AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO VIA FOLIAR DE TAXAS E DOSES DE Azospirillum brasilense NA CULTURA DO MILHO Fabiéli Teixeira da Rosa, Fabiano Pacentchuk, João Daniel Nerone Turok, Luiz Gustavo Matchula, Roni Clei Zanovello, Erik Tacius Lange, Itacir Eloi Sandini (Apresentadora). E-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste Setor de Ciências Agrárias e Ambientais Campus CEDETEG, Guarapuava, PR. Ciências Agrárias- Agronomia-Fitotecnia Palavras-chave: Bactérias diazotróficas, inoculação, gramíneas. Resumo: Com o presente estudo avaliou-se a aplicação via foliar de taxas e doses de Azospirillum brasilense na cultura do milho, o experimento foi conduzido no município de Candoi/PR safra 2012/13. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro repetições, utilizando-se o híbrido de milho Pioneer® P30F53H. Os tratamentos utilizados foram controle absoluto controle fertilizado, 100 mL ha-1 via tratamento de sementes (TS), 400 mL ha-1 quando aplicado no sulco de plantio e controle. Com relação ao volume de aplicação foi aplicado em quatro taxas diferentes (100, 150, 200 e 250 mL ha-1) e associado a quatro doses crescentes (300, 400, 500 e 600 mL ha-1) via foliar, utlizando-se o equipamento CO2. O inoculante utilizado foi o Az total cepa Abv5/Abv-6 fornecido pela Total biotecnologia, utilizando-se o equipamento CO2. Quando avaliado taxas e doses de A.brasilense, pode-se dizer que a dose de 300 mL ha-1, obteve-se a melhor eficiência econômica independente da taxa de aplicação, podendo ser utilizada como uma alternativa de aplicação via foliar de inoculante. Introdução Existe um interesse crescente pelo uso de inoculantes contendo bactérias que promovem o crescimento e incrementam a produtividade de plantas, devido ao alto custo dos fertilizantes químicos. O Brasil tem longa tradição de pesquisa em fixação biológica de nitrogênio por Azospirillum em associações com gramíneas, mas até recentemente não havia inoculantes comerciais com essas bactérias no País. Uma alternativa para redução do uso de fertilizantes sintéticos é a inoculação de bactérias diazotróficas. Entre essas bactérias, destacam-se as do gênero Azospirillum que podem colonizar raízes e colmos das plantas. A inoculação com Azospirillum é realizada de forma bastante semelhante à das leguminosas, ou seja, com aplicação nas sementes, com inoculantes que podem ser aplicados via sólida (como turfa) ou via líquida. Atualmente a forma de inoculação dessa bactéria no milho é realizada através das sementes (RAMOS e RIBEIRO,1993). O objetivo do trabalho foi avaliar a aplicação via foliar de diferentes taxas e doses da bactéria Azospirillum brasilense na cultura do milho, na região de Candói no estado do Paraná, com a finalidade de buscar novas alternativas adequadas de métodos de aplicação do inoculante. Materiais e métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Capão Redondo, município do Candói, PR na safra agrícola 2012/13. O clima da região é classificado como mesotérmico úmido sem estações secas e com verões amenos. A área experimental possui solo do tipo Latossolo Bruno Típico. Foi utilizado delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições, cada unidade experimental constituída de seis linhas com espaçamento de 0,45 m e comprimento de 6,0, com área útil para avaliação de 5,4 m². A semeadura foi efetuada com o híbrido de milho Pioneer® P30F53H realizada em 06/10/2012. Para adubação de base, realizou-se uma aplicação antes da semeadura de 180 kg ha-1 de cloreto de potássio (KCl), e de 305 kg ha -1 do fertilizante formulado 14-34-00 (NPK), para todos os tratamentos e adubação de cobertura com 200 kg ha-1 de nitrogênio, tendo como fonte uréia, sendo parcelada em duas aplicações, em V3 (30/10/2012) e V12 (01/12/2012), sendo realizada apenas no controle fetilizado. Os tratamentos utilizados foram controle absoluto (ausência de adubação nitrogenada), controle fertilizado (adubação nitrogenada), 100 mL ha-1 via tratamento de sementes (TS), 400 mL ha-1 quando aplicado no sulco de plantio e controle. Com relação ao volume de aplicação foi aplicado em quatro taxas diferentes (100, 150, 200 e 250 mL ha-1) e também quatro doses crescentes (300, 400, 500 e 600 mL ha-1) via foliar. A aplicação foi realizada ao final da tarde utilizando-se o equipamento CO2, no estágio V4 da cultura. O inoculante utilizado foi o AZ Total® cepa Abv-5/Abv-6 fornecido pela Total biotecnologia. Após a maturação, o milho foi colhido e trilhado, estimando-se a produtividade por hectare com a correção da umidade para 14%. Também foi realizada a massa de mil grãos (MMG), estimando-se a partir da contagem de 1000 grãos por parcela. Os dados obtidos foram submetidos à Análise de Variância e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade por meio do software SISVAR. Resultados e Discussão Na Tabela 1 são apresentados os valores médios correspondentes à avaliação da produtividade e massa de mil grãos do milho, em resposta aos tratamentos efetuados. Observou-se que com relação à produtividade houve diferença estatística, tendo-se constatado maiores produtividades quando comparado ao controle fertilizado, ou seja, apenas adubação nitrogenada. Tabela 1. Produtividade e massa de mil grãos de milho com aplicações de diferentes taxas e doses de Azopirillum brasilense. Candói, PR, 2012/13. Tratamentos (Aplicação PROD(1) 1 A. brasilense ) (kg ha- ) Controle Absoluto Controle Fertilizado Taxa 250 Dose 300 Azosp. Sulco 400 Taxa 250 Dose 600 Taxa 200 Dose 300 Taxa 100 Dose 600 Taxa 200 Dose 600 Taxa 100 Dose 300 Taxa 150 Dose 600 Média CV % 11320 b 13297 b 14128 a 14311 a 14321 a 14368 a 14369 a 14409 a 14444 a 14446 a (1) MMG(1) Tratamentos (Aplicação PROD 1 A. brasilense ) (g) (kg ha- ) 307,37 b 32615 ab 326,13 ab 327,87 ab 328,04 ab 337,47 a 329,32 ab 330,99 ab 331,39 ab 327,96 ab Taxa 250 Dose 400 Taxa 200 Dose 500 Taxa 200 Dose 400 Taxa 250 Dose 500 Taxa 100 Dose 500 Taxa 150 Dose 300 Azosp. Semente 100 Taxa 100 Dose 400 Taxa 150 Dose 500 Taxa 150 Dose 400 14481 a 14496 a 14523 a 14557 a 14616 a 14629 a 14640 a 14673 a 14772 a 14899 a 14285 5,41 MMG(1) (g) 329,06 ab 330,45 ab 329,80 ab 340,02 a 327,75 ab 334,61 a 326,71 ab 335,45 a 335,71 a 346,97 a 33,03 3,07 PROD(1):produtividade; MMG(1): massa de mil grãos; Azosp: Azospirillum; CV=coeficiente de variação. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Salomone & Döbereiner (1996) também encontraram aumentos de produtividade com a inoculação de Azospirillum spp. nas mais diversas condições de cultivo oriundos, provavelmente, dos efeitos benéficos dessas bactérias na fixação biológica de nitrogênio. Os resultados do experimento condizem com os resultados obtidos por Cavallet et al. (2000), que obteve ganhos de produtividade com o uso da bactéria Azospirillum spp. em milho. Com relação a massa de mil grãos a inoculação com A. brasilense não influenciou estatisticamente essa variável, em outros experimentos realizados em Guarapuava (PR) também não observou-se diferenças estatísticas para a massa de mil grãos com a inoculação de A. brasilense na cultura do milho (SANTOS et al., 2011). Conclusões No experimento em estudo não se observaram diferenças significativas quanto à MMG, com o uso de taxas e doses de A. brasilense. Quando avaliado taxas e doses de A. brasilense, pode-se dizer que a dose de 300 mL ha-1, obteve-se a melhor eficiência econômica independente da taxa de aplicação, podendo ser utilizada como uma alternativa de aplicação via foliar do inoculante. Referências CAVALLET, L.H.; PESSOA, A.C. dos S.; HELMICH, J.J.; HELMICH, P.R.; OST, C.F. Produtividade do milho em resposta à aplicação de nitrogênio e inoculação das sementes com Azospirillum spp. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.4, n.1, p.129-132, 2000. RAMOS, M.L.G. & RIBEIROS, W.Q. Effect of fungicides on survival of Rhizobium on seeds and the nodulation of bean (Phaseolus vulgaris L.). Plant Soil. 1993, 152:145-150. SALOMONE, G.; DÖBEREINER, J. Maize genotypes effects on the response to Azospirillum inoculation. Biology Fertilizer Soils, Oxford, v.21, p.193-196, 1996. SANTOS, K.C.; NOVAKOWISKI, J.H.; BAZZANEZI, A.N.; NOVAKOWISKI, J.H.; PECENTCHUK, F.; SANDINI, I.E. Efeito da inoculação de Azospirillum brasilense sobre a produtividade e massa de mil grãos de diferentes híbridos de milho. In.: Semana de Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão, 2. Resumos... Guarapuava: Anais da SIEPE, 2011. ISSN-2236-7098.