Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ­ Brasil
Educação: Ensino, pesquisa e extensão!
Solange Barreto Chaves¹
Resumo
O presente texto tem por objetivo refletir e discutir sobre a integração entre ensino, pesquisa e
extensão enquanto processo formativo. Procura também analisar aspectos relacionados aos
princípios ensino, pesquisa e extensão, com foco na educação superior.
Abstract
This paper aims to reflect and discuss the integration of teaching, research and extension while
training process. It also seeks to examine issues related to the principles teaching, research and
outreach, with a focus on higher education.
Palavras chave: Ensino ­ Pesquisa ­ Extensão ­ Educação
Introdução
A abertura democrática dos anos 80 produziu o discurso conceitual da universidade alicerçado
na indissociabilidade do ensino, pesquisa e a extensão. Essa condição foi tomada como
indicador de qualidade e inscrito na Constituição Federal de 88 no art 207 trazendo em seu
texto que as universidades gozam de autonomia didático­científica, administrativa e de gestão
financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa
e extensão. Ou seja, serão movidas por três pilares balizadores da formação universitária e que
tornem­se complementares e interdependentes, atuando de forma sistêmica. O artigo em
questão trás a idéia de que as universidades gerem atividades de ensino, pesquisa e extensão
de modo integrativo e complementar, promovendo a difusão, criação, sistematização e
transformação do conhecimento por meio de uma ponderação entre teoria e prática.
A experiência do ensino, pesquisa e extensão, apesar das lacunas ainda existentes, tem
demonstrado que é possível desenvolver uma formação universitária contínua por meio da
integração dos mesmos, que interagem como via de mão dupla. Enquanto a universidade leva o
conhecimento e a assistência à comunidade por meio de atividades de ensino e de extensão,
estas se constituem como fontes de pesquisas que, por sua vez, retroalimentam o ensino.
Assim, o ensino e a extensão são geradores de novas pesquisas, na medida em que
identificam necessidades, anseios, aspirações e o saber que lhes é próprio.
Por meio das atividades extensionistas, o acadêmico tem a oportunidade de vivenciar as
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concepções difundidas pelo conhecimento científico construído e acumulado, perpassado pelos
processos de ensino e pesquisa. Ao mesmo tempo, levar o conhecimento à sociedade pode
proporcionar a inserção na realidade local, possibilitando uma visão crítica do contexto
sociocultural, bem como uma ligação entre a teoria e a prática, o que certamente contribuirá
para o desenvolvimento de um sujeito autônomo e comprometido com o bem­estar da
coletividade.
A universidade ocupa um lugar privilegiado entre os diferentes espaços de construção do
conhecimento, convivência e desenvolvimento humano, científico­tecnológico e social. Tem
como eixo central a formação de profissionais­cidadões, isto é, de profissionais comprometidos
com o desenvolvimento social em nível local e global.
Pensar as funções da universidade hoje, pautadas em princípios democráticos
e transformadores, implica adentrar novos paradigmas que possibilitam olhares ampliados,
além do diálogo entre os diferentes saberes disciplinares e a integração entre ensino, pesquisa
e extensão.
¹ Bacharelanda do curso de Direito ­ 4º semestre pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Integrante
do Núcleo em Estudos de Prisões(NEEP) e extencionista do projeto UniverCidades.
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Desenvolvimento
As três atividades, ensino pesquisa e extensão são igualmente importantes. O ensino, é papel
de toda universidade, mas vale frisar que o grande desempenho de uma universidade se deve
a pesquisa, que diga­se de passagem precisa ser mais estimulada e fortalecida.
Todas as universidades existem para prover educação superior e de excelência para os jovens,
preparando­os para as profissões do futuro, assim a educação é uma missão precipua
compartilhada por todas as universidades, diferindo­se assim dos institutos de pesquisa.
Sobre esses princípios, o Grupo de Incentivo à Pesquisa Científica nas Universidades
Brasileiras/CESP, conceitua­os de acordo com a singularidade e interdependência entre as
funções que exercem. Assim, o ensino corresponde às atividades de formação profissional; a
pesquisa a produção de conhecimento e a extensão ao comprometimento com as atividades
sócias equivalentes à extensão. (LOPES, 2009)
Tripé esse que é fundamental na construção de um conhecimento de qualidade e com
eficiência na educação da universidade, não apenas uma aprender na repetição e transferência
de conhecimento sem uma reflexão crítica do conhecimento e da sociedade. Uma vez que,
segundo Paulo Freire (1996), ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
É necessário ressaltar que uma parte significativa das investigações científica é realizada
somente para atender exigências existentes nas universidades brasileiras. Assim, a pesquisa é
desenvolvida como requisitos parciais à obtenção de um título e seus resultados na grande
maioria são depositados em bibliotecas. Geralmente, estudantes que necessitam realizar uma
pesquisa são seus únicos leitores. Outra parcela significativa desses trabalhos é efetuada por
docentes pesquisadores para justificar a dedicação exclusiva e/ou aplicação de verbas
públicas. (LAMPERT, 2008).
O ensino de graduação precisa ser reformado, a atividade educativa dos docentes precisa ser
mais valorizada como por exemplo pelo reconhecimento da diversidade da carreira valorizando
igualmente as atividades de ensino, pesquisa e extensão, esta reforma implica ainda a
modernização dos cursos, flexibilização dos currículos, amplliação da oferta de cursos
optativos, criação de sistema de apoio ao docente para planejamento, produção e realização de
seus cursos, ou seja, dar mais protagonismo estudantil. É preciso ainda fortalecer a formação
universitária plena, com oportunidades para atividades esportivas, artitiscas e culturais.
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Conclusão
O entrelaçamento entre os princípios contribuem para que cada um desses temas possa
exercer de forma plena, mas não isoladamente, suas respectivas funções. Se faz necessário o
aumento da qualidade e a modernização do ensino em face das demandas da sociedade atual
pois é pela pesquisa que nós formamos novos pensadores independentes, economistas
criativos, engenheiros inovadores, fisicos que criam novos materiais, agronomos que criam
riqueza no campo a título de exemplo, e pela extensão nós levamos essas criações a
sociedade através de cursos de extensão ou especializações pelas diversas áreas.
Com a pesquisa e extensão articulada ao ensino, estamos construindo condições de responder
essas demandas da sociedade, criando um impacto nesse espaço que se atua, produzindo
conhecimento e levando esse conhecimento de retorno para sociedade, interagindo assim
como uma via de mão dupla.
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