Gestão Farmacêutica –
Administração de
Recursos Materiais
Professor: MSc. Eduardo Arruda
Introdução



Administração de recursos materiais é
intimamente ligada ao Farmacêutico
Hospitalar;
Medicamentos + correlatos = 75% $ no
hospital;
Não se limita a administração de
estoque;
Introdução

Suprimento de materiais e
medicamentos, movimentação e
controle de produtos, aquisição e
padronização de itens, montagem de
custos, estabelecimento de preço dos
itens cobrados etc.;
Introdução

Há atualmente uma forte tendência, em
hospitais e clínicas, de transferir as
responsabilidades de administração dos
estoques para os distribuidores e
fabricantes;
Controle de Estoque


Hospital > Empresa> Lucro sobre o
capital investido;
A administração de estoque: reduzir ao
mínimo o capital investido / elevar a
qualidade e a segurança na prestação
dos serviços;
Princípios Básicos do Controle
de Estoque



Determinar o que deve permanecer em
estoque (número de itens);
Determinar quando se deve
reabastecer o estoque (periodicidade);
Determinar quanto do estoque será
necessário para um período
determinado;
Princípios Básicos do Controle
de Estoque



Adicionar o departamento de compras
para executar a aquisição de estoque;
Receber, armazenar e atender os
materiais estocados de acordo com as
necessidades;
Controlar os estoques em termos de
quantidade e valor;
Princípios Básicos do Controle
de Estoque


Manter inventários periódicos para
avaliação da quantidade e do estado
dos materiais estocados;
Identificar e retirar do estoque os itens
obsoletos ou danificados;
Princípios Básicos do Controle
de Estoque
Níveis de Estoque

Consumo Médio Mensal (Cmm):
quantidade referente à média aritmética
das retiradas mensais do estoque
(mínimo 6 meses);

Cmm = C1+C2+C3+...Cn
n
Níveis de Estoque



Estoque Mínimo (Emín): estoque de
segurança/quantidade mínima do
estoque/ garante o funcionamento, sem
faltas;
Emín = Cmm x K;
K = fator de segurança arbitrário para
garantia (em termos percentuais);
Níveis de Estoque


Exemplo: Cmm = 60 caixas / K = 0,9
(90% do Cmm);
Emín = 60 x 0,9 = 54 caixas;
Níveis de Estoque



Estoque Máximo (Emáx): É
importante avaliar se a farmácia
comporta a quantidade para o estoque
máximo;
Emáx = Cmm x T;
T = tempo (em meses) de duração do
estoque (variável);
Níveis de Estoque
EXEMPLO:
O hospital vai fazer uma aquisição para 01 ano de diclofenaco de
potássio. Se há o consumo médio de 100 caixas o estoque máximo
deverá ser de:
EMáx = 100 x 12  1200 caixas
Espera-se que essa quantidade supra a farmácia por ano, sem
perdas.
Níveis de Estoque

Rotatividade: giro de estoque/ relação
entre o consumo médio anual e o
estoque médio;

Rotatividade = consumo médio anual
estoque médio
Níveis de Estoque

Exemplo:



Cma = 800 caixas / ano;
Em = 100 caixas;
R = 800/ 100 = 8 vezes/ ano;
Níveis de Estoque


Estoque Médio: nível médio de
estoque em torno do qual as operações
de compra e consumo se realizam;
Intervalo de Suprimento: intervalo
entre dois suprimentos;
Níveis de Estoque

Ponto de pedido (PP): ponto em que
se verifica se o saldo disponível está
abaixo ou igual a certa quantidade, em
que determina a necessidade de um
novo suprimento.


PP = Cmm x TR + Emín.
TR = Tempo de reposição;
Níveis de Estoque

Exemplo:




Cmm = 20 caixas;
TR = 2 meses;
Emín = 18;
PP = (20x2) + 18 = 40 + 18 = 58 caixas;
Níveis de Estoque

Ruptura de estoque: estoque chega a
zero e não se pode atender à
necessidade de consumo;



Oscilação de consumo;
Atraso no tempo de reposição
(aquisição/reposição);
Diferença de inventário;
Classificação ABC


Permitem identificar os itens que
justificam atenção e tratamento
adequados quanto à administração;
Importância relativa / revisão periódica;
Classificação ABC



Classe A: itens mais importantes, que
devem ser tratados com atenção
especial;
Classe B: itens em situação
intermediária entre A e C;
Classe C: menos importantes no
estoque;
Classificação ABC
CLASSE
% ITENS
(QUANTIDADE)
% VALOR DO
ESTOQUE (R$)
A
10 – 15
65 – 70
B
20 – 30
20 – 30
C
65 – 70
10 – 15
Classificação ABC

Objetivos:




Oferecer um tratamento especial para os
itens mais importantes;
Diagnosticar quais serão esses itens;
Implantar estratégias para a gestão do
estoque;
Servir de indicador para gastos com
produtos de alto custo;
Elaboração da ABC

Passo 1 – coleta de dados:



Levantamento de todos os itens a serem
classificados;
Máxima atenção nas formas de
apresentação dos medicamentos;
O produto pode ser A na forma injetável e
B na forma de cápsulas etc.;
Elaboração da ABC

Passo 2 – levantamento de custos
médios:


Custo médio = valor da última aquisição;
Média das últimas aquisições;

Penicilina Cristalina (Mês 1 = 1,50 / Mês 2 =
1,17 / Mês 3 = 1,39 / Mês 4 = 1,49 / Mês 5 =
1,35 / Custo médio = R$ 1,38);
Elaboração da ABC

Passo 3 – inventário:

Contagem de todo o estoque para, em
seguida, multiplicar as quantidades
existentes de cada item pelo seu custo
médio;
Medicamento
Quantidade
Custo Médio
Total (R$)
Penicilina
cristalina
120
1,38
165,60
Clortalidona
120
0,19
22,80
Elaboração da ABC

Passo 4 – classificação decrescente:

Organizar a tabela formulada no inventário
e classificar os itens de forma decrescente,
de acordo com o seu valor;
Elaboração da ABC

Passo 5 – agrupamento e análise:

Agrupar os itens em A,B e C;
Elaboração da ABC
ITEM
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
NOMENCLATURA
CLORETO SÓDIO 0,9% 500 ML
AGUA DESTILADA 1000 ML
ENOXAPARINA 40MG
FLUMAZENIL
COLAGENASE
TENOXICAM 40 MG INJ
CEFALOTINA
HIDROCORTISONA 500MG
TRAMADOL 100 MG
PROPORFOL
MIDAZOLAM 15MG INJ
ATROPINA
CMM
10000
2000
125
45
120
122
300
120
140
41
87
990
Custo Médio
1,20
5,00
40,00
109,17
29,41
9,46
3,75
8,26
5,73
18,80
7,64
0,65
TOTAL
12.000,00
10.000,00
5.000,00
4.912,65
3.529,20
1.154,12
1.125,00
991,20
802,20
770,80
664,68
643,50
41.593,35
Elaboração da ABC
A 65% R$ 27.035,68
B 25% R$ 10.398,34
C 10% R$
4.159,34
OBS: Percentual estabelecido pelo hospital, pode sofre variações.
Elaboração da ABC
A
B
C
ITEM
1
2
3
NOMENCLATURA
CLORETO SÓDIO 0,9% 500 ML
AGUA DESTILADA 1000 ML
ENOXAPARINA 40MG
CMM
10000
2000
125
Custo Médio
1,20
5,00
40,00
TOTAL
12.000,00
10.000,00
5.000,00
27.000,00
ITEM
4
5
6
7
NOMENCLATURA
FLUMAZENIL
COLAGENASE
TENOXICAM 40 MG INJ
CEFALOTINA
CMM
45
120
122
300
Custo Médio
109,17
29,41
9,46
3,75
TOTAL
4.912,65
3.529,20
1.154,12
1.125,00
10.720,97
ITEM
8
9
10
11
12
NOMENCLATURA
HIDROCORTISONA 500MG
TRAMADOL 100 MG
PROPORFOL
MIDAZOLAM 15MG INJ
ATROPINA
CMM
120
140
41
87
990
Custo Médio
8,26
5,73
18,80
7,64
0,65
TOTAL
991,20
802,20
770,80
664,68
643,50
3.872,38
Classificação ABC


Pode ser utilizada para determinar os
setores mais importantes, do ponto de
vista de custos (centro cirúrgico, UTI,
clínica cirúrgica etc.);
Auxilia na padronização de
medicamentos, sugerindo a exclusão de
itens com pouca ou nenhuma saída;
Fatores que alteram o
consumo médio

Fatores extrínsecos:



Epidemias;
Variações climáticas;
Descontinuidade (produto deixa de ser
produzido);
Fatores que alteram o
consumo médio

Fatores intrínsecos:




Surto de infecção hospitalar;
Obsoletismo (item considerado
ultrapassado);
Mudança de condutas;
Marketing da indústria farmacêutica;
Custos de estoque


Diretos (valor da mercadoria);
Indiretos:



Custos de manutenção: seguros (1 – 3%),
armazenamento (1 – 3%),
obsoletismo/furto/deterioração (5 – 10%);
Salários e encargos dos funcionários;
Gastos com impressos, materiais de
escritório, telefone, internet etc;
Custos de estoque

Ideal:




Pouca mercadoria (itens);
Alto giro;
Baixo estoque;
Maior capital disponível.
Armazenamento de materiais


Método adequado de estocagem =
diminuir os custos de operação;
CENTRAL DE ABASTECIMENTO
FARMACÊUTICO (CAF);
Armazenamento de materiais

Cumprir três objetivos principais:

Garantir a correta recepção, conservação e
distribuição, dentro de padrões e normas
técnicas específicas;
Armazenamento de materiais


Manter condições ambientais adequadas
para assegurar o rendimento, a
produtividade do trabalho, minimizar o
risco de erros e possibilitar limpeza e
manutenção;
Dispor de meios materiais e humanos para
conseguir os dois objetivos anteriores.
Recebimento do produto



Muito importante;
Qualidade do produto;
Recomendações básicas:


Verificar as condições (aspectos gerais) do
produto: embalagem, temperatura etc.;
Nome, forma farmacêutica e dosagem
(mesma solicitada);
Recebimento do produto






Preço unitário e total;
Quantidade recebida;
Data de validade (24 meses etc.);
Produtos registrados no MS (número);
Isentos;
Órgãos públicos: “Proibida a venda no
comércio”;
Área de estocagem




Área distinta para medicamentos e
correlatos;
Área fechada a chave para
psicotrópicos;
Fácil acesso para os funcionários;
Distribuição racional e adequada;
Área de estocagem



Prateleiras amplas, claras e espaçadas;
Iluminação adequada;
Extintores bem localizados;
Formas de estocagem

Depende da dimensão, do volume e de
produtos a serem estocados, do espaço
disponível e das condições de
conservação exigidas;
Formas de estocagem

Estrados/pallets – São plataformas
horizontais de tamanhos variados, e fácil
manuseio, utilizados na movimentação e
estocagem de grandes volumes;

Dimensões – Recomenda-se o padrão
internacional, 1,10 X 1,10m, devendo manter
determinada distância (altura) do solo para
evitar acúmulo de poeira e sujidades.
Formas de estocagem

Tipos – Podem ser de fibras, alumínio,
borracha (madeira absorve muita umidade e
poeira). Atualmente, os mais utilizados são os
de borrachas, pela facilidade de limpeza,
manuseio e diversidade de cores, o que pode
proporcionar um diferente ¨layout¨ às áreas de
estocagem;
Formas de estocagem

Prateleiras – Constituem o meio de
estocagem mais simples e econômico para
estocagem para produtos leves e estoque
reduzidos;


Devem ser arrumadas de costas entre si;
Mantidas a uma certa distância das paredes e
do teto, evitando formação de zonas de calor,
facilitando uma boa circulação interna de ar;
Formas de estocagem

Armários – Em geral, recomenda-se o uso
de armários para o armazenamento dos
medicamentos sujeitos ao controle especial
(Portaria, 344/98).
Sistema de localização


Garantir a perfeita localização dos
materiais estocados;
Deve ser utilizada um simbologia
(codificação) representativa de cada
local de estocagem;
Sistema de localização

Para fins de armazenagem, os
medicamentos podem ser classificados
em:





Grupo farmacológico;
Ordem alfabética (nome genérico);
Forma farmacêutica;
Laboratório;
Combinação das anteriores.
Sistema de localização


Exemplo: com 08 dígitos: XX.XX.XX.XX;
Primeiro dígito: classe;




(0)
(1)
(2)
(3)
medicamento;
correlatos;
fios cirúrgicos;
alimentos.
Sistema de localização

Primeiro e segundo dígitos: grupo
farmacológico;




(01)
(02)
(03)
(04)
SNC;
cardiovascular;
respiratório;
digestivo.
Sistema de localização

Terceiro e quarto: subdivisão do grupo
farmacológico;




(01.01)
(01.02)
(01.03)
(01.04)
anestésico geral;
ansiolítico;
hipnótico;
antipsicótico (neuroléptico).
Sistema de localização

Quinto e sexto: princípio ativo;



(01.01.01) fentanila;
(01.01.02) eflurano;
(01.01.03) etomidato.
Sistema de localização

Sétimo e oitavo: forma farmacêutica;


(01.01.01.01) fentanila frasco ampola
20mL;
(01.01.01.02) fentanila ampola 2mL.
Inventário físico


Toda movimentação de estoque deve
ser registrada;
Periodicamente, deve- se efetuar
contagens físicas dos itens em estoque;
Inventário físico


Discrepância entre registros e o estoque
físico (quantidade real nas prateleiras);
Classificação ABC:



Itens A: todos os meses;
Itens B: a cada três meses;
Itens C: a cada seis meses.
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