RESGECLIMS: Reuniões semanais da ginecologia endócrina, climatério e medicina sexual GINECOLOGIA FMABC Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMABC – Disciplina de Ginecologia – Prof. Dr. César Eduardo Fernandes Orientador: Dr Luciano M. Pompei R1 Greice C. Tarabay R2 Felipe R3 Veronica J. Ayres 29/04/2013 Obesidade, resistência à insulina e diabetes:diferenças entre os gêneros e papel dos receptores de estrogênio Obesidade: um fator de alta prevalência para risco cardiovascular Combinação ↑ consumo + sedentarismo= ↑ prevalência de obesidade (epidemia global) Obesidade reconhecida como fator de risco independente para eventos cardiovasculares (associação com HAS, DM, DLP) WHO, 2000, French et al. 2001, Barton & Furrer 2003, James 2008Yusuf et al. 2004 Mokdad et al. 2003, Ogden et al. 2007 Risco > indivíduos ↑ circunferência abdominal (fonte de mediadores inflamatórios → resistência insulínica, alteram o perfil lipídico, PA e inflamação vascular) AT-II, endotelina-1: ↑ risco aterosclerose (IAM, AVC) Obesidade e dçs associadas são mal-tratadas na Atenção Primária Van Gaal et al. 2006 WHO, 2000, Yusuf et al. 2004, Ogden et al. 2007 Bramlage et al. 2004, Stewart et al. 2009 Diferenças entre gêneros e efeitos da menopausa na adiposidade e distribuição de gordura corporal ↓ estrogênio processo de envelhecimento →Obesidade mudanças no estilo de vida pós-menopausa Modelos animais mostram que ↓ estrogênio pós-ooforectomia resulta em aumento da adiposidade corporal, que pode ser revertida com a administração exógena de estrogênio Shi & Clegg 2009, Barton 2010 Estrogênio: regula distribuição de gordura corporal em humanos e animais Pré-menopausa: ♀ tendem a depositar gordura subcutâneo, enquanto que ♂ tendem a acumular gordura visceral Polimorfismo gene do receptor de estrogênio (ERα) mostra aumento da gordura abdominal em ♀ pré-menopausa Okura et al. 2003 Enzi et al. 1986 Shi & Clegg 2009, Brown et al. 2010 ↓ produção endógena de estrogênio pós-menopausa aumenta o risco cardiovascular Nos ♂, mutação no gene ERα pode levar a resistência à insulina, e níveis aumentados de IGF-1, dç arterial coronariana precoce Barton & Meyer 2009 Sudhir et al. 1997 Alvos celulares e função do estrogênio Estrogênios: grupo de moléculas esteróides, que compreendem a 17β-estradiol, estrona, estriol Interagem com sistemas nãoreprodutivos Gruber et al. 2002 Estrogênio: age nos receptores de células-alvo como fatores de transcrição para regular expressão de genes, para controle do crescimento, diferenciação celular e homeostase Meyer et al. 2009 Identificados 2 RE (ERα e ERβ). Ativação induz cascata de sinalizações que leva aos “rápidos efeitos” do E, mediada pela GPER (receptor de estrogênio ligado à proteína G) GPER: localizada no retículo endoplasmático; presente no tecido adiposo, sistema imune, cardiovascular e SNC. Associada à obesidade, resistência à insulina e câncer hormônio-dependente Walter et al. 1985, Green et al. 1986,Greene et al. 1986, Kuiper et al. 1996 Hammes & Levin 2007, Meyer et al. 2009 Martensson et al. 2009, Nadal et al. 2009, Prossnitz & Barton 2009 Produção de estrogênio e seu papel na obesidade Pré-menopausa: ovários sintetizam 17β-estradiol Peri-menopausa: depleção dos folículos ovarianos diminui produção do hormônio Pós-menopausa: predomina a estrona Gruber et al. 2002 Na pós-menopausa, a principal fonte de androgênios é a adrenal. Conversão periférica da testosterona e androstenediona em 17β-estradiol e estrona, pela enzima aromatase (tec adiposo) Essa aromatização está acelerada em indivíduos obesos pelo gde nº de adipócitos Siiteri 1987 Cleland et al. 1985 Nível Plasmático de Esteróides nas Mulheres vs. Status Menopausal Nível plasmático relativo 120% 100% 100% 80% 100% 72.5% Menacme 60% Menopausa Natural Ooforectomia 40% 20% 27.5% 10.0% 7% 0% Estradiol Testosterona Adaptado de Baster,JE. In: Lobo RA (ed). Treatment of Menopausal Woman: Basic and Clinical Aspects. 2nd ed. Philadelphia:Lippicott,Willians & Willians,1999:142. Judd, HL et al. J Clin Endocrinol Metab. 1974;39:1020-24. Síntese de E na pós-menopausa é determinada por Atividade física diminui níveis de estrona Mudanças no perfil hormonal podem levar até 6 anos para ocorrer Haffner et al. 1991, Kaye et al. 1991, Baglietto et al. 2009 Com o aumento da obesidade abdominal, ocorre diminuição da globulina ligadora de hormônios sexuais Obesidade leva a aumento do risco de desenvolver tumores sensíveis a hormônios, como CA de mama, em ♂ e ♀ obesos Haffner et al. 1991, Kaye et al. 1991, Baglietto et al. 2009 Rinaldi et al. 2006, Brinton et al. 2010 Níveis séricos de E estão aumentados em ♂ com hipogonadismo, que é causado pelo aumento da aromatização de androgênios no tecido adiposo Os níveis plasmáticos de E são menores nos ♂, se comparados às ♀, porém as concentrações locais podem ser muito maiores Schneider et al. 1979, Cleland et al. 1985, Siiteri 1987 Sugioka et al. 1987 Ingesta/ Atividade Física Genética Epigenética Programação perinatal Obesidade Central Síndrome Metabólica Hipercortisolismo esplâncnico Resistência insulínica Hipogonadismo GH, TSH HAS, DM2, Esteatose hepática, Apnéia do sono, Risco CV Zitzmann 2009 Maffei et al. 2004, 2007 Papel do estrogênio no peso corporal e resistência à insulina Peso corporal aumenta em diversas condições associadas à deficiência de E (ooforectomia, SOP, deficiência aromatase) E: aumenta a saciedade (SNC), associação com grelina, leptina, insulina, neuropeptídeo Y Pedersen et al. 1992, Asarian & Geary 1999, Jones et al. 2000, Gambineri et al. 2002, Misso et al. 2003, Takeda et al. 2003, Maffei et al. 2007 Brown & Clegg 2010 Pacientes com deficiência estrogênica + resist insulínica podem ser tratados pela suplementação exógena de E E: aumenta sensibilidade dos hepatócitos à insulina, ↓ gliconeogênese e glicogenólise, ↑ secreção de insulina pela ilhotas de Langerhans, previne apoptose cels β, ↓ citocinas pró-inflamatórias e ↑ ação da insulina 2003 Ahmed-Sorour & Bailey 1981 Bailey & Ahmed-Sorour 1980, Morishima et al. 1995, Jones et al. 2000, Takeda et al. Adiposidade visceral + nível E baixo nos ♂ pode estar associado a maior taxa de resist insulínica quando comparado à ♀ pré-menopausa, contribuindo para as diferenças entre os sexos com relação a risco cardiovascular Geer & Shen 2009 Meyer et al. 2006 Importância do ERα e β na função da insulina no DM e obesidade Ratos com falta de ERα desenvolveram obesidade e DLP, porém, o consumo alimentar não diferiu com relação ao grupo controle. Mas o gasto energético estava diminuído E: ajuda na produção de insulina nos ratos diabéticos (efeito ERα-dependente) Musatov et al. 2007 Heine et al. 2000 Le May et al. 2006 ♂ com ↓ ERα apresentou intolerância à glicose e resistência à insulina Estudo recente: 17β-estradiol reduziu expressão sintetase NO inflamatória na aorta no grupo ratos saudáveis e com falta de ERβ. O mesmo não foi visto nos ratos com falta de ERα Smith et al. 1994 Cignarella et al. 2009 Funções metabólicas do receptor de proteínaG ligada ao estrogênio GPER tem alta expressão nos sistemas cardiovascular/reprodutor, ilhotas, adipócitos, neurônios e céls inflamatórias Associação deficiência GPER e ↑ adiposidade visceral Prossnitz et al. 2008, Prossnitz & Barton 2009 Hugo et al. 2008, Haas et al. 2009, Liu & Mauvais-Jarvis 2009, Liu et al. 2009, Martensson et al Evidências do uso tamoxifeno e raloxifeno (agonistas GPER) dá suporte à teoria de que a ativação da GPER tem efeito inibitório sobre a ingestão de alimentos, peso corporal e massa adiposa Revankar et al. 2005, Lin et al. 2009, Chow et al. 2010, Meyer et al. 2010 and E.R. Prossnitz unpublishedobservation 2010 Deficiência de GPER predispõe à perda de céls β e diminuição produção insulina pós stress oxidativo GPER: importante regulador estrogênio-dependente do metabolismo da glicose e controle do peso corporal Liu et al. 2009 Conclusões E: regulador do peso corporal, distribuição de gordura, resistência à insulina; sexo-dependente Terapia E: benefícios em relação à adiposidade e risco de diabetes; efeitos adversos como aumento risco de CA mama e tromboembolismo Necessários mais estudos para saber real relação entre GPER e ERα e β Obesidade está associada com aumento risco cardiovascular Prevenção da obesidade pode reduzir risco de doenças associadas à obesidade como CA mama Harvie et al. 2005 Em vista do crescente número de crianças diabéticas tipo 2, hipertensas, com esteatose hepática, combinada à falta de atividade física, são necessárias ações para se evitar o declínio da expectativa de vida e complicações da obesidade Olshansky et al. 2005, Stewart et al. 2009 Belcher et al. 2010, Chen et al. 2005 Denzer et al. 2009, Alisi et al. 2010 OBRIGADA!