EDUCAÇÃO INFANTIL E POLÍTICAS EDUCACIONAIS: CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE 1 BORGES, Rita de Cassia²; MENEZES, Sheila²; NASCIMENTO, Patrícia Arend do²; PIEGAS, Karina²; SANTINI, Ana Regina Machado²; MARQUEZAN, Fernanda Figueira³; 1 Artigo produzido na disciplina de Políticas Educacionais, Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 2 Acadêmicas do 4º semestre, Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil ³ Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail:[email protected];[email protected];[email protected]; [email protected] RESUMO O presente artigo objetiva descrever e analisar as políticas educacionais para a educação infantil, conforme consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei n°9.394 de 20 de dezembro de 1996 e nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2008). Analisando as políticas educacionais, cabe salientar como objetivos específicos de conhecer como se constitui a educação infantil desde o seu princípio e identificar as concepções de criança e sua infância. Esse artigo foi elaborado por meio de pesquisa bilbiográfica com base nos seguintes autores: Chizzotti (1998); Kramer (2002); Guimarães(2003); Rosseau (1968). Enfim, verificou-se que é importante a qualificação do profissional da educação infantil, pois ele precisa estar preparado para atuar com responsabilidade, coerência, comprometimento e competência científica diante de todos os contextos relativos que competem a profissão docente. Palavras-chave: Infância; Educação Infantil; Políticas Educacionais; Formação de Professores. 1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo descrever e discutir as políticas educacionais acerca da educação infantil, conforme destaque na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2008). Entretanto, dentro deste contexto de estudo, temos como objetivos específicos conhecer e analisar como se constituiu a educação infantil desde o seu princípio, e identificar qual era a concepção deste ser “criança” e qual o atendimento recebido. Para atingir os objetivos propostos, o presente artigo está fundamentado pela LDB, que vem relatar os devidos fins da educação infantil, que atualmente tem caráter de educar 1 e cuidar e não mais assistencialista. Portanto, neste artigo será esclarecido os deveres e direitos que deverão ser estabelecidos e desenvolvidos pelas instituições de educação infantil, bem como juntamente com seus educadores. A ênfase é dada para as políticas educacionais, que destacam o dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à criança e adolescente com a absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação e a educação com dignidade. Com tudo, o foco abrange juntamente os Parâmetros de Qualidade para a Educação Infantil (2008), que veem estabelecer uma refêrencia nacional a ser utilizada pelas instituições de ensino da educação infantil, onde devem estabelecer princípios éticos e políticos, que é viável a formação da criança para o exercício da sensibilidade, da criatividade, e da diversidade de manifestações durante sua formação. É fundamental as propostas pedagógicas das instituições, a inclusão como direito das crianças com necessidades educacionais especiais estipulando estratégias e orientações para ter um bom trabalho. Portanto, é fundamental a intervenção dos educadores visando atender as necessidades de cada criança, pois o trabalho desenvolvido pelas instituições é complementar a ação da familia, e a interação entre as partes. Sendo assim, a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e surge um grande desafio para a formação de professores, pois é necessário à formação continuada para gerar uma aprendizagem significativa, isso hoje é um direito não só dos alunos mas também dos professores, pois o ensino deve orientar e formar profissionais cada vez mais qualificados. A educação infantil atualmente, está passando por diversas tranformações, onde o professor passa a ser mais dinâmico e busca interagir com as crianças para estimular à criatividade, o auto conhecimento, à construção da autonomia e desenvolver as habilidades de cada aluno, sendo que antigamente o aluno era apenas um reprodutor e não produtor de ideias. É importante que cada aluno conheça a si próprio, e desenvolva suas habilidades de maneira sociável, onde aprenda a conviver e trabalhar em grupo para um melhor desenvolvimento. 2. METODOLOGIA O presente artigo foi elaborado por meio de pesquisa bibliográfica com base nos seguintes autores: Kramer (1986); Machado (2000); Marconi e Lakatos (1990); Guimarães (2003); Rousseau (1768). A pesquisa bibliográfica, segundo Marconi e Lakatos (1990, p.66): 2 [...] abrange toda bibliografia já tomada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jarnais, revistas, livros, monografias, teses, material cartográfico etc.[...]. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicados, quer gravadas. De acordo com os autores citados, a pesquisa bibliográfica baseia-se no contato e na transcrição dos resultados de estudos já existentes e escritos anteriormente por outros autores, que proporcionam uma aproximação da teoria e prática. 3. RESULTADOS 3.1 INFÂNCIA Conforme Rousseau, em Emílio (1968) a criança antigamente era considerada como um adulto em miniatura, obtendo o status de participante da sociedade somente a partir do momento em que pudesse ser incorporado como força de trabalho. Portanto a infância era tratada como um tempo a parte, preservada e resguardada das influências sociais, pois o importante era a criança crescer rapidamente para entrar na vida adulta sem obter a preocupação com a sua educação. Por outro ponto de vista, Kramer (2002) considera “criança” por oposição ao adulto: oposição estabelecida pela falta de idade ou de “maturidade” e de “adequada integração social”, portanto a criança não é apenas um ser psicológico, mas muito mais do que isso, um ser inserido socialmente, visto que pertence a uma classe social, possui uma cultura e vive um determinado momento na história e isso reflete no momento histórico que a humanidade e, mais específicamente, a sociedade, está levando em consideração ainda, que a criança é um ser político, à medida que se trata de um cidadão. A infância serviu a discussões sobre educação no Iluminismo e foi elemento transformador da economia industrial no século XIX; hoje é a fase privilegiada para discutir direitos e deveres dos alunos em sala de aula, onde o professor deve servir como um mediador da educação e facilitar o aprendizado do aluno, respeitando sempre a sua fase de desenvolvimento. Como constatamos que a educação infantil em seu começo foi apenas de caráter assistencialista, que ocorreu a partir do ingresso feminino ao trabalho, assim as creches apenas aderiram à concepção do cuidar. Com novas viabilizações da estrutura social, econômica e familiar, começa a pensar-se na criança como um sujeito despreparado para tal sociedade, e deste modo, surge à necessidade de prepará-la para viver neste novo estabelecimento; surge então a questão de escolarizar as crianças prepará-la para o futuro, 3 e esse é um olhar que persiste nos dias atuais, pois surgiu com a questão da industrialização, porque não tinha sido necessário até esta época escolarizar as crianças. Apenas no final da década de 1980, no Brasil, este entendimento ganhou espaço e reconhecimento educacional dentro das leis que regem o país, isto é resultado de muitas lutas que representam um enorme avanço para as crianças desta faixa etária, pois a concepção de infância vai sendo mudada conforme a sociedade passa a vê-la com um olhar mais centrado de que esta é um indivíduo que pertence à sociedade, que está inserido em sua cultura e dela aprende, tem "voz", ou seja, tem sua forma de vivê-la, e por esta é influenciada e a esta também influencia. Segundo Guimarães (2003), "a educação no contexto da modernidade tem como perspectiva formar os adultos de amanhã, os artífices da futura sociedade", pois conforme o autor entende-se que no contexto atual preocupa-se com a criança a qual já deve aprender desde o início de sua vida tendo uma educação que o qualifique, para ser um cidadão participante e democrático perante a sociedade. 3.2 POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao analisar as políticas educacionais observa-se que "a educação infantil” é situada na LDB no art. 29, como primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade propiciar o pleno desenvolvimento da criança até 6 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade. A oferta da educação infantil é estabelecida no art. 30, em: I – creches, ou entidades equivalentes para crianças de até 3 anos de idade; II – pré-escolas, para crianças de 4 a 6 anos de idade. É importante destacar que é dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente com a absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, conforme está estabelecido na Constituição Federal de 1988, no artigo 227, combinado com os artigos 3°, 4° e 5° do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8069/1990, que estabelecem o princípio da proteção integral. Em razão de sua importância no processo de constituição do sujeito, a Educação Infantil em creches ou entidades equivalentes e em pré-escolas tem adquirido atualmente reconhecida importância como etapa inicial da Educação Básica e integrante dos sistemas de ensino. No entanto, a integração das instituições de Educação Infantil ao sistema educacional. 4 A Educação Infantil é direito da criança, opção da família e dever do Estado, o número de matrículas vem aumentando gradativamente, em nosso país. Desde suas origens, as modalidades de educação das crianças eram criadas e organizadas para atender a objetivos e a camadas sociais diferenciadas: nas creches concentravam-se na educação da população de baixo poder econômico, enquanto as pré-escolas eram organizadas, principalmente, para os filhos das classes média e alta. Embora as creches não atendessem exclusivamente a crianças de 0 a 3 anos e as pré-escolas não fossem apenas para as crianças de 4 a 5 anos, é importante ressaltar que, historicamente, essas duas faixas etárias foram também tratadas de modo distinto. Tradicionalmente, na educação de crianças de 0 a 3 anos predominam os cuidados em relação à saúde, à higiene e à alimentação, enquanto a educação das crianças de 4 a 6 anos tratada como preparatória para o Ensino Fundamental. Esses fatos, somados ao modelo de “educação escolar”, explicam, em parte, algumas das dificuldades atuais em lidar com a Educação Infantil na perspectiva da integração de cuidar e educar. 3.3 PARÂMETROS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO INFANTIL Os Parâmetros de Qualidade para a Educação Infantil (2008), vêem estabelecer uma referência nacional a ser discutida e utilizada pelas instituições de ensino da Educação Infantil, onde as instituições devem contemplar princípios éticos, políticos e estéticos, sendo que os princípios éticos referem-se à formação da criança para o exercício progressivo da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito. Os princípios políticos referem-se à formação da criança para o exercício dos seus direitos, do respeito às ordens democráticas e os princípios estéticos, referem-se á formação da criança para o exercício da sensibilidade, da criatividade, da diversidade de manifestações artísticas e culturais. As propostas pedagógicas da instituição devem ofertar as práticas de cuidado e educação na perspectiva da interação dos aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos/linguístico e social da criança, pois ela é um ser completo, total e indivisível. Assim, devem-se organizar as atividades ora estruturadas, ora espontâneas e livres, promover interações entre várias áreas de conhecimento para a vida cidadã e a construção de seus princípios e valores. Portanto, é primordial a intervenção dos educadores visando atender as características e necessidades de cada criança. Antes da criança começar a frequentar a instituição são previstos espaços e tempos para os pais, familiares e /ou responsáveis, com os educadores e gestores iniciarem um conhecimento mútuo. Principalmente no período de acolhimento “adaptação”, que demanda atenção especial. Os 5 educadores e gestores devem estar disponíveis e atenciosos cotidianamente para ouvir as solicitações e reclamações dos pais ou de seus responsáveis. Também todas as atividades e o desenvolvimento da criança devem ser relatados constantemente aos pais, os quais devem opinar e acompanhar o desenvolvimento da criança e das propostas pedagógicas e sobre a gestão da instituição. As propostas pedagógicas das instituições consideram a inclusão como direito das crianças com necessidades educacionais especiais contemplando estratégias, orientações e matériais específicos para o trabalho com crianças que apresentam deficiências sensoriais (surdez, cegueira ou distúrbios acentuados de linguagem), físicas, motoras e múltiplas. Também são adotadas estratégias para as crianças com idade cronológica decorrente de déficit de atenção e hiperatividade, problemas emocionais, psicomotores, cognitivos, entre outros. Motivos que tornam ainda mais acentuada a importância da formação continuada dos profissionais da Educação pois de acordo com a Lei da Acessibilidade são adaptados espaços equipamentos para receber as crianças, e também deve se dominar a linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Para assim oferecer os seus direitos e amparos necessários. As instituições têm a liberdade de escolher as concepções, as metodologias e as estratégias pedagógicas, mas respeitando os estabelecimentos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Parecer CEB 22/98). Esta elaboração, segue os princípios de participação, de compromissos, consistência, coerência, dinamismo e organização para a garantia de um trabalho eficaz. Atualmente as instituições de educação infantil funcionam durante o dia, em período parcial o que implica no mínimo quatro horas por dia, o período integral é no máximo de dez horas por dia. Os horários de entrada e saída são flexíveis, a fim de atender as necessidades e a organização das famílias. O calendário letivo respeita os dias de descanso semanal e os feriados nacionais, e o período anual de férias para as crianças e funcionários. As turmas são organizados por faixa etária (1 ano, 2 anos, etc.) ou poderá envolver mais de uma faixa etária (0 a 2, 1 a 3, etc.). Se leva em consideração a quantidade equilibrada de meninos e meninas e as características de desenvolvimento da criança, se o educador se ausentar haver um substituto com suas mesmas qualificações. Destaca-se que a gestão das instituições de Educação Infantil é de responsabilidade dos profissionais que exercem os cargos de direção, administração-geral e que devem ter nível superior “pedagogia” e são avaliados a partir do conhecimento de seus direitos e deveres, do seu compromisso com a ética profissional e da dedicação permanente e do seu aperfeiçoamento pessoal e profissional, sendo que os gestores devem atuar em estreita consonância com os profissionais, com as famílias e representantes da comunidade local, a 6 fim de garantir que a instituição realize um trabalho de qualidade com as crianças que a freqüentam. Assim, assegurando os cuidados e direitos das crianças que estão inseridas. Quanto às interações de professores, gestores, e demais profissionais das instituições de ensino infantil é necessário que os professores juntamente com os demais profissionais da educação elaborem, participem e/ou recebam informações sobre a proposta pedagógica da instituição, antes de começar a trabalhar na instituição, levando sempre em consideração a compreensão e o respeito com relação à sugestões e reclamações, seja por parte dos pais, alunos, funcionários ou até mesmo dos colegas de profissão. É muito importante também os educadores adquirirem uma relação de confiança entre si, para em coletividade buscar melhores soluções e respostas para os desafios do ensino e da instituição. A participação nos encontros deve ser periódica para ser estabelecido ou sugerido novas ideias e novos desafios que qualifiquem tanto a educação dos alunos, quanto a educação dos educadores É importante também a instituição realizar encontros periódicos com os pais para dialogar. Quanto aos professores e aos demais profissionais, para atuar nas instituições de Educação Infantil é necessário profissionais qualificados, onde a habilitação exigida é o nível superior, sendo que professores sem a formação mínima exigida obterão a formação adequada com a instituição. Professores das instituições públicas são selecionados por meio de concurso público, onde a substituição eventual de um professor só poderá ser feita por outro profissional que tenha a formação exigida. O conhecimento de seus direitos e deveres, o compromisso com a ética profissional e a dedicação constante ao seu aperfeiçoamento são características a ser consideradas na seleção e na avaliação dos professores. É necessário que crianças sejam atendidas em suas necessidades de saúde (nutrição, higiene, descanso e movimentação) e proteção (período de adaptação). È dever do professor encaminhar crianças vítimas de violência ou maus-tratos à seus superiores ou serviços específicos. Os profissionais devem organizar atividades que desenvolvam a imaginação, a curiosidade e a capacidade de expressão de cada criança, garantindo oportunidades iguais sem discriminação de etnia, religião ou das crianças com necessidades educacionais especiais. Quanto à infra-estrutura das instituições de educação infantil os materiais de ensino (material didático, brinquedos para lazer, dentre outros) são destinados prioritamente às crianças, pois esses materiais propiciam a interação entre as crianças e os adultos, que por sua vez tem o objetivo de instigar, desafiar a curiosidade, a imaginação e a aprendizagem das crianças. O uso desses materiais deve ser ativo e cotidiano, pois foi feito para facilitar no desenvolvimento psicológico, físico e motor das crianças, sendo que os próprios 7 professores são responsabilizados pelo uso adequado dos equipamentos e pelo cuidado. O desenvolvimento de um mural para expor os trabalhos feitos pelos alunos em sala de aula é muito importante para motivá-los a desenvolver suas próprias habilidades, ampliando suas experiências e seus conhecimentos. É necessário a escola adquirir um quadro de avisos em local de fácil visualização, tanto para os professores, pais e alunos ficarem bem informados sobre qualquer comunicado, ou alteração decorrente no ano letivo. O ambiente de ensino deve ser aconchegante, tanto internamente quanto externamente, para que os alunos se sintam motivados e aprendam a colaborar e a cuidar do ambiente escolar. Também são destinados espaços diferenciados para as atividades das crianças, dos profissionais, para os serviços de apoio e para o acolhimento das famílias e/ou responsáveis. Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando respeitar as diversidades regionais, culturais, políticas existentes no país. Com isso, pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam aos alunos ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania. 3.4 FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL: O OLHAR DA LEGISLAÇÃO Sendo a Educação Infantil a primeira etapa da educação básica, desta forma os profissionais necessitam de uma formação eficaz para que aconteça um aprendizado significativo. Atualmente temos uma legislação que nos fala sobre os direitos das crianças brasileiras, este documento nos relata o direito da criança à creche e a pré-escola a Constituição Federal de 1988 (art. 227), é com essa Constituição que o Brasil estabelece o direito das crianças á educação infantil: as creches e pré-escolas deixam de ser apenas um recurso para as mães que trabalham e passam a ser representadas por um direito da criança. Esse direito em confirmado pela legislação: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), logo após em um documento muito importante que administra o nosso sistema educacional As Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96). A Constituição garante este direito e a LDB reconheceu a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica Brasileira, enfim, as creches deixam de ser um recurso dos pais para ser um direito da criança com a responsabilidade na área educacional. Conforme o art. 62 da LDB, a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a 8 oferecida em nível médio, na modalidade Normal. Essa mudança foi muito importante, mas com ela veio algumas atualizações no meio profissional, os profissionais que estavam atuando continuam, mas passaram a ser reconhecidos como profissionais com direito a formação, pois isso não era necessário antes. No entanto, esse desafio surge para as estâncias de formação, principalmente quando se refere a formação de professores para a Educação Infantil, pois além das especificidades dessa faixa etária, são essas crianças que gozam do horário integral oferecido pelas instituições. Desta forma, devemos ter em mente que a simples formação inicial não pode e nem deve ser a única formação do professor, além da formação incial, deve ser entendida como qualificação para aqueles que desejam atuar no cuidado e na educação de crianças. O profissional de Educação Infantil deverá ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos tanto quanto os conhecimentos necessários para o trabalho com a criança (conhecimentos de saúde, higiene, psicologia, antropologia e história, linguagem, brinquedo e das múltiplas formas de expressão humana, de desenvolvimento físico e das questões de atendimento em situações de necessidades especiais). Acreditamos que na Educação Infantil e na Formação dos Professores há desafios, essa área relativamente ainda tem muito no que amadurecer, portanto é necessário oferecer uma formação mais focada nas necessidades das crianças de 0 á 6 anos. E discutirmos a identidade desses professores que estão em formação, que tais devem ser tratados com respeito e valorização. Sendo assim, concluí-se que é de extrema importância as instituições de ensino adquirirem profissionais qualificados, que para lidarem com diferentes tipos de situações e adaptar aprendizado para cada aluno, seja ele portador de necessidades especiais ou não. 4. CONCLUSÃO O estudo apresentou que os direitos fundamentais da criança é primeiramente respeitado pelas políticas que está comprometida com o bem estar e o desenvolvimento infantil. Reconhecendo que a criança tem direito a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, tendo também o direito à higiene e à saúde.É seu direito à alimentação saudável, a brincar e de ampliar os seus conhecimentos. Esta política procura responder ao princípio de igualdade de oportunidade de classes sociais, reconhecendo que a criança tem uma família e a instituição supõe uma gestão democrática com participação da família e da comunidade, respeitando e valorizando as características culturais da população atendida, onde as creches devem ser bem localizadas, ou seja, em lugares de fácil acesso, que não ofereça riscos à saúde e segurança, dispondo de um número de profissionais suficientes para educar e cuidar das crianças. 9 Portanto, é necessário oportunizar um aprendizado significativo para as crianças, em especial, as portadoras de necessidades especiais. Enfim, o profissional de educação infantil, precisa estar preparado para atuar com responsabilidade, coerência, comprometimento e competência científica diante de todos os contextos relativos que competem a profissão docente. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Lei Federal de 5 out. 1988. 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