POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS DIRIGIDAS À POPULAÇÃO INFANTO-JUVENIL NO MUNICÍPIO DE PIRACICABA Autor(es) LARISSA AVANCINI SCHIAVUZZO Orientador(es) TELMA REGINA DE P SOUZA Apoio Financeiro FAPIC/UNIMEP Resumo Simplificado O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) introduziu o Sistema de Garantia de Direitos (SGD) que consiste em uma política de defesa dos direitos da criança e do adolescente, compreendendo ações para a promoção, proteção e defesa desses direitos, por meio da cooperação entre a sociedade e o poder público. A base do SGD está na constituição de Conselhos de Direitos e Tutelares. Dentre as ações dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), destaca-se realização do diagnóstico situacional, a formulação da política de atendimento à população infantojuvenil, monitoramento e avaliação dessa políticas. Já o Conselho Tutelar (CT) é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente e possui como principais atribuições: o atendimento a crianças e adolescentes cujos direitos estejam ameaçados ou violados e aplicação das medidas de proteção; atendimento, aconselhamento e aplicação das medidas de responsabilização aos pais ou responsáveis legais; encaminhamento ao Ministério Público; representação e encaminhamento à autoridade judiciária; assessoramento ao poder executivo local na elaboração da proposta orçamentária e fiscalização das entidades responsáveis pelo planejamento e execução de programas de proteção e medidas socioeducativas. Os objetivos desta pesquisa foram: compreender a fundamentação política-ideológica dos programas/projetos voltados à criança e ao adolescente e verificar a relação desses programas/projetos com as demandas municipais desta população. Para alcançar esses objetivos foram coletados dados dos CT de Piracicaba e da SEMDES (Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social). A pesquisa apontou deficiências na forma como os dados das ocorrências trabalhadas pelos CT são registrados, o que dificultou a compreensão das demandas do município em relação à população infantojuvenil. Os dados que foram analisados, referentes aos anos de 2013 e 2014, demonstram que o número de ocorrências é numericamente semelhante nesses anos e três categorias foram destacadas pela sua representatividade numérica em relação às demais, que são: frequência escolar irregular, negligência e conflito familiar. De acordo com os dados da SEMDES, os programas e projetos desenvolvidos no município são pautados nas diretrizes do Sistema Único da Assistência Social, atuam nos três níveis de complexidade e valorizam a convivência familiar e comunitária como o previsto pelo ECA e leis complementares. A fragilidade dos registros e os obstáculos para a realização de um diagnóstico situacional são: falta de treinamento e capacitação dos conselheiros para atividades técnicas, falta de definição conceitual das tipificações usadas pelos CT, falta de devolutiva e comunicação entre os órgãos e o CT, e falta de acesso ao Sipia (Sistema de Informação para a infância e adolescência). Diante das lacunas deixadas pelos dados e da ausência de um diagnóstico situacional fundamentado não é possível verificar a relação dos programas/projetos oferecidos pela SEMDES com as demandas municipais. Para que os direitos da criança e do adolescente sejam garantidos é preciso que todos os órgãos envolvidos trabalhem de forma conjunta e que haja um esforço coletivo para transposição dos obstáculos apresentados. Também é importante que se realize um diagnóstico situacional coerente com a realidade para que se possa criar programas/projetos que atinjam mais especificamente as demandas apresentadas pelo município.