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Órgão Informativo da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial
outubro 2009
edição 5
ano 1
Editorial
Esta edição do Notícias – Medicina Laboratorial resgata um tema de “gestão estratégica” ao trazer em sua reportagem principal
a pesquisa de Assistência Médico-Sanitária
(AMS) que o IBGE começou há poucos meses e
pretende divulgar os resultados em 2010.
Trata-se de um trabalho muito importante para todos nós porque vai permitir saber
quantos estabelecimentos de saúde existem
no Brasil, quantos são privados e quantos são
públicos, quantos atendem somente clientes
particulares, de convênio e do SUS, além de
muitas outras informações, inclusive econômico-financeiras.
Para nós do segmento laboratorial, a pesquisa
AMS é ainda mais importante porque vai mostrar quantos serviços de apoio à diagnose e
terapia (SADT) existem no país. Por extensão,
poderemos saber quantos laboratórios clínicos
existem em cada região, em cada estado e em
cada município.
Saber quantos somos é fundamental, pois nos
permite avaliar a dimensão e complexidade do
mercado em que estamos inseridos – fornecedores, prestadores de serviços e fontes pagadoras – e também auxilia a melhor direcionar
nossas ações de benchmarking e a reforçar ou
mudar o rumo de nosso planejamento estratégico.
Como disse certa vez o guru do gerenciamento estratégico e professor da London Business
School, Gary Hamel, “existem três tipos de
empresas: as que tentam levar seus clientes
aonde eles não querem ir; as que ouvem seus
clientes e, depois, respondem às suas necessidades; e as que levam seus clientes aonde eles
ainda não sabem que querem ir”.
Boa leitura!
Armando Fonseca
Editor-chefe
Quantos somos?
Equipes do IBGE estão em
campo para realizar a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS) que vai
mostrar o número de estabelecimentos de saúde no
Brasil, seu perfil, porte e
atividade. Com os resultados, que serão divulgados em 2010, poderemos saber quantos
laboratórios realmente existem no país. Página 2.
Alerta contra o câncer de mama
Campanha nacional no mês de outubro
chama a atenção das mulheres para a
importância da mamografia no diagnóstico precoce do câncer de mama. Página 12.
Exame de urina ajuda no diagnóstico de
apendicite
Um teste, ainda em fase experimental, pode diagnosticar apendicite com maior rapidez do que as provas
usadas atualmente. Página 14.
Começam os preparativos
para o 44º CBPC/ML
O presidente do 44º Congresso da
SBPC/ML, Ismar Barbosa, conta
quais são suas expectativas sobre
o evento, que será de 14 a 17 de
setembro de 2010, no Rio de Janeiro. Página 7.
reportagem
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Quantos Somos
Pesquisa do IBGE vai mostrar quantos estabelecimentos de saúde públicos e privados existem
no Brasil, inclusive laboratórios clínicos e
serviços de imagem.
Munidos de um GPS, os pesquisadores do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão em
campo há mais de dois meses realizando a pesquisa
de Assistência Médico-Sanitária (AMS) que vai determinar quantos estabelecimentos de saúde há no país,
além de obter dados econômicos e financeiros deste
setor.
Fernandes Mendes, a previsão é que o trabalho de
campo dos pesquisadores termine em dezembro deste ano e os resultados sejam divulgados no segundo
semestre de 2010.
Postos de coleta são incluídos
A publicação que resultará da pesquisa vai apresentar, entre outras
informações, números gerais dos
A pesquisa vai
Serviços de Apoio a Diagnose e Temostrar quantos rápia (SADT), sem especificar quais
são laboratórios clínicos, quais traserviços de
balham com imagem, fazem radioterapia, fisioterapia, hemodiálise e
diagnóstico e
outros. No entanto, esclarece Materapia há
ria Isabel, os números referentes a
cada tipo de prestação de serviço
no Brasil
– somente de
laboratórios, por
exemplo – permanecerão
na base de dados do IBGE
Do ponto de vista financeiro, a pesquisa vai oferecer
e poderão ser fornecidos
dados sobre as principais formas de receita e desaos interessados sob enpesa dos estabelecimentos privados. Com esta inforcomenda, mediante o
mação, o IBGE pode calcular o valor da produção de
pagamento de uma taxa
cada tipo de serviço de saúde e ainda determinar o
para consultá-los por um
perfil de despesas do setor, o que ajuda em estimadeterminado período. “É
tivas do Produto Interno Bruto (PIB). Esses dados são
como uma assinatura,
úteis para planejar e definir prioridades de investique pode ser renovada”,
mentos na área da saúde.
explica Fernandes.
Segundo a gerente de Projeto do IBGE Maria Isabel Isto será feito através Maria Isabel Fernandes Mendes
Foto: Roberto Duarte
Os resultados vão permitir saber com
precisão o número de estabelecimentos públicos e privados que atendem a
população nos municípios, como hospitais, clínicas, laboratórios e serviços
de imagem; quantos atendem ao SUS,
a convênios e somente a particulares;
quantos têm serviços próprios ou terceirizados; quais especialidades oferecem; o número de profissionais que
eles utilizam, seu vínculo com o estabelecimento e a jornada de trabalho;
equipamentos que possuem, além de
outras informações.
reportagem
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Estabelecimentos de saúde por município, em 2005 - Fonte: IBGE
do Banco Multidimensional de Estatísticas (BME), ferramenta do IBGE, que já tem os dados apurados nas
pesquisas AMS de 2002 e 2005.
“Há ‘filtros’ que permitem selecionar o resultado que
se deseja. Por exemplo, saber o número de instituições públicas, privadas, quantas atendem planos de
saúde ou não. A ferramenta é paga porque tem um
custo alto de manutenção”, justifica
a gerente de projetos.
equipes do IBGE registravam a localização dos estabelecimentos com base em dados obtidos no censo
populacional e em mapas de municípios e cidades.
A pesquisa de 2009 também inova ao permitir que
parte do questionário seja respondido pela Internet.
“Se o informante está com dificuldades ou falta de
tempo para responder todo o questionário no momento da visita do
pesquisador, ele recebe uma senha
A pesquisa vai
que dá acesso a uma página na Internet, onde poderá completar as inforconsiderar os
mações”, diz Maria Isabel.
O IBGE considera como estabelecimento de saúde aquele que atende
o público. Portanto, os pesquisadores contabilizam os diferentes postos
diferentes postos
de coleta de um mesmo laboratório,
Mas isso não dispensa que parte da
de coleta de
mas podem excluir a central técnica
entrevista seja feita ao vivo porque
se nela não houver atendimento ao
é preciso, por exemplo, determinar
um mesmo
paciente.
qual tipo de questionário corresponlaboratório
“Não é uma pesquisa de empresas
de às atividades do estabelecimento
mas de estabelecimentos de saúde
e associá-lo aos dados cadastrais, inem separado. Depois, se houver inclusive à localização fornecida pelo
teresse do usuário, será possível até organizar esse GPS. Outras informações, como equipamentos exisconjunto por meio do CNPJ”, acrescenta Maria Isabel. tentes e recursos humanos podem ser preenchidas
pela Internet.
Esta possibilidade é uma forma de contornar um obsLocalização precisa
táculo com que os pesquisadores se deparam hoje em
Uma das novidades da pesquisa AMS deste ano é o uso dia, como explica Maria Isabel.
do GPS para assinalar a posição de cada estabeleci- “Antes, considerávamos que os estabelecimentos de
mento. Sigla em inglês de Global Positioning System, saúde eram bons informantes porque sempre colocao GPS é um dispositivo que recebe sinais de rádio vam uma pessoa responsável para atender o pesquienviados por satélites e determina, com precisão, as sador. Atualmente, encontramos muitas dificuldades
coordenadas geográficas de qualquer objeto ou pes- pela falta de tempo desse pessoa porque geralmente
soa na superfície do planeta. Nos anos anteriores, as ela está muito comprometida com o trabalho.”
reportagem
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Dependendo do tipo de estabelecimento, o questionário a ser preenchido é volumoso. É o caso daqueles
que oferecem muitos equipamentos e serviços, como
internação, atendimento ambulatorial e diferentes
unidades - UTI, análises clínicas, diálise. Para os
laboratórios exclusivamente de análises clínicas ou
patologia clínica o formulário é bem
menor porque é específico.
Questionário financeiro
Os serviços de saúde apresentam
características muito específicas e,
por isso, ainda não foram incluídos
na Pesquisa Anual de Serviços (PAS)
que o IBGE realiza. No entanto, as
informações financeiras sobre esse
setor são consideradas importantes
para melhorar a qualidade dos dados
nacionais sobre a Saúde, com números de receita, investimento e gastos
pessoal.
contraram dificuldades e foi preciso fazer algumas
concessões. O questionário deveria ser aplicado a
todos os estabelecimentos privados de saúde. Como
há cerca de 40 mil no país, esse trabalho se torna impraticável. Ainda mais, segundo Maria Isabel, porque
o Instituto está voltado também aos preparativos do
censo populacional de 2010.
Por isso, a pesquisa financeira é feita
por amostra. Ela é aplicada aos estaMais de 7 mil
belecimentos com 50 ou mais leitos,
estabelecimentos os ambulatoriais e de exames complementares e terapia com pelo meresponderão o
nos 20 postos de trabalho e os que
têm serviços de hemodiálise, quimioquestionário
terapia e radioterapia. Com base nos
financeiro
dados obtidos em 2005, o IBGE enquadrou nessas condições 7.183 estabelecimentos no Brasil, mas outros
podem ser incluídos, dependendo do
que
a
pesquisa
mostrar.
com insumos e
Além disso, as empresas de saúde poderão usá-los
como referência (benchmarking) em seus planejamentos.
O questionário de informações econômico-financeiras
foi aplicado pela primeira vez em 2005. Naquele ano,
o IBGE coletou os dados e os repassou ao Inamps,
que ficou com a responsabilidade de armazená-los e
divulgá-los.
Na pesquisa atual o trabalho é feito integralmente
pelo IBGE, do começo ao fim, mas seus técnicos en-
Além disso, os de menor porte e os que não se enquadram nas condições acima são escolhidos aleatoriamente, por sorteio.
Diferentemente dos outros questionários da AMS, o
financeiro algumas vezes não é preenchido no próprio
estabelecimento de saúde porque nem sempre há no
local alguém com acesso a todas as informações necessárias, como receitas e despesas. Neste caso, o
pesquisador é obrigado a procurar o contador da empresa. Esta situação pode ocorrer com os postos de
coleta de laboratórios.
reportagem
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Alguns dados da AMS 2005
Fonte: IBGE
O IBGE considera como Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT): análises clínicas, fisioterapia, eletrocardiografia, ultrassonografia, radiologia, raio X, radioterapia, cintilografia, ressonância magnética, litotripsia, mamografia, UTI/CTI, tomografia, quimioterapia e terapia renal substitutiva.
Estabelecimentos que também têm SADT: 41.943 (privados: 26.480; públicos: 15.643).
Estabelecimentos que têm exclusivamente SADT: 14.521 (públicos: 1.102; privados: 13.419)
SADT mais comuns (muitos estabelecimentos oferecem mais de um serviço):
- Análises clínicas: 13.801 (públicos: 4.392; privados que não atendem SUS: 9.409; privados que atendem
SUS: 4.710)
- Fisioterapia: 8.969
- Eletrocardiografia: 8.940
- Ultrassonografia: 8.237
- Raio X: 7.148
Informações obtidas pelo questionário financeiro
Fonte: IBGE
- Valor total da produção dos serviços de saúde.
- Renda gerada pelas atividades de saúde.
- Receita médica por tipo de serviço (hospitalar, ambulatorial, outros).
- Percentual da receita por fonte de recursos (planos de saúde, convênios, SUS, pessoa física etc).
- Custo médio por estabelecimento.
- Detalhamento do tipo de despesa (salários, medicamentos, serviços auxiliares etc).
- Total dos investimentos no ano (compra de imóveis, máquinas e equipamentos).
- Acompanhamento da evolução do setor (analisado com outras edições da pesquisa).
Informações que podem ser extraídas da pesquisa AMS
Fonte: IBGE
O cruzamento de dados do questionário financeiro com os de outros questionários da AMS pode informar:
- Custo médio por leito.
- Custo médio por internação.
- Custo médio por especialidade.
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notícias
Foto: Roberto Duarte
Conheça um pouco da nossa história
TEPAC - Título com selo
de qualidade
Todos os anos a SBPC/ML realiza a
prova para Título de Especialista
em Patologia Clínica (TEPAC). Geralmente, ela ocorre na véspera da
abertura do Congresso Brasileiro
de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e na cidade onde acontece o evento.
O concurso segue normas estabelecidas pela Associação Médica
Brasileira (AMB), que determina
que os candidatos façam obrigatoriamente uma prova escrita. As
demais avaliações são decididas
pelas Sociedades de especialidade.
No caso do TEPAC, além da prova,
cada candidato é entrevistado com
base no currículo que entregou ao
se inscrever.
Mas nem sempre foi assim, como
explica o assessor Médico da SBPC/
ML, o patologista clínico Manoel
Serrão, que trabalha na organização
das provas do TEPAC desde 1994:
“Na década de 60 não havia parâmetros de avaliação. O médico que
comprovasse que exercia a atividade se candidatava a receber o título de especialista.”
Em novembro de 1964, na gestão
de José Pinheiro, a SBPC (ainda
sem o “ML” na sigla) assinou um
convênio com a AMB no qual as duas
instituições passavam a emitir, em
conjunto, o título de especialista.
No entanto, as normas para obter
o título não eram padronizadas.
Cada Sociedade de especialidade
estabelecia seus critérios.
“A regulamentação surgiu em 1986,
através de um convênio firmado
entre as Sociedades, AMB, Conselho Federal de Medicina (CFM) e
Comissão Nacional de Residência
Médica (CNRM). Foi decidido que
somente a AMB poderia emitir o Título de Especialista e que ela estabeleceria as regras”, conta Serrão.
Outra modificação importante ocorreu há poucos anos, mais precisamente em 2005, quando foi publicada a Resolução 1.772/05, do
CFM, que instituiu o Certificado de
Atualização Profissional (CAP), que
deve ser revalidado a cada cinco
anos.
Documento padronizado pela AMB
e pelas Sociedades, o Certificado
de Atualização Profissional atesta
os novos conhecimentos do médico, habilitando-o ao exercício de
sua especialidade. Para revalidar o
CAP é preciso acumular pelo menos 100 pontos no período de cinco anos. A pontuação é obtida, por
exemplo, participando de eventos
credenciados pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA) e publicando artigos científicos. Quem
não revalidar o CAP pode perder o
título de especialista. A revalidação é opcional para o médico que
obteve a titulação antes de 2006.
Os primeiros certificados serão
emitidos em 2011.
Quem não conseguiu obter a titulação na época em que se formou,
recebe, periodicamente, uma nova
chance. Isso ocorre quando a AMB
autoriza as Sociedades de especialidade a realizarem a prova de título “Especial”, para médicos que
estão em atividade e formaram-se
há 15 anos ou mais.
“A intenção é resgatar os médicos
que trabalham na especialidade
mas não tiveram oportunidade de
fazer o concurso normal”, explica
Serrão.
Enquanto o exame do TEPAC tradicional abrange diversas áreas de
conhecimento da patologia clínica,
a prova do Especial é direcionada à
área em que o candidato atua.
O primeiro TEPAC Especial foi em
1994, no Rio de Janeiro, quando
a SBPC/ML comemorou 50 anos. O
próprio presidente da Sociedade
na época, Evaldo Melo, coordenou
o concurso.
O próximo TEPAC Especial será em
2010, em data e local a serem marcados.
notícias
Começam os preparativos para o Congresso da SBPC/ML de 2010
Foto: Roberto Duarte
do centro da cidade.
O presidente do próximo congresso é o médico patologista clínico Ismar Barbosa, vice-presidente da
SBPC/ML na gestão 2008/2009.
Membro da diretoria da SBPC/ML há várias gestões, Barbosa permanecerá na vice-presidência da
Sociedade no biênio 2010/2011. Ele não esconde a
satisfação de estar à frente do próximo congresso
e participar diretamente de uma atividade muito
importante para a SBPC/ML e para o segmento de
diagnóstico laboratorial.
Ismar Barbosa, presidente do 44ºCBPC/ML
Em 2010, os cariocas vão receber os participantes
do 44º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. O principal evento da SBPC/ML
será no Rio de Janeiro, de 14 a 17 de setembro, no
Centro de Convenções SulAmérica, localizado perto
“Representa também o desafio de compartilhar, de
forma harmônica, o trabalho de organização com os
colegas e profissionais que contribuem direta ou indiretamente para os bons resultados do evento”, diz.
Com modéstia, ele acrescenta que o sucesso do congresso não está centrado na pessoa do seu presidente. “É resultado do trabalho de todos”, conclui.
Homenagem pelos 30 anos de SBPC/ML
“A Sociedade faz parte da minha vida”, afirma a
assessora financeira da SBPC/ML, Alice Meireles,
que completou, em agosto, 30 anos de casa. Como
reconhecimento por sua dedicação, ela foi homenageada na sede da SBPC/ML, no Rio de Janeiro, e
recebeu um conjunto com gargantilha, anel e brincos de ouro e brilhante.
trabalhando na secretaria e na supervisão dos pagamentos.
“Adoro o meu trabalho e o que faço aqui na Sociedade”, diz, orgulhosa. “Se a SBPC/ML quiser, eu
fico mais 30 anos”, garante.
“Isso é pouco para retribuirmos o que Alice tem
feito pela Sociedade durante todos esses anos”,
diz a diretora Financeira, Lúcia Villela. Apanhada
de surpresa, porque tudo foi preparado sem que
ela soubesse, Alice não conseguiu esconder a emoção quando foi chamada à frente do auditório para
ser homenageada por diretores e colegas.
Contratada em 1º de agosto de 1979, ela começou a trabalhar na SBPC/ML quando esta ainda
funcionava em uma casa no Rio Comprido, bairro
da Zona Norte carioca. Pouco tempo depois já estava encarregada da área financeira. Desde 1989
ela participa de todos os congressos da Sociedade,
Foto: Roberto Duarte
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notícias
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Nobel de medicina premia pesquisa sobre proteção dos cromossomos
Fotos: divulgação
Elizabeth Blackburn
Elizabeth Blackburn, da Austrália, Carol Greider, dos EUA, e Jack Szostak,
da Inglaterra, receberam o Prêmio
Nobel de Medicina de 2009 pela descoberta dos mecanismos de proteção
dos cromossomos por meio dos telômeros. Essas estruturas de proteínas
e DNA não codificante formam as extremidades dos cromossomos. Este é
o 100º Nobel de medicina concedido.
Ao todo, 192 pessoas já receberam o
prêmio.
Os três trabalham nos Estados Unidos.
Elizabeth pesquisa na Universidade da
Califórnia; Carol, na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins;
Szostak, no Instituto Médico Howard
Hughes, na Faculdade de Medicina de
Harvard e no Hospital-Geral de Massachusetts.
Os telômeros atuam como dispositivo
protetor embutido nos cromossomos.
Em 1984, Elizabeth e Carol, então sua
aluna, descobriram e batizaram a telomerase, enzima reguladora dos telômeros que já chegou a ser chamada de
“enzima da imortalidade”.
A telomerase também está presente nas células cancerígenas, que têm
uma grande capacidade de se multiplicar. Isto significa que a enzima da
imortalidade também pode ter efeitos negativos. Compreender como ela
funciona ajuda a entender o processo
de envelhecimento e a aprender mais
sobre como combater o câncer.
Em 1999, pesquisadores do Cen-
Carol Greider
tro Médico da Universidade do Texas
conseguiram matar células tumorais
humanas inibindo a telomerase. Eles
desenvolveram pequenos inibidores
sintéticos antitelomerase. Quando esses inibidores foram introduzidos nas
células cancerígenas, causaram encurtamento progressivo dos telômeros e,
finalmente, a morte celular. O estudo,
publicado em dezembro daquele ano
na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), validava a telomerase como alvo para drogas contra
o câncer.
Elizabeth nasceu na Austrália, em
1948. Graduou-se em em bioquímica
na Universidade de Melbourne (Austrália) e fez pós-doutorado em biologia
molecular e celular na Universidade
Yale (EUA). Carol é americana, nascida em 1961. Fez doutorado na Universidade da Califórnia e é membro do
departamento de biologia molecular
e genética. Szostak é inglês, nascido
em 1952. Estudou biologia celular na
Universidade McGill, em Montreal, Canadá, e fez doutorado em bioquímica
na Universidade Cornell (EUA). Cada
um receberá um terço do prêmio de
10 milhões de coroas suecas (cerca de
R$ 2,5 milhões).
Segundo o Instituto Karolinska, que
anuncia o prêmio, o trio “resolveu
um importante problema na biologia”. Ainda segundo a instituição, “as
descobertas adicionaram uma nova
dimensão ao nosso entendimento da
Jack Szostak
célula, clarificaram mecanismos de
doenças e estimularam o desenvolvimento de novas terapias”.
Elizabeth e Carol identificaram a enzima telomerase, que forma os telômeros. Enquanto isso, pesquisas de
Szostak e Elizabeth elucidaram de que
modo o encurtamento dos telômeros
está vinculado ao envelhecimento.
Desde então, os estudos sobre a telomerase se transformaram em um dos
campos mais disputados do desenvolvimento de novos medicamentos,
principalmente para câncer, uma vez
que, acredita-se, a enzima exerce um
papel ao permitir que as células tumorais se reproduzam sem controle.
“As pesquisas têm amplas implicações
médicas para o tratamento de câncer,
certas doenças hereditárias e para o
envelhecimento”, afirmou Rune Toftgard, professor do Instituto Karolinska.
Carol Greider disse que a pesquisa que
rendeu o Nobel de medicina deste ano
ilustra a importância dos “descobrimentos motivados por pura curiosidade”.
“Quando iniciamos este trabalho, não
imaginávamos que a telomerase estaria envolvida com o câncer. Simplesmente tínhamos curiosidade sobre
como os cromossomos se mantinham
intactos”, concluiu.
Fonte: Portal G1
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notícias
Foto: divulgação
Biossensor faz diagnóstico
rápido do HIV
Estudo associa
vírus a câncer
de próstata
mais agressivo
O câncer de próstata pode ser provocado pelo vírus XMRV, conhecido por causar leucemia e determinados tumores em animais. Esta é a conclusão
de um estudo feito na Universidade de Utah (www.
utah.edu), nos EUA.
Os pesquisadores descobriram que o vírus está presente em 27% dos casos mais agressivos de câncer
prostático em humanos. O XMRV é um retrovírus
similar ao HIV e já foi anteriormente relacionado ao câncer de próstata, mas não a formas tão
agressivas.
O vírus insere uma cópia de seu DNA no cromossomo da célula que tenta infectar. Quando isto
ocorre junto a um gene que regula o crescimento
celular, o processo pode prejudicar o desenvolvimento normal da célula.
“Ainda não temos certeza que este vírus cause
câncer nas pessoas, mas agora vamos começar a
investigar isso”, diz a médica que coordena a equipe de pesquisa, Ila Singh.
Depois de descobrirem que o XMRV responde melhor na presença do hormônio testosterona, os
pesquisadores pretendem investigar como ele se
comporta diante do estrogênio para saber se também tem participação em outros tipos de câncer,
se infecta as mulheres e se é sexualmente transmissível.
“Estamos estudando os corpos de 100 mulheres e
100 homens que morreram de outras causas para
saber se os seus órgãos apresentam o vírus”, acrescenta a médica.
O estudo XMRV is present in malignant prostatic
epithelium and is associated with prostate cancer, especially high-grade tumors foi publicado na
edição de 22 de setembro da revista Proceedings
of National Academy of Sciences (www.pnas.org).
Fonte: jornal O Globo
O uso de enzimas modificadas geneticamente e uma
pequena rede de microeletrodos permitiu identificar
em menos de uma hora anticorpos anti-HIV.
O trabalho foi desenvolvido por uma equipe da Universidade Autônoma de Barcelona - UAD (www.uab.es)
e do Conselho Superior de Pesquisas Científicas - CSIC
(www.csic.es), também da Espanha.
“Ao trabalhar com microeletrodos, o volume de sangue para a amostra pode ser reduzida para microlitros,
aumentando a segurança do analista e facilitando a
eliminação posterior dos restos gerados”, diz Francisco Javier del Campo, pesquisador do CSIC. “Esse sensor pode ser adaptado a testes de campo com muitas
amostras, já que podem ser realizados por pessoal não
especializado”, diz Antonio Pedro Villaverde, pesquisador de Genética e Microbiologia da UAB.
Os pesquisadores consideram que o uso de “enzimas
alostéricas” - que mudam sua atividade enzimática na
presença de determinadas substâncias com as quais
interagem, como o biossensor - abre novas oportunidades para detectar outras infecções virais de interesse
veterinário e clínico, como as hepatites.
O funcionamento do biossensor se baseia no uso de enzima modificada geneticamente, em combinação com
uma rede de microeletrodos que detectam eletroquimicamente os produtos daquela enzima. Na presença
de anticorpos de HIV, a atividade enzimática dispara,
o que permite identificar as amostras infectadas em
menos de uma hora.
Para obter enzimas modificadas geneticamente, os
pesquisadores utilizaram enzimas alostéricas. Nelas
são inseridas as áreas das proteínas virais do HIV.
Foi usada a enzima beta-galactosidase que, junto com
substrato, permitiu obter aminofenol, pequena molécula eletroativa que pode ser detectada sobre uma
rede de microeletrodos. O sistema funciona ao acrescentar uma pequena quantidade da enzima alostérica
na amostra que se quer analisar e em outra, que serve
como controle negativo.
Após ficarem incubadas em paralelo, incorpora-se a
elas pequena quantidade de substrato e se compara a
evolução da atividade enzimática mediante a velocidade de produção de aminofenol sobre duas redes idênticas de microeletrodos. As amostras que contêm anticorpos anti-HIV produzem sinais mais significativos.
O artigo Fast electrochemical detection of anti-HIV
antibodies: Coupling allosteric enzymes and disk microelectrode arrays foi publicado na edição de 8 de
maio de 2009, volume 641 da revista Analytica Chimica
Acta.
Fontes: jornal Diário de Pernambuco e Analytica Chimica Acta
notícias
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ANS divulga números da saúde suplementar
A edição de setembro do Caderno de Informação da Saúde Suplementar mostra uma comparação entre a variação do emprego formal e a do número de beneficiários de planos de saúde. A variação
do emprego foi acompanhada pela variação do número de beneficiários, com pequena defasagem de tempo - em geral, um mês.
A maior queda no emprego ocorreu em dezembro de 2008 e não
teve impacto correspondente sobre o número de beneficiários.
Na mesma edição é abordada a mortalidade em beneficiários de
planos privados de saúde no Brasil, de 2004 a 2006. A metodologia
utilizada tem como referência as bases de dados do Sistema de Informações de Beneficiários (SIB/ANS) e do Sistema de Informações
sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS)
Publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, o Caderno
está em arquivo no formato “pdf” e pode ser consultado no site da
ANS, em: www.ans.gov.br/portal/site/informacoesss/iss_publicacoes.asp.
Fonte: ANS
Publicado novo Código de Ética Médica
Foi publicado no dia 24 de setembro, no
Diário Oficial da União, o novo Código de
Ética Médica, aprovado em 29 de agosto.
Ele passa a valer 180 dias após sua publicação no D.O.U.
Debatido por cerca de dois anos, o documento contém artigos do código anterior
que foram revisados e novas regras.
Alguns dos itens mais polêmicos revistos
abordam princípios fundamentais da medicina (prestação de serviços que contrariam os ditames de sua consciência, sigilo
sobre atos profissionais e proteção aos
sujeitos de pesquisa), responsabilidade
profissional e ações vedadas aos médicos
(danos por ação ou omissão, abandono
de plantão, ilegibilidade nas receitas,
atestados e laudos, descumprimento de
legislação sobre transplante de órgãos
ou tecidos e modificação genética). Artigos novos foram implantados a respeito
da isenção quando o médico é designado
para servir como perito ou auditor, preenchimento do prontuário e participação em
pesquisa médica.
Fonte: CFM
Justiça revoga liminar do Cremesp contra TISS
Médicos do estado de São Paulo estão
obrigados a usar as guias eletrônicas
do padrão TISS (Troca de Informação
em Saúde Suplementar), implantado
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A decisão, publicada em setembro,
é definitiva e não cabe recurso. Ela
derruba a liminar obtida anteriormente pelo Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp). O órgão havia entrado
com o mandado de segurança coletivo 2008.51.01.022771-1 na Justiça
Federal do estado do Rio de Janeiro
- onde está a sede da ANS - que impedia a Agência de obrigar médicos de
São Paulo a usar as guias eletrônicas
do padrão TISS, previstas na Resolução Normativa 153 da Agência.
Fonte: ANS
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notícias
Alerta contra o
câncer de mama
Lugares bem conhecidos de
capitais brasileiras receberam iluminação diferente
nas últimas semanas. Ações
do “Movimento Outubro Rosa
- Mulher Consciente na Luta
Contra o Câncer de Mama”,
que começou em 5 de outubro, iluminaram de rosa monumentos e pontos turísticos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e outros locais de São Paulo,
Curitiba, Brasília, Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte e Florianópolis.
O objetivo é alertar as mulheres para a importância
da mamografia no diagnóstico precoce, tratamento
adequado e reabilitação de pacientes com câncer
de mama.
Segundo a Sociedade Americana de Câncer, cerca
de 1,3 milhão de mulheres no mundo são diagnosticadas anualmente com câncer de mama, e 465
mil morrem por causa da doença. A estimativa no
Brasil é de que esse tipo de câncer afete a vida
de mais de 49 mil brasileiras até o final de 2009.
Mais informações: www.femama.org.br e www.mulherconsciente.com.br.
Fonte: Agência Brasil
Médicos formados
no exterior farão
prova para validar
diploma
A partir de 2010, os médicos que se formaram em outros países poderão fazer uma
prova para ter seu diploma validado no
Brasil. Este é o projeto-piloto
lançado pelos ministérios
da Educação e da Saúde,
através de portaria publicada em 16 de setembro, no Diário Oficial da U n i ã o
(Seção 1, página 14).
O objetivo é reduzir a fila enfrentada pelos profissionais que desejam trabalhar no país. Segundo o MEC,
o processo de revalidação de diploma demora, atualmente, cinco anos.
O projeto prevê que os candidatos façam uma prova
aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do MEC, que será dividida
em fases escrita e prática.
Além disso, os candidatos devem preencher alguns
requisitos, como ter feito curso reconhecido no país
de origem e apresentar comprovante de carga horária. Estrangeiros em situação regular no Brasil também poderão fazer a prova.
Fontes: jornal O Estado de S.Paulo e AMB
Hábitos simples diminuem riscos de contaminação
Lavar as mãos, usar jalecos, luvas e máscaras
são práticas ainda negligenciadas por muitos
profissionais de serviços de saúde, inclusive laboratórios. O alerta foi dado pelo pesquisador
da Fiocruz José Paschoal Simonetti, no 6º Congresso Brasileiro de Biossegurança, realizado
em setembro, no Rio de Janeiro.
“Certa vez, um rapaz que trabalhava em um laboratório de medicina diagnóstica confidenciou
que nem sempre utilizava jaleco, luva e máscara e ainda fumava na bancada de análise”,
revelou Simonetti.
Ele disse que situações como essa são comuns
e não ocorrem por falta de treinamento e conscientização.
“O profissional afirmou que agia desta forma,
pois não tinha tempo. O treinamento é importante também para investigar os problemas que
estão levando à negligência e, então, adequar
as medidas de segurança à realidade de cada
ambiente de trabalho”, acrescentou.
Simonetti também destacou a necessidade dos
cursos na área de saúde reforçarem o ensino de
práticas de biossegurança.
“Até hoje, vemos no país que muitos profissionais, na falta de transporte especializado, utilizam os próprios
veículos para levar amostras.
Também é comum ver geladeiras, que guardam reagentes e amostras, armazenar
alimentos”, disse.
Ele apresentou dados que mostram que profissionais de saúde
têm maior risco de contaminação do que a população em
geral. No caso de enfermeiros, esse risco é de
três a 20 vezes maior;
em patologistas é de
seis a 11; e em técnicos
de laboratório é de duas
a nove vezes.
Fonte: Agência Notisa
notícias
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TCU não audita recursos da
saúde nos estados
Cabe aos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal fiscalizar a aplicação dos recursos em serviços
públicos de saúde. É o que informou o Tribunal de Contas da União (TCU) à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
lei Macris (PSDB-SP), considerou que o TCU apontou os
Os tribunais estaduais também têm a responsabilidade
de verificar se as suas respectivas unidades da Federação estão cumprindo a Emenda 29, que fixa investimentos mínimos na saúde. A responsabilidade do TCU está
restrita a auditoria dos recursos em âmbito federal.
Em 2005, a comissão havia pedido uma auditoria nos
dados enviados por Estados e Distrito Federal para o
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Saúde (Siops). O pedido foi na forma da Proposta de
Fiscalização Financeira e Controle (PFC) 88/05, que
tramita em conjunto com a PFC 90/05.
O relator das propostas na comissão, deputado Vander-
caminhos para que a fiscalização seja realizada, ainda
que a PFC 88/05 não tenha atingido seu objetivo. O
parecer do relator foi aprovado no dia 16 de setembro.
Fonte: Saúde Business Web
14
notícias
Calor favorece transmissão de leishmaniose visceral
infectados, com ou sem sintomas
clínicos, são o principal reservatório
e transmissor da doença para o ser
humano.
Representantes do Brasil, Argentina, Paraguai, das Organizações Panamericana (Opas) e Mundial de Saúde (OMS) reuniram-se em setembro,
em Foz do Iguaçu (PR), para trocar
informações sobre seus programas
de vigilância, controle e combinar
ações conjuntas.
A chegada da primavera e a proximidade do verão exigem alerta redobrado contra a leishmaniose visceral (LV)
porque o calor favorece a transmissão
da doença, que pode ser fatal.
Provocada pelo protozoário Leishmania chagasi, ela é transmitida pelo
inseto Lutzomia longipalpis. Os cães
“A dispersão geográfica da LV em
determinadas regiões da Argentina,
Brasil e Paraguai aumentou muito
e mudou a epidemiologia da doença em áreas urbanas e periurbanas,
com aumento de casos fatais acima
do esperado”, diz Renato Gusmão,
da Organização Pan-amaericana de
Saúde.
Segundo a Opas, como ainda não
existem meios para evitar que eles
contaminem os homens e outros cachorros, a conduta indicada é sacrificar os cães.
Para Gusmão, o tratamento e vacinação dos animais com os produtos que
existem hoje não são aconselháveis
porque, além de ineficazes, dificultam as ações de vigilância e prevenção da doença.
A leishmaniose visceral é uma das doenças consideradas negligenciadas.
Fonte: Opas
Exame de urina pode ajudar no diagnóstico de apendicite
Um teste de urina, ainda em fase
experimental, pode diagnosticar
apendicite com maior rapidez
do que as provas usadas atualmente. O estudo foi realizado no
Children’s Hospital Boston - CHB
(www.childrenshospital.org), dos
EUA.
Os pesquisadores inicialmente
examinaram amostras de urina de
seis pacientes com apendicite e
seis sem o problema. Foram identificados 32 possíveis marcadores
biológicos associados. Em seguida, adicionaram 25 outros
marcadores já detectados em estudos genéticos.
O passo seguinte foi procurar esses 57 potenciais marcadores em 67 crianças com possível apendicite. Dentre
estas, 25 realmente apresentavam o problema.
As provas de desempenho dos marcadores foram comparadas com o diagnóstico patológico e com o grau histológico de apendicite. Nesta etapa, foram identificados sete
marcadores biológicos associados ao problema que apresentaram desempenho diagnóstico favorável, entre eles
a calgranulina A (S100-AB), a alfa-1-ácido glicoproteína
1 (orosomucóide) e a alfa-2-glicoproteína, rica em leucina (LRG).
Esta aparecia especialmente enriquecida nos apêndices doentes, e
sua quantidade apresentava relação com a gravidade da apendicite.
“Encontramos uma proteína na
urina que é o diagnóstico para
apendicite”, diz diretor do centro de proteômica do CHB, Hanno
Steen, coautor do trabalho. “Isto
significaria um diagnóstico de
apendicite mais rápido, mais confiável e de menor custo.”
Ele explica que a prova fornece o resultado em 30 minutos e pode evitar muitas cirurgias desnecessárias. O novo
teste ainda não foi validado em adultos.
O estudo Discovery and Validation of Urine Markers of
Acute Pediatric Appendicitis Using High-Accuracy Mass
Spectrometry foi publicado na edição de 26 de junho de
2009 da revista Annals of Emergency Medicine (www.annemergmed.com).
Fonte: wwww.labmedica.es
notícias
15
Infecções podem ter relação com aterosclerose
Pesquisa publicada nos Arquivos
Brasileiros de Cardiologia sugere
que existe uma associação entre
os títulos de anticorpos anti-Chlamydia e anti-Mycoplasma na fase
aguda dos pacientes com angina
instável ou infarto do miocárdio.
Com o título Prevalência de Chlamydia Pneumoniae e Mycoplasma
Pneumoniae em diferentes formas
da doença coronariana, o artigo é
assinado por Irineu Luiz Maia, da Faculdade de Medicina de São José do
Rio Preto (Famerp), e colegas e foi
publicado na edição de junho/2009.
O trabalho foi realizado com pacientes que apresentaram angina por
cerca de 24 horas, e que se enqua-
draram em critérios determinantes
de infarto agudo do miocárdio, como
dor retroesternal de forte intensidade e caráter opressivo, critérios
eletrocardiográficos e também marcadores de necrose miocárdica, tais
como elevação de pelo menos duas
vezes em relação aos valores normais
da CKMB (creatinoquinase MB) atividade (normal até 25 U/L) e/ou troponina T (normal até 0,010 ng/mL).
Nos exames sorológicos foi utilizada a técnica de imunofluorescência
indireta. Os grupos com Síndrome
Coronariana Aguda (SCA) apresentaram níveis séricos de anticorpos
anti-Chlamydia e anti-Mycoplasma
mais altos na dosagem basal, em
relação aos pacientes com doença
arterial coronariana crônica e grupocontrole. Porém, eles consideram
que as diferenças encontradas não
têm relevância estatística.
“Não foram observadas “diferenças
significativas dos níveis sorológicos
entre os grupos aterosclerose crônica e controle, tanto para Chlamydia
quanto para Mycoplasma. Mas para
os autores da pesquisa, “esses dados
sugerem que a participação do processo infeccioso poderia estar restrita apenas aos mecanismos de instabilidade da placa”, explicam.
O artigo pode ser lido na íntegra no
site do Scielo (www.scielo.br).
Fonte: Agência Notisa
Congresso da WASPaLM será em
Las Vegas
Proteína colabora no combate
ao diabetes
O 26º Congresso da Associação
Mundial das Sociedades de Patologia e Medicina Laboratorial
(WASPaLM, na sigla em inglês),
será de 19 a 23 de outubro de
2011, na cidade de Las Vegas
(EUA). O evento vai ocorrer
simultaneamente ao encontro
anual da American Society for
Clinical Pathology (ASCP).
Associação que reúne 37 Sociedades, Colégios e Associações de 28 países da área de
patologia e medicina laboratorial, a WASPaLM foi fundada
em Paris, em setembro de 1947, com o nome de International Society of Clinical Pathology (Sociedade Internacional
de Patologia Clínica).
A ativação da proteína TGR5 ajuda a reduzir o ganho de
peso e combater o diabetes. Esta é a conclusão do trabalho TGR5-Mediated bile acid sensing controls glucose
homeostasis, desenvolvido em conjunto por pesquisadores
da Escola Politécnica Federal de Lausanne (www.epfl.ch),
Suíça, e da Universidade de Perugia (www.unipg.it), Itália,
e publicado na edição on line de 2 de setembro da revista
Cell Metabolism.
Em pesquisa anterior, o mesmo grupo já havia demonstrado
que a ativação da TGR5 em tecidos musculares e adiposos
levou ácidos biliares a provocar aumento do gasto de energia do organismo de camundongos e prevenir, e até mesmo
reverter, a obesidade induzida nesses animais.
O novo estudo concentrou-se na ação da proteína no intestino, onde ela é expressa em células especializadas na
produção de hormônios. Chamadas de enteroendócrinas
TGR5, estas células controlam a secreção do hormônio
GLP-1, importante no controle da função pancreática e na
regulação dos níveis de açúcar no sangue.
Sob condições de laboratório e utilizando novamente camundongos, os pesquisadores demonstram que a TGR5
pode efetivamente tratar o diabetes e reduzir a massa corporal do indivíduo. Segundo os autores do trabalho, esses
efeitos estão relacionados ao aumento da secreção de GLP1 e do gasto energético.
Os autores apresentam como método alternativo no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade aumentar a secreção de GLP-1 e administrar o ativador da proteína TGR5.
Mais informações: www.cell.com/cell-metabolism.
Fonte: Agência Fapesp
Em 1969, ela passou a se chamar World Association of (Anatomical and Clinical) Pathology Societies – WAPS. Pouco depois o nome foi alterado novamente para World Association
of Societies of Pathology (Anatomic and Clinical) - WASP.
No congresso mundial realizado em 1999, em São Paulo,
com a organização da SBPC/ML, a instituição alterou novamente sua denominação para World Association of Societies of Pathology and Laboratory Medicine (WASPaLM), com
o objetivo de mostrar que é uma instituição abrangente.
Mais informações sobre o 26º Congresso da WASPaLM em
www.waspalm.org.
curtas
16
Anvisa tem 0800
Denúncias, informações sobre produtos sujeitos à
vigilância sanitária e orientações para viajantes podem ser obtidas pelo telefone 0800 642 9782, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 19h30.
Mutações não reduzem
periculosidade do H1N1
Segundo a diretora-geral da Organização Mundial de
Saúde, Margareth Chan, dados recebidos de laboratórios do mundo inteiro mostram que o vírus que
circula atualmente é muito parecido com aquele do
começo da pandemia.
Fonte: OMS
CID não é obrigatório em guias do TISS
Os médicos não precisam mais preencher o Código
Internacional de Doenças (CID) nas guias do padrão
TISS, da ANS. Isto só é necessário em casos de internação. A decisão foi tomada na reunião do Comitê de
Padronização das Informações em Saúde Suplementar
(Copiss), em 1º de outubro. Qualquer exigência das
operadoras deve ser denunciada à ANS.
Fonte: CFM
Tecnologia para a saúde
A Faculdade de Saúde Pública da USP inaugurou um
centro de produção digital com equipamentos de
ponta para produzir, editar e veicular material audiovisual para fins didáticos na área da saúde.
Mais informações:
www.fsp.usp.br.
Fonte: Agência Fapesp
Candida albicans tem reprodução
homossexual
É o que revela o artigo
Homothallic and heterothallic mating in the
opportunistic pathogen Candida albicans,
de Kevin Alby e colegas, dos EUA, publicado em 13 de agosto na
revista Nature (www.
nature.com). Os autores descobriram que, sob certas circunstâncias, a reprodução de C. albicans pode
ocorrer entre células do mesmo sexo.
Fonte: Agência Fapesp
MBA em Economia e Gestão em Saúde
O Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES), da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriu
inscrições para o MBA em Economia e Gestão em Saúde de 2010. As aulas serão de fevereiro a dezembro,
às quartas-feiras. O curso é voltado a profissionais
da saúde, gestores e administradores de serviços de
saúde públicos ou privados, bem como profissionais
de outras áreas envolvidos com a discussão de temas
pertinentes ao sistema de saúde. Informações: telefax (11) 5575-6427, 5572-5941 e 5549-0158, [email protected], www.cpes.org.br.
Malária tem origem milenar
O artigo The origin of malignant malaria, de Francisco Ayala e colegas, publicado na PNAS (www.
pnas.org.br), sugere que a malária foi transmitida
de chipanzés para o homem há, no mínimo, 5 mil
anos e através de um único mosquito. Atualmente,
a doença atinge cerca de 500 milhões de pessoas
por ano em todo o mundo, e provoca 1,5 milhão de
mortes.
notícias
17
Multiplex-PCR é usado no diagnóstico de listeriose
A pesquisadora e nutricionista Rafaela
Moledo, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS),
órgão da Fiocruz, empregou a técnica de Multiplex-PCR para identificar
com maior rapidez grupos de subtipos
da Listeria monocytogenes, bactéria
causadora da listeriose, infecção provocada principalmente por alimentos
contaminados. A doença é muito perigosa para recém-nascidos, gestantes,
idosos e pessoas com baixa imunidade.
“Até aqui, as análises convencionalmente utilizadas levam até 15 dias
para detectar a L. monocytogenes.
Essa metodologia pode fazer isso em
apenas quatro dias”, explica Moledo.
Ela acrescenta que “a velocidade é
crucial no diagnóstico e tratamento de
pacientes com suspeitas de infecção
por essa bactéria”.
A ideia para o trabalho foi inspirada em
um artigo publicado por pesquisadores
do Instituto Pasteur, da França, que
utilizaram a técnica.
Para desenvolver e aplicar o método no
Brasil, Rafaela e seu orientador, Victor
Marin, escolheram a L. monocytogenes. Como amostra, foi usado queijo
Minas frescal por ser um alimento que
não é cozido antes do consumo, o que
favorece a transmissão da bactéria.
Marin, que é vice-diretor de Pesquisa, Ensino e Projetos Estratégicos do
INCQS, avisa que opção pelo queijo
não significa que se trata de um produto contaminado.
“O que realizamos foi meramente um
estudo acadêmico em determinados
lotes”, explica.
O trabalho de Rafaela, Utilização da
técnica Multiplex-PCR na diferenciação dos principais grupos de sorovares
de Listeria monocytogenes isolados de
queijo minas frescal, foi publicado na
revista Memórias do Instituto Oswaldo
Cruz, de dezembro de 2008.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
Livros
Bioquímica Clínica
Autores: Salim Kanaan e Maria Alice Terra Garcia
Editora Atheneu (www.atheneu.com.br)
O livro tem sua origem na equipe de professores da disciplina de Bioquímica Clínica da
Universidade Federal Fluminense. Seu conteúdo é didático e foi escrito a partir da experiência de ensino e pesquisa de seus atores, suas aulas e cursos.
Medicina laboratorial para o clínico
Autores: Elza Santiago Erichsen, Luciana de Gouvêa Viana, Rosa Malena Delbone de Faria
e Silvana Maria Eloi Santos.
Editora: Coopmed Editora Médica (www.coopmed.com.br)
Aborda diversas situações clínicas, incluindo doenças infecciosas, metabólicas, hematológicas, autoimunes. Os capítulos discutem a propedêutica laboratorial indicada no diagnóstico e condução clínica, comentam os exames laboratoriais pertinentes, contemplando
os fundamentos metodológicos, variações biológicas, valores de referência, cuidados na
coleta, fatores interferentes, variações analíticas e estabelecem ordem de prioridades ao
apoio diagnóstico.
Diagnóstico laboratorial em nefrologia
Autora: Gianna Mastroianni Kirsztajn
Editora Sarvier ([email protected])
Trata da investigação laboratorial nas doenças renais, enfatizando as melhores opções de
exames e sua interpretação, e da importância do diagnóstico laboratorial de um modo
geral. Tem a colaboração de nefrologistas e patologistas clínicos, como Adagmar Andriolo,
Luisane Vieira, Paula Bottini e Wilson Shcolnik.
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