UFS - PROMAT Disciplina: Geometria Diferencial Professor: Almir Rogério Silva Santos Lista de Exercı́cios 1 1. Seja α : I → R3 uma curva regular. (a) Mostre que α é uma reta se α′ (t) e α′′ (t) são linearmente dependentes para todo t ∈ I. (b) Mostre que α é uma reta se todas as retas tangentes têm um ponto em comum. (c) Estes resultados valem se α não é regular? 2. Um disco circular de raio 1 no plano xy gira sem escorregar ao longo do eixo Ox, figura 1.7. A figura descrita por um ponto da circunferência do disco é chamada uma ciclóide (Veja www.impa.br/ arss/figuras/cicloide). (a) Obtenha uma curva parametrizada α : R → R2 cujo traço seja uma ciclóide e determine seus pontos singulares (pontos da curva com derivada nula). Suponha que α(0) = (0, 0). (b) Calcule o comprimento de arco da ciclóide correspondente a uma rotação completa do disco. (c) Calcule a curvatura de α nos seus pontos regulares. 3. Seja OA um diâmetro, de comprimento 2a, de um cı́rculo S 1 e sejam OY e AV as retas tangestes a S 1 , respectivamente, em O e A. Uma semi-reta r é traçada a partir de O e encontra o cı́rculo S 1 em C e a reta AV em B. Marque na reta OB o segmento Op de maneira que o comprimento de Op seja igual ao de CB. Girando r em torno de O, o ponto p descreve uma curva chamada a cissóide de Diocles. Tomando O como a origem do plano xy, OA como o eixo Ox e OY como o eixo Oy, mostre que 1 (a) O traço de ( α(t) = 2at2 2at3 , 1 + t2 1 + t2 ) , t ∈ R, é a cissóide de Diocles (t = tan θ, ver figura 1.8). (b) A origem (0, 0) é um ponto singular da cissóide. (c) À medida que t → ∞, α(t) se aproxima da reta x = 2a, e α′ (t) → (2a, 0). Assim, quando t → ∞, a curva e a sua tangente se aproximam da reta x = 2a; dizemos que x = 2a é uma assı́ntota da cissóide. 4. Seja α : (0, π) → R2 dada por t α(t) = (sin t, cos t + log tan ), 2 onde t é o ângulo que o vetor α′ (t) faz com o eixo Oy. O traço de α é chamado de tractriz (Figura 1.9). Mostre que (a) α é uma curva diferenciável parametrizada, regular exceto em t = π2 . (b) O comprimento do segmento da tangente da tractriz entre o ponto de tangência e o eixo Oy é constante e igual a 1. 5. Seja α(t) = (aebt cos t, aebt sin t), t ∈ R, a > 0 e b < 0 constantes, uma curva parametrizada. 2 (a) Mostre que quando t → +∞, α(t) aproxima-se da origem, espiralando-se em torno dela (por causa disto, o traço de α é chamada a espiral logarı́tmica, ver figura abaixo). (b) Mostre que α′ (t) → (0, 0) quando t → +∞ e que ∫ t lim |α′ (t)|dt t→+∞ t 0 é finito; isto é, α tem comprimento de arco finito em [t0 , ∞). 6. Da origem de R2 trace uma reta passando por qualquer ponto P do cı́rculo de raio a centrado em (0, a). Seja Q o ponto de interseção desta reta com a reta y = 2a. O ponto de interseção da reta vertical passando por Q com a reta horizontal passando por P é um ponto pertencente a curva chamada de Curva de Agnesi. Seja t o ângulo entre o eixo vertical e a reta passando por (0, 0), P e Q. Mostre que a curva de Agnesi é parametrizada por α(t) = (2a tan t, 2a cos2 t). 7. Considere a curva ( α(t) = ) 1 1 √ cos t, sin t, √ cos t , para 0 ≤ t ≤ 2π. 2 2 Identifique a curva. Calcule α′ (t), α′′ (t) e L(α). 8. A involuta de um curva regular α : I → R3 é definida como I(t) = α(t) − s(t) α′ (t) . |α′ (t)| Mostre que a involuta de uma hélice é uma curva plana. 9. Seja α : I → R2 uma curva p.c.a. Mostre que, a menos do sinal, a curvatura de α é dada por dθ ds , onde θ é o ângulo entre o vetor tangente T e e1 = (1, 0). 3 10. Considere a curva ( α(t) = 3 3 (1 + s) 2 (1 − s) 2 s , ,√ 3 3 2 ) , para − 1 < s < 1. Mostre que ∥α′ ∥ = 1. Calcule a curvatura e a torçao. O que você pode dizer sobre esta curva? 11. Mostre que uma curva α(s) é está contida em um cı́rculo se, e somente se, κ > 0 é constante e τ = 0. 12. (Taxa de variação do comprimento de arco) Seja α(s) uma curva p.c.a., com [a, b]. Considere um vetor v(s) tal que ⟨v(s), α′ (s)⟩ = 0 para todo s. Considere para ε > 0 suficientemente pequeno a curva βε (s) = α(s) + εv(s). Se ∫ b Lβ (ε) = ∥βε′ (s)∥ds, a mostre que ∫ b dLβ (ε) = − κ⟨N, v(s)⟩ds. dε ε=0 a Observe que se v(s) = N (s), então L′ (0) = − ∫ b κ(s)ds a 13. Seja κ(s) uma função diferenciável. Defina uma curva β por (∫ 2 ) ∫ s ∫ β(s) = cos θ(u)du, sin θ(u)du , onde θ(u) = 0 0 u κ(t)dt 0 Mostre que a curvatura de β(s) é κ(s). Dica: Mostre que ∥β ′ (s)∥ = 1 e calcule Tβ′ . 14. Seja α uma curva plana regular com evoluta E(t). Mostre que a involuta de E é a curva α. 15. Considere a aplicação −1 (t, 0, e t2 ), t > 0 − 12 α(0) = t , 0), t < 0 (t, e (0, 0, 0), t = 0 (a) Prove que α é uma curva diferenciável. (b) Prove que α é regular para todo t e que a curvatura k(t) ̸= 0, para t ̸= 0, t ̸= ± √ 2 3, e k(0) = 0. (c) Mostre que o limite dos planos osculadores quando t → 0, t > 0, é o plano y = 0 mas que o limite dos planos osculadores quando t → 0, t < 0, é o plano z = 0 (isto mostra que o vetor normal é descontı́nuo em t = 0 e mostra porque excluı́mos pontos onde k = 0). 4 (d) Mostre que, mesmo sem ser α uma curva plana, pode-se definir τ de forma que τ ≡ 0. 16. Suponha que τ (s) ̸= 0 e k ′ (s) para todo s ∈ I. Mostre que uma condição necessária e suficiente para que α(I) esteja contida em uma esfera é que R2 + (R′ )2 T 2 = constante, onde R = k1 , T = τ1 , e R′ é a derivada de R em relação a s. Dica: Ver [dC]. 17. A esfera de raio R em R3 , S2R é o conjunto dos pontos (x, y, z) de R3 tais que x2 +y 2 +z 2 = R2 . Seja α : [a, b] → R3 uma curva p.c.a. tal que sua imagem esteja contida em S2R . Seja k a curvatura de α. Mostre que k ≥ 1 R. Dica: Note que ∥α(s)∥2 = R2 para todo s ∈ [a, b]. 18. Seja α uma curva regular p.c.a. em R3 . O plano osculador de α no instante s é o plano contendo o ponto α(s) gerado pleos vetores velocidade T (s) e normal N (s). Suponha que exista um ponto fixo p em R3 tal que p pertença ao plano osculador a α no instante s, para todo s (ou seja,) p pertença a todos os planos osculadores de α). Mostre que α é uma curva plana. 19. Seja α : [a, b] → R3 uma curva regular, não necessariamente p.c.a. Sejam k(t) a curvatura de α e τ (t) sua torção, t ∈ [a, b]. Mostre que k(t) = ∥α′ (t) × α′′ (t)∥ ∥α′ (t)∥3 τ (t) = − e ⟨α′ (t) × α′′ (t), α′′′ (t)⟩ ∥α′ (t) × α′′ (t)∥2 para t ∈ [a, b]. 20. Suponha que todas as normais a uma curva parametrizada passem por um ponto fixo. Mostre que o traço da curva está contido em um cı́rculo. Dica: Ver [dC]. 21. (a) Sejam A, B constantes, com A > 0. Encontre uma curva p.c.a. α : R → R3 com curvatura k ≡ A e torção τ ≡ B (Considere cada um dos casos B > 0, B < 0 e B = 0). (b) Mostre que uma curva regular α : [a, b] → R3 com curvatura k > 0 é plana se e somente sua torção é identicamente nula. 22. Mostre que a curvatura é invariante por isometrias. Isto é, mostre que se α : [a, b] → R3 é uma curva regular com curvatura kα e f : R3 → R3 é uma isometria, então β(t) := f (α(t)) é uma curva regular com curvatura kβ (t) = kα (t), t ∈ [a, b]. Sugestão: Uma transformação linear ortogonal preserva o produto interno. Use o problema 5. 23. Mostre que a torsão é invariante por isometrias, a menos de um sinal. 5 24. Mostre que o conhecimento da função vetorial b = b(s) (vetor binormal) de uma curva α, de torção não nula em toda parte, determina a curvatura k(s) e o valor absoluto da torção τ (s) de α. Dica: Ver [dC]. 25. Determine todas as curvas regulares p.c.a. tais que o seu vetor binormal é dado por 1 1 s B(s) = √ −√ , −√ √ , 1 2 2 2 1+ s 2 1+ s 2 2 e tais que passam pelo ponto (0, 1, 0) quando s = 0. Sugestão: Use as equações de Frenet. d 1 Dica: . (sinh−1 )(x) = √ dx 1 + x2 26. Seja k : (a, b) → R uma função diferenciável. Seja t0 ∈ (a, b). Sejam x0 e v0 ̸= 0 em R2 . Mostre que existe uma, e uma única curva regular α : (a, b) → R2 tal que α(t0 ) = x0 , α′ (t0 ) = v0 e k é a curvatura de α. Exiba a curva no caso em que x0 = (0, 0), v0 = (1, 0) e 1 k(t) = √ , t ∈ (−1, 1). 1 − t2 27. Mostre que o conhecimento da função vetorial n = n(s) (vetor normal) de uma curva α, de torção não nula em toda parte, determina a curvatura k(s) e a torção τ (s) de α. Dica: Ver [dC]. 28. Mostre que a curvatura k(s) ̸= 0 de uma curva parametrizada regular α : I → R3 é a curvatura em t da curva plana π ◦ α, onde π é a projeção ortogonal sobre o plano osculador em t. Dica: Ver [dC]. 29. O concóide de Nicomedes em coordenadas polares é r = a cos θ + c, a ̸= 0, c ̸= 0, −π ≤ θ ≤ π. Esboce e encontre uma representação em coordenadas retangulares. 30. Seja κ(s) uma função diferenciável. Defina uma curva β por (∫ 2 ) ∫ s ∫ β(s) = cos θ(u)du, sin θ(u)du , onde θ(u) = 0 0 u κ(t)dt 0 Mostre que a curvatura de β(s) é κ(s). Dica: Mostre que ∥β ′ (s)∥ = 1 e calcule Tβ′ . [dC] do CARMO, M. Geometria Diferencial de Curvas e Superfı́cies. SBM. 6