2605/2006, que lista os produtos nos quais o processamento é proibido, o único acessório presente é o injetor endoscópico. Temos informações oriundas da ANVISA que esta lista será revista e, quando isto acontecer (não há data prevista), é muito provável que outros acessórios de uso endoscópico nela figurem. d) esteve em consulta pública proposta de Resolução da ANVISA que trata sobre detergentes enzimáticos, e nela está previsto descarte imediato da solução após cada uso. A Resolução ainda não entrou em vigor, o que pode acontecer a qualquer tempo. e) a NR 32, do Ministério do Tra- balho e Emprego, passa a vigorar em 11/2010. Trata, entre outros assuntos, de mecanismos tecnológicos de proteção dos perfurocortantes. Pelas informações disponíveis e valores de comercialização presentes em publicações especializadas, esta ocasionará grande impacto financeiro nos custos. f ) além da elevação dos custos, suprarreferidos, há a imprevisibilidade governamental. Diante deste quadro, e de outras surpresas que podem vir, sugerimos que avaliem os contratos com cautela antes da assinatura. Se for o caso, denunciem as irregularidades diretamente à ANS, AMB, FENAM, CRM, CFM, SINDICATOS e/ou enviem contratos, sem identificação, para a SOBED, que intermediará as denúncias nos órgãos competentes. Na impossibilidade de assinar o contrato e devolvê-lo no prazo preestabelecido pela operadora, enviem à mesma correspondência registrada e com AR, informando a impossibilidade momentânea, de preferência sem entrar em detalhes. * Vera Mello é coordenadora da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED Nacional 45 Radar Saúde de qualidade é “difícil” em 22 países Conseguir assistência médica de qualidade atrelada a preço acessível é difícil para pelo menos 62% dos brasileiros, afirma estudo realizado para o grupo francês Ipsos e agência de notícias Reuters. Ao todo, grupos de mil adultos, de 18 a 64 anos, foram ouvidos em 22 países. A maioria das mulheres (55%) que moram no Japão, Hungria, Rússia e Coreia do Sul, nessa ordem, com menos de 35 anos, de baixa renda e nível educacional baixo, são as que consideram mais difícil conseguir assistência médica de qualidade e preço acessível. Quem vive na Suécia, Bélgica, Canadá e Holanda avalia ser mais fácil conseguir o serviço. Manifesto médico Futebol melhora educação em saúde Integrar educação e saúde ao futebol tem rendido bons resultados em escolas da África do Sul. Estudo publicado na revista British Journal of Sports Medicine, que avaliou 370 crianças da sexta e sétima séries – 125 e 131, respectivamente, mostrou que estudantes da sétima série aumentaram a proporção de respostas corretas em relação à saúde: nove acertos a cada 20 questões. Na sexta série, o aumento foi de 15 acertos para 20 questões. Após três meses de aprendizagem por meio de 11 sessões de 90 minutos, contados como uma partida de futebol, as crianças melhoraram o desempenho ao responder as 20 questões relacionadas à saúde. Mais de 90% responderam positivamente ao programa de educação em saúde. 46 Discutir a solução para os problemas estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS), definir o que deve ser cobrado dos gestores e contribuir para a redução de desigualdades no sistema público de saúde são algumas das pautas abordadas no Manifesto dos Médicos à Nação. Síntese dos temas debatidos no XII Encontro Nacional das Entidades Médicas (ENEM), de 28 a 30 de julho, em Brasília, o documento será encaminhado aos representantes dos Três Poderes e aos principais candidatos à presidência da República. Uma das prioridades do movimento é regulamentar a Emenda Constitucional 29, assim como a interiorização do profissional, com a proposta de criar carreira de Estado para o médico brasileiro. Obesidade aumenta entre jovens de São Paulo A cada quatro adolescentes paulistanos, um está acima do peso, afirma o Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Dos 8020 estudantes, de 10 a 15, anos de 43 escolas, nas cinco regiões paulistanas, 25,56% têm sobrepeso ou obesidade. Do total, 9,89% dos alunos entrevistados são obesos, 15,67% mostram sinais de sobrepeso e 2,77% estão abaixo dos parâmetros ideais. A porcentagem dos que foram considerados saudáveis, 28,33%, apresenta desvios nutricionais. Entre meninos, 27,80% são obesos ou estão com problemas de sobrepeso. Nas escolas particulares, 21% dos alunos apresentam sobrepeso, e 18% já estão em nível de obesidade. Em escolas públicas, 14% dos meninos apresentam sobrepeso e 10%, obesidade. Sobed - No 10 - Jul/Set - 2010 Médicos discutirão medicina paliativa em São Paulo De 6 a 9 de outubro, São Paulo receberá profissionais de diversos estados brasileiros e de outros países para discutir assuntos relacionados à educação paliativa, durante o IV Congresso Internacional de Cuidados Paliativos. O encontro, que deve reunir cerca de mil participantes, visa divulgar, entre os profissionais da saúde, a importância dessa área. Organizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), o congresso promoverá, entre outras discussões, a troca de experiências e sessões plenárias. Mais informações pelo site www. paliativo.org.br/congresso ou e-mail [email protected] Pouco carboidrato é eficaz na perda de peso Dieta com pouco carboidrato funciona tão bem na diminuição do peso quanto uma com baixo teor de gordura, afirma estudo do Centro de Pesquisa da Obesidade e Educação da Temple University, Estados Unidos. E após dois anos de estudo, os resultados mostram que entre os 307 adultos obesos participantes da pesquisa, 2/3 deles mulheres, metade que seguiu a dieta com pouco carboidrato obteve quase o dobro do colesterol bom em relação aos demais. Na perda de peso, ambos os grupos obtiveram o mesmo resultado: reduziram sete quilos. Estudos anteriores mostraram que as dietas com pouco carboidrato contribuem para perda de peso mais rápida, em até seis meses, mas os resultados a longo prazo mostraram equivalência. A principal diferença foi no HDL (o colesterol bom), com aumento de 23% na dieta com pouco carboidrato, e de 12% na de baixo teor de gordura, de acordo com o diretor das pesquisas da Temple University, Gary Foster. Alteração na flora intestinal e obesidade Crianças europeias e africanas, com diferentes dietas alimentares, reforçam a tese de que há distintas composições de floras intestinais, sugere estudo da Universidade de Florença, na Itália. A pesquisa afirma que entre crianças de Florença e da vila de Boulpon, em Burkina Faso, África Ocidental, a incidência de obesidade e inflamações difere de acordo com a sociedade. Em crianças burquinenses, a dieta rica em fibras e pobre em calorias aumenta em 73% a incidência de bactérias do filo Bacteroidetes, contra 12% do filo Firmicutes. Já entre as florentinas, onde há predomínio de pratos ricos em calorias e pobres em fibras, invertemse essas porcentagens: 51% do filo Firmicutes e 27% do Bacteroidetes. Em ratos, as proporções haviam sido associadas à obesidade. Roedores obesos possuíam mais Firmicutes que Bacteroidetes, quando comparados a roedores saudáveis. Arroz pode aumentar risco de diabetes Consumir em excesso o arroz branco aumenta as chances de desenvolver o diabetes tipo 2, sugere estudo publicado na Archives of Internal Medicine. De acordo com a pesquisa, o tipo de alimentação somado ao estilo de vida de 39.765 homens e 157.463 mulheres altera as taxas de glicose do sangue. Segundo os cientistas, substituir 50g de arroz branco pela mesma quantidade de arroz integral reduz em até 16% o risco de desenvolver a doença. A mesma quantidade a ser substituída por tipos variados de grãos foi associada a redução de 36% do risco de diabetes. 47 Agende-se Agenda AMB SOBED Confira, na relação abaixo, os principais eventos nacionais e internacionais ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva a serem realizados nos próximos meses: 18º UEGW 2010 – United European Gastroenterology Federation Data: de 23 a 27 de outubro 20º World Congress of the International Association of Surgeons, Gastroenterologists and Oncologists (IASGO) Local: Centre Convencions Internacional Barcelona, Spain Data: 20 a 23 de outubro Informações: http://uegw10.uegf.org Local: Cairo International Convention and Exhibition Center (CICE), no Cairo, Egito Informações: www.fbg.org.br/FBG_eventos_internacionais. asp?id=12 IX SBAD- Semana Brasileira do Aparelho Digestivo Curso de Gastroenterologia 2010 – Associação Paulista de Medicina (APM) Data: de 21 a 25 de Novembro Data: 16 de outubro Local: Centro Sul em Florianópolis – SC Local: Associação Paulista de Medicina Informações: http://sbad.org.br/ Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – São Paulo – SP Informações: (11) 3188 4281 www.apm.org.br/ aberto/_new_eventos_conteudo.aspx?id=5396 Cursos de Atualização Semanal SOBED Data: de 4 a 8 de outubro; de 18 a 22 de outubro; Informações: www.sobed.org.br/sais/ Terapia Nutricional Enteral e Parenteral nas Doenças do Aparelho Digestório site_cursos_semanais_lista.asp Data: de 10 de novembro a 14 de dezembro de 25 a 29 de outubro Local: Curso a distância Informações: (11) 3284-6318 ou pelo site www.ganepeducacao.com.br ACG 2010: American College of Gastroenterology Annual Scienitfic Meeting and Postgraduate Course Data: 15 de outubro XXXII Congreso Panamericano de Enfermedades Digestivas Local: San Antonio, USA Data: De 30 de setembro a 4 de outubro Informações: www.fbg.org.br/ Local: Centro de Convenciones Simón Bolívar, FBG_eventos_internacionais.asp?id=8 em Guayaquil, Equador Informações: www.socgastro.ec 48 Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Departamento de Endoscopia da Associação Médica Brasileira Filiada à Organização Mundial de Endoscopia Digestiva Filiada à Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva Carlos Alberto Cappellanes – Presidente Carlos Alberto Silva Barros – Vice-Presidente Pablo Rodrigo de Siqueira – 1º Tesoureiro Ciro Garcia Montes – 2º Tesoureiro Ricardo Anuar Dib – 1º Secretário Fabio Segal – 2º Secretário Edital de Convocação de Eleições O Coordenador da Comissão Eleitoral, de Estatuto, Regimentos e Regulamentos da SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA (SOBED), no uso de suas atribuições, convoca os associados para as eleições ao cargo da Diretoria da SOBED Nacional, composta por Presidente, Vice-Presidente, 1o e 2o Secretários e 1o e 2o Tesoureiros eleitos, em mesma chapa, para um mandato de 02 (dois) anos (Gestão 2012-2014), e para os candidatos ao Conselho Fiscal (Biênio 2010-2012), com 6 (seis) vagas. As eleições terão lugar no Centro de Convenções de Florianópolis – Centro Sul, situado na Avenida Gov. Gustavo Richard, nº 850 – Florianópolis (SC), na sala Ingleses, no dia 23 de novembro de 2010, durante a IX SBAD, com início às 8h, encerramento às 15h, e divulgação dos resultados ao final da Assembléia Geral. Ficam os Associados Titulares informados que só terão direito a votar e serem votados os que estiverem quites com suas obrigações estatutárias, até o dia 23/08/2010, sendo certo que não será admitido voto por procuração. Para conhecimento de todos, faz-se publicação deste Edital. São Paulo, 23 de agosto de 2010. Antonio Gentil Neto Coordenador Comissão Eleitoral, de Estatuto, Regimentos e Regulamentos Rua Peixoto Gomide, 515 – conj. 44 - 01409-001 São Paulo, SP – Brasil - Fone/Fax: (11) 3148-8200 ou 3148-8201 www.sobed.org.br e-mail: [email protected] Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Departamento de Endoscopia da Associação Médica Brasileira Filiada à Organização Mundial de Endoscopia Digestiva Filiada à Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva Carlos Alberto Cappellanes – Presidente Carlos Alberto Silva Barros – Vice-Presidente Pablo Rodrigo de Siqueira – 1º Tesoureiro Ciro Garcia Montes – 2º Tesoureiro Ricardo Anuar Dib – 1º Secretário Fabio Segal – 2º Secretário Carta aos Associados A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), neste ato representada por seu Presidente, Dr. Carlos Alberto Cappellanes, em conformidade com o disposto no artigo 32º do Estatuto da Sociedade, vem à presença de Vossa Senhoria convocá-lo(a) para Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, a serem realizadas no dia 23 de novembro de 2010, às 15h30, nas salas Sambaqui 3 + 1, e a eleição na sala Ingleses, das 8h às 15h, no Centro de Convenções de Florianópolis - Centrosul, situado à Av. Gustavo Richard, 850, Baía Sul, Centro, Florianópolis (SC), durante a realização do XXXVI Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva e da IX SBAD, com a seguinte ordem do dia: ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA 1. Eleição do Presidente e Vice-presidente, 1º e 2º Tesoureiros e 1º e 2º Secretarios da Diretoria Nacional da SOBED para o biênio 2012-2014. 2. Eleição dos 06 (seis) membros que integrarão o Conselho Fiscal (biênio 2010-2012); Observação: o processo eleitoral processar-se-á das 8h, em primeira convocação, e às 8h30, em segunda convocação, com qualquer número de presentes, e se encerrará às 15h, do dia 23 de de novembro de 2010, na sala Ingleses. Os eleitores deverão ser ASSOCIADOS TITULARES quites com as anuidades da SOBED, inclusive 2010, e munidos de documento de identificação. 3. Aprovação da ata anterior; 4. Relatório e balanço financeiro das atividades da SOBED; 5. Posse da Diretoria Gestão 2010 – 2012 6. Apreciação do Planejamento Estratégico 2010 – 2012 (Artigo 51º, Item 4, do Estatuto Social) 7. Posse dos coordenadores e integrantes das Comissões da Gestão 2010 – 2012 (Artigo 62º, Parágrafo 5º, do Estatuto Social) 8. Posse dos Conselheiros Fiscais gestão 2010 – 2012; 9. Aprovação do Regimento e Regulamento da Comissão do Titulo de Especialista 10. Resultado das eleições para Diretoria gestão 2012-2014 e Conselho Fiscal gestão 2010-2012; 11. Assuntos gerais previamente inscritos; 12. Encerramento Carlos Alberto Cappellanes Presidente Rua Peixoto Gomide, 515 – conj. 44 - 01409-001 São Paulo, SP – Brasil - Fone/Fax: (11) 3148-8200 ou 3148-8201 www.sobed.org.br e-mail: [email protected] SOBED Trinta e cinco anos atuando na valorização da Endoscopia Digestiva brasileira www.sobed.org.br