XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015 Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015 Produção de Grãos de Milho Inoculado com Bactérias Diazotróficas1 Response of Corn Yield to Seeds Inoculation with Diazotrophic Bacteria Guilherme Alves do Val2, Josimar Nogueira Batista3, Claudia Pozzi Jantalia4, Segundo Urquiaga4, Bruno José Rodrigues Alves4, Veronica Massena Reis4, Márcio dos Reis Martins5, Ingbert Döwich6 1 Experimento realizado na Fazenda Alvorada no município de Luiz Eduardo Magalhães –BA. Graduando do curso de Zootecnia - UFRRJ, Seropédica, RJ, Brasil. Bolsista PIBIC. e-mail: [email protected] 3 Mestrando do curso de pós graduação em Ciências do Solo - UFRRJ, Seropédica, RJ, Brasil. 4 Pesquisador – EMBRAPA AGROBIOLOGIA, Seropédica, RJ, Brasil. 5 Pós-doutorando – EMBRAPA AGROBIOLOGIA, Seropédica, RJ, Brasil. 6 Engenheiro Agrônomo - APDC, Luiz Eduardo Magalhães, BA, Brasil. 2 Resumo: Com o objetivo de avaliar a produção de grãos de milho (Zea mays L.), utilizando duas bactérias distintas, com ou sem a aplicação de ureia, foi realizado um experimento com delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 3×2 com seis tratamentos e três repetições. Houve diferenças significativas na produção de grãos entre os tratamentos. Independente da aplicação de N-fertilizante, a inoculação do milho com Azospirillum brasilense aumentou a produção de grãos. Entre a inoculação com Herbaspirillum seropedicae e A. brasilense com o uso de N, não houve diferença significativa. A inoculação do milho com a bactéria H. seropedicae incrementou a produção de grãos independente da aplicação de N–fertilizante. A inoculação com A. brasilense e aplicação de N permite resposta de incremento de produção. Abstract: In order to evaluate the production of grains of maize (Zea mays L.), using two different bacteria, with or without the application of urea, an experiment was conducted in a randomized block in factorial 3×2 with six treatments and three replications. There were significant differences in grain yield between treatments. Regardless of N-fertilizer application, inoculation of corn with Azospirillum brasilense increased grain production. Between inoculation with Herbaspirillum seropedicae and A. brasilense with the use of N, there was no significant difference. Inoculation of maize with the bacterium H. seropedicae increased production independent of N-fertilizer application grains. Inoculation with A. brasilense and N application allows production increase response. Palavras–chave: promotores de crescimento, nitrogênio, ureia Keywords: growth promoters, nitrogen, urea Introdução O milho é uma cultura de grande importância para a economia nacional, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial do grão. Além disso, é o principal ingrediente energético na nutrição animal e humana. A produção dos grãos de milho tem aumentado ao decorrer dos anos, aumentando a necessidade de suprimento em nitrogênio (N) para cultura, o que tem feito principalmente com uso da ureia. O N é um nutriente de grande importância para a planta, pois ele é o principal constituinte de diversas biomoléculas vegetais, além de participar de diversas reações bioquímicas. Uma alternativa para melhorar a absorção e aproveitamento dos fertilizantes é a utilização de bactérias promotoras de crescimento. Atualmente, vários estudos mostram respostas satisfatórias em termos de produção de grãos, utilizando essas bactérias, com ou sem aplicação de adubos nitrogenados. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de grãos de milho utilizando duas bactérias distintas com ou sem a aplicação de N na forma de ureia em condições de Cerrado. Material e Métodos O presente trabalho foi feito no município de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste da BA, em bioma de Cerrado, durante a safra de verão de 2013-2014. Foram aplicados 30 kg de K2O e 63 kg de P2O5 na semeadura e mais 90 kg de K2O aos 28 dias após a semeadura. O experimento foi conduzido em esquema fatorial 3×2. O primeiro fator utilizado foi a inoculação de sementes com diferentes bactérias diazotróficas, consistindo de Azospirillum brasilense estirpe Ab-V5+Ab-V6, inoculação com Herbaspirillum seropedicae estirpe 11417 e um tratamento controle sem inoculação. O segundo fator utilizado foi a adubação nitrogenada de cobertura, consistindo de um tratamento com e outro sem a Página - 1 - de 2 XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA ZOOTEC 2015 Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015 aplicação de 100 kg N/ha na forma de ureia. Foram utilizadas três repetições com delineamento em blocos ao acaso. O tamanho das parcelas foi de 20 m × 5 linhas. O espaçamento entre linhas utilizado foi de 0,6 m. Para avaliar a produtividade do milho, foram colhidas 10 m de duas linhas na posição central das parcelas. A semeadura foi feita em dezembro de 2013 e os grãos foram colhidos em junho de 2014. O experimento foi conduzido em delineamento experimental de blocos ao acaso em esquema fatorial 3×2, com três repetições. Os dados de produção de grãos foram analisados no pacote estatístico ESTAT. Resultados e Discussão Foram observados efeitos significativos da inoculação (P<0,05) na produção de grãos de milho (Tabela 1), tanto com aplicação de ureia quanto sem aplicação. Sem ureia em cobertura, a inoculação com H. seropedicae aumentou 43% da produtividade de grãos de milho em comparação ao tratamento não inoculado. O A. brasilense não aumentou a produtividade de milho em comparação à testemunha quando não se aplicou ureia em cobertura. Com aplicação de ureia, tanto o A. brasilense quanto o H. seropedicae aumentaram a produtividade do milho em relação ao tratamento não inoculado com N. Nesse caso o A. brasilense aumentou a produtividade em 50% e o H. seropedicae em 37%. Os resultados obtidos no presente trabalho diferem de Dartora et al. (2013), que não observaram incremento de produção associado a inoculação com A. brasilense ou H. seropedicae. No caso da influência da adubação com ureia em cobertura, observou-se um efeito significativo da adubação combinada com a inoculação com A. brasilense. Não se observou efeito da adubação com ureia no milho inoculado com H. seropedicae e no milho não inoculado. A ausência de efeito da ureia nesses casos pode ser atribuída a possíveis perdas de N, tal como na forma de NH3 impedindo aumento de produtividade do milho em resposta ao N-fertilizante. Possivelmente uma promoção de crescimento radicular causada pelo A. brasilense pode ter proporcionado um melhor aproveitamento do N-fertilizante (redução de perda) resultando em aumento de produtividade de milho. Os resultados possibilitam se fazer inferências sobre um efeito sinérgico da planta com a bactéria, ora melhorando o aproveitamento do nitrogênio fertilizante, ora sugerindo melhor aproveitamento dos recursos nitrogenados do solo ou do ar. Tabela 1: Efeito das bactérias Herbaspirillum seropedicae e Azospirillum brasilense com ou sem a aplicação de fertilizante nitrogenado, sobre a produtividade de grãos do milho, Luis Eduardo Magalhães – BA. Inoculantes Sem N-ureia Com N-ureia (kg/ha) Testemunha 6104 B a 5875 B a A. brasilense 6108 B b 8840 A a H. seropedicae 8742 A a 8027 A a Letras minúsculas iguais, na mesma linha, e letras maiúsculas iguais, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa (Tukey; P>0,05). Coeficiente de Variação: 6,3%. Conclusões A inoculação do milho com a bactéria H. seropedicae incrementou a produção de grãos com ou sem aplicação de N (100 kg/ha). A inoculação com A. brasilense e aplicação de N permite resposta de incremento de produção. Agradecimentos Agradecimentos ao CNPq, Embrapa Solos, Embrapa Agrobiologia e a UFRRJ. Literatura citada DARTORA, JANAÍNA; GUIMARÃES, VANDEIR F.; MARINI, DENIELE; SANDER, GERSON. Adubação nitrogenada associada à inoculação com Azospirillum brasilense e Herbaspirillum seropedicae na cultura do milho. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, v. 17, n. 10, p. 1023-1029, 2013. Página - 2 - de 2