Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências
Pós- graduação em Geoquímica do petróleo e meio ambiente
Disciplina: Caracterização de ambientes contaminados
Prof.: Joil Celino
O potencial
contaminante do
Bário
Consuelo Navarro
Salvador, 2009
Introdução

O bário (Ba) é um metal alcalinoterroso, pertencente ao Grupo II da
tabela periódica.

O bário livre:
 metal macio de cor prata-branco
que oxida rapidamente no ar úmido
e reage com a água
 fortemente eletropositivo
O bário no meio ambiente

Não existe livre na natureza

Uma mistura de sete isótopos estáveis, ou seja, em estado
combinado:




barita (sulfato de bário)
witherite (carbonato de bário)
Pode estar presente em pequenas quantidades em rochas ígneas
(feldspato e micas) e pode ser encontrado como um componente
natural de combustíveis fósseis
Raro nas águas naturais, em teores de 0,0007 a 0,9 mg/L
Introdução do Bário no meio pelas
atividades antrópicas

O bário é utilizado em vários compostos como: artigos
de pirotecnia (chamas verdes), cerâmica, tintas,
esmaltes, veneno para rato, vidros ópticos, como
absorvente para remoção de vestígios de gás a partir de
tubos de vácuo e de televisão, perfuração de petróleo,
produção de borracha, etc.

É emitido para a atmosfera principalmente pelos
processos industriais envolvidos na mineração, refino e
produção de bário e de produtos químicos à base de
bário e, como resultado da combustão do carvão e do
petróleo.
Radiografia feita com contraste de Bário (excelente absorvedor de raio X)
Solubilidade

Relativamente solúveis em água:


Insolúveis em água:


compostos de bário com os anions acetato, nitrato e halogênios
(exceto flúor)
compostos ligados como os íons, carbonato, cromato, fluoreto,
oxalato, fosfato e sulfato
A solubilidade dos sais de Ba em água aumenta com a
diminuição do pH (exceção do sulfato de bário)
Contaminação por Bário

Desde 2003 o Bário é considerado potencialmente poluente pela
USEPA (United States Environmental Protection Agency)

No Brasil, encontra-se na lista de valores orientadores para solos e
para águas subterrâneas no Estado de São Paulo feita pela Cetesb,
onde a concentração de intervenção em solos agrícolas é de 300
mg.kg-1 de solo.

Pela resolução 20 do CONAMA, o limite permitido de Ba em águas
de abastecimento, é de 1,0 mg/L

Recentemente, atividades antrópicas têm aumentado concentração
de Ba no solo e na água (Suwa et al., 2008 apud Lima, 2009)
Contaminação por Bário

Mobilidade no solo:

Baixa, por causa da formação de sais
insolúveis em água e de sua
incapacidade de formar complexos
solúveis com materiais húmicos e
fúlvicos

Sob condições ácidas, entretanto, alguns
dos compostos insolúveis de bário
podem se tornar solúveis e se mover
para águas subterrâneas
Contaminação por Bário

O Ba não é essencial aos seres vivos do ponto de vista
biológico e é considerado muito tóxico quando está presente
no meio ambiente, mesmo em baixas concentrações, pois
pode ter efeito acumulativo nos organismos dos homens e
dos animais (Cunha e Machado, 2004 apud Lima, 2009).

Pode entrar na cadeia alimentar através das plantas, que
podem acumulá-lo nos seus órgãos.

Plantas  Animais  Homem

Homem
Intoxicação

Todos os compostos de bário solúveis são venenosos
quando ingeridos

Os insolúveis como o sulfato de bário pode ser
parcialmente absorvido se houver lesão no trato
gastrintestinal.

A intoxicação pode ser por penetração intrapulmonar,
ingestão ou inalação de resíduos contendo bário

Em relação à toxicidade aguda, a dose letal mediana (DL50)
dos compostos solúveis de bário (cloreto, carbonato e
sulfeto) varia desde 118 até 800 mg/Kg,
Intoxicação: Sintomas




Gastrintestinal: salivação, náusea, vômito, diarréia
aquosa, intensa dor abdominal, aumento do
peristaltismo ou movimento intestinal etc.
Sistema nervoso: midríase, ansiedade, diminuição de
reflexos profundos de tendões, confusão, convulsão etc.
Sistema cardíaco: aumento da automaticidade ou do
ritmo, hipertensão, arritmias etc.
Sistema muscular: mioclonia, mialgias ou dores
musculares, rigidez, paralisia etc.
Referências
CUNHA, L. C.; OLIVEIRA, R. B.; AZEREDO, F. S.; VALADARES, M. C. Contrastes
baritados: a toxicologa experimental como ferramenta no estabelecimento de nexo
causal de intoxicação maciça por bário. Revista Eletrônica de Farmácia. V. 3 (2), p.
68-74, 2006.
LIMA, A. L. 2009. Bário no sistema solo-planta. Disponível em
<http://fcav.unesp.br/wjmelo/TEXTOS/BIOQSOLO/BARIO.doc> Acesso em Agosto
2009.
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O potencial contaminante do Bário