MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE AZOSPIRILLUM BRASILENSE NA CULTURA DO MILHO Luiz Gustavo Matchula (PAIC-AF/Unicentro), Daniel Tonetta, Diogo Davi Follmann, Guilherme Zambonin, Rafael Martins Osternach, Fabiéli Teixeira da Rosa, Itacir Eloi Sandini (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná/Setor de Ciências Agrarias e Ambientais/Guarapuava, PR. Ciências Agrárias/Agronomia Palavras-chave: Azospirillum brasilense, Zea mays, métodos de aplicação. Resumo: O experimento tem como finalidade estudar diferentes formas de aplicação de Azospirillum brasilense. O experimento foi conduzido na safra de verão de 2012/13 no Município de Candói-PR. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições e nove tratamentos: Controle Absoluto, Controle Fertilizado, Semente com 100 mL ha-1 de inoculante, Foliar 400, Foliar 600, Foliar+Prot.400, Foliar+Prot.600, Sulco 200, Sulco 400. Os quesitos avaliados foram produtividade e massa de mil grãos, os tratamentos que apresentaram melhores resultados foram a aplicação foliar com 600 mL ha-1 com incremento de 5,14% e a aplicação via sulco com 400 mL ha-1 com 4,69% de incremento em relação ao controle fertilizado. Introdução O milho (Zea mays) representa papel importante no agronegócio, com constantes acréscimos de área plantada e produtividade, com grande importância cultural, econômica e social para os países da América (Fancelli e Dourado-Neto, 2000). Um dos tratos culturais de grande importância e mais determinante da produção é a adubação, principalmente a adubação nitrogenada, sendo fundamental para obtenção de altas produtividades, (Silva et al., 2005). Outro fator importante que deve ser levado em consideração na hora de planejar a adubação nitrogenada é a existência de bactérias fixadoras do nitrogênio atmosférico com, por exemplo, o Azospirillum brasilense. Diversos autores demonstraram uma interação positiva entre esse tipo de bactéria e cultura do milho, embora o maior obstáculo para a utilização desta tecnologia é a inconsistência de resultados em condições de campo, devido a diferentes condições climáticas e interações com a biota do solo (REIS, 2007). Para melhor aproveitamento da janela de plantio, seriam necessários estudos de diferentes a formas da aplicação do Azospirillum brasilense mostrando o mesmo desempenho da inoculação em sementes. É importante estudos de diferentes formas da implantação da bactéria fixadora de nitrogênio na cultura, não se limitando a inoculação via semente. O objetivo do presente trabalho é verificar o efeito de diferentes formas de inoculação da bactéria Azospirillum brasilense, na produtividade e na massa de mil grãos na cultura do milho. Materiais e métodos O experimento foi realizado na safra 2012/2013, na Fazenda Capão Redondo, no município de Candoi-PR. O solo é classificado como Latossolo Bruno Distroférrico Típico (EMBRAPA, 2006). O clima da região foi classificado como subtropical mesotérmico úmido. . O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, com nove tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram: T1; Controle absoluto (Sem Azospirillum sp. E sem N); T2; Controle Fertilizado, (somente com adubação nitrogenada padrão da região); T3; Azospirillum brasilense no tratamento de semente; T4;Azospirillum brasilense no sulco de semeadura na dose de 200 mL ha-1; T5; Azospirillum brasilense no sulco de semeadura nas dose de 400 mL ha-1; T6; Azospirillum foliar na dose de mL ha-1; T7; Azospirillum foliar na dose de 600 ml, ambos no estádio V5; T8; Azospirillum foliar na dose de 400 mL ha-1 + Protetor; T9; Azospirillum foliar na dose de 600 mL ha-1 + Protetor, também aplicados no estádio V5. Tanto no tratamento de sementes, quanto nas aplicações via foliar e sulco foi utilizado o inoculante Gelfix® Gramíneas. Foi utilizado delineamento experimental de blocos casualizados em arranjo fatorial, com quatro repetições, cada unidade experimental constituída de seis linhas com espaçamento de 0,45 m e comprimento de 6,0, com área útil para avaliação de 5,4 m². A área do experimento estava sobre sistema de plantio direto, desta forma, implantou-se o experimento sobre palhada de aveia preta e azevém dessecados. A semeadura do híbrido de milho 30F53H efetuada em 30/09/2012. A adubação foi realizada com uma aplicação antes da semeadura de 180 kg ha-1 de KCl e no dia de semeadura, utilizou-se 305 kg ha-1 do fertilizante 14-34-00 (NPK), para todos os tratamentos assim como a cobertura de nitrogênio utilizando 200 kg ha-1, tendo como fonte uréia, sendo parcelada em duas aplicações, em V3 e V12. A aplicação do inoculante foi realizada com o pulverizador costal com pressão constante com base de CO 2, pontos de jato leque XR11002, com pressão de 30 lb pol-2 com volume de calda de 200 L ha-1. Após a maturação, o milho foi colhido e trilhado, determinando-se, então, a produtividade de grãos a 14 % de umidade, a massa de mil grãos foi obtida através da contagem de 300 grãos. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si pelo Teste de Tukey a 5 % de probabilidade por meio do software SISVAR. Resultados e Discussão De acordo com a Tabela 1 todos os tratamentos diferiram significativamente em relação ao controle absoluto. O tratamento Foliar 600 apresentou a maior produtividade com 16690 kg ha-1, enquanto que a aplicação via Sulco 400 com produtividade de 16620 kg ha-1 foi o segundo tratamento. Em relação aos incrementos de produtividade comparados ao tratamento controle fertilizado que é geralmente é usado como padrão, o Foliar 600 apresentou resultados de produtividade de 815 kg ha-1 representando 5,14 (%) de incremento. Ao passo que, o Sulco 400 teve incremento de 745 kg ha-1 representando 4,69 (%) de incremento. Barros Neto (2008) obteve um aumento médio de 9% na produtividade de grãos de milho com a inoculação de A. brasilense. Tabela 1. Produtividade, incrementos e massa de mil grãos (MMG), da cultura do milho sob diferentes métodos de aplicação de Azospirillum brasilense. Guarapuava, PR, 2013. -1 -1 Tratamentos Prod. (kg ha ) Incr. (kg ha ) Incr. (%) MMG (g) Foliar 600 16690ª 815 5,14 353,87 Sulco 400 16620ª 745 4,69 355,64 Sulco 200 16605ª 730 4,60 353,10 Foliar+Prot. 600 16578ª 703 4,43 352,21ª Foliar+Prot. 400 16512ª 637 4,01 353,18ª Foliar 400 16352ª 477 3,01 353,35ª Semente 100 15946ª 71 0,45 353,76ª Controle Fertilizado 15875ª 0 0,00 351,22ª Controle Absoluto 11320 -4555 -28,69 307,38 CV (%) 4,98 3,67 Média geral 15832 348,19 b Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%. a a a b Em relação à MMG, todos os tratamentos mostraram diferença significativa em relação ao controle absoluto. A melhor média foi do tratamento Sulco 400 apresentando 355,64 g, e Foliar 600 com 353,87 g, enquanto que o controle absoluto apresentou 307,38 g. A inoculação aumentou significativamente a produtividade média de grãos em relação ao peso dos mesmos (Okon e Vanderleyden, 1997). Conclusões Com os resultados verifica-se que, o tratamento Foliar 600 mL ha-1 t e Sulco 400 mL ha-1 tiveram melhores valores em produtividade e MMG. Os tratamentos foliar e sulco, podem ser um método alternativo a inoculação via semente. Agradecimentos Agradeço a PAIC-AF/FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA pelo apoio financeiro para a realização do projeto. Referências BARROS NETO, C.R. Efeito do nitrogênio e da inoculação de sementes com Azospirillum brasilense no rendimento de grãos de milho. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade Estadual de ponta Grossa, Ponta Grossa, 28p, 2008. FANCELLI, A.L. e DOURADO-NETO, D. Produção de milho. Guaíba, Agropecuária, 2000. 360p. OKON, Y.; VANDERLEYDEN, J. Root-associated Azospirillum species can stimulate plants, Applied and Environmental Microbiology, New York, v.63, n.7, p.366-370, 1997 REIS, V.M. Uso de bactérias fixadoras de nitrogênio como inoculante para aplicação em gramíneas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2007. 22p. (Documentos, 232). BUZETTI, S.; GUIMARÃES, G.L.; LAZARINI, E.; SÁ, M.E; SILVA, E.C . Doses e épocas de aplicação de nitrogênio na cultura do milho em plantio direto sobre Latossolo Vermelho. Rev. Bras. Ciência Solo, v.29, n.3, pp. 353-362, 2005.