1964-1985 Capítulo 44 Capítulo 54 A Imparcialidade é fundamental A Crítica deve ser argumentativa Ditadura é uma forma de governo em que o governante (presidente, rei, primeiro ministro) exerce seu poder sem respeitar a democracia, ou seja, governa de acordo com suas vontades ou com as do grupo político ao qual pertence. Na ditadura não há divisão dos poderes (executivo, legislativo e judiciário). O ditador costuma exercer os três poderes. Para evitar oposição, as ditaduras costumam proibir ou controlar os partidos políticos. Outras táticas ditatoriais envolvem a prisão de opositores políticos, censura aos meios de comunicação, controle dos sindicatos, proibição de manifestações públicas de oposição e supressão dos direitos civis. Os governos ditatoriais costumam apoiar seu poder no uso das forças armadas Argentina (1966-1973) e (1976-1983) Bolívia (1971-1985) Brasil (1964-1985) Chile (1973-1990) Colômbia (1953-1957) Cuba (1933-1959) República Dominicana (1889-1899) e (1930-1961) El Salvador (1931-1979) Equador (1972-1979) Nicarágua (1967-1979) Peru (1968-1980) Uruguai (1973-1984) 1964 – 1968 Período de Instalação e adaptação: Cassações. 1968 -1974 Anos de Chumbo: Aumento da repressão – Guerrilhas – Milagre Econômico. 1974 – 1985 Abertura política “lenta, gradual e segura”: Resistência da Linha Dura. Limites a Chávez Apesar da vitória eleitoral do caudilho venezuelano, oposição ativa e crise do petróleo vão dificultar perpetuação no poder “... Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente. ...” Editorial Folha de São Paulo (17/02/2009) Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casagrande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP) “ O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP) “...Ditabranda, se referia ao regime militar que não colocou ninguém no "paredón" nem sacrificou com pena de morte intelectuais, artistas e políticos, como fazem as verdadeiras ditaduras. Quando muito, foram exilados e prosperaram no estrangeiro, socorridos por companheiros de esquerda ou por seus próprios méritos. Tivemos uma ditadura à brasileira, com troca de presidentes, que não vergaram uniforme e colocaram terno e gravata, alçando o país a ser a oitava economia do mundo, onde a violência não existia na rua, ameaçando a todos, indistintamente, como hoje. Só sofreu quem cometeu crimes contra o regime e contra a pessoa humana, por provocação, roubo, sequestro e justiçamentos. O senhor Pinheiro deveria agradecer aos militares e civis que salvaram a nação da outra ditadura, que não seria a "ditabranda"." PAULO MARCOS G. LUSTOZA , capitão-de-mar-e-guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ) Resposta da Folha (20/2/2009) Folha de São Paulo DA REDAÇÃO Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa. “O uso da expressão “ditabranda” em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis. Do ponto de vista histórico, porém, é um fato que a ditadura militar brasileira, com toda a sua truculência, foi menos repressiva que as congêneres argentina, uruguaia e chilena -ou que a ditadura cubana, de esquerda. 1964 - 1985 17 ATOS INSTITUCIONAIS 104 ATOS COMPLEMENTARES Conceito: Normas que superavam a Constituição e eram emanadas pelo executivo sem apreciação do Legislativo. DATA: 09/4/64 RESPONSÁVEL: Junta Militar Eleições presidenciais (indiretas) em 2 dias (Mandato: Até 31/01/1966) 102 Nomes cassados/mandatos políticos suspensos (Jânio, Prestes, Arraes, Brizola, Darci Ribeiro...). DATA: 27/9/65 RESPONSÁVEL: Castelo Branco Eleições Presidenciais indiretas sem reeleição Fim do pluripartidarismo (Arena e MDB)AC 4 Ministros do STF de 11 para 16 Autorizava Presidente: Estado de sítio – Fechar o congresso – Decretos leis – demissões. DATA: 05/2/66 RESPONSÁVEL: Castelo Branco Calendário eleitoral: (1966) 03/09 Eleições indiretas para governadores (eleições indiretas e nominais) Prefeitos nomeados pelos governadores (com aval do legislativo.) 03/10 eleições presidenciais 15/11 Eleições do legislativo federal (diretas). DATA: 07/12/66 RESPONSÁVEL: Castelo Branco Elaboração e montagem da Assembléia Constituinte Sessões extras no congresso (12/12/ a 24/01/67) Constituição de 1967 15/3/ 1967 Incluiu os Ais – ACs – Lei de segurança Nacional. DATA: 13/12/68 RESPONSÁVEL: Costa e Silva Resposta da Linha Dura (Frente Ampla – Greves – UNE – Discurso Dep. Marcio Moreira Alves) Poder ao Presidente: Fechar o Congresso- intervenção estados e municípios – cassar mandatos – suspender o habeas corpus – Confisco de bens – Censura rígida – Repressão – Torturas - ... Origem a 59 AC – 8 EC – 12 AIs “Anos de Chumbo” . CURIOSIDADE Mudança do nome oficial do País de «República dos Estados Unidos do Brasil» para «República Federativa do Brasil» http://50 ANOS DO GOLPE - FOLHA DE SÃO PAULO/ Polêmica criada: Fim em 1979 Governo Figueiredo já não tinha mais os elementos fortes de uma ditadura Anistia – Revogação dos Ais – Pluripartidarismo - ... Fim em 1988 Constituição cidadã (atual) Direitos de fato e legalizado Eleições Diretas Alguns analistas apontam que o período governado pelos militares também teve a participação direta de alguns políticos civis. Políticos que pertenciam aos quadros da ARENA e que com o pluripartidarismo transformou-se em PDS