10 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EMANUELA MOREIRA TRAJANO SUCESSÃO FAMILIAR: Vantagens e desvantagens nas microempresas na cidade de Itambé-PE. João Pessoa - PB 2008 11 EMANUELA MOREIRA TRAJANO SUCESSÃO FAMILIAR: Vantagens e desvantagens nas microempresas na cidade de Itambé-PE. Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Profº Esp. Lúcio Mariano Albuquerque Melo João Pessoa – PB 2008 12 CUTTER T766s TRAJANO, Emanuela Moreira. Sucessão Familiar: vantagens e desvantagens nas microempresas na cidade de Itambé – PE / Emanuela Moreira Trajano. Itambé, 2008. 44p. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Centro Universitário de João pessoa/UNIPÊ. 1 Sucessão familiar – Empresas familiares - Processo Microempresas- Monografia. I Título CDU: 658 13 EMANUELA MOREIRA TRAJANO SUCESSÃO FAMILIAR: Vantagens e desvantagens nas microempresas na cidade de Itambé-PE. Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em ........./......./ de........... BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Profº Esp. Lúcio Mariano Albuquerque Melo Orientador – UNIPÊ ______________________________________ Profº Esp. Reginaldo Cipriano dos Santos Examinador - UNIPÊ ______________________________________ Profª Ms. Cristiana Cartaxo de Melo Lula Examinadora - UNIPÊ 14 A minha mãe, Clívia Moreira Trajano, pela sua dedicação constante, pelo amor incondicional e pelas suas experiências de vida. Obrigada por ter me ensinado como viver com dignidade. Dedico! 15 AGRADECIMENTOS Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. Hoje eu venho agradecer aquelas pessoas que passaram na minha vida e plantaram suas sementes, meus sinceros agradecimentos a estas pessoas que de uma forma ou de outra, contribuíram para o término desta pesquisa. Primeiramente agradeço ao meu Deus, pela sua presença constante em minha vida, sem que eu precisasse pedir e por ter guiado meus caminhos neste longo trajeto. Agradeço a meu pai, Joaquim Trajano e a minha mãe, Clívia Moreira, pela base sólida que sempre me deu força para encarar a vida de frente, por todo amor, carinho e apoio incondicional, vocês são meus exemplos, amo muito vocês! Ao meu noivo Emerson Oliveira, que na hora do descanso me deu motivação para continuar, pelo auxílio nas minhas escolhas e por ter me confortado nas horas difíceis. Agradeço também a minha turma, amigos com quem eu passei os melhores e piores momentos desta caminhada, momentos onde pude dividir alegrias e aflições. Agradeço a vocês por terem me ajudado de forma direta na conclusão desse trabalho. A minha professora Maria Nilza Barbosa Rosa, pela sua dedicação, paciência e compreensão nas horas mais difíceis dessa caminhada. Ao meu querido orientador, Lúcio Mariano Albuquerque Melo, que me acolheu numa hora de desespero, obrigada pelo seu auxílio, seus conhecimentos, seus conselhos, pelo suporte para o término deste trabalho. Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para a execução desse trabalho, seja pela ajuda constante ou por uma palavra de amizade! Muito Obrigada! 16 “Tentar alcançar realizações sem um objetivo firme na vida é igual a não alcançar nada”. Mary G. Roebling* 17 TRAJANO, Emanuela Moreira. SUCESSÃO FAMILIAR: vantagens e desvantagens nas microempresas na cidade de Itambé-PE. 44f. Centro Universitário de João pessoa: UNIPÊ. 2008.2. Monografia (graduação em Administração). RESUMO As pequenas e médias empresas familiares proporcionam mais de dois milhões de empregos diretos, sendo responsáveis por 60% da oferta de empregos no Brasil e por 48% da produção nacional. O tema central do presente trabalho é a sucessão familiar: vantagens e desvantagens nas microempresas da cidade de Itambé-PE. O principal objetivo deste trabalho é analisar como se dá o processo de sucessão familiar dentro das microempresas da cidade de Itambé PE, relatando suas principais vantagens e desvantagens originadas pelo processo sucessório, na primeira geração, portanto busca-se conhecer as opiniões dos dirigentes das oito microempresas selecionadas, com característica de empresa familiar, sobre o processo sucessório em suas empresas. A sucessão familiar é habitualmente considerada a causa da maioria dos fracassos e do crescimento das organizações, mas a história das empresas familiares bem sucedidas mostra que isso não precisa acontecer necessariamente. Como ocorre a sucessão nessas microempresas? Quais as principais vantagens e desafios enfrentados pelas gerações que se sucedem no comando dessas microempresas? Esses são alguns dos pontos relevantes desta pesquisa. A coleta dos dados foi feita através de uma pesquisa de campo, utilizando o questionário como instrumento de coleta, para o levantamento de dados qualitativos e quantitativos, buscando identificar os efeitos e significados necessários para a compreensão da realidade estudada. O processo de sucessão apresenta-se como um elemento de vital importância para a empresa familiar, podendo influenciar todos os indivíduos envolvidos no processo, por isso a necessidade de gerir os conflitos que podem ser causados pela sucessão, pois este período pode representar o sucesso ou a falência da organização. Palavras. chave: Sucessão familiar. Empresas familiares. Processo. Microempresas. 18 TRAJANO, Emanuela Moreira. FAMILY SUCCESSION: advantages and disadvantages in the small businesses in the city of Itambé - PE. 44f. Center Academical of João Pessoa. UNIPÊ. 2008.2. monograph (graduation in Administration). ABSTRACT The small ones and averages family companies provide more than two million direct jobs, being responsible for 60% of the offer of jobs in Brazil and for 48% of the national production. The central theme of the present work is the family succession: advantages and disadvantages in the small businesses of the city of Itambé - PE. The main objective of this work is to analyze as feels the process of family succession inside of the small businesses of the city of Itambé - PE, telling their main advantages and disadvantages originated by the succession process, in the first generation, therefore it is looked for to know the leaders' of the eight selected small businesses opinions, with characteristic of family company, on the succession process in their companies. The family succession is habitually considered the cause of most of the failures and of the growth of the organizations, but the history of the family companies well happened shows that that doesn't need to happen necessarily. How does it happen the succession in those small businesses? Which done the main advantages and challenges face by the generations that are happened in the command of those small businesses? Those are some of the relevant points of this research. The collection of the data was made through a field research, using the questionnaire as collection instrument, for the rising of qualitative and quantitative data, looking for to identify the effects and necessary meanings for the understanding of the studied reality. The succession process comes as an element of vital importance for the family company, could influence all of the individuals involved in the process, for that the need to manage the conflicts that can be caused by the succession, because this period can represent the success or the bankruptcy of the organization. Keyword: Family succession. Family companies. Process. Small businesses. 19 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Percentual de Sobrevivência da Empresa Familiar de Geração a Geração Gráfico 2: Empresas por Setor Econômico Gráfico 3: Causa para a Sucessão Gráfico 4: Treinamento Gráfico 5: Permanência da Mesma Equipe de Trabalho Gráfico 6: Sobrevivência das Empresas 21 30 31 32 32 33 20 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10 2 EMPRESA FAMILIAR 2.1 ORIGEM E IMPORTÂNCIA 2.2 O QUE É UMA EMPRESA FAMILIAR? 2.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS FAMILIARES 2.4 TIPOLOGIA 2.5 FASES DE DESENVOLVIMENTO 12 12 13 14 15 16 3 O PROCESSO DA SUCESSÃO 3.1 SUCESSÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL 3.1.1 Cultura e sua Gênese 3.1.2 Cultura Organizacional 3.2 A SUCESSÃO FAMILIAR X CULTURA ORGANIZACIONAL 3.3 SUCESSÃO FAMILIAR: VANTAGENS E DESVANTAGENS 17 19 19 19 20 21 4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 4.2 PROBLEMATIZAÇÃO 4.3 OBJETIVOS 4.3.1 Objetivo Geral 4.3.2 Objetivos Específicos 4.4 UNIVERSO E AMOSTRA 4.5 INSTRUMENTO DE COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS 26 26 27 27 27 27 28 28 5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 5.1 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA EMPRESAS 5.2 ANÁLISE DO PROCESSO SUCESSÓRIO 5.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS 30 30 31 33 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 35 REFERÊNCIAS 37 APÊNDICE 40 10 1 INTRODUÇÃO As pesquisas sobre empresas familiares em todo o mundo tomam um volume tão grande que já não pode haver dúvidas quanto à predominância das mesmas e, conseqüentemente, quanto a sua importância e significação para a economia, em particular e para a sociedade, em geral. Estudos abordando esse tema nós permite desenvolver pesquisas tendo o assunto como interesse primeiro, tendo como objetivo geral analisar como se dá o processo de sucessão familiar dentro das microempresas da cidade de Itambé - PE, relatando suas principais vantagens e desvantagens originadas pelo processo sucessório, na primeira geração. As empresas familiares surgiram no Brasil, juntamente com as companhias hereditárias, assim contribuindo para o aumento dessas empresas no país. Como salienta Gersik (1997, p. 2), 40% das quinhentas maiores empresas listadas pela revista Fortune são de propriedades de famílias ou por elas controladas, tais como: Du Pont, Ford, Chase Manhattan, Cargill, Corning Glass, Upjohn e Firestone. Essas empresas geram metade do Produto Nacional Bruto (PNB) dos Estados Unidos e empregam metade da sua força de trabalho. As empresas familiares brasileiras correspondem cerca de 80% da quantidade das empresas privadas, respondendo por mais de 60% da receita e por 67% dos empregos das mesmas. Para Lodi (1993), o conceito de empresa familiar nasce, com a segunda geração de dirigentes, isso porque o fundador pretende abrir caminho para seus antigos colaboradores ou porque os futuros sucessores precisam criar uma ideologia que justifique sua ascensão ao poder, como se pode perceber em suas próprias palavras “empresa familiar é aquela em que a importância da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com o sobrenome da família ou com a figura de um fundador” (LODI, 1993, p. 6). Apesar de muitos acreditarem que família e empresa, quando reunidas, tendem a enfraquecer reciprocamente a sua eficiência, a história das empresas familiares bem sucedidas mostra que isso não precisa acontecer necessariamente. O aspecto “familiar” está muito mais ligado ao estilo que a empresa é administrada, do que somente ao fato de seu capital pertencer a uma ou mais famílias. O processo sucessório na empresa familiar é assunto relevante e ao mesmo tempo delicado. Não pode ser tratado apenas sob aspectos puramente lógicos da administração, pois envolve pontos afetivos e emocionais muito fortes e relacionados com a própria estrutura 11 familiar. Alguns desses pontos são de profunda importância e devem ser encarados para que esse processo não comprometa a sobrevivência da empresa, são: o sucedido, o sucessor, a organização, a familiar, o mercado e a comunidade. Por isso, mas do que nunca se deve observar o interior da empresa e prepará-la para ultrapassar os limites da existência de uma sucessão. Compreender organizações familiares não é fácil e mais complicado é tratar do processo sucessório, mas devido a sua importância a sucessão familiar torna-se um assunto atual e relevante para países como o Brasil e outras nações em que companhias familiares têm extrema representatividade na economia. Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de mostrar as formas, os pontos críticos, as vantagens e desvantagens do processo sucessório dentro das microempresas. Assim introduzindo alternativas estratégicas para que se possa diminuir o grande índice de mortalidade das empresas familiares. Afinal a questão sobre sucessão familiar assumiu um caráter generalizado, pois a continuidade e o sucesso do negócio tornam-se, de interesse não só da familiar, mas como: dos funcionários, da comunidade e, dependendo do porte da empresa, até do País. 12 2 EMPRESA FAMILIAR No presente capítulo traça-se um cenário sobre á empresa familiar, abordando sua origem e importância, o que é uma empresa familiar, características das empresas familiares, tipologia, fases de desenvolvimento e as principais características. 2.1 ORIGEM E IMPORTÂNCIA Em termos históricos, logo após a descoberta de Portugal, no século XIV, as empresas familiares surgiram no Brasil, juntamente com as companhias hereditárias. Essas companhias podiam ser passadas aos sucessores dos capitães que administravam as terras brasileiras. Posteriormente, alguns imigrantes portugueses, italianos, alemães, judeus, árabes, galícias, gregos, russos, ucranianos e franceses marcam o perfil dos iniciadores do processo de industrialização brasileira, adquirindo empresas nacionais. Assim utilizando-se da tecnologia e do conhecimento do mercado brasileiro, esses imigrantes, pretendendo atuar no mercado, compraram essas empresas, em sua maioria, tornando-as familiares. Esse é um dos motivos que contribui para o aumento das empresas familiares no Brasil. As empresas familiares representam um grande percentual daquelas com maior expressão no cenário nacional e global, como salienta Gersick (1997, p.2), 40% das quinhentas maiores empresas listadas pela revista Fortune são de propriedades de famílias ou por elas controladas, tais como: Du Pont, Ford, Chase Manhattan, Cargill, Corning Glass, Upjohn e Firestone. Essas empresas geram metade do Produto Nacional Bruto (PNB) dos Estados Unidos e empregam metade da sua força de trabalho. Na América Latina, grupos construídos e controlados por famílias constituem a principal forma de propriedade privada na maioria dos setores industriais, como mostra Oliveira (1999, p.22), as empresa familiares brasileiras correspondem cerca de 80% da quantidade das empresas privadas, respondendo por mais de 60% da receita e por 67% dos empregos das mesmas. O sucesso dessas empresas é desejado por todos os integrantes da família, que esperam que o empreendimento empresarial seja passado para os sucessores, como filhos e filhas, ou até mesmo genros e noras, os quais possam dá continuidade ao empreendimento iniciado pelo proprietário. Esse fato faz com que as empresas familiares, progridam mais do 13 que as outras, quanto à qualidade, isso porque o nome da família é associado aos produtos e serviços que são oferecidos por ela ao mercado. 2.2 O QUE É UMA EMPRESA FAMILIAR? A resposta a essa pergunta parece ser simples e surge naturalmente, a empresa familiar é aquela que tem sua origem e sua história vinculada a uma família ou aquela que mantém membros da família na administração do negócio. Mas, no entanto a resposta dada acima é exageradamente simplista para se caracterizar o que vem a ser uma empresa familiar. O conceito de empresas familiares varia de acordo com alguns autores, para Lodi (1993), o conceito de empresa familiar nasce, com a segunda geração de dirigentes, isso porque o fundador pretende abrir caminho para seus antigos colaboradores ou porque os futuros sucessores precisam criar uma ideologia que justifique sua ascensão ao poder, como se pode perceber em suas próprias palavras, “a empresa familiar é aquela em que a importância da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com o sobrenome da família ou com a figura de um fundador” (LODI, 1993, p. 6). Seguindo a mesma linha de pensamento, Bernhoreft (1991), diz que “a organização empresarial que tem sua origem e sua história vinculadas a uma mesma família há pelo menos duas gerações, ou aquela que matem membros da família na administração dos negócios, são consideradas empresas familiares” (BERNHOREFT,1991, p.19), ou seja, empresa que é controlada ou administrada por membros de uma família. Apesar de muitos acreditarem que família e empresa, quando reunidas, tendem a enfraquecer reciprocamente a sua eficiência, a história das empresas familiares bem sucedidas mostra que isso não precisa acontecer necessariamente. Não é a família em si que atrapalha a empresa, ou vice-versa, mas a ignorância dos problemas desse relacionamento e a falta de um código de relações. A empresa familiar precisa definir com objetividade como os parentes estão contribuindo para o sucesso do empreendimento, o que implica num programa sistemático de avaliação dos diretores e gerentes. A empresa familiar precisa também identificar as suas forças e fraquezas, ou seja, suas oportunidades e ameaças. 14 2.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS FAMILIARES Uma organização é considerada empresa familiar, quando esta perfeitamente identificada ou ligada a uma família há pelo menos duas gerações e quando essa ligação resulta numa influência recíproca na política geral da organização e nos interesses e objetivos da família. Para exemplificar, mostram-se abaixo alguns pontos, segundo Donnelly (1984, p.37) que caracterizam uma empresa familiar: Forte valorização da confiança mutua independente de vínculos familiares (exemplos são os “velhos de casa” ou ainda “os que começaram com o velho”); Laços afetivos extremamente fortes influenciando os comportamentos, relacionamentos e decisões da organização; Valorização da antiguidade como um atributo que supera a exigência de eficácia ou competência. Exigência de dedicação “vestir a camisa”, caracterizada por atitudes tais como não ter horário para sair, levar trabalho para casa, dispor dos fins-de-semana para convivência com pessoas do trabalho etc. Postura de austeridade, seja na forma de vestir, seja na administração dos gastos. Expectativa de alta fidelidade, manifestada através de comportamentos como não ter outras atividades profissionais não relacionadas com a vida da empresa. Dificuldades na separação entre o que é emocional e racional, tendendo mais para o emocional. Jogos de poder, onde muitas vezes, mas vale a habilidade política do que a capacidade administrativa. Muitas dessas características poderão também ser encontradas em empresas tidas como “profissionais”, portanto o aspecto “familiar” está muito mais ligado ao estilo que a empresa é administrada, do que somente ao fato de seu capital pertencer a uma ou mais famílias. Existe, no entanto, algo de considerável importância para identificar uma empresa como “familiar” e este ponto está na sua própria história. De maneira geral, a origem destas empresas tem um ponto em comum: foi um ideal que deu certo. No passado de cada empreendimento, houve um momento em que seu fundador teve uma idéia. A maior probabilidade é que tenha tido, de fato, apenas uma idéia. Nem sempre havia recursos facilmente disponíveis, mas o que houve foi um comportamento empreendedor do fundador, que lutou com todas as forças para viabilizar aquela idéia. Essa observação tem significativa relevância. 15 2.4 TIPOLOGIA Podem-se destacar três tipos básicos de empresa familiar: A tradicional, que mais corresponde ao estereótipo da instituição, o capital é fechado, existe pouca transparência administrativa e financeira e a família exerce um domínio completo sobre os negócios. A híbrida, onde o capital é aberto, mas a família ainda detém o controle, havendo, contundo maior transparência e participação na administração por profissionais nãofamiliares. A de influência familiar, em que a maioria das ações esta em poder do mercado, mas a família, mesmo afastada da administração cotidiana, mantém uma influência estratégica através de participação acionária significativa. As empresas familiares podem ainda se apresentar de diferentes formas, podendo ser classificadas como: a do proprietário controlador, a da sociedade entre irmãos, e a da propriedade de primos. A primeira está no estágio inicial e no comando apenas de um proprietário que possui todo o controle sobre a empresa. De modo que a experiência do fundador da primeira geração é única, sendo que todos os estágios subseqüentes são afetados por aquilo que acontece durante os primeiros anos de vida da empresa, até que ela se torne uma empresa familiar. A segunda são aquelas empresas que passaram do estágio empreendedor para o de expansão, e que transferem o controle acionário de um proprietário controlador para a segunda forma de empresa familiar, a da sociedade entre Irmãos, onde os membros da família estão no estágio de entrada na empresa, épocas em que os filhos estão entre 15 a 25 anos de idade e assumem o controle da empresa, e os pais, estão na meia idade ou acabaram de passar por ela. A terceira refere-se a um tipo de empresa familiar, a qual já passou por várias gerações e atingiu um estágio de desenvolvimento maduro. Este é um tipo raro e nela a maioria dos acionistas não trabalham na empresa, por isso possuem apenas informações indiretas a respeito de assuntos relativos à organização. Apenas um pequeno número de membros da família tem acesso direto às informações, obtidas por meio do pai, irmão, cônjuge ou filho. Isso acontece, porque manter acionistas informados requer um criterioso gerenciamento das informações, assim, nem todas as empresas conseguem fazer com que essas informações sejam passadas aos acionistas. 16 A fase de transição da empresa, quando ocorre a sucessão, é o teste supremo de uma empresa familiar, pois ele passa de um empreendimento individual para um familiar, e sua continuidade torna-se de grande importância para toda a família. Isso porque a atual gestão deve preocupar-se em passar a empresa com lucratividade e em boas condições para uma nova geração de líderes que a administrará. 2.5 FASES DE DESENVOLVIMENTO A empresa familiar passa por fases ou estágios. A primeira, refere-se à criação da empresa, onde se encontra presente o fundador com uma idéia de produto. O desenvolvimento predomina através da instalação dos produtos e o recrutamento de empregados familiares ou não-familiares de confiança. A fase do crescimento e desenvolvimento, caracterizada pela incapacidade do fundador em gerir todos os setores da empresa, cuja preocupação é transmitir os seus valores e a sua visão dos negócios da empresa aos colaboradores, principalmente aos familiares. A delegação de responsabilidades, a retirada, a transição de posse, a distribuição do valor acrescentado, são fatores que predominam nesta fase. A fase da maturidade, na qual a empresa é um sistema complexo e o sucessor tem normalmente uma formação acadêmica e profissional diferente do fundador, tendo uma visão sobre a trajetória da empresa diferente, provoca conflitos internos. Na quarta e última fase, a organização vai-se debater com a necessidade de abandonar o “nicho” mercadológico em que se instalara e responder, de uma forma competitiva, as exigências do ambiente. A gestão vai deixar de ser tipicamente familiar para se transformar numa gestão profissional, através de uma procura de capital adicional, decidindo a empresa abrir as “suas portas” ao capital público, normalmente através da emissão de obrigações ou ações. A seleção e o recrutamento de gestores profissionais para eventuais lacunas dos membros familiares dirigentes nas áreas de marketing, finanças, contabilidade e informática. 17 3 O PROCESSO DA SUCESSÃO Existe um provérbio popular brasileiro que diz que família e negócio são coisas que deveriam não ser misturadas, pois sempre acabam na ruína da família ou da organização. No decorrer deste capítulo, trata-se melhor a respeito desses dilemas. A perspectiva da vida econômica do país, através de estímulos ao mercado interno e as tendências para a abertura do capital, deverão apresentar novas oportunidades e desafios para a empresa familiar brasileira. Entre os desafios importantes, cabe destacar o encaminhamento do processo sucessório, pois ele tem relação direta com a sobrevivência e a expansão do próprio negócio. A empresa familiar desempenha um papel significativo no desenvolvimento econômico, social e até político de vários países. O Brasil insere-se neste contexto com maior razão, no momento em que nos aproximamos de uma nova fase da nossa história. O processo sucessório na empresa familiar é assunto relevante e ao mesmo tempo delicado. Não pode ser tratado apenas sob aspectos puramente lógicos da administração, pois envolve pontos afetivos e emocionais muito fortes e relacionados com a própria estrutura familiar. Alguns pontos são de profunda importância e devem ser encarados para que esse processo não comprometa a sobrevivência da empresa, são: o sucedido, o sucessor, a organização, a familiar, o mercado e a comunidade. Por isso, mas do que nunca se deve observar o interior da empresa e prepará-la para ultrapassar os limites da existência de uma sucessão. O termo sucessão não deve ser visualizado como causa da desestruturação de toda empresa familiar, e nem que os sucessores possam se apoiar nela para julgar quaisquer problemas como um reflexo do processo sucessório pelo qual a empresa esteja passando. Mas como um problema similar a outros, que precisa ser planejado para evitar complicações futuras. Os sucessores naturais, membros da família devem desenvolver o processo sucessório com base na realidade da empresa, isto é, tendo por base seu histórico e diagnóstico. Nesse sentido, a direção da empresa deve ser composta por familiares que sejam competentes, que desempenhem bem o cargo para que fora designado, caso contrário, deve passar para a sucessão profissional, que se dá pela sucessão do proprietário por um executivo que não é do núcleo familiar. Na sucessão familiar, busca-se cultivar o espírito familiar, que é um fator muito importante, requisitado inclusive por empresas não familiares. O sucesso de uma sucessão 18 para membros da família, empregados ou terceiros exige um planejamento prévio de desligamento do proprietário, pois que: O êxito de um programa sucessório depende da maneira como o pai, que também é o presidente da empresa, preparou sua família para o poder e a riqueza. Quando esta próxima à sucessão, o presidente que se retira deve estar alerta para os seus próprios problemas existenciais, os quais podem retarda a decisão de afastamento (LODI, 1993, p.21) O ideal é que se estabeleça um plano que possa ser desenvolvido num prazo de três a cinco anos antes do afastamento do proprietário. Pois, quanto maior for o tempo de preparação do sucessor, maiores serão as recompensas para a empresa no que se refere à flexibilidade estrutural no período da transição. Nesse prazo tem-se a oportunidade de testar os sucessores em diferentes papéis e avaliar a maturidade, compromisso, esperteza empresarial e liderança dos mesmos, já que é nesse período de planejamento que surgem problemas latentes e podem-se ainda avaliar se os sucessores e herdeiros satisfazem as expectativas profissionais esperadas. Como observa Lodi (1993), para a entrada da segunda geração na empresa familiar é aconselhável que se leve em consideração algumas diretrizes, tais como: a) Que os filhos façam o seu aprendizado profissional em outras empresas no período que medeia entre o fim da faculdade e o início da dedicação completa a empresa da família; b) É importante começar por baixo, aprendendo nas áreas-chaves da empresa, porém não perdendo muito tempo no caminho para chegar à posição de comando; c) Se até os 35 anos um familiar não assumiu um cargo de direção geral na empresa, mesmo que pequena, é pouco provável que tenha sucesso como generalista dessa idade em diante; d) O pai não deve forçar à entrada dos filhos no negócio familiar, porque afinal o tempo está a favor deles, a menos que a empresa precise com urgência; e) É prudente evitar a coincidência de uma crise da firma com o momento da sucessão. Esse tipo de problema não é aconselhável, ao ponto de se poder dizer que a prioridade é sempre a estabilização da empresa; f) Uma nova geração de profissionais deve cresce junto com o filho até que ele suceda ao presidente. Não é de se esperar que os velhos empregados, companheiros do pai permaneçam por muito tempo na equipe do futuro presidente. O jovem deve buscar outros jovens para uma equipe de longa duração. O sucesso ou o fracasso da transferência empresarial muitas vezes começa no momento em que a empresa e a família se entrelaçam, e é exatamente nesta sobreposição que 19 pode ocorrer o conflito. Assim, para evitar problemas futuros é importante o estabelecimento de regras baseado na sucessão, participação, remunerarão e responsabilidade dos herdeiros sobre a empresa. Além disso, os problemas da empresa não devem ser discutidos no ambiente familiar, mas no ambiente empresarial para que se evitem conflitos familiares e pessoais. 3.1 SUCESSÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL Neste capítulo relata-se a cultura das microempresas de um modo geral, assim fazendo uma correlação entra a cultura organizacional com a sucessão familiar. 3.1.1 Cultura e sua Gênese A necessidade de saber e de dominar é a grande mola propulsora da raça humana. O homem dominou os animais, cruzou os mares, quebrou paradigmas e fez muito mais em nome do novo e do poder de modificação que existe nele. Essa expedição chegou ao ponto em que o homem se deparar com o seu semelhante, ou seja, depara-se com o diferente, percebe que todo mundo não é igual e todos têm seus costumes e visões de mundo, a essas idiossincrasias chamou-se de cultura. A palavra de origem grega significa cultivar, os romanos usaram o termo para denominar alguém sofisticado, erudito e refinado (SANTOS, 2004). A cultura está em destaque no cotidiano da vida moderna, surgi como várias camadas dos relacionamentos humanos. O indivíduo está submerso da sua cultura familiar, ele é membro de sua rede de relacionamentos pessoais, faz parte da cultura do seu trabalho e ainda é membro ativo da cultura da região em que vive. Assim, surge à concepção do homem social no qual nenhum homem é uma ilha auto-suficiente, cada um é parte do continente, ele está inserido num contexto no qual influencia e é influenciado pelo meio, logo, o homem social e a cultura apresenta-se numa linha insignificante que acaba se mesclando e vai sofrendo alterações de acordo com mudanças biopsicossociais. 3.1.2 Cultura Organizacional Uma das variáveis que podem auxiliar a ciência da administração a discernir melhor esse ativo intangível é a cultura organizacional. A cultura de uma empresa é de suma 20 importância para poder compreender o modus operandi de uma corporação. Cultura organizacional é de suma importância para a gestão das empresas, pois tanto a estratégia e os objetivos quanto o modo de operação da empresa e o comportamento das pessoas são influenciados pelos elementos culturais. O desvendar do papel da cultura na vida organizacional é fundamental quando se deseja torná-la mais eficiente e eficaz (SCHEIN apud CARVALHO. C; RONCHI. C, 2005, p. 17) Pode-se entender que a cultura empresarial está ligada a pressupostos básicos que são criados a partir de experiências compartilhadas dos membros que daí por diante nascem seus valores, crenças e verdades e não só isso, ela também define através da socialização as estruturas organizacionais, os poderes atribuídos a cada membro, os códigos de condutas, comportamentos esperados pelos mesmos e os ritos de iniciação para a entrada e aceitação ao grupo, ou seja, é a identidade organizacional que é própria e única de cada empresa. 3.2 A SUCESSÃO FAMILIAR X CULTURA ORGANIZACIONAL Na empresa familiar a cultura organizacional torna-se mais visível, pois ela é o espelho da cultura do fundador e a sucessão representa um novo ciclo que se inicia na família empresária. A cultura tem grande valia para a sucessão na empresa familiar. Ela representa o ponto de encontro entre a cultura vigente do fundador e a cultura do sucessor num único ambiente. Por isso que na sucessão ela é tão viva, ela representa uma mudança cultural natural, pois o sucedido está encerrando o seu ciclo e o sucessor está iniciando o seu. É bem diferente da mudança intencional, que geralmente não alcança o resultado desejado no tempo e empenho necessário para o êxito da transição. A criação de uma cultura organizacional se dá basicamente de três situações (DIAS, 2003): A primeira é formada pelo fundador, ele é o idealizador do empreendimento, ele põe em prática as ações para o nascimento da empresa, logo, ele e a organização tornam-se um único elemento, com isso, as suas crenças, valores e concepções são as mesmas. A segunda situação é o seu índice de sucesso. Uma vez criada, o que determinará se a cultura prevalecerá ou não, é o sucesso que sua forma de gestão terá no alcance dos objetivos, pois o êxito gera confiança e credibilidade da cultura imposta, permitindo a sua consolidação na organização. 21 A terceira refere-se à entrada de novos valores e crenças através da chegada de novos membros e líderes. Os momentos de crise são mais propícios à entrada de novos valores e crenças, pois a situação crítica põe em cogitação a cultura vigente e abre as portas para algo que auxilie a organização sair desse ponto de vulnerabilidade. As três situações são pontos de mudança, mas no caso da família empresária, é possível entender porque a cultura do fundador é tão presente dentro da empresa, por isso que a criação de um novo ciclo organizacional do sucessor é um trabalho árduo, pois os laços entre a organização e o seu idealizador são bastante estreitos e o afastamento de uma das partes levanta muita incerteza sobre o futuro da empresa e do novo dirigente. 3.3 SUCESSÃO FAMILIAR: VANTAGENS E DESVANTAGENS A empresa familiar brasileira tem problemas e características como já podemos ver que as diferenciam das outras empresas. Como é mostrado no Gráfico1, tem-se que 50% das empresas familiares não sobrevivem à passagem da primeira pra a segunda geração, do fundador ao sucessor, pois o tema sucessão familiar ainda é tratado de forma muito amadora, principalmente no pequeno negócio, e 34% não sobrevivem da segunda para a terceira geração, cada etapa de transição gerencial modifica a forma como se pensa e se conduz a empresa (LODI, 1987). 1% 15% 50% 34% Gráfico 1- Percentual de Sobrevivência da Empresa Familiar de Geração a Geração Fonte: Adaptado de Lodi, 1987. Ocorrem conflitos estruturais nas famílias, cujas raízes estão de 20 a 30 anos atrás. Segundo Lodi (1978, p.7), “a sucessão é determinada ao longo prazo pela maneira como os pais construíram e educaram a família, preparando-a para o poder e a riqueza”. Com isso acontecem efeitos culturais como do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, desenvolvendo uma lealdade passiva aos funcionários, desempenhando suas funções mais por 22 acomodação e inércia do que pela motivação e comprometimento que deveriam ter com suas funções. A empresa familiar apresenta algumas desvantagens evidentes, quando é comparada com as subsidiárias de multinacionais e com as estatais: 1. Conflitos de interesse entre família e empresa, que se refletem na descapitalização, na falta de disciplina, na utilização ineficiente dos administradores não-familiares e no excesso de personalização dos problemas administrativos; 2. Uso indevido dos recursos da empresa por membros da família transformando a companhia num cofre dos familiares. O famoso complexo “A galinha dos ovos de ouro”; 3. Falta de sistemas de planejamento financeiro e de apuração de custos e de outros procedimentos de contabilidade e de orçamento, que tornam o lucro um resultado totalmente fortuito e não planejado; 4. Resistência à modernização do marketing, fincando a comercialização sujeita a alguns vendedores antigos e de confiança ou a falta de uma boa política de produtos e de mercados; 5. Emprego e promoção de parente por favoritismo e não por competência anteriormente provada; 6. A disputa de poder entre os seus membros, a dificuldade encontrada nos momentos de demitir o executivo sucessor e ao ato de seus membros desempenharem diferentes papeis dentro da organização; 7. O sucessor não é o fundador. Muitas vezes o sucessor procura comparar-se com o sucedido e tenta imita-lo ou supera-lo. Este fato torna-se um problema, pois as exigências e o perfil de um sucessor são completamente diferentes dos de um fundador. Lodi (1987, p.4), ao tratar o problema da má sucessão em empresas familiares, simplifica essas desvantagens, dizendo que: [ ] a família não estava preparada para entender a empresa; a atitude dos familiares foi de dilapidação do patrimônio; o fundador consumiu suas energias na construção do império e não teve tempo para educar e ensinar seus filhos. A profissionalização descaracterizou a empresa familiar, após a idade de ouro do fundador, não se conseguiu uma reorganização satisfatória; na ultima fase da vida, o fundador deixou sua crise existencial dilacerar a organização; não há um sucessor preparado ou não há consenso na família sobre qual dos pretendentes deve assumir; a rivalidade entre irmãos desorienta os profissionais. 23 Como a empresa familiar é formada por membros de uma só família, pode ocasionar que o fundador não tem uma postura de patrão perante seus parentes, como também, certas informalidades existentes no ambiente familiar são transferidas para o ambiente empresarial, ocasionando graves problemas, como não se tornando claras e definidas as regras e normas existentes na empresa. Prevalece neste caso a lógica individualista: “cada um faz o que acha certo”. Numa empresa familiar é indispensável para o sucesso de uma sucessão eficaz que se crie um conselho familiar, para que sejam estabelecidos acordos familiares, buscando através de regras o acesso dos jovens da família na empresa como também regras para o sucessor. Planejando treinamentos para fazer dos jovens da família bons profissionais e um plano de aposentadoria para o presidente permitindo a renovação no comando e a criação de um conselho administrativo e o conselho consultivo. Toda estratégia deve ser baseada nas forças da organização, por isso as desvantagens expostas acima não devem suceder as vantagens de uma sucessão familiar. Para superar a informalidade excessiva na empresa, faz-se necessário definir a estrutura de gestão da empresa familiar, investindo na capacitação gerencial e no desenvolvimento das equipes. O dirigente numa empresa familiar procura reproduzir uma harmonia familiar, sem conflitos ou disputas. Embora exista uma competição latente, esta é negada pelo superior, causando efeitos como travamento nas decisões, já que os problemas nunca são de fato explicitados, ocasionando entre eles um estresse excessivo em todo o grupo. Para ultrapassar estes conflitos, precisa ser encarado de forma profissional, fazendo um planejamento estratégico da competição entre parentes. Regulando as medidas tomadas na solução dos problemas. As vantagens competitivas existentes em uma empresa familiar são indispensáveis, pois dividir responsabilidades de uma gestão com parentes pode ser uma estratégia muito eficiente, sendo que os diferenciais sejam potencializados e os riscos administrados com cuidado. Não só de fraquezas vivem as empresas familiares, mais de forças, ou melhor, dizendo de vantagens como relata Lodi (1978, p.17) em consulta a dirigentes de empresas familiares em decorrência de seminários. A lealdade dos empregados é mais acentuada na empresa familiar, após algum tempo, pois os colaboradores se identificam com pessoas concretas que aí estão o tempo todo, e não com dirigentes eleitos por mandatos de assembléias, ou por imposição de poderes públicos; 24 O nome da família pode ter grande reputação no estado, na região ou no país inteiro, funcionando como uma cobertura econômica e política. O nome pode ser tão lendário a ponto de ter força de título negociável em banco, ou forte circulação em Brasília; A continuidade da administração. A sucessão de familiares competentes na direção do negócio dá origem a um grande respeito pela firma; A união entre os acionistas e os dirigentes, fazendo com que os acionistas sustentem a empresa mesmo quando há perdas, e também facilitando a comunicação entre a Diretoria Executiva, o Conselho de Administração e a Assembléia dos Acionistas; O sistema de decisão mais rápido, pois, termina ali, no Escritório Central, três ou no máximo quatro níveis acima do nível de execução; Sensibilidade social e política do grupo familiares dirigentes que cria raízes na elite nacional, a influência e é por ela alimentado de informações. Perfeita permeabilidade de influências aos interesses nacionais e regionais; As gerações familiares em sucessão permitindo um traço de união entre o passado e o futuro, entre os valores do fundador e as vocações e visões pessoais dos dirigentes atuais. O controle e gestão na empresa familiar são diferentes apesar das semelhanças ou coincidências que surgem na maior parte das empresas. Uma das alternativas é a profissionalização dos membros familiar. Para que tal profissionalização ocorra é necessário que a família pretenda manter-se à frente do negócio, que haja a pretensão de manter os valores existentes, que existam pessoas capazes de se apropriar de novos conhecimentos e que a empresa não esteja fortemente pressionada a mudar pelo seu meio ambiente. A formação dos membros da família requer um programa interno e externo. O programa externo deve proporcionar uma formação formal dentro da gestão e/ou a aquisição de experiências em outras empresas. Isto é de forte importância para o caso dos jovens sucessores. Já o programa interno para membro familiar, se tornaria interessante um “estágio” com membros não familiares da empresa, para aprendizagem de aspectos práticos do trabalho, normas e valores. Outra opção é a profissionalização dos membros não-familiares da empresa. Que se deve ser levado em conta quando o número de membros familiares não é suficiente, quando o nível de confiança entre a família e o restante dos trabalhadores é elevado ou quando existe uma forte motivação e um potencial disponível. A inserção dos membros não-familiares profissionalizados em esquemas de comunicação interna pode lhes permitir um conhecimento mais profundo da realidade da empresa e um tratamento mais igualitário face aos membros da família, compensando em 25 termos de benefícios materiais através da atribuição de recompensas, que levante o moral das mesmas. Nas duas alternativas (profissionalização dos membros familiares e dos membros não familiares) implicam numa mudança gradual e planeada da empresa familiar ao longo de anos. A cultura não vai mudar drasticamente, ocorre uma mudança de gestão pela cultura. Quando o planejamento não é efetuado e a empresa familiar se debate com a urgência da mudança, a solução facilmente adotada da profissionalização é a da contratação de gestores profissionais. Na terceira alternativa deverá ser acompanhada de algumas medidas tendentes a controlar os riscos. 26 4 METODOLOGIA DA PESQUISA Neste capítulo serão abordados os procedimentos metodológicos adotados para o desenvolvimento deste trabalho. Apresentam-se a caracterização do estudo, a problematizarão, os objetivos gerais e específicos, universo e amostra, assim como os instrumentos de coleta de dados. O estudo de campo está direcionando a um único conjunto de empresas, no caso as microempresas da cidade de Itambé-PE, com composição familiar. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO Adota-se neste trabalho a abordagem qualitativa, quantitativa e descritiva, que propicia uma visão amplificada sobre o problema de estudo. De acordo com Richardson (1999, p.91) a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como “a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistadores em lugar de produção de medidas quantitativas de características ou comportamento”. A abordagem descritiva é praticada, segundo Triviños (1987), quando o que se pretende buscar “é o conhecimento de determinadas informações e por ser um método capaz de descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade, utilizando de questionários como instrumento de coleta de dados”. De acordo com Triviños (1987): A abordagem quantitativa, procura medir em números o comportamento das pessoas, buscando sempre responder à questão "quanto" para cada objetivo do projeto de pesquisa que tenha adotado esta metodologia. Daí a necessidade destes estudos serem realizados a partir do calculo/elaboração da amostra da população, utilizando-se da estatística para este fim. Os resultados da pesquisa quantitativa são analisados e interpretados a partir de médias e percentuais das respostas obtidas. Essas abordagens, portanto, serão indispensáveis para o devido entendimento do tema estudado nesta monografia e principalmente ao tipo de instrumentos que serão adotados para a coleta de dados. 27 4.2 PROBLEMATIZAÇÃO Muitos negócios promissores não resistem à disputa familiar e fraquejam, destruindo a empresa, o patrimônio e até a relação familiar. Transferir o controle de uma empresa tipicamente familiar pode ser o início de uma série de conflitos e de decisões que vão interferir no desempenho futuro, da organização e em alguns casos na permanência no mercado. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE- SP) 90% das empresas brasileiras instaladas em nosso país têm o perfil de empresa familiar. A questão da pesquisa retém-se em ressaltar como se dá o processo da sucessão familiar dentro das empresas de pequeno porte, enquanto causa relevante do desaparecimento das mesmas. Atualmente, de cada 100 empresas, apenas 33 passam da primeira para a segunda geração da família. Deste total, somente 50% das empresas são passadas para a terceira geração. Faz-se necessário, portanto observar: Quais vantagens e desvantagens enfrentadas pelas microempresas frente ao processo da sucessão familiar? 4.3 OBJETIVOS Neste capítulo trata-se dos objetivos, tanto gerais como específicos. A elaboração dos objetivos é feita de forma clara e direta, pois estes se devem as linhas, as ações e os caminhos para toda ação a ser desenvolvida. 4.3.1 Objetivo Geral O objetivo geral da presente pesquisa é analisar como se dá o processo de sucessão familiar dentro das microempresas da cidade de Itambé - PE, com características de empresa familiar, relatando suas principais vantagens e desvantagens originadas pelo processo sucessório, na primeira geração. 4.3.2 Objetivos Específicos a) Contextualizar os aspectos socioeconômicos das empresas em questão; b) Analisar as principais características do processo sucessório; c) Relatar os obstáculos enfrentados por elas diante este processo. 28 4.4 UNIVERSO E AMOSTRA No presente estudo a pesquisa abrange as microempresas da cidade de Itambé-PE, com características de sucessão familiar, totalizando oito microempresas. Assim formando o universo da pesquisa igualmente como a amostra, por se tratar de um universo pequeno optouse por trabalhar com a totalidade. Como relata Richardson (1999, p. 57), totalidade ou população “é um conjunto de elementos que possuem determinadas características, e o caráter representativo de uma amostra depende evidentemente da maneira pela qual é estabelecida”. Na definição de Marconi e Lakatos (2003, p. 223), “Amostragem só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo à necessidade de investigar apenas uma parte dessa população”. Será desenvolvida uma pesquisa, com aplicação de questionário nessas oito microempresas, independentemente do ramo de negócio, que tenham, portanto, características de sucessão familiar. 4.5 INSTRUMENTO DE COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS Elaborou-se um questionário semi estruturado, aplicado aos oito respondentes, para analisar como essas empresas encaram o processo sucessório e identificar as principais vantagens e desvantagens enfrentadas, diante do processo da sucessão familiar, com o objetivo de fazer uma correlação entre a teoria preestabelecida e prática. Assim a pesquisa se direciona para uma abordagem quantitativa, sendo desenvolvida no âmbito natural da situação que esta sendo estuda. Como também para uma abordagem qualitativa, onde se preocupa em compreender, identificar e expressar o sentido dos resultados trata-se de reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre contexto e ação. Segundo Ricahrdson (1999, p.70) “a abordagem refere-se à quantificação tanto para a coleta de informações quanto para o seu tratamento, desde as técnicas estatísticas mais simples, como percentual, desvio padrão, média, como também correlação, análise de regressão”. O desenvolvimento de um estudo de pesquisa qualitativa resulta na pesquisa descritiva, pois o trabalho de descrição tem caráter fundamental num estudo qualitativo, pois é por meio dele que os dados são coletados. 29 Segundo Richardson (1999), o pesquisador informa o período da coleta de informações e a possível colaboração de entrevistadores: se são entrevista, questionários, fichas, etc. 30 5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo, trabalha-se analisando os questionários que foram aplicados nas oito microempresas selecionadas, com o intuito de responder a seguinte questão: Quais vantagens e desvantagens enfrentadas pelas microempresas frente ao processo da sucessão familiar? Assim como, atender os objetivos específicos estabelecidos anteriormente: contextualizar os aspectos socioeconômicos das empresas em questão, analisar as principais características do processo sucessório e relatar os obstáculos enfrentados por elas diante este processo. O questionário aplicado foi divido em três partes, primeiro buscou-se conhecer as empresas, depois conhecer o sucessor e logo em seguida procurou-se analisar a questão da pesquisa. 5.1 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DAS EMPRESAS Observamos que a maior parte dos sucessores está entre os 30 e 44 anos, o que comprova a existência de mais de 20 anos dessas empresas, a passagem de pai para filho acontece nessas empresas mais ou menos na mesma época, que varia de 1987 a 2006. Foi possível verificar que as microempresas são abertas muitas vezes para suprir uma necessidade do mercado, tanto em relação ao desemprego quanto para atender às necessidades dos clientes, muitas vezes pessoas do próprio bairro. Ao contrário do que relata Oliveira (1999, p.22), que na América latina, os grupos controlados por famílias constituem a principal forma de propriedade privada na maioria os setores industriais, aqui o setor de comércio é tão mais significativo, como de alimentação e remédios, sendo bem, mas representativo do que outro como prestação de serviço como mostra a seguir, no gráfico2. 30% 70% Comércio Serviço Gráfico 2 – Empresas por Setor Econômico Fonte: Pesquisa de campo, 2008 Nota especifica: o gráfico acima foi elaborado a partir do Microsoft Office Excel 2003. 31 5.2 ANÁLISE DO PROCESSO SUCESSÓRIO É possível observar que a sucessão familiar aconteceu significativamente nessas empresas, depois da morte, acidente ou doença do dirigente, e que apenas 20% dessas empresas o processo sucessório havia sido planejado com antecedência, dado que implica num ponto negativo, a falta de preocupação com o planejamento, antes do início da sucessão. Como foi mostrado anteriormente, Lodi (1993, p.21), ressalta que o êxito de um programa sucessório depende da maneira como o pai, que também é o presidente, preparou sua família para o poder e a riqueza. Quando esta próxima a sucessão, o presidente que se retira deve estar alerta para os seus próprios problemas existenciais, os quais podem retarda a decisão de afastamento, vejamos: 20% 10% 70% Por morte Planejado Afast. do cargo Gráfico 3 - Causa para a Sucessão Fonte: Pesquisa de campo, 2008. Nota especifica: o gráfico acima foi elaborado a partir do Microsoft Office Excel 2003. Um aspecto negativamente demonstrado foi à falta de preparação dos sucessores, antes que pudessem assumir a empresa, apenas 30% das empresas tiveram treinamento, porém muito escasso realizado na própria empresa, embora dando-lhes suporte e conhecimento dos setores da empresa. No entanto 70% não tiveram treinamento, acarretando em sérias dificuldades, como: mau relacionamento com clientes, fornecedores e funcionários, tornando-se despreparado e inexperiente para competir no mercado de trabalho. O ideal é que se estabeleça um plano de treinamento que possa ser desenvolvido num prazo de três a cinco anos antes do afastamento do proprietário. Pois, quanto maior for o tempo de preparação do processo sucessório maiores serão as recompensas para a empresa. Como observa Lodi (1993), para a entrada da segunda geração na empresa, é aconselhável, que os filhos façam o seu aprendizado profissional em outras empresas no período que medeia entre o fim da faculdade e o inicio da dedicação completa a empresa da família, vejamos: 32 30% 70% Não teve treinamento Teve treinamento Gráfico 4 - Treinamento Fonte: Pesquisa de campo, 2008. Nota especifica: o gráfico acima foi elaborado a partir do Microsoft Office Excel 2003. Essas empresas também foram questionadas, sobre como se deu a contratação de novos funcionários, ou se permaneceram com a mesma equipe de trabalho. Das empresas em questão 30% não permaneceram com a mesma equipe de trabalho, visando à redução de custos, pois se encontravam num momento de crise financeira, no entanto afirmaram que houve muita resistência por parte de antigos funcionários com a chegada do novo presidente. Dado que afirma a concepção de Lodi (1993), quando diz que uma geração de profissionais deve cresce junto com o filho, até que ele suceda ao presidente. Não é de se esperar que os velhos empregados, companheiros do pai constituam por muito tempo na equipe do futuro presidente. O jovem deve buscar outros jovens para uma equipe de longa duração, como se pode notar no gráfico 5. 30% 70% Com a mesma equipe Sem a mesma equipe Gráfico 5 – Permanência da Mesma Equipe de Trabalho Fonte: Pesquisa de campo, 2008. Nota especifica: o gráfico acima foi elaborado a partir do Microsoft Office Excel 2003. Por fim, essas empresas responderam sobre sua permanecia no mercado. Foi possível observar que mesmo depois da passagem de pai para filho, a cultura do fundador é muito presente nessas empresas até hoje, e isso dificulta um pouco a mudanças dentro da empresa, dado que afirma o que Dias (2003), falou quando disse que a criação de um novo 33 ciclo organizacional do sucessor é um trabalho árduo, pois os laços entre a organização e o seu idealizador são bastante estreitos e o afastamento de uma das partes levanta muita incerteza sobre o futuro da empresa e do fundador. Lodi (1987) mostra que 50% das empresas familiares não sobrevivem à passagem da primeira para a segunda geração, do fundador ao sucessor, pois o tema sucessão familiar ainda é tratado de forma amadora. No entanto apenas 30% dessas empresas não conseguiram permanecer no mercado de trabalho, indagando que os principais motivos pra sua falência seriam: falta de experiência, garra, não vocação para o cargo que ira ser desempenhado e empenho por parte do sucessor, falta de visão administrativa, para se atualizar no mercado de trabalho, resultando para essas empresas uma média de apenas 5 anos de permanência no mercado. Assim: 30% 70% Permaneceram Não permaneceram Gráfico 6 - Sobrevivência das Empresas Fonte: Pesquisa de campo, 2008. Nota especifica: o gráfico acima foi elaborado a partir do Microsoft Office Excel 2003. Contudo esse dado confirma o que Bernhoreft (1991) falou sobre o fato de que apesar de muitos acreditarem que família e empresa, quando reunidas tendem a diminuir reciprocamente a sua eficiência, a história das empresas familiares bem sucedidas mostra que isso não precisa acontecer necessariamente. Não é a família em si que atrapalha a empresa, ou vice-versa, mas a ignorância dos problemas desse relacionamento e a falta de um código de relações. 5.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS Em busca de responder a questão da pesquisa, quais vantagens e desvantagens enfrentadas pelas microempresas frente ao processo da sucessão familiar? As empresas foram 34 questionadas sobre quais, as principais vantagens e desvantagens, que os sucessores encararam depois de passar pelo processo sucessório. Principais vantagens consideradas pelos sucessores: Novas visões de mercado; Um mercado mais moderno; Mudança na logística da empresa. Principais desvantagens consideradas pelos sucessores: Resistência de antigos funcionários em relação ao novo dono; Perca de clientes; Curto prazo para adaptação dentro da empresa; Surgimento de fortes concorrências, em decorrência da má administração atual; Falta de experiência no ramo, em decorrência da falta de treinamento. Com a chegada do novo dirigente a empresa ganha uma nova visão administrativa de como atuar no mercado de trabalho, trazendo idéias inovadoras para dentro da empresa, tornando com capacidade competitiva. No entanto com a falta de treinamento adequado alguns sucessores acabam se tornando despreparados para assumir a administração da empresa. 35 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES Esta pesquisa buscou analisar as principais vantagens e desvantagens originadas pelo processo sucessório, nas microempresas da cidade de Itambé-PE. Para isso foi elaborado um questionário semi estruturado a oito respondentes, com o objetivo de ressaltar como se dá o processo de sucessão familiar dentro das empresas de pequeno porte, fazendo uma correlação entre a teoria preestabelecida e prática. Descobriu-se vários aspectos que em conjunto determinam, o modo como esses sucessores encararam e enfrentaram o processo sucessório dentro das suas empresas. Foi verificado que nem sempre família e negócio quando juntos resultam no declínio das empresas familiares. Uma empresa familiar é muito vantajosa no sentido de que, seus colaboradores acabam se tornam mais leais, vivendo dentro de um ambiente familiar, onde os laços afetivos são estreitamente fortes e presentes, influenciando no comportamento e decisões da organização, resultando num clima de união dentro da empresa, assim fortalecendo-a para o mercado e tornando-a mais rápida, dinâmica e competitiva. No entanto para o sucesso de uma empresa familiar, faz-se necessário que aconteça um plano de treinamento com o sucessor, como afirma Lodi (1993), para a entrada da segunda geração na empresa, é aconselhável, que os filhos façam o seu aprendizado profissional em outras empresas no período que medeia entre o fim da faculdade e o inicio da dedicação completa a empresa da família. Esse plano de treinamento precisa ser feito para impedir que ocorra o pior numa empresa familiar. O planejamento é a alternativa estratégica para a diminuição da mortalidade dessas empresas, assim tornando-se imprescindível para quem deseja garantir o sucesso da empresa sem que isso signifique a perda da presença do seu fundador. Concluindo, deve-se levar em conta aspectos que podem ser classificados de mais humanos para o sucesso de uma empresa familiar após ter passado pelo processo sucessório: a transparência, a capacidade de separar o afeto familiar da avaliação profissional e, sobretudo, capacidade dos sucedidos de conscientizar os herdeiros de que mais importante do que receberem da empresa é da a ela. Este estudo possibilitou, mais do que uma análise de como o processo sucessório acontece nas microempresas, mostrou a maneira como estas pessoas envolvem-se com amor e dedicação, e que de uma forma ou de outra a presença do fundador permanece dentro da empresa. Eles buscam manter os princípios de seus fundadores, mais com uma perspectiva inovadora e com uma visão administrativa moderna. 36 Também foi possível perceber o valor dessa pesquisa tanto para a academia quanto para a prática administrativa, uma vez que tais dados são de significativa importância na administração. Eles poderão servir de referencial para outros trabalhos que tratem do processo sucessório nas microempresas. 37 REFERÊNCIAS BERNHOEFT, Renato. Sucessão profissionalizada ou sobrevivência comprometida. São Paulo: Nobel,1991. BERNHOEFT, Renato. Como criar, manter e sair de uma sociedade familiar(sem brigar). São Paulo: SENAC, 1996. CERVO, Amado luiz/Pedro alcino Bervian. Metodologia cientifica. 4ª.ed, São Paulo: Makron Books, 1996 DIAS, R. Cultura organizacional. Campinas: editora Alínea, 2003. FRITZ, Roger. Empresa familiar: uma visão empreendedora.Makron Books.1993. GERSICK, Klein E.; LANSBERG, Ivan; DAVIS, John A.; HAMPTON, Marion M. De geração para geração, ciclos de vida das empresas familiares. São Paulo: Negócios, 1997. GOMES, THIAGO SIMÕES. CESUC. Planejamento da Sucessão Familiar. Disponível em: www.cesuc.br/revista/ed-6/SUCESSAOFAMILIAR.pdf>. Acesso em: 15 de junho. 2008. LEONE, N. Sucessão na empresa familiar: preparando mudanças para garantir sobrevivência no mercado globalizado. São Paulo: Editora Atlas, 2005. LESLIE, A. A Sucessão na empresa familiar. São Paulo: Editora Lazuli. LODI, João Bosco. A empresa familiar. São Paulo: Pioneira, 1993. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003 NEVES, JOSÉ LUIS. EDA. Pesquisa Qualitativa- Uso, Características e Possibilidades. Disponível em: <www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C03-art06.pdf>. Acesso em: 09 de julho. 2008. OLIVEIRA, Djalma de Pinho R. de. Empresa familiar. São Paulo: Atlas, 1999. 38 RICCA, Domingos. Da empresa familiar a empresa profissional. São Paulo: CLA Cultural, 1998. SANTOS, J.O que é cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 2004. SCHEIN. E. Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2001. 39 APÊNDICE A 40 Visando o cumprimento do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração, do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPE, solicito o preenchimento do questionário a seguir, de forma a obter informações sobre o processo de sucessão familiar analisando suas principais vantagens e desvantagens. Por favor, apresente a sua opinião sincera para cada uma das questões. Sua contribuição é de extrema importância para o sucesso da pesquisa e do trabalho. Você não precisará se identificar. QUESTIONÁRIO IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: 1. Nome de fantasia:_____________________________________________________ 2. Razão Social:________________________________________________________ 3. Ramo de atividade:___________________________________________________ 4. Data de constituição:__________________________________________________ 5. Bairro: _____________________________________________________________ 6. Nº de Funcionários:___________________________________________________ 7. Nº de associados(caso exista):___________________________________________ IDENTIFICAÇÃO DO DIRIGENTE DA EMPRESA: 1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Estado Civil: ( ( ) Solteiro(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Casado(a) ( ) Divorciado(a) ) União estável 3. Nível de escolaridade: ( ) Sem estudo ( ) 1º Grau completo ( ) 1º Grau Incompleto ( ) 2º Grau completo ( ) 2º Grau Incompleto ( ) 3º Grau completo ( ) 3º Grau Incompleto 4. Faixa Etária:___________________ IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA: 1. A instituição se caracteriza como empresa familiar? ( ) sim ( ) não 2. Na instituição já aconteceu à sucessão familiar (a passagem de pai/filho)? ( ) sim ( ) não 3. Em que ano aconteceu essa passagem?_________________________________ 4. Qual motivo levou a empresa a passar pelo processo de sucessão? ( ( ( ( ( ) O processo sucessório na empresa já havia sido planejado com antecedência; ) Herança; ) Morte, acidente ou doença do dirigente; ) afastamento do dirigente do cargo; ) processo inesperado de mudança da direção; 41 5. O processo sucessório foi visto como uma situação natural a ser enfrentada? ( ) sim ( ) não 6. Quais as principais vantagens que a empresa considera após passar pelo processo sucessório? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 7. Quais as principais desvantagens que a empresa enfrentou ao passar pelo processo sucessório? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________________________________ 8. A empresa permaneceu com a mesma equipe de trabalho? ( ) sim ( ) não 9. Caso a empresa não tenha permanecido com a mesma equipe de trabalho, quais os motivos que levaram a tal atitude? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________________________________ 10. A empresa conseguiu sobreviver ao processo sucessório? ( ) sim ( ) não 11. Se a resposta anterior foi NÃO, quais os principais motivos que levaram a falência da empresa e quanto tempo ela conseguiu permanecer no mercado de trabalho? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _______________________________________________ 12. Houve algum tipo de treinamento com o sucessor, quando foi assumir a Direção da empresa? ( ) sim ( ) não 13. Se a resposta da pergunta anterior foi SIM, como se deu esse treinamento? E quais vantagens foram adquiridas? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________________________________ 42 14. Se a resposta da questão nº 12 foi NÃO, que não houve uma preocupação em dar um treinamento ao sucessor, quais desvantagens ou dificuldades o sucessor teve? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________________________________