NOÇÕES DE ÁLGEBRA LINEAR 1. ESPAÇOS VETORIAIS 1.1. ESPAÇO VETORIAL REAL Seja um conjunto V ≠ φ no qual estão definidas duas operações: adição e multiplicação por escalar, tais que ∀u, v ∈ V, u+v ∈ V e ∀α ∈ ℜ , ∀u ∈ V , αu ∈ V . O conjunto V com as operações acima é chamado espaço vetorial real se forem verificadas as seguintes propriedades: Em relação à adição: A1 − u + v = v + u , ∀u,v ∈ V (a adição deve ser comutatividade ) A 2 − (u + v) + w = u + (v + w) , ∀u,v,w ∈ V (a adição deve ser associativa ) A3 − A4 − ∃ 0 ∈ V , ∀u ∈ V , u + 0 = u ( deve existir em V o elemento neutro 0 da adição) ∀ u ∈ V , ∃ (-u) ∈ V , u + (-u) = 0 (deve existir em V o simétrico de cada elemento de V) Em relação à multiplicação por escalar: M 1 − (α + β)u = αu + βu, ∀α,β ∈ ℜ e ∀ u ∈ V (a multiplicação deve ser distributiva em relação a adição de escalares) Μ 2 − α(u + v) = αu + αv, ∀α ∈ ℜ e ∀u,v ∈ V (a multiplicação deve ser distributiva em relação a adição de vetores) M 3 − (αβ)u = α(βu), ∀α,β ∈ ℜ e ∀ u ∈ V (a multiplicação deve ser associativa em relação a multiplicação de escalares) M 4 − 1u = u, ∀ u ∈ V (o 1(um) deve ser o elemento neutro da multiplicação por escalar) Os elementos de um espaço vetorial são chamados vetores independente de sua natureza. Exemplos de espaços vetoriais: 1. O conjunto ℜ n das n-uplas de números reais com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar. 2. O conjunto M mxn das matrizes mxn com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar. n n −1 3. O conjunto Pn ={a 0 x + a 1 x + ... + a n ; a i ∈ ℜ } dos polinômios de grau menor ou igual a “n”, incluindo o polinômio identicamente nulo, com as operações usuais de adição e multiplicação por escalar. 4. O conjunto das funções definidas no intervalo [a;b] em relação às operações definidas por (f + g)(x)= f(x)+ g(x) e (αf)(x) = αf(x) , ∀ α ∈ℜ . 1.2. COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES Sejam os vetores v1 , v 2 ,..., v n de um espaço vetorial V. Um vetor v ∈ V é combinação linear (CL) dos vetores v1 , v2 ,..., v n se existem os reais a1 , a 2 ,..., a n , tais que a 1v1 + a 2v 2 + ... + a n v n = v . E1) Verifique se o vetor v = (1,−8, −7 ) é combinação linear dos vetores v1 = (3, −2,1) e v 2 = (4,1,5) . Em caso afirmativo, escreva o vetor v como combinação linear de v1 e v2 . 1 a 1 v 1 + a 2 v 2 + ... + a n v n = v pode ser representada matricialmente por MA=V, onde: M é a matriz cujas colunas são os vetores v1 , v2 ,..., v n , A é a matriz coluna formada pelos coeficientes a1 , a 2 ,..., a n e V é a representação matricial do vetor v. Importante: A combinação linear E2) Escreva o vetor v = (-3,2) como combinação linear dos vetores i = (1,0) e j = (0,1). E3) Escreva o vetor v = (1,3,-2) como combinação linear dos vetores i = (1,0,0), j = (0,1,0) e k = (0,0,1). E4) Sejam os vetores v1 = ( 2,−1,2) , v2 = (0,3,−2) e v3 = (4,2,0) . a) Escreva, se possível, o vetor v = (2 ,5,−2 ) como CL dos v etores v1 e v2 . b) Escreva, se possível, o vetor v1 como CL dos vetores v2 e v 3 . c) Determine o valor de “m” para que o vetor u = (6, 0, m ) seja CL dos vetores v 1 e v 2 . 1.3. RESPOSTAS E1) v = 3v 1 - 2v 2 E4) a) v = v1 + 2v2 E2) v = -3i + 2j b) Impossível c) m=4 E3) v = i + 3j – 2k 1.4. PRODUTO ESCALAR Chama-se produto escalar (ou produto interno usual) de dois vetores u e v o número real representado por u . v ou < u , v > e calculado pela soma dos produtos das componentes correspondentes dos vetores. Se u = (x1 , y 1 )∈ ℜ 2 e v = ( x2 , y 2 ) ∈ ℜ 2 então u.v = x1 .x2 + y 1 .y 2 . Se u = (x1 , y 1 , z1 ) ∈ ℜ 3 e v = ( x2 , y 2 , z2 ) ∈ ℜ 3 então u.v = x1.x2 + y1 .y 2 + z1 .z2 . E1) Determinar u . v ,sabendo que u = (1, -2) e v = (4,2). → → E2) Dados os pontos A(1,-2,0) , B(2,-1,-2) e C(4 ,2 ,1), calcular AB . BC . PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR a) u . v = v . u b) u .( v + w ) = u . v + u . w c) α ( u . v ) = ( α u ). v = u .( α v ), comα ∈ ℜ d) u.u = | u |2 1.5. MÓDULO DE UM VETOR Chama-se módulo(ou comprimento) do vetor v o número real não negativo calculado por v.v . No ℜ 2 , se v =(x,y ) então | v | = x2 + y2 . No ℜ 3 , se v =(x,y,z ) então | v | = x 2 + y 2 + z 2 . E3) Dados os vetores u = (1,-2,2) e v = (4,3), calcular | u | e | v | . → E4) Dados os pontos A(1,3,0) e B(-2,m, -2), calcular m para que | AB | = 7. PROPRIEDADES DO MÓDULO: a) | u | ≥ 0 e | u | = 0 ⇔ u = 0 b) | -u | = | u | c) | α u | = |α |.| u | 2 d) | u + v | ≤ | u | + | v | 1.6. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS → A distância d e ntre dois pontos A e B é o comprimento do vetor AB . → No ℜ 2 , se A(x1 , y 1 ) e B( x2 , y 2 ) então AB =(x2 -x1 , y 2 -y 1 ) e d A B = ( x 2 − x 1 ) 2 + ( y 2 − y 1 ) 2 . → No ℜ 3 , se A(x1 , y 1 , z1 ) e B( x2 , y2 , z2) então AB =(x2 -x1 , y 2 -y 1 , z2 - z1 ) e d A B = ( x 2 − x 1 ) 2 + ( y 2 − y1 ) 2 + ( z 2 − z1 ) 2 . E5) Determinar no eixo das ordenadas um ponto eqüidistante dos pontos A(1,-3,7) e B(5,7,-5). E6) Determine o ponto do plano eqüidistante dos pontos (-1,-2) , (1,0) e (3,-2). 1.7. ÂNGULO DE DOIS VETORES Se u ≠ 0 , v ≠ 0 e θ é o ângulo dos vetores u e v , com 0° ≤ θ ≤ 180 ° . v v–u θ u Da lei dos co-senos: |u – v|2 = |u|2 + |v|2 – 2|u|.|v| cosθ (1) Mas |u – v|2 = (u – v).(u – v) = u.u – 2u.v + v.v = |u|2 – 2 u.v + |v|2 (2) Comparando (1) e (2): u.v =|u|.|v| cos θ ou cos θ = u .v . | u | .| v | E7) O que se pode afirmar sobre u.v, se 0° < θ < 90° . E8) O que se pode afirmar sobre u.v, se 90 ° < θ < 180 ° . E9) O que se pode afirmar sobre u.v, se θ = 90° . E10) O que se pode afirmar sobre u e v, se θ = 0 ° . E11) O que se pode afirmar sobre u e v, se θ = 180° . E12) Calcular os ângulos entre os vetores u e v , sendo: a) u =(1,2) e v =(-1,2) b) u =(2,-1) e v =(1,2) d) u =(1,1,4) e v =(-1,2,2) e) u =(2,-1,2) e v =(-1,2,2) c) u =(0,2) e v =(0,1) f) u =(0,2,4) e v =(0,1,2) π E13) Sabendo que o ângulo entre os vetores u =(2,1,-1) e v =(1,-1,m+2) é , calcular m. 3 1.8. VETORES ORTOGONAIS Se u é ortogonal a v , o ângulo θ entre os vetores u e v é 90o e portanto, u .v = 0. u ⊥ v ⇔ u .v=0 E14) Dados os vetores u = (1,-2,2) e v = (4,m,-5), calcular m para que u e v sejam ortogonais. E15) O triângulo de vértices A(5,1,5), B(4,3,2) e C(-3,-2,1) é retângulo? E16) Determinar um vetor ortogonal ao vetor w = ( −3,1,2 ) . 1.9. RESPOSTAS E1) 0. E2) –1. E3) 3 e 5. E4) m = -3 ou m = 9. E5) (0,2,0). E6) (1,-2). E7) u.v > 0. E8) u.v < 0. E10) Paralelos de mesma direção e mesmo sentido. 3 E9) u.v = 0. E11) Paralelos de mesma direção e sentidos contrários. E12) a) θ = arc cos (3/5). b) 90o c) 0o d) 45o e) 90o E13) m = -4. E14) m = -3. E15) SIM. E16) qualquer v = (a,b,c), tal que b = 3a –2c. f) 0o 2. BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL 2.1. SUBESPAÇO VETORIAL GERADO E1) Sejam os vetores v1 = ( 2,−1,2) , v 2 = (0 ,3,−2) e v 3 = (4 ,2,0 ) . a) Determine os vetores do ℜ 3 que podem ser escritos como CL dos vetores v1 , v 2 e v3 . b) Determine os vetores do ℜ 3 que podem ser escritos como CL dos vetores v3 e v 4 = ( 2,1, 0) . Seja A = {v1 , v 2 ,.., v n } um conjunto de vetores de um espaço vetorial V, e seja S = {v ∈ V / v = a 1v1 + a 2 v 2 + ... + a n v n , a i ∈ ℜ} . O conjunto S, também representado por G(A) ou [ v1 , v 2 ,...,v n ], é denominado subespaço vetorial gerado por A ou pelos vetores v1 , v 2 ,...,v n . E2) Se V = ℜ 2 , determine o subespaço gerado por: a) v 1 = (1, 2) b) v 1 = (1, −2) e v 2 = (−1,2) d) v1 = (1, 2) , v2 = (1,1) e v3 = (−1,1) c) v 1 = (1, 0) e v 2 = ( 2, 2) e) v1 = (1,2) e v2 = (0, −1) E3) Se V = ℜ , determine o subespaço gerado por: a) v1 = (1,3,2) b) v1 = (1,3,2) e v2 = ( −2, −6,−4) 3 d) v 1 = (1, −1,1) , v 2 = ( −2,2 ,−2) e v 3 = (1,1,1) c) v1 = ( −1,1,2) e v2 = (1,1,1) e) v 1 = (1,0 ,0) , v 2 = ( 0,2 ,0) e v 3 = (0 ,0,3) f) v 1 = (1,1,0) , v 2 = (0 ,1,1) , v 3 = (1,1,1) e v 4 = ( 2, 0,− 1) 2.2. RESPOSTAS E1) a) ∀v ∈ ℜ 3 { E3) a) {(x, y, z) ∈ ℜ c) {(x , y , z) ∈ ℜ b) v=(2y,y,0) , y ∈ ℜ } { / y = 3x e z = 2x} / x − 3 y + 2 z = 0} E2) a) (x , y ) ∈ ℜ / y = 2 x 2 3 3 b) (x , y ) ∈ ℜ 2 / y = −2 x } c) ℜ 2 { d) ℜ 2 e) ℜ 2 b) (x, y, z) ∈ ℜ3 / y = 3x e z = 2x { } d) (x , y, z) ∈ ℜ / z = x 3 e) ℜ 3 f) ℜ } 3 2.3. DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR Sejam os vetores v1 , v2 ,..., v n de um espaço vetorial V e a equação a 1v1 + a 2v 2 + ... + a n v n = 0 (1). Os vetores v1 , v 2 ,..., v n são ditos linearmente independentes (LI) caso a equação (1) admita apenas a solução trivial a 1 = a 2 = ... = a n = 0 . Se a equação (1) admitir soluções distintas da trivial, então os vetores v1 , v 2 ,..., v n são ditos linearmente dependentes (LD). E1) Verifique se os vetores são LI ou LD. a) v1 = (1, 2,3) e v2 = ( −2, −4, −6) b) v1 = (0,1,2) , v 2 = (1,2,3) e v 3 = (1,3, 0) c) v1 = (1,−1, 2) , v2 = (2,0,3) e v3 = (0, −2,1) 4 2.4. PROPRIEDADES a) Um conjunto com dois ou mais vetores é LD se, e somente se, pelo menos um dos vetores é CL dos demais. b) Se um dos vetores de um conjunto é o vetor nulo então este conjunto é LD. 2.5. RESPOSTAS E1) a) LD b)LI c) LD 2.6. BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL Seja B = {v1, v2 ,... vn } um subconjunto de um espaço vetorial V. B é uma base de V, se: a) B é LI; b) B gera V. E1) Seja B o conjunto dado pelos vetores v 1 = (1,0), v2 = (-2,0) e v 3 = (1,2). Verifique se B é uma base do ℜ 2 . a) B = { v1 } b) B = { v1 , v2 } c) B = { v1 , v 2 , v 3 } d) B = { v1 , v 3 } E2) Seja B o conjunto formado pelos vetores v1 = (1, 2,0) , v 2 = ( 0,1,1) , v 3 = ( −1,0,0 ) e v 4 = (1,1, −1) . Verifique se B é uma base do ℜ 3 . a) B = { v 1 , v2 } b) B = { v1 , v2 , v 3 } c) B = { v1 , v2 , v 4 } d) B = { v1 , v 2 , v 3 , v4 } 2.7. PROPRIEDADES 1. Todo conjunto LI de vetores de um espaço vetorial é uma base do subespaço por ele gerado. 2. Se B = { v 1 , v 2 ,..., v n } é uma base de um espaço vetorial V, então todo subconjunto de V com mais de “n” vetores é LD. 3. Se B = { v 1 , v 2 ,..., v n } é uma base de um espaço vetorial V, qualquer vetor de V se escreve de modo único como combinação linear dos vetores de B. 4. Todas as bases de um espaço vetorial V têm o mesmo número de vetores. Exemplo: Qualquer base do ℜ 2 tem 2 vetores e qualquer base do ℜ 3 tem 3 vetores. Observações: a) No sistema de eixos adotado no ℜ 2 , temos dois vetores padrão i = (1,0) e j = (0,1). y 1 j = (0,1) 1 0 i = (1,0) x b) No sistema de eixos adotado noℜ 3 , temos três vetores padrão i = (1,0,0), j = (0,1,0) e k = (0,0,1). z 1 k = (0,0,1) 1 0 j = (0,1,0) 1 i = (1,0,0) x 5 y c) Os vetores i = (1,0) e j = (0,1) formam a denominada base canônica do ℜ 2 , enquanto que os vetores i = (1,0,0), j = (0,1,0) e k = (0,0,1) formam a denominada base canônica do ℜ 3 . Os vetores i, j e k também são representados, respectivamente, por e 1 , e2 e e 3 . 2.8. RESPOSTAS E1) a) Não E2) a) Não b) Não b) Sim c) Não c) Não d) Sim d) Não 3. TRANSFORMAÇÕES LINEARES 3.1. TRANSFORMAÇÃO LINEAR Sejam V e W espaços vetoriais. Uma função f de V em W é chama da transformação linear (TL), se i) f(u+v) = f(u) + f(v), ∀u , v ∈ V ii) f( α u) = α f(u), ∀α ∈ ℜ e ∀u ∈ V No caso de V = W, f é chamada operador linear sobre V. E1) Mostre que as transformações abaixo são lineares: a) f: ℜ → ℜ , dada por f(x) = 2x b) f: ℜ 2 → ℜ 2 , dada por f(x,y) = (x ,0). E2) Quais das seguintes transformações são lineares ? a) f(x)= 2x + 1 b)f(x,y) = xy c)f(x,y,z) = ( 0 , 0 , z ) d)f(x,y) = | x+y | E3) Numa TL f: V → W, f (u) =2u e f(v)=3v , calcule : a) f(u+v) b) f(3u) c) f(u -v) d) f(2u+5v) PROPRIEDADES a) Se f: V → W é uma TL então f(0V) = 0W . b) Em qualquer TL, a imagem de uma combinação linear de vetores é igual a combinação linear das imagens com os mesmos coeficientes, isto é, f(a 1 v1 + a 2 v2 + ... + a n vn ) = a 1f(v 1 ) + a 2 f(v2 ) + ...+ a n f(v n ). E4) Se f: ℜ 2 → ℜ 3 é linear e u = (1,2), v = (-1,3), f(u) = (2, -1,-2) e f(v) = (-2,-4,-3) calcule: a) f(u+v) b) f(3u) c) f(2,4) d) f(2u-3v) 3.2. MATRIZ NATURAL OU MATRIZ CANÔNICA 2 − 1 Seja a matriz A= 3 0 . Se pensarmos na matriz A como um objeto que atua sobre um vetor v 5 − 4 2x − y x = , por multiplicação, o resultado será o vetor u = Av = 3 x . Logo, a matriz A define uma y 5x − 4 y transformação f: ℜ 2 → ℜ3 , onde f(v) = A.v ou f(x,y) = (2x-y,3x,5x-4y). Pode-se mostrar que essa transformação é linear. Toda matriz A mxn define uma TL f: ℜ n → ℜ m , com f(v) = A.v. Neste caso, A é chamada matriz natural ou matriz canônica de f e A pode ser representada também por [f]. As linhas de A são, respectivamente, os coeficientes das componentes da imagem de f. 6 1 2 − 3 E5) Seja a matriz A = , determine : 3 4 5 a) a lei da TL definida por A. b) a imagem de v = (1,-1,1), usando a matriz A. c) a imagem de v = (1,-1,1), usando a lei. d) o vetor u, tal que f(u) = 0. E6) Escreva a matriz natural associada a transformação linear f (x,y) = (x+2y,x-y,3x-5y) E7) Escreva a matriz natural associada a transformação linear: a) f(x,y,z)=(x+y-z,0) b) f(x)=(2x,0,-x) c) f(x,y)=x+y d) f(x)=3x − 1 2 E8) Um operador linear no ℜ2 é definida pela matriz [f ] = . Determine u e v , tal que : 0 1 a) f(u)=u b) f(v)=-v −1 1 2 1 0 − 3 E9)Um operador linear no ℜ3 é definido pela matriz A = 1 − 2 − 1 . Determine v e w tais que: a) f(v) = 0 b) f(w) = (2,-1,-3) 2 1 E10)Um operador linear é definido pela matriz A = . Determine v ≠ 0 e u ≠ 0 tal que: 3 4 a) Av = 5v b) Au = -2u 3.3. TL DEFINIDA PELAS IMAGENS DOS VETORES DA BASE CANÔNICA Uma TL f está perfeitamente definida quando são conhecidas as imagens dos vetores da base canônica do domínio de f e, nesse caso, as imagens dos vetores da base canônica são, respectivamente, as colunas da matriz canônica de f. E11) Seja f: ℜ 2 → ℜ 3 a TL definida por f(1,0) = (3,2,1) e f(0,1) = (-2,4, -3). Determine: a) f(5,4) b) f(x,y) c) f(5,4) pela lei E12) Seja f: ℜ3 → ℜ2 a TL definida por f(1,0,0) = (2,3), f (0,1,0) = (-4,1) e f(0,0,1) = (-2,-1) . Encontre f(x,y,z) e [f]. E13) Seja f a TL definida por f(1,0) = (3,-2,1) e f(0,1) = (4,0,2). Encontre f(x,y) e [f]. E14) Seja f a TL definida por f(1,0,0) = (1,0), f (0,1,0) = (2,-1) e f(0,0,1) = (4,3). Encontre f(x,y,z) e [f]. 3.4. COMPOSTA DE DUAS TL Sejam f1: V → W e f2 : W → U transformações lineares. A composta de f2 com f1 é a TL f2 of1 : V → U definida por (f2 of1 )(v) = f2 (f1(v)). W w=f1 (v)= [f1 ].v f1 f2 [f1] [f2 ] V U f2 of1 v u= f2 (w)= [f2 ].[f1 ].v [f2of1 ] = [f2 ]. [f1 ] Importante: A matriz que representa uma seqüência de TL é o produto das matrizes das TL na ordem inversa. E15) Sejam os operadores lineares definidos por f1 (x,y) = (3x+y , y-x) e f2 (x,y) = (2x-y , 3x). a) as matrizes das compostas f1 of2 e f 2 of1 . 7 b) as leis das compostas f 1 of2 e f2 of1. E16) Sejam as TLdadas por f 1 (x,y) = (2x +3y , x+y , 2x) e f2 (x,y,z) = ( x-y , y -z). Determine: a) as matrizes das compostas f1 of2 e f 2 of1 . b) as leis das compostas f 1 of2 e f2 of1. 3.5. RESPOSTAS E2) a) Não b) Não c) Sim d) Não E3) a) 2u + 3v b) 6u c) 2u – 3v d) 4u + 15v E4) a) (0,-5,-5) b) (6,-3,-6) c) (4,-2,-4) d) (10,10,5) E5) a) f(x,y,z) = (x + 2y – 3z, 4x + 5y + 3z) b) (-4,2) c) (-4,2) d) (-7z,5z,z) , z ∈ ℜ 2 1 2 1 1 − 1 E6) A = 1 − 1 E7) a) A = b) A = c) A = [1 1] d) A =[3] 0 0 0 0 3 − 5 − 1 E8) a) (y , y) , y ∈ ℜ b) (x , 0) , x∈ ℜ . E9) a) (3z , z , z) , z ∈ ℜ b) (3z – 3 , z – 1 , z) , z ∈ ℜ E10) a) (x , 3x) x∈ ℜ b) NE E11) a) (7 , 26 , -7) b) f(x,y) = (3x – 2y , 2x + 4y , x – 3y) c) (7 , 26 , -7) 2 − 4 − 2 . 1 − 1 3 3 4 1 E13) f(x,y) = (3x+4y,-2x,x+2y), [ f ] = − 2 0 . E14) f(x,y,z) = (x+2y+4z,–y+3z), [ f ] = 0 1 2 E12) f(x,y,z) = (2x– 4y–2z,3x+y–z ), [ f ] = 9 − 3 7 1 E15) a) e 9 3 1 1 2 E16) a) 1 b) b) f(x,y) = (9x - 3y , x + y ) e f(x,y) = (7x + y , 9x + 3y) 1 − 3 1 2 − 1 e − 1 1 0 0 2 − 2 2 4 . − 1 3 b) f(x,y,z) = (2x + y - 3z , x – z , 2x – 2y ) e f(x,y) = (x + 2y , -x + y) 4. VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS 4.1. DEFINIÇÃO Seja f:V → V um operador linear. Um vetor não-nulo v ∈ V é chamado vetor próprio ou autovetor de f se existe λ ∈ ℜ , tal que f(v) = λ v. O real λ é chamado valor próprio ou autovalor de f associado ao vetor próprio v. E1) Considere a figura abaixo e identifique os vetores próprios e o s valores próprios correspondentes do operador linear f. y f(v 2) v3 f(v 3) v1 v2 0 x f(v 1) 8 E2) Mostre que se v é um vetor próprio de um operador linear f associado ao valor próprio λ então qualquer vetor α v, com α ≠ 0 , é também vetor próprio associado ao mesmo λ . E3) Sejam v 1 = (2, 3) e v 2 = (1, -1), vetores próprios de um operador linear associados aos valores próprios λ 1 = 4 e λ 2 = -1, respectivamente. Encontre: a) f(4 , 6) b) f(2 , -2) c) f(2/3 , 1) d) f(1/2 , -1/2) E4) Verifique se o vetor v é vetor próprio da matriz A e determine, se possível, o valor próprio correspondente. 4 5 1 2 a) v = (5, 2), A = b) v = (1, 2), A = 2 1 3 2 4.2. DETERMINAÇÃO DOS VALORES E VETORES PRÓPRIOS Seja f:V → V um operador linear e [f] = A. Determinação dos Valores próprios: f(v) = λ v ⇔ A.v = λ v ⇔ A.v - λ v = 0 ⇔ A.v - λ I.v = 0 ⇔ (A - λ I).v = 0. O sistema homogêneo correspondente admitirá soluções v ≠ 0 se, e somente se, det(A - λ I) = 0 (1). A equação (1) é chamada equação característica de f e suas raízes são os valores próprios de f. Determinação dos Vetores próprios: Os vetores próprios são as soluções da equação (A - λ I).v = 0 para cada valor próprio encontrado. Exemplo: Encontre os valores e vetores próprios do operador linear definido por f(x,y) = (3x,4x+y). Solução: Cálculo dos valores próprios : det(A - λ I) = 0 3 0 A= 4 1 ⇒ 0 3 − λ A- λI= 1 − λ 4 ⇒ det(A - λ I) = 3− λ 0 =0 4 1−λ λ 1 = 1 ou λ 2 = 3 Cálculo dos vetores próprios: (A - λ I).v = 0 Para λ 1 = 1 e v = (x,y) 2 (A - λ I).v = 0 ⇔ 4 0 x 0 . = 0 y 0 ⇔ v = (0,y), com y ≠ 0 . Para λ 2 = 3 e v = (x,y) 0 x 0 0 (A - λ I).v = 0 ⇔ . = 4 − 2 y 0 ⇔ v = (x,2x), com x ≠ 0 . E5) Calcule os valores e vetores próprios : a) do operador linear definido por f(x,y) = (4x + 5y , 2x + y) 9 ⇔ λ 2 − 4λ + 3 = 0 ⇔ b) c) do operador linear definido por f(x,y) = (x + 2y , 3x + 2y) do operador linear definido por f(x,y,z) = (x , -2x - y , 2x + y + 2z) 0 0 0 d) da matriz A = 0 0 9 0 4 0 3 2 1 E6) Sabendo que λ = 2 é valor próprio de A = 1 4 1 calcule os vetores próprios correspondentes. 1 2 3 4.3. RESPOSTAS E1) v1 =(2,2), λ 1 = −1 e v 2 =(4,2), λ 2 = 2 . E3) a) (16,24) b) (-2,2 ) c) (8/3,4) d) ( -1/2 , 1/2 ) E4) a) Sim λ = 6 b) Não E5) a) λ1 = −1 , v1 = ( x,− x), x ≠ 0 e λ 2 = 6 e v 2 = (5 t ,2 t ) , t ≠ 0 b) λ1 = −1 , v1 = ( x,−x), x ≠ 0 e λ2 = 4 e v 2 = ( 2t,3t) , t ≠ 0 c) λ1 = −1 , v1 = (0, − 3z, z), z ≠ 0 e λ 2 = 1 e v 2 = ( −z , z , z ) , z ≠ 0 e λ3 = 2 , v3 = (0,0, z), z ≠ 0 d) λ1 = − 6 , v1 = (0, 3t , −2 t ), t ≠ 0 e λ 2 = 0 e v 2 = ( x,0,0) , x ≠ 0 e λ 3 = 6 , v 3 = (0 ,3t , 2t ), t ≠ 0 E6) v= (x ,y ,- x - 2y), com x e y não simultaneamente nulos 5. BIBLIOGRAFIA ANTON, Howard, RORES, Chris. Algebra Linear com aplicações. 8.ed. Ed. Bookman. BOLDRINI, José Luiz; COSTA, Sueli I. Rodrigues;Ribeiro,Vera Lúcia S.S.;Wetzler,Henry G. Algebra Linear. Ed. Harbra, 1980. KOLMAN, Bernard. Introdução à Algebra Linear com aplicações. 6.ed. Ed. Prentice-Hall do Brasil, 1998. LAY, David C. Algebra Linear e suas aplicações. 2. Ed. Livros Técnicos e Científicos S. A., 1999. MOREIRA, Francisco Leal. Álgebra linear e geometria analítica, Material Didático, FAMAT/PUCRS, 2004. STEINBRUCH, Alfredo, WINTERLE, Paulo. Álgebra linear. McGraw-Hill, 1987. 10