Impresso
Especial
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SBDens
CORREIOS
Rua Itapeva, 518, Ed. Scientia - cj. 111/112 - Bela Vista - CEP: 01332-000 - São Paulo (SP)
Tel: (11) 3253-6610 - Fax: (11) 3262-1511 - e-mail: [email protected]
Jornalista responsável: Renato H. S. Moreira (Mtb 338/86 - ES).
PARCEIROS:
Informativo oficial da
Sociedade Brasileira de
Densitometria Clínica
Edição nº 22 Ano XV
Ago a Out de 2009
FILIADA À:
EDITORIAL
Unidos, por isso fortes
Fortes, por isso unidos
Carta de intenções
U
m evento histórico ocorreu em
2007: o I Congresso conjunto das
Sociedades Brasileiras para o Estudo do
Metabolismo Ósseo e Mineral (SOBEMOM), de Densitometria Clinica (SBDens) e de Osteoporose (SOBRAO). O
grande sucesso deste evento que, posteriormente, foi denominado BRADOO
(Congresso Brasileiro de Densitometria,
Osteoporose e Osteometabolismo) teve
sua segunda edição em 2008 e agora
em 2009, esperamos pelo III BRADOO.
Esta iniciativa mostrou que quando os
membros desta três sociedades científicas se associam com os mesmos objetivos, todos ganham: pacientes, médicos,
pesquisadores, equipes de saúde e toda
a sociedade brasileira. Todos se beneficiam da divulgação do progresso científico e do aperfeiçoamento científico na
abordagem às diversas condições ligadas
ao metabolismo ósseo. Outras iniciativas
estão sendo planejadas, considerando
os objetivos comuns das três entidades.
A primeira delas é criar, no pais, uma
formação em Osteometabologia visando
o estabelecimento, futuro, de uma nova
Área de Atuação junto à AMB e CFM. Há
uma extensa gama de motivos para esta
iniciativa.
O estudo do metabolismo ósseo está
em franco crescimento e foi uma das áreas da medicina que mais avançou nos últimos anos. Estudiosos do metabolismo
ósseo nos EEUU fundaram, nos anos 70,
a American Society for Bone and Mineral
Reseach que lançou uma revista médica especializada (JBMR), a qual, desde
então, possui grande importância na difusão desta área médica pela excelência
de suas publicações. Na década de 80 a
densitometria óssea foi introduzida na
prática clínica permitindo o diagnóstico
da osteoporose antes da ocorrência de
fraturas. O avanço no conhecimento da
histofisiologia, da regulação e atividade
dos elementos celulares ósseos tem ensejado um crescimento franco, amplo e
absolutamente incomum da verdadeira
ciência que chamamos “osteometabologia”. A osteometabologia possui hoje elementos para constituir uma nova área de
atuação com peculiaridades marcantes
como a interdisciplinaridade, fundamental no manejo das doenças osteometabólicas. Confirmando essa percepção há o
insofismável número de profissionais de
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
diversas especialidades médicas empenhados, já há mais de 20 anos, na
promoção de eventos multidisciplinares, na criação de novas entidades
médicas e de publicações especializadas .
Necessitamos agregar todos os profissionais em um trabalho conjunto
e próximo, a fim de que a formação
de novos pesquisadores e clínicos dedicados ao tema seja completa e sem
lacunas. Apesar dos progressos da
biologia molecular, métodos propedêuticos, e do desenvolvimento dos
conhecimentos sobre o metabolismo
ósseo, o ensino nesses campos continua bastante fragmentado. Há uma
enorme deficiência de informações, a
formação da disciplina de Osteometabologia propiciaria a oportunidade
para que currículos universitários e
deficiência no aprendizado pudessem
ser corrigidos. A sociedade brasileira
seria a maior beneficiada com formação de profissionais mais capazes
e reconhecidos, as Universidades sediariam um grande progresso nesta
área, com novas descobertas, criando oportunidade para patentes, alem
de que acadêmicos teriam uma nova
opção de desenvolvimento profissional. Desta forma, a criação da área de
atuação em Osteometabologia, com a
correspondente e nova disciplina acadêmica será um dos principais objetivos da união das três sociedades médicas interessadas no metabolismo
e avaliação da saúde óssea: SBDens,
SOBEMOM, e SOBRAO.
Um outro e muito importante objetivo comum é a realização de um
estudo epidemiológico nacional prospectivo de incidência de fraturas. Este
estudo, coordenado por uma equipe
designada pelas três sociedades deverá permitir o uso do instrumento
FRAX™ em nosso país.
Para instrumentalizar estes objetivos, as três sociedades caminharão
em uníssono, otimizando os recursos
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
disponíveis e agregando pessoas e informações. Para isto propomos que
as três sociedades:
1) Tenham suas sedes em um mesmo local;
2) Tenham um boletim único;
3) Caminhem para a construção de
um site comum na internet;
4) Tenham seus eventos conjuntos,
preparados em calendário comum e
com endosso mutuo;
5) Mantenham o BRADOO como
seu Congresso Nacional, tornando-se
bi-anual.
Em suma, acreditamos que nossos
esforços de hoje para a convivência e
aliança, frutificarão em progresso e
bem estar do país.
Dr. Sergio Ragi Eis - SBDens
Victória C. Borba - Sobemom
Cristiano A. F. Zerbino - Sobrao
ARTIGO CIENTÍFICO
Aspectos controversos na
suplementação com cálcio:
segurança cardiovascular
C
álcio é o principal componente
mineral ósseo. Uma mulher adulta de 60 kg tem aproximadamente
1000 a 1200 mg de cálcio em seu corpo, sendo que 99% deste total estão
nos ossos e dentes, 6 a 8 gramas em
outros tecidos (intra e extracelular) e
1 grama no plasma e fluidos extracelulares. O esqueleto constitui-se em
uma grande reserva de cálcio que ao
longo da evolução animal adquiriu
também uma função estrutural de
proteção e suporte para a atividade
muscular. A estrutura óssea depende
em grande parte de seu conteúdo mineral e embora a reserva de cálcio do
esqueleto possa ser utilizada temporariamente na manutenção do nível
plasmático, perdas continuas deste
elemento levam a um enfraquecimento progressivo dos ossos aumentando
a probabilidade de fratura. Baixa in-
2
gestão de cálcio na infancia torna os
ossos frágeis na adolescencia e predispõe à osteoporose na idade adulta. O aporte alimentar de cálcio está
positivamente correlacionado com a
massa óssea em todas as idades, especialmente nos indivíduos idosos
quando a necessidade deste nutriente
é maior e sua ingestão está, frequentemente, abaixo do necessário. Para
suprir esta deficiencia alimentar são
utilizados suplementos de cálcio, os
quais reduzem tanto a perda óssea
quanto a taxa de fraturas em individuos idosos(1). A suplementação de
cálcio, uma vez iniciada, é geralmente
mantida por longo tempo (anos), associada ou não a outros tratamentos,
com a intenção de preservar a integridade óssea. A pergunta clinica que se
impõe é que outras implicações esta
suplementação terá para outros or-
completamente esta questão.
Suplementos de cálcio aumentam a
razão HDL/LDL em cerca de 20% em
mulheres na pós-menopausa, efeito
que resulta da ligação do cálcio aos
ácidos graxos e sais biliares no intestino, levando a uma má aborção de
gordura (2) Estas alterações qualitativas no colesterol podem diminuir
em 20 a 30% a taxa de doença vascular (3). Estudos também sugerem que
os suplementos de cálcio podem estar
associados à diminuição da pressão
arterial e à perda de peso (4). Estes
dados de estudos de intervenção tem
respaldo também em estudos observacionais indicando que a ingestão
de cálcio é inversamente associada a
doença cardiovascular. Um estudo no
Reino Unido mostrou uma forte relação inversa entre a ingestão de cálcio
e a mortalidade por doença isquemica do coração (5). Um estudo de enfermeiras saudáveis em Boston mostrou que mulheres no quinto superior
de ingestão de cálcio tinham risco de
acidente vascular cerebral de 0,69
em relação aquelas no quinto mais
baixo de ingestão (6). Recentemente
Bolland (7) efetuou uma análise secundária de um ensaio clinico com
suplementação de cálcio em mulheres na pós-menopausa primariamente desenhado para avaliar os efeitos
do cálcio na densidade mineral óssea
e na incidencia de fraturas durante 5
anos (732 mulheres no grupo cálcio e
739 no grupo placebo). No caminho
inverso dos dados anteriores, este
autor encontrou que infarto do miocardio foi mais comumente relatado
nas pacientes que receberam cálcio
que no grupo placebo (45 eventos em
31 mulheres versus 19 eventos em 14
mulheres, p=0,01). Quando foi anali-
sado o efeito composto de infarto do
miocardio, acidente vascular cerebral
e morte súbita, o grupo que recebeu
cálcio também mostrou aumento significante destes eventos em relação
ao grupo placebo (101 eventos em 69
mulheres versus 54 eventos em 42
mulheres). Um estudo realizado por
Prince incluindo 1460 mulheres com
idade média de 75 anos randomizadas
para carbonato de cálcio ou placebo
por 5 anos mostrou maior tendencia
para doença cardiaca isquemica no
grupo que recebeu o cálcio (8). Um
grande estudo randomizado controlado (WHI) comparando o efeito da
suplementação do carbonato de cálcio e vitamina D em 36000 mulheres
seguidas por 7 anos (9) não mostrou
diferença significante entre os grupos
cálcio e placebo em relação aos eventos cardiovasculares ( hazard ratio =
1,04). Quando foi calculado o o efeito composto (infarto do miocardio
hr=1,08, morte por doença coronariana hr= 0,99, uso de enxerto coronariano hr=1,19) a diferença entre os
grupos aproximou-se da significancia
porém sem atingí-la. Para este estudo
deve ser levado em conta que as pacientes receberam também viatamina D e estrogeno, os quais podem ter
obscurecido os efeitos cadiovasculares da suplementação de cálcio.
Os dados aqui apresentados ainda
não permitem conclusões definitivas,
porém chamam nossa atenção para a
saude cardiovascular em relação ao
uso dos suplementos de cálcio e exigem que esta relação seja cuidadosamente analisada como objetivo primário em futuros estudos. Enquanto
estes estudos estiverem em andamento, o possível efeito deletério da
suplementação de cálcio sobre o leito
vascular deve ser medido contra os
efeitos benéficos desta suplementação sobre os ossos, principalmente se
as pacientes em questão forem idosas.
Referências:
1) Reid IR, AmesRW, Evans MC, Gamble GD,
Sharpe SJ. Effect of calcium supplementation on
bone loss in postmenopausal women. N Engl J
Med 1993, 328: 460-464.
2) Reid IR,Mason B, Horne A, Ames R, Clearwater
J, Bava U, et al. Effects of calciumsupplementation on serum lipid concentrations in normal older women: a randomized controlled trial. Am J
Med 2002, 112: 343-7.
3) Scandinavian Simvastatin Survival Study
Group. Randomised trial of cholesterol loweringin4444patientswithcoronaryheart disease: the
Scandinavian Simvastatin Survival Study (4S).
Lancet 1994, 344:1383-9.
4) Reid IR, Horne A, Mason B, Ames R, Bava U,
Gamble GD. Effects of calcium supplementation
on body weight and blood pressure in normal older women: a randomized controlled trial. J Clin
Endocrinol Metab 2005, 90: 3824-9.
5) Knox EG. Ischaemic-heart-disease mortality and dietary intake of calcium. Lancet 1973,ii:
1465-7.
6) IsoH, StampferMJ, Manson JE, Rexrode K,
Hennekens CH, ColditzGA, et al. Prospective study of calcium, potassium, and magnesium intake
and risk of stroke in women. Stroke 1999, 30:
1772-9.
7) Bolland MJ, Barber PA, Doughty RN, Mason B,
Horne A, Ames R, Gamble GD, Grey A, Reid IR.
Vascular events in healthy older women receiving
calcium supplementation: randomised controlled
trial.
BMJ 2008, 336(7638): 262-6.
8) Prince RL, Devine A, Dhaliwal SS, Dick IM.
Effects of calcium supplementation on clinical
fracture and bone structure-results of a 5-year,
double-blind, placebo-controlled trial in elderly
women. Arch Intern Med 2006, 166: 869-75.
9)Hsia J, Heiss G, Ren H, Allison M, Dolan NC,
Greenland P, et al. Calcium/vitamin D supplementation and cardiovascular events. Circulation
2007, 115: 846-54.
Cristiano A. F. Zerbini
Maria Guadalupe B. Pippa
Serviço de Reumatologia do
Hospital Heliópolis (SP)
gãos e sistemas, em especial o sistema
cardiovascular? Devido à alta incidencia de doença vascular em mulheres na pós menopausa qualquer efeito
da suplementação de cálcio na saúde
vascular pode ser tão importante em
termos de morbidade e mortalidade
quanto seus efeitos sobre a saude óssea. Resultados conflitantes de diferentes estudos ainda não clarificaram
3
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
ARTIGO
2007-2009: dois anos de muitos
sonhos, trabalho e desafios
ssumimos a gestão durante o 1o0
Bradoo, em Bento Gonçalves,
com muitos projetos e muita vontade
de levar à frente o sonho dos fundadores e dos então mais de 800 sócios
de nossa SBDens.
Durante esses dois anos de muitos
desafios e incontáveis dificuldades,
reestruturamos nosso informativo – o
Conectividade Óssea, inauguramos e
mantivemos o nosso Treinamento em
Densitometria para Clínicos (TDC),
hoje já com mais de 54 horas aula
em suas já 30 edições realizadas em
13 Estados brasileiros. Computadas
as avaliações dos 1080 participantes, numa escala de avaliação de 1 a
5, nossos TDCs registram nota média
4,6 e na opinião desses colegas, também de 1 a 5, no quesito “Indicaria o
curso para um colega”, registramos
com orgulho a nota 4,8 recebida.
Nosso site, hoje inteiramente reformulado e mais dinâmico, encontra-se
com média de aproximadamente 300
mil acessos (hits) por mês, um crescimento de quase 390% desde julho
de 2007
A SBDens, juntamente com suas
parceiras, SOBEMOM e SOBRAO,
avançou no seu objetivo de fortalecer
a prática da Densitometria em nosso
país. As duas edições realizadas do
BRADOO confirmaram, com grande
mérito, o crescimento da produção
científica no campo da avaliação e saúde osteometabólica em nosso País.
Foram realizados cinco cursos de
certificação oficiais, requeridos para
acesso ao certificado de área de atuação em densitometria óssea – atingimos, nesses dois anos, 559 participantes. Os exames de certificação
realizados são reconhecidos e endossados pela International Society for
Clinical Densitometry (ISCD). Hoje,
graças aos cursos oficiais, mais 142
médicos e mais 49 operadores brasileiros já contam com os títulos Certified Clinical Densitometrist (CCD) e
Certified Densitometry Technologist
4
Arquivo SBDens
A
Curso hands on foi realizado com sucesso em Belo Horizonte
(CDT), conferido pela ISCD.
Em 2008, a SBDens estabeleceu
um pioneiro programa de filiação
combinada, no qual, aos membros da
SBDens foi dada a oportunidade de
filiação conjunta SBDens/ISCD, por
uma pequena parcela da anuidade cobrada regularmente por essa última.
Isso resultou num acesso mais amplo
a informações científicas veiculadas
no importante Journal of Clinical
Densitometry (JCD) e, ainda, o fato
de termos, hoje, o segundo maior número de sócios naquela instituição.
Somos, hoje, a segunda maior organização de Densitometria do mundo,
atrás apenas da própria ISCD.
Para 2010, já fechamos, em agosto
último, um acordo ainda melhor com
a ISCD, quando os sócios titulares da
SBDens poderão ser filiados automaticamente à esta, sem nenhum custo
adicional, arcando, opcionalmente,
apenas com o custo de U$50,00 pela
assinatura anual do JCD.
Em 2008 e 2009, a SBDens se reestruturou internamente, revendo seus
estatutos e seus processos internos,
o que culminou com duas importantes ações: a elaboração, aprovação e
implementação de regras de conduta
ética e corporativa e criação do Departamento de Profissionais Aliados,
criando o necessário espaço para que
os operadores DXA, tão importantes
dentro do cenário da densitometria,
possam ser, finalmente, representados por uma entidade forte.
Nesse contexto, assumimos o compromisso de reduzir o consumo de
recursos naturais com a adoção de
várias medidas focadas na sustentabilidade em todos os níveis de nossa
gestão. Adquirimos dois laptops para
usarmos em nossos cursos de médicos e operadores, nos quais foram instalados os softwares de equipamentos
DXA necessários para as atividades
práticas/hands-on. Compramos, ainda, uma impressora laser colorida, de
maior capacidade, que trouxe autonomia na elaboração de apostilas que
passaram a ser impressas por demanda, reduzindo custos e desperdício.
Em 2008, a SBDens adquiriu e reformou duas salas e em fevereiro de
2009 inaugurou sua sede própria, em
São Paulo, na Rua Itapeva, onde, desde então, concentra suas atividades de
gerenciamento, administração e planejamento para crescer ainda mais.
Já em 2009 realizamos mais um
importante investimento para dar espaço a um valoroso projeto também
elaborado por essa gestão: adquirimos duas outras salas comerciais,
vizinhas à nossa sede social, para a
organização da primeira Escola de
Densitometria, onde médicos e operadores possam receber treinamento
teórico-prático, em bases reais, numa
clínica modelo, conduzida e administrada pela SBDens. Para isto, dois
denistômetros centrais foram doados
pela Pyramid e GE Healthcare. As
obras das salas estão em andamento.
A inauguração da Escola está prevista
para o final de novembro deste ano.
Nessa gestão, avançamos profundamente nas nossas relações com a
International Osteoporosis Foundation (IOF). Em 2008, a SBDens foi
finalmente aceita como sociedade
membro do Conselho de Sociedades
Nacionais (CSN) desta, o que determinou um reconhecimento, ainda
maior de nossa sociedade no cenário
mundial. Temos agora, ao lado da SOBRAO, voz e voto no futuro das ações
públicas, políticas e científicas, para
a Osteoporose em nível mundial.
Sob a liderança dessa gestão que
encerra seu trabalho, nossa SBDens
atinge, hoje, 998 sócios, representando um crescimento de 15% que confirmam, de forma insofismável, o retorno que só o trabalho e a dedicação
podem operar.
Nesses dois anos, o número de candidatos ao certificado de área de atuação, inscritos através do edital do
CBR/AMB cresceu 100%, denotando
o maior interesse em qualidade.
O ProQuaD avaliou 100 novos serviços, tendo aprovado mais 95 centros
especializados, distribuídos em todas
as regiões do país, que, a partir de
agora, também passam a contar com
o selo de qualidade da SBDens.
“Em 2009, adquirimos
duas salas, vizinhas
à nossa sede, para
a organização da
primeira Escola de
Densitometria”
A reunião de desenvolvimento das
posições oficiais, realizada em outubro
de 2008, consolidou a visão brasileira
das doutrinas técnicas e da consolidação das evidências disponíveis mundialmente para a prática responsável
e cientificamente respaldada.
Nossos eventos passaram a contar com pontuação para a Comissão
Nacional de Acreditação (CNA) da
AMB, legitimando sua relevância
para o processo de formação e educação médica continuada.
Também inauguramos novos caminhos para a SBDens, com a edição piloto do primeiro Workshop em
Densitometria – realizado em agosto
de 2009, na cidade de Belo Horizonte. Na ocasião, com 50 computadores
instalados, pudemos discutir recursos básicos e avançados de manejo
dos softwares, análise e interpretação
de exames densitométricos, unifor-
mizando entre os participantes, uma
série de conceitos práticos e operacionais que, nos cursos teóricos não
temos a oportunidade de abordar.
Graças aos membros da SBDens e,
certamente, às parcerias estabelecidas com nossos vários colaboradores,
a quem registramos publicamente
nossos mais profundos agradecimentos (Eli Lilly, GE HealthCare, Merck
Sharp & Dohme, Novartis, Pyramid,
Roche, Sanofi-Aventis e Servier), a
SBDens teve o necessário suporte
para desenvolver todos os seus projetos traçados.
Temos a certeza que a gestão que
se inicia, a partir de outubro próximo, dará sequência e amplificará
nossos esforços, mantendo a SBDens
no seu caminho ético, científico e de
realizações pela saúde óssea.
Dr. Sergio Ragi Eis - ES
Presidente
Dr. Jose Carlos Amaral Filho - MT
Vice-Presidente
Dr. Bruno Muzzi Camargos - MG
1º Secretario
Dra. Mirley do Prado - DF
2ª Secretaria
Dra. Maria Guadalupe B. Pippa - SP
1ª Tesoureira
Dr. Ben Hur Albergaria - ES
2º Tesoureiro
Dra. Laura Maria C. Mendonça - RJ
Diretora Científica
Dra. Maria Goretti B. de Castro - MG
Diretora Programa de Qualidade
Sandra Rocha
Secretária Executiva
Lucia Haro
Assistente de Secretaria
Guilherme Cardenaz de Souza CDT
Departamento de Profissionais Aliados
5
O
S
A
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T
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
O
7
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6
R
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C
I
T
Verticais:
O
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
O
CRUZADAS
7
1 - ANTI-?. Classificação atual de substâncias como os bisfosfonatos, raloxifeno e calcitonina.
2 - Substância anabólica com propriedade
única de aumentar a conectividade óssea
e a aposição periostal de osso hipomineralizado em ossos longos.
4
1
C
2
3
S
O
Classificação da OMS e o uso do FRAX® em laudos de Densitometria
5
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3
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T
X
O
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4
B
T
I
8
I
L
T
5 - Substância fundamental para a homeostase do tecido ósseo.
5
O
6 - Nome com o qual são conhecidas as
lacunas formadas durante o processo de
remodelamento ósseo.
A
O
6
7 - Estudo de registro do primeiro medicamento de ação mista sobre o metabolismo ósseo, que confirma a redução de
fraturas vertebrais.
7
Horizontais
1
R
O
Horizontais:
Medicamento com resultados limitados devido à perda
Respostas:
Hot topic em Densitometria
R
6
3 - Células multinucleadas que só exercem suas funções quando ativadas por lipoproteínas citoplasmáticas sintetizadas
na cadeia de do colesterol.
4 - Bisfosfonato utilizado no estudo HIP
para avaliar eficácia na redução de fraturas do fêmur proximal.
2
de muitos pacientes no estudo conduzido para
confirmar sua eficácia em fraturas vertebrais
C
Verticais
1
ARTIGO
ANTI-?. Classificação atual de substâncias como os
bisfosfonatos, raloxifeno e calcitonina
1 - Medicamento com resultados limitados devido à perda
deanabólica
muitos
Substância
com pacientes
propriedade únicano
de estuDoença caracterizada por alteração da relação
a conectividade óssea e a aposição periostal
do conduzido
para confirmar
em fraturas
vertebrais.
2 formação/reabsorção,
2 aumentar
com predomíniosua
dessa eficácia
última.
de osso hipomineralizado em ossos longos
2 - Doença caracterizada por alteração da relação formação/reabsorção, com predomínio dessa última.
3 - Sigla do exame padrão ouro para diagnóstico, moritoramento e avaliação do risco de
fraturas em osteoporose.
4 - Estudo de Preferência e Converiência de um Antireabsortivo, realizado em duas
edições.
5 - Diz-se dos Bisfosfonatos em relação à reabsorção óssea (comp. ?-reabsortivos).
Verticais: 1 - Catabolicos; 2 - Teriparatida; 3 - Osteoclastos; 4 - Risedronato; 5 - Calcio; 6 - Howship; 7
- Tropos
Horizontais: 1 - Calcitonina; 2 - Osteoporose; 3 - DXA; 4 - Balto; 5 - Anti; 6
- Rankl; 7 - Osteocito; 8 - Principal
6 - Substância liberada pelo osteoblasto para maturação, ativação e recrutamento dos
osteoclastos.
7 - Célula responsável pela sinalização de defeitos ósseos, para que dê início o ciclo de
remodelamento.
8 - Diz-se do efeito na redução de fraturas como efeito do tratamento da osteoporose.
mundo da densitometria apresenta muitas peculiaridades. Talvez a
maior delas seja o dinamismo com o
qual novos conceitos vêm sendo incorporados aos critérios de interpretação
e laudos.
Alguns deles são decisivos por possuirem impacto direto na prática médica, podendo interferir diretamente
na decisão médica.
Desde 2006, a ISCD vem recomendando com maior ênfase que a classificação diagnóstica por densitometria
central seja baseada no pior segmento
entre coluna lombar (L1-L4, sempre
que possível, e nunca uma só vértebra), colo femoral e fêmur total.
Em 2006 a SBDens discutiu e adaptou as posições oficiais da ISCD para a
nossa prática, referendando, da mesma forma, a uniformização desse critério no Brasil. EM 2008 esse assunto
foi novamente apreciado e, mais uma
vez, reforçou-se o conceito de que o
diagnóstico é do paciente e não do sítio esquelético avaliado. Assim, desde
2006, várias clínicas de densitometria vem atualizando seus laudos para
contemplar esse importante conceito.
Independente desse critério, não há
nenhuma recomendação atual para
que se omita os valores de T-scores
e Z-scores quando aplicáveis para as
demais regiões de interesse. Continua sendo extremamente útil para o
clínico o conhecimento desses dados em todos os sítios
de relevância medidos pelo
DXA.
As figuras ao lado representam uma ilustração típica
de parte de um laudo DXA,
que contempla esses critérios discutidos acima.
Nesse mesmo sentido, o
emprego dos cálculos de
Risco de Fraturas conforme
o padrão FRAX® vem sendo
amplamente difundido pelo
mundo e, em alguns locais
do país, essa idéia, por ser
extremamente intuitiva e até
mesmo sedutora, vem sendo
utilizada em laudos para exprimir riscos.
Em 2008, durante a realização do II Bradoo, um
painel multidisciplinar foi
realizado e debateu profundamente o assunto, levando
em contra os prós e contras
de uma eventual adoção desses critérios. Autoridades no
assunto em nosso país foram
ouvidas e, juntos, elaboraram um documento que, alguns meses mais tarde, foi
publicado nos Arquivos de Endocrinologia e Metabolismo (Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(6):783-90).
Essa importante publicação, que pode
ser acessada pelos sócios da SBDens,
www.sbdens.org.br, na área reserva-
!,%.$2/.!4/$%3œ$)/-3$#/,%#!,#)&%2/,
6
7
INFORMATIVO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA
da, revisita vários conceitos e princípios epidemiológicos e estatísticos,
concluindo "…que se faz necessária
a obtenção de mais dados epidemiológicos representativos da população
brasileira para utilização da ferramenta FRAX®. Para isso, os estudos brasileiros deverão possuir características adequadas, como o delineamento
prospectivo, avaliação da qualidade de
vida, mortalidade e incapacidade física após as fraturas, levando em consideração a expectativa de vida da população brasileira e a análise de custos
diretos e indiretos relacionados às fraturas por osteoporose. à luz do conhecimento atual, a utilização de qualquer
um dos bancos de dados das populações, disponibilizadas pelo FRAX®,
não é recomendada no Brasi."
Uma alternativa válida e, relativamente segura, já discutida nacionalmente e que permanence como recurso opcional, é o emprego dos critérios
publicados por Kanis em 2002 (Kanis
JA, Diagnosis of osteoporosis and assessment of fracture risk. The Lancet,
V:359(9321); 1929-1936, 2002) que
estratifica os riscos de fraturas de femur proximal e para fraturas osteoporóticas importantes, usando a idade como referência. Ainda que seja
amplamente reconhecido que outros
fatores de risco possam influenciar no
risco individual para futuras fraturas,
8
o emprego da idade como fator independente da DMO permite uma melhor identificação de pacientes que,
embora ainda não tenham alcançado
T-scores muito baixo, podem já apresentarem riscos de fraturas elevados.
Em 2010, no mês de Junho, será
realizado na Europa um novo evento de revisão das posições oficiais da
ISCD, desta vez com foco na utilização do FRAX®. Ao mesmo tempo,
o pesquisadores se movimentam no
Brasil para iniciarem um grande esforço conjunto visando a realização de
um estudo com metodologia adequada para que, no futuro, conheçamos
com maior profundidade quais são e
qual o peso de cada fator de risco de
relevância, o que levará a um enorme
avanço na avaliação de risco de nossos
pacientes e, possivelmente, numa melhor indicação terapêutica e utilização
de recursos de saúde mais inteligente.
Por enquanto, devemos reconhecer
que os fatores de risco listados no modelo FRAX® são de grande relevância
clínica e devem ser considerados no
juízo para o processo decisório médico sem, no entanto, traduzirmos tais
dados em números que estarão, certamente, distantes da realidade.
Sejam bem-vindos,
congressistas do
III Bradoo, Foz do
Iguaçu 2009.
A SBDens, a
SOBEMOM e a
SOBRAO agradecem
sua participação
e se colocam a sua
disposição para que
possamos, juntos,
seguir crescendo.
O Bradoo quer ser,
cada vez mais, sua
referência para que
o campo das doenças
osteometabólicas e da
avaliação da saúde
óssea tenham um
futuro ainda mais
promissor.
Bom Congresso!
Sociedade Brasileira
de Densitometria Clínica
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Unidos, por isso fortes Fortes, por isso unidos