WORSHOPS SEMANAIS DO NÚCLEO DE ESTUDOS FISCAIS DA ESCOLA DE DIREITO DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS 08/06/2015 ____________________________________________________________________ Apresentação As reuniões semanais do Núcleo de Estudos Fiscais (NEF) têm o objetivo de discutir temas relevantes dentro de suas quatro linhas de pesquisa: 1. Transparência do Setor Público, 2. Transparência Corporativa, 3. Reforma Tributária e 4. Administração Pública e Democracia. Nesse sentido, as reuniões fomentam a discussão dos projetos através de apresentações preparadas de acordo com a evolução das pesquisas desenvolvidas pelo NEF. No presente documento estão transcritos os principais tópicos e temas debatidos durante o Workshop ocorrido no dia 8 de junho de 2015, segunda-feira, das 13h às 15h. Local: Escola de Direito de São Paulo (FGV DIREITO SP), Sala 701. WORKSHOP DE PESQUISA PROJETO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E DEMOCRACIA Daniel Santiago - Apresentação da Proposta do CECiF; Renata Belmonte - Novo desafio do NEF: tornar-se autossustentável e um player relevante; - Decisão de traçar os objetivos de atuação para cada linha de pesquisa; - Em curto prazo (6 meses), livro marco institucional; - Cada vez mais importante a presença da Comissão; Daniel Santiago - Queremos discutir e levar uma proposta para o Governo/Congresso, do que seria um CARF possível, não um CARF ideal; Isaias Coelho - CARF passa por uma crise existencial, pode desaparecer; - Mazelas. Como podem ser evitadas? Como podemos aumentar o grau de relevância? Daniel Santiago - Primeiro ponto é da remuneração dos julgadores representantes do contribuinte; - Como se viabilizaria a equiparação da remuneração? - Complementação partiria de um fundo, formado a partir da receita corrente líquida do exercício imediatamente anterior. Breno Vasconcelos - Contribuição repercutiria no número de representantes indicados por elas? Isaias Coelho - Proposta mantém a estrutura de representação/classismo; - Se vamos remunerar, deve ser uma remuneração em linha com o que recebem os conselheiros do Estado; pelo menos uma remuneração digna; - A confederação cria um fundo, para remunerar, mas o Conselheiro não estaria na folha de pagamento; - O próprio CARF teria um fundo. Daniel Santiago - Um dos problemas identificados é a pressão exercida e sofrida pelo Conselheiro em razão de sua recondução; - Os representantes do Estado permaneceriam até a aposentadoria; - Os representantes dos Contribuintes seriam com mandatos de 4 ou 6 anos; transitoriamente, alguns com 6, outros com 4; - No período de transição, seria como o Senado; - Em relação ao Comitê de Seleção, para os representantes do Estado, a sugestão de apenas Secretário da Fazenda, Presidente do CARF e PGFN (opinião da CECiF); - Breno e Daniel acham que deveria ter também das confederações e sociedade civil; - Em relação aos representantes dos contribuintes, lista tríplice para seleção pelos representantes das Confederações e das Organizações da Sociedade Civil; - Não teríamos apenas esses 2, mas também julgadores concursados; (terceira figura); - Nesse caso, em vez de serem 2-2-2, passariam a ser 3; em vez de 8 conselheiros, passaríamos a ter 9, sendo 3 do Fisco, 3 dos contribuintes e 3 concursados; - Médio prazo, pois tem que fazer concurso, fazer carreira; Eliminaria os votos de bancada (fazendo x contribuinte); - Não teríamos mais o problema do voto de qualidade; Breno Vasconcelos - Reduziria também a pressão exercida sobre o Presidente; - Laboratório para um cenário de longo prazo para o CARF todo concursado; Daniel Santiago - Não acham que devam ser criadas novas turmas; - Redução de conselheiros é positiva; - Especialização de turmas dentro das sessões; ideia de 2 turmas especiais por sessão; Flávio Munhoz - Prazo para recondução. Desequilibrado reconduzir o fazendário enquanto os representantes dos contribuintes com limitação; Desproporção com o tempo de mandato. Suzy Hoffman - Como é que fica a Câmara Superior? - Não conseguiu ver a razão de ser dessa discriminação. Eurico de Santi - Pano de fundo de tirar essa “faca do pescoço” do representante do fisco, essa era a preocupação. Suzy Hoffman - Acha que é ruim não ter mandato, cria uma zona de conforto muito grande; - Premiar a pessoa que quer estar lá sem compromisso; - Deixar até a aposentadoria é ruim. Júlio Oliveira - A intenção que está atrás de evitar a pressão; - Mandato com prazo longo é ruim; - Permanência por muito tempo dentro da zona de conforto; Carolina - Prazo do mandato não seja vitalício; - Sugestão de que fosse igual para os representantes do fisco e do contribuinte; - Acabaria a recondução para todos. Flávio Munhoz - Prioridade de quem atuou no CARF voltar para as DRJs; Marcos Matsunaga - Se não houver recondução, tem que ter pelo menos uma garantia de saída; - Caso contrário, pode-se usar isso como punição. Daniel Bellan - O principal problema do CARF, afora a questão da corrupção com a Zelotes, é de independência. - Vantagem do concurso está na independência; Desvantagem é a inexperiência; - Ideia: concurso para os representantes do contribuinte e outro para os representantes da Fazenda. André Correia - Design institucional; - Exemplo do CADE: conselheiro administrativo, sem concurso; - O que se quer com o desenho? - Paridade pode ser uma péssima ideia para a qualidade técnica; - Entre os conselheiros que representam o Fisco e os Contribuintes, um pode ter uma vigência mais longa, não tratando paritariamente, pois sofrem pressões diferentes; - Quais são os ganhos disso? - Quanto se consegue manter em termos de eficácia essa quarentena? - Quais são os riscos e ganhos? CADE pode ser um exemplo do que tentar reproduzir e o que tentar enviar. Ana Cláudia Utumi - Recondução nas mãos da Comissão; - Tirar a gestão política dessa recondução; - Ter possibilidades de recondução ou não continuar; - A favor da recondução, mas que não seja política; - Ideia dos Conselhinhos; lembrança do CADE e da CVM; - Visibilidade é muito diferente; - Cumpre uma quarentena de meses para voltar (CVM); - Comparado com outros órgãos, é muito diferente; - Inclusive, tributário é um mundo; pode haver quem entende tudo de ICMS e nada de PIS/COFINS. Suzy Hoffman - Ideia de os representantes dos contribuintes ter visão de escritório; - Quando fala em paridade, parte do pressuposto de bancada; - Toda a sociedade aceitou isso de cabeça baixa; - Todos estão discutindo isso a partir da decisão da OAB, não a partir do problema; Isaias Coelho - Nosso objetivo é encontrar uma maneira de fazer funcionar; - O CARF está fechado para balanço, e isto é prejudicial para o Brasil; - Precisamos resolver isso dentro de semanas, não de meses e anos; - Jeito de superar isso é voltar a trabalhar; - Percepções são equivocadas; - Tem todo um elemento psicossocial; Paulo Ayres Barreto - Ninguém fez a defesa dos contribuintes; dano está posto; - Agosto deve ter julgamento e com 4 julgadores do fisco e 1 do contribuinte; - Os órgãos que podiam nos representar não fizeram; - Paridade do CARF era diferente pela qualidade técnica de quem fazia o conselho do lado dos contribuintes; - Do jeito que as coisas estão caminhando, este é um quadro que preocupe em termos de forma e de validação. Flávio Munhoz - Como não há remuneração, a OAB não pode tirar o meio de subsistência do advogado; - Problema do Decreto, sancionado pela Presidente e pelo Ministro da Fazenda, no meio do prazo para consulta pública; - Queria chamar a atenção também para que, como o número de renúncia foi 80%, precisa de um Comitê de Seleção, que ainda não foi formado. Isaias Coelho - Tem fila nas confederações, quando soube que vai ter um monte de vagas, mas tem que ver quem são essas pessoas; Eurico de Santi - Fechamento dos grupos, apadrinhamento pelo Breno e pelo Daniel do Projeto CARF; - Criado um Think Thank, o CECiF; - Discussão do CARF e da reforma do PIS/COFINS com o Luigi Nese; Problema não é o CARF, é o sistema (excesso de contencioso tributário); Essa é a proposta Nelson Machado (foi ele quem fez a reforma em 2009); Contribuição Sistema “S” como remuneração para o regime de transição, mas a partir de um fundo, nunca diretamente; Um Comitê para seleção dos representantes dos Contribuintes e um Comitê para seleção dos representantes do Estado; Devemos pensar um modelo ideal, mas formular e ter um de transição; Desafio de organizar a sociedade, e organizar a reforma do Brasil a partir da sociedade; O Estado está demandando respostas e alternativas; Nosso desafio é oferecermos uma proposta; Reforma do PIS/CONFINS com alíquota única. Renata Belmonte - Preocupação com o timing para levar para Brasília; Daniel Santiago - No início da semana que vem, apresentar uma minuta; Júlio Oliveira - Nesse encaminhamento que está sendo feito, é o CARF possível nesse momento de transição? - Se a Fazenda vai para o ponto de aceitar o 4x1, é aceitar o litígio, pois poucos advogados vão aceitar isso; - Não podemos partir da premissa de que o que contamina o público é o privado; - Maniqueísmo que está ocorrendo é coisa séria, e as pessoas que estão envolvidas nisso estão envolvidas com razão; - Legal essa ideia de que essa é a contribuição estritamente par ao curto prazo; Eurico de Santi - Temos que pensar o CARF que queremos, para saber qual o CARF de transição... Isaias Coelho - Nosso objetivo é evitar a captura de um ou de outro; - Talvez a vitaliciedade não seja a melhor solução, mas precisamos garantir a qualidade do tribunal como um todo; - Conselho de Contribuintes tinha sua corrupção; - Organização tem corrupção; - Tem que se fazer as coisas do jeito certo, sem criar situações de impunidade; Flávio Munhoz - Ideia dos 4x1: na proposta foi acrescentada uma referencia mantendo a paridade não de maneira absoluta; - Garantir a paridade é uma meta. Daniel Bellan - Ideia da paridade e do quórum mínimo podem se compatibilizar de outras formas; - No lugar de julgar com 7 pessoas, julga com 6. Breno Vasconcelos - Ideia do livro; - Tirar uma foto da jurisprudência do CARF, não do Conselho; - Ideia de fazer, com base nesse projeto, o que havíamos proposto da ideia do Observatório do CARF, com análise quantitativa e qualitativa dos julgamentos; - Crítica a ideia: a própria Ideli que julgava ágio foi mudando (evoluir); - Estranho seria evoluir e, em determinado momento, voltar; - Por que agora não estamos ganhando nem gripe? - Estrutura do livro: - Problema: mão-de-obra, Flávio Munhoz - Partiria do voto vencedor? Vai haver uma dificuldade em alguns casos de se entender o fundamento que foi o vencedor; - Proposta de que partisse da Câmara Superior; - Só o que não está pacificado nas Câmara Superior, se olharia as câmaras baixas; Suzy Hoffman - Será que o que se quer não seria o contrário? - O CARF foi tão desintegrado, que o medo é de se querer votar contra; - Se queremos novo CARF, como novas pessoas, não seria o contrário? André Correia - Importante dessa identificação é que tem diversas assunções que se pode identificar... Ao demonstrar os argumentos, afasta-se os espantalhos que se está falando. Suzy Hoffman - Talvez o que fosse interessante seria trazer alguns temas que tenha uma consolidação de entendimento. Flávio Munhoz - Fez parte de livro com artigos com análise técnica das decisões do órgão com as impressões pessoais de quem está fazendo o artigo; - Tirar dos acórdãos quais foram os fundamentos, a razão técnica; - Surte efeito, pois expõe as razões; - Dificuldade de se encontrar os argumentos. André Correia - Problema do critério para escolher quais as decisões mais representativas; - Fundamentos podem não ser representativos; - Sugestão dos temas que estão em pauta; - Livro/ resultado com uma parte de como a decisão é produzida. Breno Vasconcelos - Gera a necessidade dos próximos acórdãos demonstrarem de forma mais clara quais os fundamentos; ***