Título: Processo de Expatriação: Perceção das Organizações Vs. Perceção dos Colaboradores Autor: Inês Resende Martins Leite dos Santos | e-mail: [email protected] Programa: Mestrado em Gestão de Recursos Humanos | N.º de aluno: PG 21853 Data de Submissão da Tese: 9 de janeiro de 2015 | Orientado por: Prof.ª Dra. Emília Fernandes Resumo: Ao processo de internacionalização das empresas, surge muitas vezes associada a expatriação como uma das práticas mais adotadas para a transferência de conhecimento e competências, o desenvolvimento de novos negócios, e o controlo e a coordenação das operações em diferentes geografias. Esta abordagem implica a transferência de recursos humanos, por norma, por um período longo, o que coloca questões e desafios ao nível individual, mas também ao nível organizacional, porque acarreta uma complexa e dinâmica gestão do capital humano e da sua performance, tornando-se, assim, esta um dos problemas mais atuais e específicos da Gestão de Recursos Humanos (GRH). Face a esta realidade, o presente trabalho pretendeu analisar o processo de expatriação e o seu ciclo completo: seleção, preparação, expatriação, adaptação e repatriação/nacionalização, atendendo à perspetiva organizacional e às suas políticas e práticas de GRH. Em simultâneo, foi objetivo deste estudo investigar o mesmo processo atendendo à perspetiva individual dos colaboradores e sua vivência da expatriação. A investigação delineada foi de caráter qualitativo adotando uma metodologia exploratória do tipo descritiva, envolvendo 28 entrevistas individuais e semiestruturadas a 11 empresas a operar em Portugal, de origem nacional e internacional, e a 17 colaboradores de nacionalidade portuguesa com experiência de expatriação. E os resultados obtidos da análise de conteúdo realizada aos testemunhos dos participantes demonstraram que as empresas recorriam à expatriação assente em diferentes motivações/estratégias organizacionais, adotando políticas e práticas de GRH pouco uniformizadas e estruturadas, sendo a etapa da repatriação o processo menos desenvolvido. Ao nível dos colaboradores foram identificadas várias motivações para a aceitação da expatriação, como o desafio pessoal e as condições financeiras, e estando o apoio da família, dos colegas de trabalho, expatriados e locais associado ao sucesso da missão, substituindo por vezes o apoio “ausente” da organização. Em conclusão, verificou-se que a GRH detinha um papel maioritariamente administrativo e de suporte. Por outro lado, o atual panorama de instabilidade socioeconómica estava latente no discurso dos participantes, tanto das empresas, como dos colaboradores, sendo importante aferir em futuros trabalhos a evolução das políticas e práticas aplicadas pelas organizações de suporte ao expatriado e, simultaneamente, o impato do atual contexto nos colaboradores expatriados. Palavras-chave: Internacionalização; Expatriação; Preparação; Adaptação; Repatriação; GRH.