Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul (HRAS) Programa de Residência Médica em Pediatria Vitamina E: o uso na prevenção e redução da incidência da retinopatia da prematuridade Gustavo Nicolas Medeiros Monografia apresentada ao Supervisor do Programa de Residência Médica da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Pediatria sob orientação do preceptor Dr. Mauro Bacas Introdução • A retinopatia da prematuridade foi descrita pela primeira • vez por Terry em 1942 (fibroplasia retrolental) Em 1951, Health introduziu o termo retinopatia da prematuridade (RP) Epidemiologia • Doença vasoproliferativa que acomete a retina dos • recém nascidos prematuros, principalmente com peso menor que 1500g ao nascimento e idade gestacional menor que 32 semanas e caracteriza-se por diversos graus de acometimento da vasculatura retiniana No Brasil, não existe dados quanto a incidência da RP. Fatores de risco • Peso de nascimento (menor que 1500g), baixa idade • • gestacional (menos de 32 semanas) e a administração prolongada de oxigênio Os níveis menores de vitamina E do prematuro, com conseqüente dano oxidativo no endotélio da retina em desenvolvimento poderia ser causa da RP Essa teoria formou a base para o uso de antioxidantes como potencial agente preventivo nos recém nascidos Fisiopatogenia • 16ª semana: retina avascular, inicia a formação dos • • vasos retinianos. Durante o desenvolvimento normal, a vasculogênese transforma as células fusiformes em uma rede de capilares. A partir daí, ocorre a diferenciação e extensão de vasos sanguíneos maduros de forma centrífuga (de dentro para fora) até a ora serrata nasal, por volta da 36a semana gestacional, enquanto que a ora serrata temporal é alcançada por volta da 40ª A localização da interrupção desse processo progressivo de vascularização está relacionada ao momento do nascimento do prematuro. Patogenia • Tecidos em hipóxia podem iniciar angiogênese em vasos • • sanguíneos adjacentes, pela secreção de vários mensageiros, entre eles VEGF. Altos níveis de oxigênio causam regressão dos capilares da retina por apoptose, a qual é precedida pela diminuição dos níveis de VEGF Quando retirado de um ambiente de hiperóxia para o ar ambiente, a isquemia subseqüente induz a expressão reflexa exagerada do VEGF, induzindo a angiogênese anormal. Patogenia • Alguns prematuros desenvolvem RP mesmo sem ter • • • recebido suplemento de oxigênio Faz surgir novas teorias centradas em fatores peculiares a retina prematura Alterações metabólicas e bioquímicas, provavelmente devido a radicais livres de oxigênio nas células fusiformes mesenquimais, levariam à formação de junções lacunares (“gap-junctions”) A presença desses parece indicar interrupção no processo normal de diferenciação dessas células, impedindo que as mesmas dêem origem a capilares. Patogenia • A vitamina E é o principal antioxidante do nosso organismo. Os níveis plasmáticos e tissulares de vitamina E são menores no nascimento em relação aos adultos. • Kretzer e col. em 1984, sugeriram que os “gap-junction” poderiam alterar o crescimento normal dos vasos retinianos e que poderia ser reduzido ou prevenido com uso de Vitamina E Objetivo • Comprovar baseado na literatura se o uso de vitamina E tem indicação para prevenir ou reduzir os danos e a incidência da retinopatia da prematuridade. Metodologia • Revisão bibliográfica não sistematizada • Dados coletados pela Internet, através dos sites: Scielo, • Bireme, Medline, Nature e periódicos especializados Palavras-chaves: Vitamina E e retinopatia da prematuridade Desenvolvimento • 1949: Vitamina E descrita pela primeira vez como efetivo • • na prevenção da RP Durante a década seguinte, alguns trabalhos sobre o assunto não foram capazes de confirmar esse efeito Em 1985, o “Committee of Fetus and Newborn” fez uma avaliação sobre o uso da vitamina E na prevenção da Retinopatia da Prematuridade Desenvolvimento • Alguns autores sugeriram que a Vitamina E fosse • utilizada rotineiramente em todos os recém nascidos com peso menor que 1500g ao nascer O potencial aumento de efeitos colaterais como enterocolite necrosante e sepse, fez com que esse Comitê fizesse restrição ao uso mantendo a vitamina E como experimental no uso profilático até que tivesse resultados mais consistentes Desenvolvimento • Johnson e col., em 1985, publicaram resultados de • • estudo duplo-cego demonstrando aumento significativo da incidência de sepse e enterocolite necrosante na população que usou a vitamina E por oito ou mais dias. Em 1987, Phelps e col., não observaram redução significativa nem da incidência, nem da severidade da retinopatia da prematuridade Quanto aos efeitos colaterais, demonstraram aumento da incidência de hemorragia peri ventricular Conclusão • O uso da vitamina E na diminuição da incidência e severidade da RP, mostrou resultados muito controversos e com aumento do uso, verificou-se ainda potenciais efeitos colaterais como a enterocolite necrosante, sepse e hemorragia peri ventricular • Diante desses resultados, o uso da vitamina E não se mostrou eficaz, contra indicando seu uso para a prevenção e tratamento dessa patologia