FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL E
DA AMAZÔNIA
Prof. Dr Fábio Carlos da Silva
A CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR
Unidade IV
A Economia Colonial no Brasil e na Amazônia
Tema 1
A economia escravista de agricultura tropical
(séc.XVI e XVII)
As civilizações do açúcar e couro no Nordeste do Brasil
Expositores
André Costa
Marlon Aurélio Tapajós Araújo
A CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR
PERIODO HISTÓRICO

Gênese das estruturas (sociais, políticas, econômicas,
culturais)

Motivações que nortearam nossa formação (externas e
internas à Colônia):

Sentido da ocupação de nosso território (evitar que outros
povos
se
estabelecessem
e
pudessem
aproveitar-se
economicamente das potencialidades naturais existentes)
A CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR
O período colonial é a gênese de alguns problemas com os
quais a sociedade brasileira ainda se defronta:

Escravidão e preconceito contra o trabalho livre e decente

Priorização do mercado interno

Monopólio da Terra e do poder político (identidade)
A CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR

Articulações sociais

Composição étnica

Padrões culturais

Relações de trabalho e
de poder
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SURGIMENTO DA
CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR

Derrocada do Feudalismo

Reavivamento do comércio

Domínio do comércio com as Índias por italianos
(Genoveses e Venezianos).

Necessidade de estimular a economia de mercado
para por fim as velhas estruturas medievais.

Surgimento do Estado Moderno (Estado-Nação).
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SURGIMENTO DA
CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR

Conquista de novos territórios e aceleração do
comércio: elementos para fortalecer o poder político e
comercial: aliança com a burguesia ascendente.

Ocupação do Brasil: era necessário ocupar, dada a
imergência do comércio com as Índias, a cobiça de
outras nações e a necessidade de abertura de outras
veias comerciais.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SURGIMENTO DA
CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR

O açúcar como “solução”: será o atrativo para que
investidores acreditem no Brasil como solução
econômica.

Vantagens portuguesas: praticava a produção
desde o inicio do século XV (Após a tomada de
Celta no estreito de Gilbratar) em suas plantações
nas Ilhas do Atlântico.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SURGIMENTO DA
CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR

As
vantagens/contingências
portuguesas
em
relação ao açúcar eram evidentes: domínio da
cultura canavieira praticada nas ilhas atlânticas,
dianteira da expansão ultramarina, necessidade de
reorientar sua perspectiva comercial (de busca de
metais para atividade produtiva rentável).
A AGROINDÚSTRIA DO AÇÚCAR
Início: restrita às instalações
Depois: propriedades, terras e lavouras
Favores especiais:
isenção tributos; garantia contra penhora; honraria e títulos
dificuldades iniciais: mão-de-obra indígena = inviável
(escala)
Exploração Açucareira: século XVI
Engenho, Casa Grande, Senzala, Capela
•produção de cana
•fabrico do açúcar
•Exportação
•20.000 escravos africanos: etapa inicial
PRODUÇÃO DE CANA
matéria prima = cana = lavradores
90% renda (economia açucareira) = proprietários de
engenhos e de plantações
Até 1650 = Nordeste = arrendatários
Após 1650 = declínio produção = redução lucro (queda de
preço, retração exportações, aumento preços escravos)
Trato canaviais
•Plantio = época das chuvas; Preparo do solo = queima e
coivara; arado não utilizado (enxada)
•Variedade: tipo “crioula”(Índia), cultivada até inicio século
XIX, baixa produtividade.
•Cultivo mesmo terreno = 7 - 8 anos (até 50 - 60 anos)
•Transporte lavouras-engenho = barcos/carros de boi
PRODUÇÃO DE CANA (cont.)
As moendas
•Engenhos D’água (Reais)
•Maior produção = movidos a bois, cavalos, tração
humana
•Nº bois = nº escravos
•Fornalhas = lenha (devastação litoral)
•Bagaço não aproveitado = queimado; máquina à vapor
(século XIX)
Fabricação açúcar
•203 dias/ano trabalho
•Rendimento = 56% do caldo extraído
•Sumo - Cozimento (fornalha) - Tachos/Caldeiras - Melaço
- Caixas/Forma - Secagem/Clarificação - Açúcar
OS TRABALHADORES DO AÇÚCAR
Safra = agosto à maio
Produção em larga escala
Jornada de trabalho = 20 horas/dia
Organização do Engenho
administração, manutenção, transporte, processamento
trabalhadores livres = procedimentos desconhecidos negros =
1: 10 escravos
Feitor-mor; caixeiro (comercial); cobrador de rendas; escrivão
(estoque); solicitador/letrado (judicial); cirurgião; mestre do
açúcar (produção); caldeireiro; carpinteiro; feitor-pequeno e
levadeiro (moenda); purgador (classificação açúcar) ; barqueiro
(transporte)
OS TRABALHADORES DO AÇÚCAR (cont.)
Trabalho dos índios
Engenho = jesuítas
Trabalho não-escravo = cortar lenha, limpeza instalações,
carpintaria, capitão-do-mato (caça negros fugitivos)
Escravos negros
Base de todo trabalho = processo de produção
Organização do Engenho = atividade contínua e seqüencial
Atividade produtiva = cansativa e repetitiva (violência)
Substituição assalariados por escravos negros = perda de
qualidade do açúcar
Desapareceu cirurgião = doenças (vida útil = 10 anos)
OS NEGÓCIOS DO AÇÚCAR
Comércio = ligação entre produção e mercado distante (demanda Europa) =
Abastecimento da colônia
O comércio triangular = América, Europa e África
Mercadores (banqueiros) = não-residentes = lucro aplicado fora da colônia
Produtores=venda produtos preço baixo;compra preço alto
O Regime de Frotas
Comboios (navios de guerra) = conflitos Europa = rotas marítimas
Saques(produtos)=preços baixos(concorrência); até final século XVIII
Paraíso dos comerciantes
Produtores, mercadores (europeus), mascates
Negro como moeda = tráfico negreiro = aquisição de produtos coloniais
(açúcar/tabaco)
Cristãos Novos = açúcar
Perseguidos Inquisição (Europa); Comerciantes (judeus) = mercadores e
proprietários de Engenho
Inquisição na colônia = 1551 à 1769
OS NEGÓCIOS DO AÇÚCAR (cont.)
A Guerra do Açúcar
Revolução Preços = comerciantes flamengos e portugueses
Aumento do consumo europeu = século XVI
1609- 1621 = Holanda = 29 refinarias processamento açúcar
1621 = “Companhia da Índias Ocidentais” = Nordeste Brasil
Perda da Hegemonia
Holandeses = Antilhas = 1654 (saída Brasil) = conhecimentos
Produção Nordestina = declínio
1650: rendimento = 3 milhões libras (antes expulsão
holandeses)
1700: rendimento = 1,8 milhões libras
Sociedade açucareira = não abandona padrão escravista e nem
negócios do açúcar
Século XVIII = retomada produção
Estímulo = mineração e consumo Revolução Industrial
O COTIDIANO DO AÇÚCAR
Sociedade de Senhores e escravos
Autoritária; aristocrática; violenta = função disciplinadora do
trabalho
Nº escravos = “status”
Obrigações proprietários = “pão; pano;pau”
Vida colonial = 3 séculos (tensões e conflitos)
Senhores x escravos; brancos x índios;colonos x agentes
metropolitanos; proprietários engenhos x lavradores e
comerciantes.
OS FIDALGOS DO AÇÚCAR
Grande propriedade = único centro de poder e riqueza
Senhor de Engenho = Fidalgo do Açúcar
Objetivo: não lucro ou racionalidade empresarial
sim acumular escravos = honra e poder
“véu de opulência que encobria a miséria geral”
Lucro = 5% sobre capital investido
Compras fiado; hipoteca safra e de bens
A FAMÍLIA PATRIARCAL
Pai = subordinação, passividade; obediência; respeito à autoridade
Esposa = gerar filhos; culinária; costura
Filhas= seguir papel da mãe
Filhos = posições de mando; sacerdócio; estudos acadêmicos
Prazer sexual: esposa branca = dona de casa; filhos
escrava negra = prazer sexual
EUA(século XIX) = núcleos familiares (negros) = reposição plantel
Brasil (até 1850) = tráfico negreiro regular = escravos adultos
CASA GRANDE E SENZALA
Casa Grande = 2 andares; varandas; vários quartos;imensa cozinha
Escravas domésticas = influência cozinha colonial (alimentação)
Quiabo; acarajé; vatapá;feijoada, dendê, côco
Senzala = cárcere; retangular;térrea; sem mobília;
Gongo = despertar; ração farinha mandioca; garapa
Pós-trabalho = cantos e danças
A RELIGIÃO
Catolicismo: apoio dominação, repressão, subordinação = negro e índio
Capela = próxima Casa Grande e Engenho
Negros = integração à força; Cultos afros = estigma bruxaria e feitiçaria = Inquisição
AS CIDADES DO AÇÚCAR
Cidades = Dominação metropolitana
Administrativos; mercantis; de magistrados; governadores; comerciantes
Salvador = 25 mil habitantes(1724)
Olinda e Recife = 12 mil habitantes (invasão holandesa)
Maio e Julho = chegada de navios(comércio);
Portos = mercado de escravos
Atritos = declínio econômico Senhores de Engenho x crescimento comerciantes
Revoltas :RJ(1660)= Barbalho; MA(1684)= Beckman;
PE(início séc.XVIII) = Mascates
Os Pobres do Açúcar
“pano de fundo”= prostituição; ladrões, mendigos;biscateiros
Agregados Engenho = pequenos serviços; milícias
Cidades = barbeiros; sapateiros; ferreiros; alfaiates; quituteiras
Mundo do Açúcar: nasce o Brasil
•Ferro e fogo (colonização)
•Estigma do trabalho escravo
•Tirania do mercado externo
PROJEÇÃO DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA
Economia Açucareira = formação da renda e acumulação do capital
•Processo de expansão = gastos importação equipamentos; materiais de
construção e escravos
•Fluxo de renda = entre unidade produtiva e exterior
•Unidade escravista = caso extremo de especialização econômica = voltada
mercado externo
•Açúcar(zona litorânea): alta rentabilidade e especialização = mercado para outras
economias
•Fator limitante dinâmica açúcar para sul = abundância terras núcleo canavieiro
Ex: colonos São Vicente(SP): 1ª atividade econômica = caça índio +
interior(sertanistas)
Fonte de energia:
Engenhos + material construção = lenha / madeira (floresta) + animais (boi)
Devastação litoral = avanço interior
Unidades produtoras açúcar = criação gado (inviável) = expansão açúcar
PROJEÇÃO DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA (cont.)
Economia criatória e açucareira = características distintas
Criatória = ocupação extensiva e itinerante (fator penetração e
ocupação interior Brasil)
Fase inicial:
•Induzido pela economia açucareira
•Rentabilidade baixa (venda litoral + couro)
•5% do valor da exportação açúcar
•Mão-de-obra = índios
Possibilidade de expansão:
disponibilidade de terras = avanço séc. XVII = Rio São Francisco; Rio
Tocantins; Maranhão(Norte).
Séc. XVIII = expansão mineira (ouro, pedras preciosas) = expansão
criatória sul
FORMAÇÃO DO COMPLEXO ECONOMICO NORDESTINO
Economia açucareira
Depende de gastos monetários:
Importação de mão-de-obra + equipamentos
Dependência estímulo externo
Transição (açúcar)
Fase de alta rentabilidade = baixa rentabilidade
Séc. XVIII = aumento preços escravos + mão-de-obra especializada
Expansão mineração (ouro e pedras preciosas)
Economia criatória
Não depende de gastos monetários:
reposição capital + expansão da capacidade produtiva
Oportunidades:absorção força de trabalho da
açucareira(declínio)
economia
Download

A fase do açúcar no Brasil