BIOGRAFIA DO AUTOR
CARLO GINZBUG
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Nasceu em Turim, em 1939, filho do professor
e tradutor Leone Ginzburg e da romancista
Natalia Ginzburg.
Foi aluno da Escola Normal Superior de
Pisa e continuou os estudos no Instituto
Warburg, já em Londres, Inglaterra.
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Formou-se em História e passou a lecionar na
Universidade de Bolonha, na Itália.
Logo mudou-se para a América onde passou a
lecionar nas universidades de Harvard, Yale,
Princeton e da Califórnia.
Durante duas décadas, foi professor de história
moderna na Universidade da Califórnia em Los
Angeles.
Em 2006, voltou à Itália para lecionar na Scuola
Normale Superiore de Pisa.
Nesta, ocupou, durante duas décadas, a
cadeira de Renascimento Italiano no
Departamento de História.
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Em 1988, começou a trabalhar
em Los Angeles.
No início do século XXI, regressou
à Itália para lecionar Cultura
Europeia na Escola Normal
Superior de Pisa onde teve sua
formação.
Situa-se entre os intelectuais
mais notáveis da Itália e seus
livros já foram traduzidos para 15
línguas.
Foi um dos pioneiros e tornou-se
um dos principais nomes
da Micro-história.
OBRAS DO AUTOR
“Os Andarilhos do Bem” (1988)
 “O Fio e os Rastos” (2007)
 “História Noturna” (1991)
 “Mitos, Emblemas e Sinais” (1989)
 ”Nenhuma ilha é uma Ilha” (2004)
 ”Olhos de Madeira” (2001)
 ”O Queijo e os Vermes (1987)
 ”Relações de Força” (2002)
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A publicação do livro Os
Andarilhos do Bem ...
rendeu a Carlo Ginzburg
grande reconhecimento, ao
analisar crenças religiosas
populares no início da
Idade Moderna.
 Nesta obra, mostra uma
comunidade camponesa do
século XVI e utiliza
processos inquisitoriais
como fontes.
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ENTRETANTO ...
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o grande sucesso, que o
tornou mundialmente
conhecido, foi o livro de 1976
chamado O Queijo e os
Vermes.
Nesta obra, aborda a vida de
um camponês italiano,
conhecido como Menocchio,
que é considerado herege e
perseguido pela inquisição.
Além dos já citados...
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ganham destaque
ainda os
seguintes
livros: História
Noturna (1991),
Mitos, Emblemas
e Sinais (1989)
e Olhos de
Madeira (2001).
PREMIAÇÕES
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Em 2005, recebeu o Prêmio
Antonio Feltrinelli em
decorrência de produzir
textos com uma metodologia
inovadora de pesquisa,
baseada no aprofundamento
da vida de um indivíduo ou
de uma comunidade para
revelar detalhes de uma
época em razão de sua
contribuição para a ciência
histórica
Em 2010, recebeu o Prêmio
Balzan como personalidade
das artes e da cultura
Carlo Ginzburg é membro honorário
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da Academia Americana de
Artes e Ciências e é
colaborador de importantes
revistas das Ciências
Humanas, tais como:
Past and Present,
Annales e Quaderni Storici.
A MÃE DO AUTOR
Natalia Ginzburg
 Foi
uma renomada escritora italiana.
 Nascida Natalia Levi na capital da
Sicília numa família judaica de origem
triestina.
Obras literárias de Natalia Ginzburg
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La strada che va in città (1942)
È stato così (1947)
Tutti i nostri ieri (1952)
Valentino (1957)
Sagittario (1957)
Le voci della sera (1961)
Lessico famigliare (1963)
Mai devi domandarmi (1970)
Caro Michele (1973, traduzido em 1986 para o português por
Federico Mengozzi)
Vita immaginaria (1974)
La famiglia Manzoni (1983)
La città e la casa (1984)
Leone Ginzburg
Pai do Historiador
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Nasceu em Odessa (Rússia) em um família judia e mudou-se
para a Itália.
No instituto em que estudou, surgiu um grupo de intelectuais e
ativistas políticos que se opuseram ativamente ao regime
fascista de Benito Mussolini.
Foi preso com mais 14 jovens.
Era um editor italiano, escritor, jornalista e professor da
Universidade de Turim e continuou sendo um importante
ativista político antifacista e um herói do movimento de
resistência.
Quando a Alemanha ocupou a Itália, encontrou-se com a
esposa e os 3 filhos em Roma, disseram ter perdido os
documentos, mas foi preso pela Gestapo.
Seus três irmãos foram prisioneiros durante o regime fascista.
Morreu depois de ser torturado.
Giuseppe Levi – avô paterno de
Carlo Ginzburg
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Nasceu em Trieste, Itália, em 14/10/1872 e
morreu em 03/02/1965
Era médico, professor de anatomia e de histologia
da Universidade de Sassari, Palermo e Turim
Pertencia a uma família judia, filho de Michel Levi
e Emma Perugia
Casou-se com Lídia Tanzi
Foi o pioneiro nos estudos in vitro de cultura de
células.
Ele contribuiu para o estudo do sistema nervoso.
Enquanto em Turim, foi orientador de 3
estudantes que se tornaram renomados cientista
que receberam o Prêmio Nobel: Salvador Luria,
Renato Dulbecco e Rita Levi-Montalcini
Ele foi admitido como um membro nacional da
Academia de Lincei em 1926.
A MICRO-HISTÓRIA
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é um gênero HISTORIOGÁFICO surgido com a
publicação, na Itália, da coleção “Microstorie”, sob a
direção de Carlos Ginzburg e Giovanni Levi, pela
editora Finaudi, entre 1981 e 1988.
Vem sendo praticada principalmente por historiadores
italianos, franceses, ingleses e americanos,
com ênfase no papel desempenhado pelos primeiros,
na importância da revista “Quaderni Storici" e no
sucesso da referida coleção "Microstorie".
INQUISIÇÃO
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Refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia
na Igreja Católica.
Foi criada, inicialmente, para combater o sincretismo entre
alguns grupos religiosos, que praticavam a adoração de plantas
e animais e utilizavam mancias (métodos de adivinhação)
Foi fundada em 1184 no Languedoc (sul da França) para
combater a heresia dos cátaros ou albigenses.
Em 1249, implantou-se também no Reino de Aragão, como a
1ª Inquisição estatal e, já na Idade Moderna, com a união de
Aragão e Castela, transformou-se na Inquisição Espanhola
(1478-1834), sob controle direto da monarquia hispânica,
estendendo posteriormente sua atuação à América.
A Inquisição Portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821).
A Inquisição Romana ou "Congregação da Sacra, Romana e
Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965.
GALILEU DIANTE DO SANTO OFÍCIO – PINTURA DE JOSEPH NICOLAS
ROBERT-FLEURY – SÉC. XIX
Resumo de “O Queijo e os Vermes
A
história passa-se no século XVI,
no Nordeste da Itália, retratando a
vida de Domenico Scandella,
conhecido como Menocchio, um
moleiro que foi perseguido pela
Inquisição por ter uma visão
diferente da sua época em relação
à igreja.
BIOGRAFIA DE DOMENICO SCANDELLA
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Menocchio nasceu em 1532, em Montereale,
próximo de Friuli, nordeste da Itália.
Era casado, teve 7 filhos, mas 4 morreram.
Era moleiro, tinha 2moinhos alugados e 2
campos arrendados.
Em 28 de setembro de 1583, foi denunciado ao
Santo Ofício, acusado de ter pronunciado
palavras heréticas sobre Cristo, difundindo suas
opiniões, agravando sua situação;
Tinha 52 anos quando foi julgado pela 1ª vez;
FRIULI - ITÁLIA
COMPROVAÇÕES DE HERESIA
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Difunde suas ideias em Grizzo, Montereale,
Portogruaro, Concórdia e as testemunhas
confirmam e até repetem as palavras dele:
Comenta Giuliano Stefanut: “ele geralmente
encaminha a conversa para as coisas de Deus,
introduzindo sempre algum tipo de heresia. E
então discute e grita em defesa de sua opinião”
Seus contemporâneos diziam para ele não falar
essas coisas por aí, mas ele não tinha medo.

O primeiro processo di Domenico Scandella detto
Menocchio. (archivio storico dell’arcidiocesi di Udine,
CA, Sant’Officio, b. 7 fasc. 126)
A CORAGEM
 Mas
foi corajoso o suficiente para
assumir tudo o que pensava e
tudo o que disse nas várias
cidades onde esteve perante a
inquisição, usando assim, diversos
argumentos para defender suas
ideias
MONTEREALE - ITÁLIA
PORTOGRUARO - ITÁLIA
 Não
levava a Bíblia como ideia
universal e isso contribuiu para os
inquisidores o tratarem com um
certo receio.
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Ele foi submetido a uma série de
interrogatórios e, neles, foi apresentando suas
ideias e as obras que tomou como ponto de
referência.
O vigário-geral perguntou se ele estava falando
sério ou se estava louco
Pensou em acabar com as opiniões dele por
julgá-las sem consequências: o queijo, o leite,
os vermes-anjos, o Deus-anjo criado do caos.
100 ou 150 anos depois, ele seria trancafiado
num hospício, mas, naquela época, teria que
ser julgado pela Inquisição.
CÁRCERE DO SANTO OFÍCIO
DE CONCÓRDIA
IDEIAS QUE DERAM TÍTULO AO LIVRO

“Eu disse que segundo meu pensamento e
crença tudo era um caos, isto é, terra, ar, água
e fogo juntos e de todo aquele volume em
movimento se formou uma massa, do mesmo
modo como o queijo é feito do leite e do qual
surgem os vermes e esses foram os anjos e
entre todos aqueles anjos estava Deus. Ele
também foi criado daquela massa, naquele
mesmo momento e foi feito senhor com quatro
capitães: Lúcifer, Miguel, Gabriel e Rafael...”
TUDO EM VÃO
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Seu filho Ziannuto tentou ajudá-lo de várias
maneiras: espalhou que o pai estava louco,
arrumou advogado, falou com o inquisidor, foi à
prefeitura arrumar uma declaração de boa
conduta, arrumou uma declaração de que o pai
fora magistrado e administrador de cinco vilas,
foi coletor de dízimos da paróquia de
Montereale
Menocchio chegou a pedir perdão pelo que
dissera, mas não renegava nada.
Livro da Inquisição
DURANTE OS 4 INTERROGATÓRIOS: 7, 16,
22/02 E 8/03/1584
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Disse não acreditar no papa
Nem nas regras da Igreja
E não sabia de onde saía tamanha autoridade
de alguém como o papa
Que as missas para os mortos eram inúteis
Tinha dúvidas quanto à virgindade de Maria
Denunciou a opressão dos ricos contra os
pobres, da qual a Igreja era cúmplice e
participante
EXPLOSÃO CONTRA
OS JUÍZES E SUA
SOBERBA
DOUTRINAL
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‘Vocês, padres e frades, querem saber
mais do que Deus; são como o demônio,
querem passar por deuses na terra, saber
tanto quanto Deus da mesma maneira
que o demônio. Quem pensa que sabe
muito é que nada sabe."
Documento Inquisitorial
CRITICOU
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O batismo
A extrema-unção
A confissão
A hóstia – “um punhado de massa”
A Eucaristia – “é uma coisa feita para controlar
os homens”
A Bíblia – “os homens puseram coisas da
cabeça deles”
As imagens – “não se devem adorá-las”
INFLUÊNCIAS – 11 LIVROS
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No interrogatório de 19/07/1599 disse que num conto do
“Decameron” – “qualquer homem poderia se salvar dentro de
suas próprias leis... O diabo me deu tal ideia na cabeça”
“A Bíblia em língua vulgar
“Ill Lucidario de santi”
“Historia del Giudicio”
“Il cavalier Zuanne de Mandavilla”
“Il Supplimento delle cronache”
“Lunario al modo diItalia calculato composto nella città di
Pesaro dell ecc dottore Marino Camilo de Leonardis”
Ill Lucidario della Madona”
“Zampollo” – “Sogno dil Caravia” – livro do Nicola – o demônio
aconselhava a pessoa ser sempre do contra e a opinião de
Lutero era vista como positiva.
“Il Fioretto della Bibbia” – Maria não era virgem
“Alcorão”
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
Esses livros passavam de mão em mão em
Montereale e os envolvidos foram chamados
para testemunhar, inclusive padres e mulheres
Ora dizia que essas eram suas ideias, ora que
estava sendo tentado pelo demônio.
Não menos pretensioso, afirmou que
conversar com uma árvore era equivalente
a se confessar com um padre.
 Conta um relato do livro “Fioretto della
Bíblia”: quando os homens estavam
doentes, próximos da morte, procuravam
o padre que consultava um ídolo que lhe
dizia se o doente devia morrer ou não.
Caso sim, o padre o sufocava e junto com
os outros o comia. Se o sabor era bom,
não tinha pecados; se era ruim, tinha
muitos pecados e tinha feito muito mal
em deixá-lo viver tanto.
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Ao ser perguntado, se acreditava que, no
homem, o corpo, a alma e o espírito eram
distintos, respondeu que sim e que o espírito
era vindo de Deus.
Disse que a alma era um conjunto de
operações da mente e que acabava quando o
homem e seu corpo morria
Afirmou que o homem tem 2 espíritos, sete
almas e um corpo composto por 4 elementos.
Após algumas contradições, o moleiro assumiu
estar errado e estava pronto para se redimir.
Os inquisidores estavam confusos e não sabiam
qual acusação imputaria a Menocchio.
O SONHO DE MENOCCHIO
 Apresentar
suas ideias a papas e reis
e, no entanto, seu público eram
inquisidores, camponeses e artesãos
semi-analfabetos.
MELCHIORRE
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Chegou ao vigário-geral a informação de que
ele tinha contatos com o réu e que andara
blasfemando.
Foi preso para averiguação.
1º afirmou que a relação era somente
profissional, depois admitiu ter blasfemado,
repetindo o que Menocchio o dissera.
Os inquisidores acharam que ele não
representava perigo.
deram-lhe algumas penitências e o libertaram.
Em todo o processo, foi o único a confessar
seguir as ideias de Menocchio.
FINAL DOS INTERROGATÓRIOS
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Em 12 de maio de 1584, terminam os
interrogatórios e o réu volta para a prisão.
Foi-lhe oferecido um advogado, mas ele
recusou.
Escreveu uma carta aos juízes, confessando-se
errado e doente, pede perdão, escreve uma
oração, recorre à misericórdia de Jesus, implora
novamente para ser absolvido e não ser
separado da família que Deus lhe deu. Também
promete ser obediente e não cometer os erros
antigos.
Finalizou a carta, listando as causas
de seus erros
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Acreditar em 2 mandamentos e achar que isso
bastava;
Ler o livro do Mandavila que o confundiu;
Ter força em seu intelecto e memória que o levou a
saber o que não precisava;
O falso espírito rondando-o;
A discordância entre ele e o páraco;
Falta de tempo e disposição para cumprir os
mandamentos da Igreja e de Deus
No final, pede desculpa sua falsidade e ignorância.
AS REFLEXÕES DA CARTA DE
MENOCCHIO
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Somadas aos livros tidos como impróprios,
juntamente com as reações e opiniões que o
moleiro tirava deste e de seu próprio
comportamento, que mudava frequentemente,
levaram os JUÍZES a se se reunirem no
MESMO DIA, após terem lido a carta, para
sentenciar o moleiro.
No início do processo, os juízes mostraram ao
réu como ele se contradizia e tentaram
reconduzi-lo ao caminho, mas a obstinação do
moleiro venceu ...
E OS INQUISIDORES ...
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passaram a explorar as ideias, tidas como
insanas do réu.
Em 17 de maio, a sentença foi promulgada e
Menocchio declarado herético e heresiarca.
O tamanho da sentença chegou a 5 vezes
maior que uma comum, pelo acúmulo de
heresias.
Apesar de os inquisidores terem conduzido
vários processos em Friuli com luteranos,
bruxas, anabatistas, nenhum foi tão espantoso
como o de menocchio.
O RÉU FOI CONDENADO A ...
Abjurar, em público, suas
heresias;
 Cumprir várias
penitências;
 Vestir o hábito com a
cruz;
 Viver o resto da vida
longe de sua família na
prisão

MENOCCHIO FICOU PRESO POR QUASE 2
ANOS NO CÁRCERE DA CONCÓRDIA
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Em 18 de janeiro de 1586, seu filho Ziannuto suplicou
ao bispo Matteo Sanudo, ao inquisidor de Aquileia e
Concórdia e ao frade Evangelista Peleo por meio de
uma carta escrita pelo pai.
Nessa, pedia que:
precisava ser libertado,
estava para morrer por estar longe da família,
estava arrependido, pedia perdão a Deus e ao Santo
Tribunal, comprometendo-se a seguir os preceitos da
Igreja e
Os inquisidores fossem felizes pela graça de Deus .
AO COMPARAR AS CARTAS ...
 Percebe-se
a interferência de um
advogado.
 Entretanto, o bispo e inquisidor lhe
dão misericórdia;
 Antes, porém, chamam o carcereiro
da prisão, Giovan Battista de Parvi;
O carcereiro disse que:
O condenado só saiu de lá para fazer a
abjuração em público e no dia da festa de
São Estêvão
 Sempre se comportou como bom cristão;
 Só não fez o jejum quando estava muito
doente;
 Viu-o rezando, arrependido de ter errado

MANDARAM CHAMAR MENOCCHIO ...
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Ele apareceu suplicando, chorando, pedindo perdão;
Pela sua aparência, os inquisidores perceberam que
ele estava ensandecido, sem forças e muito doente;
Isso foi interpretado como um sinal de uma autêntica
conversão;
Sentenciaram que ele sairia da cadeia, mas não
poderia sair de Montereale;
Foi também proibido de falar de suas ideias perigosas;
Teria que se confessar regulamente;
Usar o hábito com a cruz
Um amigo pagou para ele a violação da sentença e
Fraco física e mentalmente, voltou à sua família.
EM 1590, APESAR DE TER SIDO CONDENADO PELO
SANTO OFÍCIO, FOI NOMEADO CAMERARO DA
IGREJA DE SANTA MARIA DE MONTEREALE
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Em 1593, o Bispo Matteo Sanudo, ao examinar
as contas dos camerari, verificou que a de
Domenico Scandella faltavam 200 liras – era o
débito mais elevado.
O bispo não associou o nome dele ao homem
que condenara nove anos atrás.
Ordenou que comprassem um livro grande para
anotar tudo
e que os camerari endividados deveriam saldar
suas dívidas para não serem punidos
EM 1595 ...
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A reputação de Menocchio era a mesma
Prosperava nos negócios
Participava totalmente das atividades da
comunidade
Foi o portador de uma mensagem de Friuli ao
magistrado local
Foi um dos 14 representantes disponibilizados
para eleger as pessoas que fariam a redação
dos cadastros
Seu filho Ziannuto morreu.
Em 1597, ele finalmente conseguiu a autorização do
frade Giovan Battista de Perugia para deixar
Montereale
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Contudo, ele manteve sua posição e continuou
a pregar suas idéias heréticas, o que acabou
estimulando um segundo julgamento em 1598.
Em junho de 1599, foi preso aos 67 anos e com
muito medo passou a falar o que queriam que
falasse.
Antes de voltar à prisão, entregou uma carta ao
inquisidor, declarando-se bom e cristão,
pedindo a morte, mas que esta havia levado
um filho e a mulher.
EM 02 DE AGOSTO DE 1599
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Foi declarado um reincidente;
Decidiu-se submetê-lo à tortura;
Forçá-lo dizer os nomes dos cúmplices;
Sua casa foi invadida;
Seus pertences foram confiscados: “todos os
livros e escritos”;
Foi despido, amarrado;
Foi levado para a câmara de tortura e lá disse o
nome de Zuam Francesco Montereale
Foi novamente levado para a prisão
O PAPA CLEMENTE VIII
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Disse que Menocchio era um membro infectado
do corpo de Cristo e
Exigiu sua morte.
Naquele mesmo ano, estava terminando o
processo do ex-frade Giordano Bruno.
Em 13 de novembro de 1599, foi executado.
CRÍTICAS E COMENTÁRIOS


A principal característica do autor nesta obra é possuir
uma técnica interessante de contar a história,
despertando a curiosidade e a sensibilidade do leitor.
Pelo fato de o autor escrever por meio da metodologia
da micro-história, um aspecto importante a ser
considerado é o relato de uma história de alguém ou
de algo que não tinha uma grande importância na
sociedade, mas que se torna relevante pelo acúmulo
de documentos encontrados por Carlo Ginzburg, pelo
trabalho que Menocchio deu aos inquisidores e pelo
caso inédito de um simples moleiro mobilizar por tanto
tempo homens que se diziam tão importantes na
época.
 Diante
de um universo de mais de
dois mil processos de julgamento da
Santa Inquisição que existiam na
região do Friuli, o de Menocchio foi
uma exceção e ganhou um grande
destaque até para a Igreja Católica,
pelo fato de ser o de um homem
pobre, ter influenciado algumas
pessoas sobre suas ideias e de ter
durado 15 anos.
Em "O queijo e os vermes"



o autor retrata o cotidiano e as ideias de um moleiro
perseguido pela Inquisição.
Carlo Ginzburg remete ao século XVI e nos remonta a
história de Domenico Scandella, um moleiro que teve
sua voz abafada e suas ideias reprimidas pela Igreja
Católica Romana.
Baseando-se principalmente nos escritos promovidos
pela Inquisição, o autor nos concede uma visão
privilegiada a respeito dos pensamentos e conceitos
próprios estabelecidos pelo moleiro também conhecido
por Menocchio e o posterior processo inquisitório que
o condenou.
Embora Menocchio fosse um moleiro, não
teve medo de expor suas ideias e
contradições, ao contrário de muitas
pessoas da época, que tinha medo da
Inquisição, aceitando as imposições.
 Em caso de acusações pela Inquisição, era
preferido ser chamado de louco para não
ser condenado por heresia.
 Foi uma das propostas oferecidas para
Menocchio que, corajosamente, não
aceitou.

A prática da tortura inquisitorial é definida
hoje por muitos historiadores como
“momento de loucura institucionalizada”
 Tortura legalizada ou (quase) oculta em
que a sociedade não ousava ou podia
questionar.

ESSA OBRA ...



Apresenta preocupação
com a escrita, tornandoa um romance histórico.
Mostra uma pequena
demonstração da cultura
oral que os camponeses
normalmente utilizavam.
Revela que poucos
sabiam ler, então
mostrou que a cultura
oral era importante.
Cinzeladura de um moleiro
Em diversos países ...
estavam ocorrendo revoltas contra o
Catolicismo e a Igreja temia o avanço do
Protestantismo.
 Acusar Menocchio de protestante seria
algo proveitoso para a situação, pois
mostraria como os protestantes estavam
sendo importantes, sendo hereges, dando
trabalho para os inquisidores do Santo
Ofício.

Moinho medieval
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O Queijo e os Vermes (5146624)