UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA EM GESTÃO DE PROJETOS Por: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes Orientador Prof.Nelson Magalhães Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETOS Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em gestão de projetos. Por: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer à DEUS por esta oportunidade de adquirir mais conhecimento, ao meu marido Leandro que sempre me incentivou , aos meus pais que sempre me ajudaram e aos meus filhos pela compreensão nos meus momentos ausentes . 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu marido , meus pais e meus filhos e todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para conclusão deste trabalho. 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar o papel dos líderes e suas qualidades a fim de exercer uma liderança eficiente na gestão de projetos como também nas equipes de trabalho dentro das Organizações. A busca da excelência na qualidade de liderar é essencial para uma otimização dos resultados e para da gestão de pessoas nas organizações e como o comportamento dentro da empresa pode se tornar um diferencial no sentido de gerenciamento na modernidade. Em seguida, o estudo aborda vários aspectos da liderança, mostrando as diversas teorias e tipos de liderança. Procurou-se fazer uma análise comparativa da liderança exercida até nossos dias por Jesus Cristo que é nosso maior exemplo de liderança. Estudar os fatores críticos de sucesso certamente aumentará a contribuição ao conhecimento da disciplina Gerência de Projetos. 6 METODOLOGIA Este trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica através de livros e sites consagrados na área e tem por objetivo estudar como a liderança pode ser determinante para o sucesso da Gestão de Projetos influenciando assim o resultado final da Organização. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – Liderança 09 CAPÍTULO II – Gestão De Projetos 25 CAPÍTULO III - A importância da liderança na gestão de projetos 38 CONCLUSÃO 49 BIBLIOGRAFIA 50 ÍNDICE 54 FOLHA DE AVALIAÇÃO 56 8 INTRODUÇÃO A liderança passou a ser um importante foco diferencial para obtenção de resultados pelas empresas, por causa da globalização, o mundo passa por um processo de constantes mudanças tornando necessário medidas e a busca constante pela melhoria da qualidade nos processos, nos produtos e nos serviços e a liderança de torna uma poderosa arma para se atingir esse objetivo . Ao longo dos anos, instituem-se, nas maiores empresas do mundo, políticas de governança baseadas em estruturas verticais e sólidas. Isso fazia com que cada pessoa soubesse exatamente o que deveria fazer e quem eram as pessoas responsáveis por dar as ordens. A flexibilidade era muito baixa e os profissionais funcionavam como em uma grande máquina. Com o passar do tempo, a realidade mudou. As pessoas passaram a exercer papéis diversificados dentro de uma empresa, fazendo parte de uma estrutura horizontal e não apenas vertical. Tudo isso trouxe mudanças no modo de se gerenciar. Extinguiu-se a imagem do líder autoritário e entrou em cena aquele capaz de lidar com o indivíduo. Sendo assim as atuais exigências do mercado passou a exigir um novo tipo de líder, participativo , comunicativo e comprometido com a organização . Sabendo usar de forma consciente seus conhecimentos . criatividade , autonomia , habilidade de trabalhar em equipe, ouvir, e delegar poderes serão ferramentas utilizadas para o desenvolvimento de sua função. Os fatores críticos de sucesso em projetos fazem parte das preocupações, tanto acadêmicas como práticas. Estudar suas causas aumentará o conhecimento em Gerenciamento de projetos. Se destaca como fator crítico de sucesso as habilidades dos gerentes de projetos 9 CAPÍTULO I LIDERANÇA Líder é aquele que consegue os resultados esperados através de outras pessoas e liderar é fazer com que os outros façam voluntariamente o que você quer que façam. O atual líder não dá ordens, controla e pune. Ele colabora, orienta, desenvolve conhecimentos e habilidades (JORDÃO, 2004). Alguns princípios de liderança: Conhecer a si mesmo; Explicar-se, várias vezes se necessário, até que as pessoas entendam aonde você quer chegar; Exija o máximo sem medo, pois exigir o melhor é um pré-requisito para obtê-lo; Procure obter consenso antes de uma decisão, pois isto irá mobilizar aqueles dos quais você depende após a tomada da decisão; Procure estar no lugar certo: para usar seu potencial de liderança é necessário que você combine seus objetivos e talentos à organização certa. 1.1 A História da liderança Costuma-se dizer que a liderança faz o mundo andar. O conceito de liderança ressalta de forma surpreendente, a capacidade de alguns indivíduos comoverem, inspirarem e mobilizarem massas populares, de forma a caminharem juntos na busca do mesmo objetivo. Algumas vezes, a liderança está a serviço de fins dignos; outras, não. Entretanto, independentemente de seus objetivos, os grandes líderes deixam sua marca pessoal nos anais da História. A liderança pode melhorar ou piorar a História. Alguns líderes têm sido responsáveis pelas loucuras mais extravagantes e pelos crimes mais monstruosos. Em contrapartida, outros têm sido vitais em conquistas da 10 humanidade, tais como a liberdade individual, a tolerância racial e religiosa, a justiça social e o respeito pelos direitos humanos. Não há um modo seguro de reconhecer antecipadamente quem irá liderar para o bem ou para o mal. Um dos critérios de avaliação pode ser este: os líderes comandam pela força ou pela persuasão? Pela dominação ou pelo consentimento? Na maior parte do curso da História, a liderança foi exercida pela autoridade de direito divino. O dever dos seguidores era submeter-se e obedecer. A grande revolução dos tempos modernos foi a revolução da igualdade. A idéia de que todos os indivíduos podem ser iguais perante a lei solapou as velhas estruturas de autoridade, hierarquia e respeito. Um governo fundamentado na reflexão e na escolha exigia um novo estilo de liderança e uma nova qualidade de seguidores. Tornavam-se necessários líderes que respondessem aos anseios populares e seguidores ativos, suficientemente bem informados para participar do processo. Um segundo critério para avaliar a liderança pode ser a finalidade da procura do poder. Quando alguns líderes têm como objetivo a supremacia de uma raça, a promoção de uma revolução totalitária, a aquisição e exploração de colônias, a proteção de ambições e privilégios, ou a preservação do poder pessoal, é bem provável que suas lideranças em nada façam avançar a causa da humanidade. Quando o objetivo do líder é a abolição da escravatura, a libertação da mulher, a ampliação de oportunidades para os pobres e desamparados, a extensão de direitos iguais para as minorias raciais, a defesa da liberdade de expressão e de oposição, é provável que sua liderança seja uma contribuição para o aumento da liberdade e do bem-estar humanos. 11 Alguns líderes têm causado um grande mal à humanidade. Outros foram responsáveis por grandes benefícios. Mesmo os "bons" líderes devem ser olhados, com certa cautela. Líderes não são semi-deuses: eles comem e se vestem como o mais simples dos mortais. Nenhum líder é infalível, e cada líder deve ser lembrado disso de tempo em tempo. A submissão total corrompe o líder e degrada seus seguidores. O culto do líder é sempre um erro. Felizmente, a adoração do herói gera seu próprio antídoto, pois, como disse o filósofo americano Ralph Waldo Emerson (século XIX), "Todo herói acaba se tornando um chato". Os grandes líderes atestam à realidade da liberdade humana contra as supostas inevitabilidades da História. Confirma a sabedoria e o poder eventualmente contidos em cada uma das pessoas, o que explicaria por que Abraham Lincoln continua a ser o exemplo supremo de uma liderança notável. "Um grande líder", disse Emerson, "aponta novas possibilidades para toda a humanidade." "Nós nos alimentamos de gênios... Existem grandes homens para que possa haver homens maiores ainda". Platão em "A República", ao narrar o duelo verbal entre Sócrates e Trasímaco, cerca de 250 anos antes de Cristo, afirma: (...)nenhum chefe, em qualquer lugar de comando, na medida em que é chefe, examina ou prescreve o que é vantajoso a ele mesmo, mas o que o é para seu subordinado, para o qual exerce a sua profissão, e é tendo esse homem em atenção, e o que lhe é vantajoso e conveniente, que diz o que diz e faz tudo quanto faz. Mais exemplos da história: líderes como Churchill, Hitler e De Gaulle, para o bem e para o mal, capitalizaram e catalisaram as aspirações do seu povo? Hitler só surgiu porque o povo alemão estava humilhado e esfomeado 12 pelas condições de rendição impostas na Primeira Guerra Mundial. Ele não foi o primeiro a pensar que o povo alemão deveria se rebelar contra as condições do pós-guerra. Não sendo ele o primeiro a criar e a pensar numa dita superioridade da raça ariana. Esta noção é só um exemplo que prova que estas idéias e pensamentos eram pré-existentes, dos quais ele se utilizou para resgatar a auto-estima de um povo. Hitler subiu ao poder como um líder que catalisou algumas idéias e se tornou um ditador pelo medo com o auxílio de sua polícia política, a Gestapo. Suas ações são recriminadas pela história. Churchill e De Gaulle se tornaram líderes porque catalisaram a idéia de que não se deveria ser conivente e passivo com o avanço do nazismo. Também não eram idéias próprias, mas um sentimento geral de suas nações. Com a proximidade do final da guerra, Churchill não conseguiu mais ser um catalisador de idéias e ideais para a Inglaterra e perdeu as eleições no verão de 1945. Seu temperamento agressivo e suas palavras duras prejudicaram suas chances de vitória, chegando a ser vaiado no Walthamston Stadium. Muitos anos depois Churchill foi eleito o "Maior Britânico de Todos os Tempos", concorrendo com Darwin, Shakespeare e outros. De Gaulle só se tornou presidente da França em 1958, quando conseguiu provar que não era somente bom para a guerra, catalisando as idéias de reformar a constituição francesa e as diversas instituições do império francês. Estes eram os ideais do povo francês, descontente com a quarta república. De Gaulle foi um dos maiores estadistas e líderes deste século. Na história recente do Brasil Fernando Henrique Cardoso catalisou o ideal de estabilidade econômica. Para ser escolhido como líder da nação, o presidente Lula catalisou o ideal de justiça social, mantendo a estabilidade econômica. Ser líder é servir aos outros. É aceitar que o reconhecimento pode vir tardio, talvez até após sua despedida do poder. É saber que será combatido. É 13 saber que só terá colaboradores se convencê-los de que é a pessoa certa para levar as idéias e ideais adiante. A conjuntura que se delineou no passado, caracterizada pelo líder totalitário, não é mais aceita com o advento e consolidação da democracia, principalmente nos países ocidentais. A mudança do líder de nação, observou mudanças também no líder das empresas e organizações, onde mãos de ferro dão lugar a flexibilidade e a ponderação. A liderança, portanto vai ganhando outras facetas. É neste contexto contemporâneo onde observa-se o conceito de liderança e as características de um líder. 1.2 O Conceito de liderança O objetivo é determinar quais são as principais características desejadas para os líderes de empresas e/ou organizações no contexto social e empresarial, para isso é necessário abordar o conceito de liderança, para posteriores análises sobre as características do líder. Um dos conceitos de liderança muito conhecido é verificado com a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos como diz: A origem desta influência pode ser formal, como a conferida a um alto cargo na organização, ou não. A liderança não sancionada é aquela capacidade de influenciar os outros que emerge fora da estrutura formal da organização é geralmente tão importante quanto a influência formal, ou até mais. (ROBBINS, 2002, p. 168) Concorda ainda com estas idéias, outro grande autor e conhecido administrador que explícita: É necessário aprender a liderar em situações nas quais não temos a autoridade formal do comando. O teste de fogo do líder está em comandar 14 pessoas fora da sua equipe. Quando tiver que liderar seus pares. Ou o seu chefe. Ou seja, quando tiver que liderar para os lados ou para cima. (SOUZA, 2000, p. 35) O autor em suma acrescenta ainda que os líderes da "Era da Conectividade" precisam derrubar paredes que delimitam o seu território de ação, mudar a mentalidade e construir pontes internas e externas que liberem a criatividade dos talentos humanos, conectando-os melhor tanto entre si na empresa quanto externamente com clientes, fornecedores e comunidades onde atuam. É valido ainda complementar com a seguinte interlocução: (...) apesar da escala e extensão da ação do líder poder variar de um contexto ao outro, de acordo com a tradição cultural, religião, costumes, problemas sociais e econômicos específicos de sua região, forte ênfase deve ser colocada nas tecnologias de comunicação e habilidades motivacionais e organizacionais dos futuros líderes, para capacitá-los a agir como "formadores de equipes", animadores e mediadores de conflitos. (RATTNER, 1998, p. 49) Complementa ainda esta afirmação o entendimento de outro grande pensador que diz: (...) enquanto o mando, em última instância, opera com meios físicos para obter apoios e obediências, e acena sempre com o espantalho da imposição, a influência opera com meios cognitivos para obter adesões e conformidade, e corresponde à persuasão e ao convencimento. Assim, a influência depende sempre do consentimento dos outros. (SROUR, 1998, p. 28) A dificuldade de liderar pessoas também foi um tema abordado por Kepner e Tregoe (1991. Pág. 97). "Quando afirmam que o que dá trabalho são problemas humanos". As pessoas não fazem o que se espera delas. Uma peça de equipamento não tem auto-estima, mas o tipo de pessoa que você quer 15 trabalhando para você tem bastante. Identificar as deficiências de uma máquina ou um sistema só pode ter um efeito positivo sobre o desempenho futuro, tal entendimento interage com o de outro grande nome da teoria Geral da Administração na qual: (...)colocam que a flexibilidade é um dos fatores de eficácia da liderança. Deve-se atuar de acordo com a situação. A Liderança Situacional reconhece a existência de dois comportamentos envolvidos na liderança: o comportamento autocrático ou diretivo e o comportamento democrático ou de apoio. (BLANCHARD, 1995, p. 56) Com isto ele defende a adoção de quatro estilos de liderança dentro da Liderança Situacional: Direção, Treinamento, Apoio e Delegação. A aplicação de cada um dos quatro estilos depende do grau de maturidade da equipe ou do colaborador. A liderança sob conceito de Empowerment foi introduzida por Blanchard et al. (1996. p. 39 e 47). O Empowerment são conceitos através do quais os gerentes gradualmente, transferem às equipes de trabalho a responsabilidade e a autoridade condições essenciais para um desempenho superior. O Empowerment não é dar poder às pessoas, mas, antes liberar as pessoas para que possam fazer uso do poder, dos conhecimentos, das habilidades e da motivação que já têm. Para que tais situações ocorram, é necessário que os gerentes criem condições favoráveis de aprendizado, ação e decisão para que as pessoas possam fazer uso da autonomia e assumir a iniciativa e a responsabilidade pela coleta e análise de dados e pela tomada de decisões o que, nas organizações tradicionais é atribuição quase exclusiva dos gerentes. A Liderança, portanto é um termo carregado de conotações enviesadas que evoca a idéia de comando ou controle de um indivíduo sobre os seus 16 seguidores, tendo como base um conjunto de traços pessoais. Se o poder é visto como algo negativo, a liderança tende a ser considerada como uma qualidade. Essa colocação tem sido um dos fatores que impedirá, através dos tempos, uma análise neutra e sistemática desse fenômeno que surge toda vez que pessoas se reúnem em grupo, seja esse formal ou informal. A questão da liderança atraiu principalmente a atenção dos estudiosos da psicologia e da administração no afã de se compreender a emergência e estabelecer a sua eficácia nas organizações produtoras de bens ou serviços. Apesar do acúmulo de estudos nessa área, cujo número tem-se multiplicado nos últimos oitenta anos, os resultados têm sido pouco conclusivos. O conceito de liderança tem um status ambíguo na prática organizacional, da mesma forma como na teoria. As primeiras investigações sistemáticas sobre a liderança centraram-se na procura de um conjunto de traços universais que distinguiram o líder dos seus seguidores. Essas características procuradas variavam desde fatores físicos e constitucionais até habilidades, traços de personalidade, história de vida etc. Os resultados dessa linha de investigação acabaram por redirecionar o foco para análise desta interação para outras formas de entendimento sendo elas voltadas mais para uma forma de relacionamento, com a definição de categorias ou fatores que captassem as características do líder eficaz e permitisse encontrar fórmulas ou prescrições universais para a liderança ideal. Os estudos pioneiros isolaram duas variáveis ou dimensões que determinariam a liderança eficaz, a consideração e a estrutura, sintetizando duas tendências bastante claras das ciências da administração, ou seja, os aspectos humanos (consideração) e aspectos técnicos (estrutura). O estilo ideal seria aquele em que o líder apresentasse alta consideração (relacionamento e comunicação) e alta estruturação (papel ativo no planejamento e direcionamento do grupo). 17 Com inspiração neste modelo bastante simples, surgiram outros com outras variáveis, todas elas com um ponto em comum: a busca de estilos ideais. As diferenças eram a introdução de variáveis intervenientes situacionais ou contingências tais como: características, necessidades, motivação do liderado, natureza da atividade, condições do meio ambiente, e etc. Todos esses modelos focalizavam a relação chefe/subordinado dentro do contexto da organização, partindo do pressuposto de que o líder pode adquirir as habilidades requeridas pela liderança eficaz através do treinamento. As evidências empíricas indicam a ausência de dados suficientes que comprovem a validade total e indiscutível de vários modelos estudados, embora cada um deles tenha contribuído para esclarecer alguns aspectos desta pertinente questão. Vê-se por isto, a necessidade de observar os tipos de liderança. 1.3 Tipos de liderança Embora não haja consenso entre os estudiosos a respeito da liderança eficaz e das múltiplas variáveis que nela intervêm, todos concordam num ponto central: sua importância para o desenvolvimento e a sobrevivência das empresas produtoras de bens ou serviços, sejam elas públicas ou privadas. A história, grande mestra da humanidade, tem demonstrado que a utilização abusiva e inadequada do poder contextual através da coerção, autoritarismo e distribuição de recompensas manipulativas que oprimem e despersonalizam os seres humanos, começa a criar reações individuais e coletivas em vários setores da sociedade, particularmente nas organizações. O modelo de gerenciamento militar comanda pela autoridade; a liderança empresarial precisa obter lealdade, alcançar comprometimento e 18 merecer respeito. Só assim poderá exercer atos influenciais que integrem os indivíduos ao redor de objetivos comuns e ações coletivas. Liderança, como já foi visto, é um fenômeno relacional, os atos influenciais geram reações nos liderados e essas, por sua vez, estimulam respostas nos líderes. O relacionamento entre líder e liberado não se dá, entretanto, no vácuo, mas sim numa determinada realidade social que envolve situações e contingência das mais variadas. Líder e liderados atuam num cenário dinâmico de interações, permeadas por intenções e finalidades limitadas em algum tipo de estrutura, como ó o caso da empresa. Uma das alternativas para a análise da eficácia dos estilos de liderança considerados é verificar como os atos de influências em termos da energia despendida pelo líder e grau de controle que esse tem sobre o liderado, atuam no grau de envolvimento desse último. De acordo com o grande professor Chiavenato (2005), existem três tipos de liderança, que são a liderança autocrática, liberal e democrática e estas possuem algumas características: Cronograma Liderança Liderança Liderança de Trabalho Autocrática Democrática Liberal Tomada de Apenas o líder As diretrizes são Total liberdade para Decisões decide e fixa as debatidas e decididas a tomada de diretrizes sem pelo grupo que é decisões grupais ou qualquer estimulado e assistido individuais, com participação do pelo líder. participação mínima grupo. Programação O líder determina dos Trabalhos do líder. O próprio grupo providências pra a esboça providências e A participação do líder no debate é execução das técnicas para atingir o limitada tarefas, uma por alvo com o apresentando vez, na medida em aconselhamento 19 apenas alternativas que são técnico do líder. As ao grupo, necessárias e de tarefas ganham novos esclarecendo que modo imprevisível contornos com os poderia fornecer pra o grupo debates. informações desde que solicitada. Divisão do O líder determina Trabalho A divisão das tarefas Tanto a divisão das qual a tarefa que fica a critério do grupo cada um deverá executar e qual tarefas quanto a e cada membro tem escolha dos colegas liberdade de escolher ficam por conta do seu companheiro seus próprios colegas. grupo. Com absoluta falta de de trabalho. participação do líder. Participação do Líder O líder pessoal e O líder procura ser um O líder não faz dominador nos membro normal do nenhuma tentativa elogios e nas grupo. É objetivo e de avaliar o curso críticas ao trabalho estimula com fatos, das coisas. Faz de cada um. elogios ou críticas. apenas comentários quando perguntado. Fonte: CHIAVENATO, 2005. As classificações postas no quadro anterior possuem algumas diferenças das que se pôde perceber em algumas instituições administrativas verificadas durante este estudo, nas quais, ao entender deste autor, deveriam ser classificadas em outros parâmetros e codinomes, mas possuindo algumas características das acima citadas, perceba a diferença entre os estilos e diferenças de liderança. CARACTERÍSTICAS DIFERENCIADORAS ENTRE GERENTES E LÍDERES. Gerentes Líderes 20 Administra Inova É uma cópia É um original Foco: sistemas e estruturas Foco: pessoas Apoia-se no controle Inspira confiança Visão de curto prazo Visão de longo prazo Pergunta como e quando Pergunta o quê e por quê Tem os olhos sempre nos limites Tem os olhos sempre no horizonte Limita Dá origem Aceita o status quo Desafia É o clássico bom soldado É a sua própria pessoa Faz certo as coisas Faz a coisa certa 1.4 Estilos de liderança Existem diversos estilos, seria um erro afirmar que um estilo é melhor que o outro, porque cada um deles é mais vantajoso em determinada situação. - Líder Facilitador: Ajuda as pessoas a identificar seus valores e interesses. - Líder Participativo: Colaboradores contribuem com as decisões. - Líder Servidor: Atua ajudando a equipe onde for necessário, dando exemplo de como deve ser feito e não simplesmente mandando fazer. Liderança Situacional O conceito de liderança situacional se baseia no princípio de que o estilo de liderança a ser utilizado depende mais da situação que da personalidade do líder. Não há um perfil ideal de líder, nem um estilo ideal de liderança e sim um estilo ideal a cada situação. Assim, o líder precisa ter sensibilidade situacional, isto é, precisa perceber o que se passa à sua volta, para utilizar a dimensão 21 apropriada do seu estilo básico, o que é considerado como flexibilidade de estilo (REDDIN, 1989). Desse modo, devido à falta da percepção, algumas pessoas são líderes em algumas situações e não o são em outras. Qualidades essenciais para ser um líder Pode-se ser um Gerente e não conseguir ser um líder de equipe, para unir as duas atribuições, algumas características são fundamentais em um líder. Deve-se possuir as virtudes esperadas ou requeridas pela equipe de trabalho (JORDÃO, 2004). - Integridade: Qualidade fundamental, através dela as pessoas passam a acreditar e a confiar no líder. - Motivação: É a capacidade de definir metas pessoais e perseguí-las com energia, entusiasmo e comprometimento com o trabalho. - Empatia: Habilidade para perceber as reações de outra pessoa. - Imparcialidade: Líderes eficientes não devem ter favoritos, tratar as pessoas de forma igualitária e imparcial. - Competência: Para ter o respeito da equipe o líder precisa demonstrar competência técnica e administrativa. - Criatividade: Capacidade de criar com antecipação, novos planos ou linha de ação. - Humildade: Saber ouvir e procurar ver como ajudar a todos para juntos crescerem. 22 Não se consegue ter todas as características, o que um bom líder deve fazer é potencializar as boas características e desenvolver aquelas que julga serem seus pontos fracos. As Funções de Liderança “Líder é o indivíduo no grupo, a quem é dada a tarefa de dirigir e coordenar as atividades” (FIEDLER, 1967). Para tal, ele precisa cumprir certas funções. Definição da tarefa: As pessoas que integram a equipe têm noção sobre o que deve ser feito, porém faz-se necessário que o objetivo da tarefa seja claro, realista, possível de ser avaliado e limitado quanto ao tempo. Sem estes objetivos a equipe pode chegar perto sem, no entanto, obedecer aos prazos e aos custos. Cabe ainda ao líder esclarecer por que e o que fazer. Planejamento: Planejamento é uma forma de imaginar como o objetivo da tarefa será alcançado, orienta a equipe como, quando e quem faz o quê. O planejamento exige controle, que é feito comparando o idealizado com o realizado. Desta comparação o líder avalia a necessidade de alteração e correção da rota. “Tudo que é bem planejado tem maior chance de sucesso” (JORDÃO, 2004). Instruções: “O que importa não é o que é dito, ou como é dito, porém como é ouvido” (HUNTER, 2004). Portanto a clareza na comunicação do líder é fundamental para que a tarefa seja realizada corretamente. Dar instruções é delegar, e quando o líder delega alguma tarefa a alguém, está demonstrando que confia nesta pessoa, porém é essencial que o líder dê apoio sem tirar a responsabilidade da pessoa delegada. Controle: Através do controle é que se garante que a energia da equipe esteja canalizada para a execução da tarefa e que os recursos sejam usados 23 de maneira correta. É mais eficaz depender do controle baseado no comprometimento da equipe do que no controle baseado na autoridade. Deste modo o líder extrai os melhores resultados com o mínimo de recursos. Avaliação: É efetuada durante toda a execução da tarefa. Avaliação e controle andam juntos, pois toda vez que se checa o que foi realizado, o que falta para fazer ou quanto tempo gastou para concluir, está se procedendo uma avaliação. A avaliação, para ser eficaz deve ser justa e imparcial, lembrando sempre a velha máxima: Elogie em público, critique em particular. Motivação: “Processo que desperta, dirige e mantém um comportamento que se orienta para um determinado objetivo” (GREENBERG, 1999). Para se conseguir realmente motivar as pessoas é preciso que elas conheçam as metas, os objetivos, que saibam aonde devem chegar e o porquê de quererem chegar lá. Porém para tal, o líder precisa primeiramente estar motivado para só então pensar em motivar a equipe. É desejoso que o líder procure focar as virtudes dos membros da equipe, e trabalhar para que estas sejam potencializadas. “Se você foca as fraquezas, consegue levar as pessoas até a média. Mas quando foca nos pontos fortes, no que gostam de fazer, nos seus talentos, aí você pode levá-los até a maestria” (LEIDER, 1986). Organização: “Para ser um bom líder é necessário saber administrar o tempo, pois se precisa de tempo para pensar e para as pessoas” (JORDÃO, 2004). A forma essencial de administrar o tempo reside na organização do líder e esta deve ser uma prioridade na sua profissão, pois se o líder não souber se organizar, fatalmente isto será refletido na equipe. Ser exemplar: Não se deve esperar que as outras pessoas ouçam o seu conselho e ignorem o seu exemplo. Líderes têm que dar exemplos. O sucesso da liderança é a credibilidade. O líder deve sempre procurar cumprir o que prometeu e não pedir a outrem que faça algo que o próprio líder não faria, 24 enfim, um bom líder deve prezar pela ética, consolidando desta forma uma carreira sólida e respeitada. 25 CAPÍTULO II GESTÃO DE PROJETOS O trabalho tem como objetivo expor os itens desejáveis que um Gerente de Projetos como líder deve ter. Discutindo sobre características de um líder, estilos e funções de liderança. “Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto , serviço, ou resultado exclusivo.”(GUIA PMBOK ,2004 , pág.5). Sugerimos a troca da expressão : “ produto , serviço ou resultado exclusivo “ para “produto único” . Um projeto é uma iniciativa que é única de alguma forma, seja no produto que gera, seja no cliente do projeto, na localização, nas pessoas envolvidas , ou em outro fator. Isto diferencia projetos de operações regulares de uma empresa – a produção em série de margarinas é uma operação da empresa, mas por outro lado, a criação de um móvel sob encomenda é um projeto. Em segundo lugar, um projeto tem um fim bem definido, ou seja, tem um objetivo claro, que quando atingido, caracteriza o final do projeto. Isto faz com que o desenvolvimento de um novo negócio, por exemplo, possa não ser considerado um projeto. 2.1 Definição Vários autores abordam a gestão de projetos, com ligeiras variações de conceito: 26 Kerzner (1992), a gestão de projeto de relativamente curto prazo que foi estabelecido para a concretização de objetivos específicos; Turner (1994), refere que a gestão de projetos é um processo através do qual um projeto é levado a uma conclusão. Tem três dimensões: objetivos (âmbito, organização, qualidade, custo, tempo); processo de gestão (planejar, organizar, implementar, controlar); níveis (integrativo, estratégico, táctico); PMI (Project Management Institute) (2004), define gestão de projetos, tão simplesmente, como sendo o processo através do qual se aplicam conhecimentos, capacidades, instrumentos e técnicas às actividades do projecto de forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos diversos stakeholders envolvidos no mesmo; Reduzida à sua forma mais simples, e confinada a uma das suas nove áreas do conhecimento (de acordo com o PMBOK), a gerência de projetos, pode ser aplicado como disciplina de manter os riscos de fracasso em um nível tão baixo quanto necessário durante o ciclo de vida do projeto, potenciando, ao mesmo tempo, as oportunidades de ocorrência de eventos favoráveis do projecto. O risco de fracasso, decorrente da ocorrência de ameaças, aumenta de acordo com a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de ocorrência, durante todos os estágios do projeto. A variação da probabilidade (P) de ocorrência dos riscos (sob a forma de ameaças ou oportunidades) diminui, ao longo do ciclo de vida do projecto, aumentando o impacto (I) da possível ocorrência do mesmo, na razão inversa, sem que seja, necessáriamente, na mesma proporção. A relação entre estas duas variáveis (PxI), é designada, na gestão dos riscos do projecto, como valor esperado (Ve), e consiste numa medida de avaliação da importância e influência do risco, para alcançar o objectivo do projecto em causa. 27 Um ponto-de-vista alternativo diz que gerenciamento de projetos é a disciplina de definir e alcançar objetivos ao mesmo tempo em que se otimiza o uso de recursos (tempo, dinheiro, pessoas, espaço, etc). A gerência de projetos é frequentemente a responsabilidade de um indivíduo intitulado gerente de projeto. Idealmente, esse indivíduo raramente participa diretamente nas atividades que produzem o resultado final. Ao invés disso, o gerente de projeto trabalha para manter o progresso e a interação mútua progressiva dos diversos participantes do empreendimento, de modo a reduzir o risco de fracasso do projeto, podendo arcar com qualquer ônus. 2.2 História da gerência de projeto Como uma disciplina, a gerência de projeto foi desenvolvida de diversos campos de aplicação diferentes, incluindo a construção civil, a engenharia mecânica, projetos militares, etc. Nos Estados Unidos, o "pai" da gerência de projeto é Henry Gantt, chamado o pai de técnicas do planejamento e do controle, que é conhecido pelo uso do gráfico de barras como uma ferramenta de gerência do projeto, para ser um associado às teorias de Frederick Winslow Taylor de administração científica, e para seu estudo do trabalho e da gerência do edifício do navio da marinha. Seu trabalho é o precursor a muitas ferramentas de gerência modernas do projeto, tais como a WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) de recurso que avalia o trabalho. Os anos 1950 marcam o começo da era moderna da gerência de projeto. Outra vez, nos Estados Unidos, antes dos anos 50, os projetos foram controlados basicamente se utilizando os gráficos de Gantt, técnicas informais e ferramentas. Nesse tempo, dois modelos de projeto matemático foram desenvolvidos: 28 1. Program Evaluation and Review Technique ou o PERT, desenvolvido como a parte programa do míssil do submarino Polaris da marinha dos Estados Unidos' (conjuntamente com o Lockheed Corporation); 2. Critical Path Method (CPM) desenvolvido em conjunto por DuPont Corporation e Remington Rand Corporation para projetos da manutenção de planta. Estas técnicas matemáticas espalharam-se rapidamente em muitas empresas. Em 1969, o Project Management Institute foi dando forma para servir ao interesse da indústria da gerência de projeto. A premissa do PMI é que as ferramentas e as técnicas da gerência de projeto são terra comum mesmo entre a aplicação difundida dos projetos da indústria do software à indústria de construção. Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento do que se transformou em um guia de projetos o Project Management Body of Knowledge, contendo os padrões e as linhas mestras das práticas que são usados extensamente durante toda a carreira profissional do gestor de projetos. 2.3 O gerente de projeto Um projeto é desenvolvido pelo profissional denominado gerente de projeto. Este profissional raramente participa das atividades diretas do projeto que produzem os resultados. Sua função é gerenciar o progresso do empreendimento e através das variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito) verificar seus desvios. Desta forma, seu objetivo geral é proporcionar que as falhas inerentes aos processos sejam minimizadas. Um gerente de projeto tem que determinar e executar as necessidades do cliente, baseado nos seus próprios conhecimentos. A habilidade de adaptarse aos diversos procedimentos pode lhe proporcionar um melhor gerenciamento das variáveis e desta forma uma maior satisfação do cliente. 29 Em campo, um gerente de projeto bem sucedido deve poder imaginar o projeto inteiro do seu começo ao seu término e desta forma assegurar que esta visão seja realizada. Qualquer tipo de produto ou serviço — edifícios, veículos, eletrônicos, software de computador, serviços financeiros, etc — pode ter sua execução supervisionada por um gerente de projeto e suas operações por um gerente de operações. 2.4 Abordagens Na indústria de informática, geralmente há dois tipos de abordagens comumente utilizadas no gerenciamento de projetos. As abordagens do tipo "tradicional" identificam uma sequência de passos a serem completados. Essas abordagens contrastam com a abordagem conhecida como desenvolvimento ágil de software, em que o projeto é visto como um conjunto de pequenas tarefas, ao invés de um processo completo. O objetivo desta abordagem é reduzir ao mínimo possível o overhead. Essa abordagem é bastante controversa, especialmente em projetos muito complexos. Mesmo assim, tem conquistado adeptos em números crescentes. Nas últimas décadas, emergiram uma série de abordagens na indústria em geral. Dentre essas abordagens se destaca a abordagem do PMBOK, que tem se tornado um padrão de facto em diversas indústrias. Abordagem tradicional Na abordagem tradicional, distingue-se cinco grupos de processos no desenvolvimento de um projeto: 1. Iniciação; 30 2. Planejamento; 3. Execução; 4. Monitoramento e controle; 5. Encerramento. Nem todos os projetos vão seguir todos estes estágios, já que alguns podem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros projetos passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. O projeto ou empreendimento visa a satisfação de uma necessidade ou oportunidade, definida no texto acima como fase inicial na qual existem muitas áreas e/ou pessoas envolvidas. Em geral sempre existe mais que uma solução ou alternativas para atender às mesmas necessidades. A técnica usada para definir a solução final passa pelo desenvolvimento de alternativas extremas. A primeira, de baixo custo, que atende as necessidades mínimas para ser funcional. A segunda tenta atender a maior parte das as exigências das diversas áreas envolvidas no escopo, que resulta num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A partir de ambas as alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre as mesmas, que atende a uma boa parte das exigências com um custo competitivo. Vários setores utilizam variações destes estágios. Por exemplo, na construção civil, os projetos tipicamente progridem de estágios como préplanejamento para design conceitual, design esquemático, design de desenvolvimento, construção de desenhos (ou documentos de contrato) e administração de construção. Embora os nomes difiram de indústria para indústria, os estágios reais tipicamente seguem os passos comuns à resolução de problemas (problem solving): definir o problema, balancear opções, escolher um caminho, implementar e avaliar. 31 Para manter o controle sobre o projeto do início ao fim, um gerente de projetos utiliza várias técnicas, dentre as quais se destacam: • Planejamento de projeto; • Análise de valor agregado; • Gerenciamento de riscos de projeto; • Cronograma; • Melhoria de processo. 2.5 As Variáveis Alguns empreendimentos necessitam ser executados e entregues sob determinadas variáveis ou restrições. As variáveis principais também podem ser denominadas como tradicionais. O gerenciamento de projetos tenta adquirir controle sobre três variáveis: • Tempo; • Custo; • Escopo. Isto é conhecido também como "triângulo da gerência de projeto", ou "triângulo de restrições" onde cada lado representa uma variável. Um lado do triângulo não pode ser mudado sem impactar no outro. Como comentado anteriormente, alguns profissionais entendem que a variável qualidade está separada do escopo e o definem como sendo uma quarta variável, 32 considerando a, desta forma, como parte do triângulo de restrição triplo expandido. Outros autores defendem, ainda, como sendo a terceira variável do "triângulo de restrições", classificando o âmbito (escopo), como uma das áreas do conhecimento - gestão do âmbito (PMBOK). A restrição do tempo influencia o prazo até o término do projeto. A restrição de custo informa o valor monetário incluído no orçamento disponível para o projeto. Já a restrição do escopo designa o que deve ser feito para produzir o resultado de fim do projeto. Estas três variáveis estão freqüentemente competindo: o escopo aumentado significa tipicamente o tempo aumentado e o custo aumentado, uma restrição apertada de tempo poderia significar custos aumentados e o escopo reduzido, e um orçamento apertado poderia significar o tempo aumentado e o escopo reduzido. A disciplina da gerência de projeto trata de fornecer as ferramentas e as técnicas que permitem a equipe de projeto, e não apenas ao gerente de projeto, organizar seu trabalho para lidar com essas variáveis. Tempo O tempo requerido para terminar os componentes do projeto é normalmente alterado quando se pretende baixar o tempo para execução de cada tarefa que contribui diretamente à conclusão de cada componente. Ao executar tarefas usando a gerência de projeto, é importante dividir o trabalho em diversas partes menores, de modo que seja fácil a definição das condições de criticidade e de folgas. Custo O Custo para desenvolver um projeto depende de diversas condições iniciais disponíveis para o desenvolvimento de cada projeto tais como: taxas 33 labor, taxas materiais, gerência de risco, planta (edifícios, máquinas, etc), equipamentos e lucro. Escopo São as exigências especificadas para o resultado fim, ou seja, o que se pretende, e o que não se pretende realizar. A qualidade do produto final pode ser tratada como um componente do escopo. Normalmente a quantidade de tempo empregada em cada tarefa é determinante para a qualidade total do projeto. Essas variáveis podem ser dadas por clientes externos ou internos. A definição dos valores das variáveis remanescentes fica a cargo do gerente do projeto, idealmente baseada em sólidas técnicas de estimativa. Os resultados finais devem ser acordados em um processo de negociação entre a gerência do projeto e o cliente. Geralmente, os valores em termos de tempo, custo, qualidade e escopo são definidos por contrato. 2.6 Padrões de gerência de projetos Ao longo do tempo, houve diversas tentativas para desenvolver padrões internacionais de gerência de projetos. Dentre elas, destacam-se: • Project Management Body of Knowledge (PMBOK), um conjunto de conhecimentos gerenciado pela organização Project Management Institute. Tem-se tornado um padrão de fato em diversas indústrias; • ISO 10006: 1997, Quality management - Guidelines to quality in project management; • PRINCE2™: Projects IN a Controlled Environment; • 34 Referencial Brasileiro de Competências (RBC), um dos conjuntos de conhecimentos mais recentes sobre gerenciamento de projetos, aborda além dos processos de gestão, competências Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP); • [[IPMA Competence Baseline]] (ICB), edição mais recente do corpo de conhecimento desenvolvido pelo International Project Management Association, cuja representação no Brasil é realizada pela ABGP. Trata do olho da competência em gerenciamento de projetos e tenta trazer à área uma visão mais holística e inovadora do gerenciamento de projetos. O que é Gerenciar um Projeto? Gerenciar, administrar, coordenar ou gerir um projeto é a aplicação de técnicas, conhecimento e habilidades para garantir que um projeto tenha sucesso. E gerenciar um projeto envolve desde iniciá-lo até finalizá-lo, passando pelas etapas de planejamento, execução e atividades de controle. Muitos de nós – senão todos – já coordenaram projetos ao menos uma vez. E o que foi feito para gerenciar o projeto? É possível que um projeto seja gerenciado apenas utilizando-se o bom senso ou boas práticas herdadas de colegas, é possível que outro projeto seja gerenciado apenas usando-se algumas ferramentas como o Microsoft Project, e também é possível que ele seja gerido utilizando-se técnicas adequadas para cada uma das suas fases. O PMI compilou as melhores práticas de gerenciamento de projetos utilizadas ao redor do mundo, que são aplicadas em projetos de tamanhos e áreas diferentes, e montou uma publicação, chamada PMBOK – Project Management Body of Knowledge. 35 Esta publicação contém inúmeros processos de trabalho, cada um com um conjunto de técnicas e ferramentas, para serem usadas ao longo das cinco fases de um projeto, que, como foi mencionado, são: iniciação, planejamento, execução, controle e finalização. Este conjunto de processos e técnicas é mundialmente aceito como sendo um padrão bastante razoável para se aplicar em projetos de todos os tipos e tamanhos, e é considerado um conjunto de técnicas modernas de gerenciamento de projeto. O que se ganha ao aplicar estas técnicas? Aumenta-se significativamente a probabilidade de seu projeto atingir os objetivos para o qual ele foi criado, dentro do prazo estipulado, e dentro do custo esperado. E isso já é um grande benefício, uma vez que é fato que a maioria dos projetos é concluída em atraso e com custo acima do previsto. Os processos de trabalho foram organizados pelo PMI em nove áreas do conhecimento. Por exemplo, a gestão do escopo é uma destas áreas, e trata de todos os processos envolvidos para iniciar o projeto, planejar o escopo do projeto, definir como as alterações de escopo serão tratadas ao longo do projeto, controlar o escopo e assim por diante. De forma análoga, a gestão de custos é outra área de conhecimento, que trata da realização de estimativas de custos, da criação de orçamentos, de técnicas para se controlar os custos do projeto, etc... Outra área de conhecimento lida com o gerenciamento de riscos no projeto, e envolve a identificação, a classificação e priorização de riscos, assim como a definição de estratégias a serem adotadas para cada situação que envolve risco. 36 As demais áreas de conhecimento são: gestão integrada do projeto, gestão de prazo, gestão de recursos humanos, gestão da qualidade, gestão da comunicação, e gestão das aquisições (procurement). Da mesma forma que existem técnicas para executar cada atividade dentro do processo de gerenciamento de projetos, existem ferramentas para auxiliar as atividades de gestão de projetos, e há ferramentas bastante sofisticadas, como alguns softwares bastante conhecidos, como Microsoft Project, os pacotes da empresa Primavera, Timecontrol, ABT, entre outros inúmeros aplicativos de apoio à gestão de projetos existentes no mercado. Cuidado deve ser tomado para não aproveitar a facilidade com que são gerados os primeiros resultados em determinados softwares, e considerar o simples uso do software como sendo uma prática completa de gerenciamento do projeto. Isto significa que, por mais que um software seja sofisticado, se ele não for bem “pilotado”, ou seja, se não houver conhecimento teórico, conceitual, que extrapole os limites do software, existe o risco de cair no que é chamado de GIGO – garbage in, garbage out, ou seja, em uma tradução livre, “se entra lixo, sai lixo”. Corremos o risco de estar colocando “lixo” no software, e por conseqüência , extraindo “lixo” dele. Aliás, algumas das técnicas modernas de gestão de projetos nem requerem o uso de ferramentas sofisticadas, por exemplo, na definição da estrutura analítica do projeto – um dos processos da fase de “planejamento”, da área de conhecimento “gestão de escopo” – é mais apropriado utilizar folhas de flip chart e adesivos (como post-its), do que ferramentas computacionais. 37 Lembremos sempre que o gerenciamento de projetos envolve lidar com pessoas a todo momento – a equipe do projeto, o cliente, quem financia o projeto, outras áreas envolvidas, fornecedores, entre outros, e isto requer habilidades que vão além do simples uso de softwares. Estas breves explicações devem ter introduzido o assunto, esclarecido algumas dúvidas e apresentado o grande espaço existente nas organizações para se aplicar as técnicas modernas de gestão de projetos. É importante ter consciência de que muito há para se apresentar sobre o tema ainda, muitas são as técnicas de gerenciamento de projetos existentes e que podem ser utilizadas pelas empresas. E os benefícios de se utilizar os conceitos modernos de gestão de projetos vão da melhor utilização dos recursos da empresa, redução no tempo de colocação de novos produtos no mercado, melhor controle e consequente redução dos custos envolvidos nos projetos, e, culminam, obviamente, na maior satisfação do cliente do projeto e de todas as outras pessoas envolvidas com o projeto. 38 CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETOS O PMBOK afirma que “compreender e aplicar o conhecimento, as ferramentas e as técnicas reconhecidas como boas práticas, não é suficiente para um gerenciamento eficaz.”. Um gerente de projetos deve ser também um líder. Além das habilidades pessoais e técnicas de gerenciamento, é fundamental o conhecimento do assunto referente ao projeto. Exemplo, em um projeto de engenharia, o gerente de projeto tem que ter conhecimento técnico do assunto, caso contrário como ele poderá ser líder e indicar a direção a ser seguida pela equipe que executará o projeto? É preciso ter em mente que liderar não é gerenciar. Lideram-se pessoas e gerenciam-se coisas. Para ser um bom líder é preciso dar para receber, ouvir para ser ouvido, tratar a sua equipe como você gostaria de ser tratado, pois desta forma haverá harmonia no ambiente de trabalho, além de um melhor desempenho de seus colaboradores. O verdadeiro líder é facilmente reconhecido pela forma como conduz sua equipe, exercendo influência pessoal, motivando-a a ser forte, fazendo-a trabalhar em um objetivo comum, de boa vontade e de bom grado. Uma característica fundamental de um líder é saber equilibrar o uso do poder e da autoridade, lembrando sempre do lado humano e do bom relacionamento com sua equipe, identificando suas exigências físicas ou psicológicas. O líder não pode se considerar um ser superior perante os seus colaboradores, deve sim, integrar-se à sua equipe , sem divisão de poder.Não deve fazer uso de seu posto ou cargo para liderar, pois será tido como um líder 39 ditatorial, fazendo uso do poder que possui, causando temor às pessoas, por meio de ameaças e coação. Este líder não sobreviverá com o passar do tempo. Sua equipe o obedecerá por temer a perda de emprego e não por estar feliz e motivada a fazer o que ele ordena, gerando uma insatisfação constante no ambiente de trabalho, o qual deve ser um ambiente seguro, onde as pessoas possam cometer erros sem o medo de receber advertências de forma grosseira. Para conseguir disciplina no ambiente de trabalho, deve existir orientação e treinamento, não punição. Outrossim, o líder também não pode ser paternalista, ou seja, aquele que faz tudo sozinho, por ser muito afável e não se impor perante sua equipe, distribuindo uniformemente as atividades para atingir os objetivos da empresa, trabalhando junto com ela. Deve ser ponderado, manter um equilíbrio hierárquico e ser democrático. Um líder deve conduzir sua equipe, com palavras e ações, inspirando segurança, por possuir uma visão mais abrangente, orientando-a para o caminho certo a ser seguido, que ele conhece bem e melhor, além de identificar as suas necessidades e satisfazê-las, por meio do diálogo, amizade e compreensão e ter uma consciência crítica bem desenvolvida. Deve incentivar e dar condições para o desenvolvimento da equipe, planejando e organizando ações para ajudar a sua formação e, desta forma, remover as barreiras existentes, criando pontes para que possam servir aos clientes e atingir seus objetivos. É preciso agir para obter bons resultados. O que o líder dá aos liderados, normalmente, é o que ele recebe em troca, mantendo, assim, sua equipe como sua aliada e, principalmente, trabalhando efetivamente como equipe, aumentando a autoestima das pessoas, fazendo-as sentirem-se satisfeitas consigo. Não atua isoladamente, e não procura destacar-se, os resultados é que se destacam. Conduz e estimula formando um time unido, que joga em conjunto, forma uma equipe unida, usando o poder de persuasão e influência sobre as pessoas sem precisar apelar para o uso do poder ditatorial e recebe mútua colaboração, onde todos produzem o seu melhor. Para que o gerenciamento de projetos seja eficaz, é necessário um 40 entendimento das forças motivacionais e de liderança maior que em qualquer outra forma de organização do trabalho. A capacidade de construir equipes de projeto, motivar pessoas e criar estruturas organizacionais que conduzam à inovação e a um trabalho eficaz requer sofisticadas habilidades interpessoais e organizacionais. Não existe fórmula mágica para o sucesso em gerenciamento de projetos. Entretanto , muitos gerentes seniores concordam que o gerenciamento eficaz de atividades multidisciplinares requer um entendimento da integração entre os elementos organizacionais e comportamentais para construir um ambiente que atenda às necessidades motivacionais da equipe e que leve efetivamente à complexa integração do projeto ao longo de suas fases multifuncionais. 3.1 Forças motivacionais em gerenciamento de projetos Entender as pessoas é importante para o gerenciamento eficaz de equipes dos desafiantes projetos atuais . Os gerentes que conseguem sucesso nesses ambientes , muitas vezes desestruturados, enfrentam muitos desafios. Internamente , eles precisam estar aptos para lidar de forma eficaz com uma variedade de interfaces e dar suporte a pessoas sobre as quais eles tem pouco ou nenhum controle . Externamente , os gerentes precisam lidar com mudanças rápidas e constantes na tecnologia , mercados, regulamentos e fatores socio-econômicos .Mais que isso , os métodos tradicionais de administração baseada na autoridade, de medida de desempenho e de controle são impraticáveis nestes ambientes contemporâneos. Os gerentes de projeto precisam percorrer as linhas funcionais da empresa para conseguirem o suporte necessário, principalmente quando trabalham em uma estrutura matricial. O gerente precisa tornar as equipes multidisciplinares em grupos de trabalho coesos e lidar com a variedade de interfaces como departamentos funcionais, grupos de suporte, clientes e alta 41 administração. Este é um ambiente de trabalho onde o poder gerencial é compartilhado por vários indivíduos. Na organização tradicional, a posição de poder emana basicamente da autoridade legítima, da recompensa e punição. Em contrapartida, os gerentes de projeto precisam construir sua própria base de poder , porém a partir de outras fontes. Confiança, respeito, credibilidade e imagem são os alicerces de poder e influência de um facilitador de um ambiente de trabalho profissionalmente estimulante. A definição de motivação é algo interessante e que possui muitas conotações, alguns administradores especialistas em recursos humanos, definem como motivação: (...)a motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta e cumpra determinados objetivos. (ROBBINS 2002, p. 112) Em consonância com este conceito, define-se como conceito de motivação: A preocupação e a busca de explicações para a insatisfação do trabalhador em relação a seu trabalho têm sido temas constantes em várias pesquisas efetuadas por cientistas do comportamento humano. Torna-se difícil ignorar o grau de alienação do homem em relação ao trabalho que executa nas organizações. (ABBOUD, 1980, p. 18) Por outro lado, o que se entende é que parece difícil existir uma ligação entre este nível de alienação e a motivação humana, interferindo no aumento ou diminuição da produtividade. Em outras palavras, quanto maior for à alienação do homem em relação ao trabalho que executa mais difícil se torna o ato de motivá-lo para o mesmo. Historicamente pode-se afirmar que a introdução do estudo do comportamento humano no contexto industrial vai acontecer através de Mayo e 42 seus colegas da Universidade de Harvard quando do desenvolvimento da pesquisa na Western Electric Company, de Hawthorne, em 1927. Dentre os autores que se preocuparam com o tema satisfação no trabalho podemos citar Herzberg (1959, p. 57), que sugeriu "uma distinção entre fatores higiênicos e fatores de motivação no trabalho". Maslow (1970. p. 15), por sua vez, formulou sua "hierarquia das necessidades, partindo das necessidades mais básicas em relação ao ato de sobreviver, chegando até a necessidade de auto-realização". Pode-se citar ainda as duas visões distintas do ser humano: uma basicamente negativa, chamada de Teoria X, e outra basicamente positiva chamada de Teoria Y proposta por Douglas McGregor (1960, p. 13). Coloca-se aqui que embora algumas atividades humanas aconteçam sem motivação, praticamente quase todos os comportamentos conscientes são motivados ou possuem uma causa. O trabalho do gerente é identificar os impulsos e as necessidades dos empregados, canalizando o comportamento deles para o desempenho das tarefas. O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a compreenderem as atitudes de cada empregado no trabalho. Pode então lidar com cada empregado de maneira particular, levando em consideração o impulso motivacional mais forte em cada caso. Seguindo um entendimento parecido outro professor explica que: O fenômeno motivacional pode ser entendido, genericamente, como sendo uma fonte de energia interna que direciona ou canaliza o comportamento do indivíduo na busca de determinados objetivos. Este estado interno que energiza o comportamento está diretamente relacionado com as necessidades de cada pessoa, necessidades estas que variam de indivíduo para indivíduo, em razão das diferenças individuais inerentes ao próprio ser humano. (ARAÚJO, 1985, p. 37) 43 Bergamini (1997, p. 98) ainda confirma estas diferenças quando afirma que "a motivação cobre grande variedade de formas comportamentais". A diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. É dentro desta diversidade que se encontra a principal fonte de informações a respeito do comportamento motivacional, por paradoxal que isto possa parecer. (...) propõe-se que de um modo geral o grau de satisfação no trabalho manifestado por um indivíduo pode ser afetado pelas características do trabalho, do indivíduo, do ambiente de trabalho, do ambiente social e do ambiente organizacional. (KORDA, 1986, p. 213) Para finalizar vamos citar Archer (1997, p. 51) que afirma que a tarefa de induzir comportamento positivo deverá tornar-se mais fácil, caso o verdadeiro relacionamento entre motivação, satisfação e comportamento seja claramente compreendido. 3.2 Fatores que geram motivação Vários fatores têm que ser analisados pela figura do líder dentro das empresas e/ou organizações, que inspirado nos preceitos de Teoria Geral da Administração (TGA) e que são elencados e discutidos por alguns teóricos do presente tema, como o professor Chiavenato (2000, p. 394), o professor Araújo(1985, p. 287), dentre outros, que em suma, os citam da seguinte forma: Trabalho interessante. Desafio, autonomia e variedade de tarefas. A cada novo projeto os colaboradores têm que elaborar pelo menos um "desenho" que eles nunca fizeram e que tenha um grau de dificuldade maior do que aqueles já elaborados anteriormente. Com isto eles exercitam o ato de 44 liderar, funcionando também como um treinamento para aqueles que desejam, e têm potencial, para assumir o posto de coordenador de projetos. Auto-Realização. Sendo este um sentimento que brota de dentro das pessoas quando elas reconhecem a utilidade e os resultados do próprio trabalho, cabe a aos líderes (administradores) a função de mostrar ao colaborador que o trabalho foi realizado a contento. Para suprir esta necessidade, sugere-se ao final de um projeto um relatório de encerramento para que todos possam ver, em números, a qualidade do projeto. Reconhecimento. Este é um dos pontos de maior importância, muito valorizado pelos colaboradores. O pleno reconhecimento do trabalho realizado é difícil de alcançar. Mesmo quando se está satisfeito com o trabalho realizado por uma pessoa, há que se ter sabedoria para transmitir adequadamente esta informação. Procurar elogiar sempre quem flagrar os membros da equipe fazendo algo ótimo. Segurança. A falta de estabilidade no emprego é um fator motivador nos dias de hoje. Costuma-se dizer às pessoas que lá trabalham que sempre há lugar para profissionais competentes e que devemos buscar a excelência em nossas atividades para que, com o recebimento de novos pedidos, mantenhamos nosso emprego. Diálogo de Desenvolvimento. O "feedback", principalmente o positivo, é um grande impulsionador de motivação. Desenvolvimento Pessoal e Treinamento. A oportunidade de adquirir conhecimentos e habilidades associadas ao cargo também é muito valorizada, na medida que elevando a capacitação técnica e administrativa das pessoas, elas consideram-se mais capazes para exercer a função, aumentando a autoestima. Além disto, por terem sido convocadas para um treinamento, acreditam 45 que a empresa está investindo nelas por serem competentes ou por terem potencial, o que desperta a motivação. Esta competência também pode ser vista, como uma forma de manter um bom curriculum, o que significa aumentar a empregabilidade interna ou no mercado. O treinamento é com certeza o ponto forte da política de recursos humanos de qualquer empresa que queira motivar seus funcionários. A chefia direta tem por obrigação identificar as necessidades de treinamento de seus funcionários e planejar os recursos necessários. Remuneração. Uma boa remuneração (salário) não desperta normalmente motivação nos colaboradores por um longo período. Porém um salário abaixo da média do mercado ou, pior ainda, abaixo dos colegas da empresa que exercem funções semelhantes sem diferenças gritantes de desempenho, é um dos principais fatores desmotivadores. Para evitar isto, como instrumento de apoio, a empresas deve desenvolver pesquisa de mercado para acompanhar a gestão de remuneração, procurando-se, com isto, manter a empresa competitiva. Os segmentos pesquisados deve referir-se às empresas do mesmo ramo de atividade, porte e localização geográfica. Promoção e crescimento na organização. Com a política de redução de níveis hierárquicos adotada por praticamente todas as grandes e médias empresas de qualquer ramo de atividade, ficou ainda mais difícil oferecer promoções ou crescimento dentro das organizações como fator motivador ou de retenção de talentos. Para contornar este problema é necessário que a empresa adote uma carreira Y. Quando um profissional chega a um estágio de sua carreira onde já não desempenha mais uma atividade técnica ou administrativa corriqueira e, por outro lado, não há espaço para ascensão profissional em nível gerencial, ele é promovido a consultor ou especialista. São cargos que se caracterizam pela aplicação de tecnologia específica ou pelo desempenho de atividades de apoio 46 que requerem conhecimentos especializados. A atuação deve ser feita de forma independente ou através da liderança técnica de uma pequena equipe de colaboradores. Condições de trabalho. Uma boa condição de trabalho é um ponto indiscutível para gerar motivação. A empresa deve organizar seu ambiente de acordo com a atividade desempenhada de maneira a oferecer a seus colaboradores o melhor ambiente. Colegas. Serem colegas amistosos e colaboradores não é algo que o coordenador possa exigir dos membros de sua equipe mas o tema deve ser sempre abordado nas reuniões mensais e, até mesmo, no recrutamento de novos colaboradores, este é um quesito considerado. A empresa não pode obrigar pessoas a serem amigas, mas deve promover um ambiente saudável e disponibilizar áreas de lazer para que estas amizades sejam cultivadas e aprofundadas. Benefícios: É também, a exemplo da remuneração - pois não deixa de ser um salário indireto, um fator de desmotivação se não estiver equiparado às funções equivalentes dentro ou fora da empresa. Status: Símbolos que deixam claro a importância do cargo ocupado. As pessoas que valorizam este tipo de benefício são, neste departamento, cada vez mais raras. Mesmo dentre aquelas que valorizam este não foi apontado como um fator alavancador de motivação. Sugestões para melhoramento: Programas participativos. A opinião do funcionário é importante e as suas sugestões para melhoria devem ser realmente consideradas e premiadas. A iniciativa deve ser valorizada através de um sistema de envio de sugestões para melhoramento. 47 Estimular o estrategismo: Sempre que se tenta influenciar o comportamento de outras pessoas, envolve-se em um ato de liderança. Portanto, liderança é um ato de influência. Caso tenha-se interesse em desenvolver os recursos humanos e criar um ambiente motivador, que resulte em altos níveis de produtividade e traga satisfação às pessoas a curto e longo prazo, então precisa-se pensar no estilo de liderança, priorizando as atividades e atitudes que induzem um comportamento positivo nos colaboradores. Abaixo alguns exemplos praticados de como despertar a motivação nas pessoas através da liderança. Estabelecer objetivos claros: Todos devem ter clareza de entendimento do que seja o trabalho da equipe, e porque ele é importante. Os objetivos devem ser desafiadores, porém atingíveis, mutuamente acordados, e ter relação direta com a visão da equipe. Cada membro deve compreender o seu papel nesta realização. Empoderamento: Criar confiança dos membros na capacidade da equipe de superar obstáculos e atingir os objetivos. O mútuo respeito faz com que todos compartilhem as responsabilidades, ajudando-se mutuamente, tomando a iniciativa para ir de encontro aos desafios. As políticas, regulamentos e processos devem permitir aos membros executar suas tarefas com facilidade. Os colaboradores devem ter a oportunidade de desenvolver e aprender novas habilidades. Faz-se também necessária uma sensação de poder individual e coletivo. Relacionamento e Comunicação: Deve-se manter aberta a comunicação, e os membros da equipe devem poder expressar suas opiniões, pensamentos e sentimentos sem receio das conseqüências. Saber ouvir deve ser considerado tão importante quanto falar. As diferenças de opinião e perspectiva devem ser devidamente valorizadas. Através de "feedback" sincero, demonstrativo de interesse genuíno, os colaboradores conscientizam- 48 se de suas forças e fraquezas. Propiciar uma atmosfera de confiança e integração. Reconhecimento e Apreço: As realizações individuais e as da equipe devem ser reconhecidas freqüentemente pelo líder, celebrando-se as etapas, realizações e eventos. Os colaboradores devem sentir-se altamente prestigiados dentro da equipe, ficando imbuídos de um senso de realização pessoal em relação à equipe e pelas próprias tarefas. Moral: O líder deve ser entusiasta em relação ao trabalho da equipe, e deve transmitir aos outros o orgulho de ser um membro esta equipe. Deve ainda manter a confiança e o empenho, sendo otimista em relação ao futuro. Estas atitudes elevarão o moral dos demais membros. 49 CONCLUSÃO Por tudo que foi exposto, nota-se que exercer o papel de líder não é tarefa fácil. Depende das percepções pessoais e situacionais, dos relacionamentos. É errado pensar que a pessoa nasce líder, nato, o que se defende é que para se tornar líder é preciso, de maneira contínua, muito estudo, dedicação, vontade e motivação para se alcançar a excelência e a realização profissional. Os aspectos apontados são as estratégias encontradas para exercer uma liderança motivacional eficaz em uma empresa. Para manter uma sólida posição de liderança, precisa-se entender que qualquer organização seja ela uma nação, cidade ou empresa privada, recebe aceitação explícita ou implícita dos grupos que são afetados por sua existência, ou seja, os resultados que dizem respeito à liderança quer sejam eles positivos ou negativos estão atrelados à aceitação das pessoas que se relacionam com ela. Para que se possa implantar, desenvolver, conduzir e gerir uma liderança eficaz se faz necessário o entendimento da mesma, uma vez que se tem como diretriz, um líder, o qual conduzirá os demais componentes da organização, a sucumbir às expectativas anteriormente expostas a eles em forma de objetivo, aprendizagem ou meta. Portanto, pode-se dizer que neste caso, a liderança é vista como uma forma explícita de entendimento. 50 BIBLIOGRAFIA ABBOUD, Miguel. 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