FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A inclusão social do Deficiente Mental de 5º séries do Ensino Fundamental
Autor
Ivo Almeida dos Santos
Escola de Atuação
Escola Estadual Professora Hercília de Paula e Silva EF
Município da escola
Carlópolis ­ Pr
Núcleo Regional de Educação
Jacarezinho
Orientador
Profa. Me. Marivete Bassetto de Quadros
Instituição de Ensino Superior
UENP/CCHE/CJ
Disciplina/Área (entrada no PDE)
Pedagogia
Produção Didático­pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Educação Especial – Inclusão Social
Público Alvo Alunos de 5ª Série do Ensino Fundamental
Localização Av. Élson Soares, 34 ­ Centro
Apresentação
O Brasil está entre os cinco países mais inclusivos das Américas, reconhecido por sua legislação e políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência, em razão dos avanços alcançados nos últimos anos. Outro fator diferencial é a organização do movimento social e a formação de rede de conselhos de promoção e defesa de direitos. Nas duas últimas décadas, o modelo de atenção com base em ações assistenciais vem sendo substituído pelo paradigma da inclusão social, com base no respeito à diversidade e à dignidade, participação e equiparação de oportunidades, sob a perspectiva dos direitos humanos.
O Governo Federal lançou o Programa de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Decreto Federal nº 6.215 de 26/09/2007) com o propósito de alcançar maior cobertura de atendimento para 14,5% da população que apresenta alguma deficiência, acelerando o processo de inclusão social desse segmento. O programa faz parte da Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência e reconhece o perfil de pobreza e marginalização social em que vive a maior parcela dessas pessoas. Para enfrentar esta situação, o programa inclui medidas e ações integradas dos ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e Emprego, das Cidades, sob a coordenação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que serão desenvolvidas em parceria com a sociedade civil e com o setor privado, visando garantir o acesso das pessoas com deficiência aos serviços públicos essenciais para garantir uma vida digna, de respeito aos direitos humanos.
A meta do programa é fomentar a plena inclusão da pessoa com deficiência no processo de desenvolvimento do país, buscando eliminar todas as formas de discriminação e garantir o acesso aos bens e serviços da comunidade, promovendo e defendendo seus direitos de cidadania. Palavras­chave Direitos Humanos. Inclusão Social. Pessoas com deficiência. Organização do movimento social.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS JACAREZINHO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ­ PDE
IVO ALMEIDA DOS SANTOS
A INCLUSÃO SOCIAL DO DEFICIENTE MENTAL DE 5º SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
JACAREZINHO – PR 2011
IVO ALMEIDA DOS SANTOS
A INCLUSÃO SOCIAL DO DEFICIENTE MENTAL DE 5º SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Produção de Unidade Didática apresentada à Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Departamento de Políticas e Programas Educacionais, Coordenação Estadual do PDE, para o cumprimento do segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada .
Orientação: Me. Marivete Bassetto de Quadros (UENP/CCHE/CJ)
JACAREZINHO – PR 2011
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­7
1.1 OBJETIVOS ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­8
1.1.1 Geral ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­8
1.1.2 Específicos ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­8
1.2 JUSTIFICATIVA ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­9
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­10
3 METODOLOGIA ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­19
REFERÊNCIAS ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­21
A INCLUSÃO SOCIAL DO DEFICIENTE MENTAL DE 5º SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Prof. Ivo de Almeida dos Santos
RESUMO
Uma das questões mais relevantes atualmente no que se refere à educação de alunos com deficiência é a inclusão social. Esta pesquisa tem como objetivo contribuir para a construção de escolas verdadeiramente inclusivas, abertas às diferenças e voltadas para os interesses e necessidades de todos os seres humanos, onde o homem, historicamente, de diferentes formas, é explorado, expropriado e excluído. Mostra que o discurso da inclusão vem, de forma ideológica, contrapor­se às situações de exclusão, sustentando­se em palavras tais como direito, igualdade, diferença, diversidade e eqüidade. Neste contexto, vai sendo construído então, um novo mito, chamado educação inclusiva, idealista como todos os mitos e necessário para legitimar o intenso processo de exclusão. Palavra–Chave: Educação Inclusiva. Deficiência. Inclusão Social. ABSTRACT
Some of the most relevant questions at present concerning the education of pupils with disabilities are the social inclusion. This research has as its target to contribute to a construction of the needs of human beings, where man, historically, is explored, expropriated and excluded. The actual research shows that the discussion of the inclusion comes under the ideological form, opposed to situations of exclusion, sustaining itself in words such as right, equality, difference, diversity and equity. Within this context, a new myth is being created, called inclusive education, idealistic since all myths are needed to legitimate the intensity of the exclusion process.
Key Words: Inclusive Education. Disability. Social Inclusion
1 INTRODUÇÃO
O Brasil está entre os cinco países mais inclusivos das Américas, reconhecido por sua legislação e políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência, em razão dos avanços alcançados nos últimos anos. Outro fator diferencial é a organização do movimento social e a formação de rede de conselhos de promoção e defesa de direitos. Nas duas últimas décadas, o modelo de atenção com base em ações assistenciais vem sendo substituído pelo paradigma da inclusão social, com base no respeito à diversidade e à dignidade, participação e equiparação de oportunidades, sob a perspectiva dos direitos humanos.
O Governo Federal lançou o Programa de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Decreto Federal nº 6.215 de 26/09/2007) com o propósito de alcançar maior cobertura de atendimento para 14,5% da população que apresenta alguma deficiência, acelerando o processo de inclusão social desse segmento. O programa faz parte da Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência e reconhece o perfil de pobreza e marginalização social em que vive a maior parcela dessas pessoas. Para enfrentar esta situação, o programa inclui medidas e ações integradas dos ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e Emprego, das Cidades, sob a coordenação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que serão desenvolvidas em parceria com a sociedade civil e com o setor privado, visando garantir o acesso das pessoas com deficiência aos serviços públicos essenciais para garantir uma vida digna, de respeito aos direitos humanos.
A meta do programa é fomentar a plena inclusão da pessoa com deficiência no processo de desenvolvimento do país, buscando eliminar todas as formas de discriminação e garantir o acesso aos bens e serviços da comunidade, promovendo e defendendo seus direitos de cidadania. 1.1 OBJETIVOS
Sendo o aluno, o segmento de maior importância em todo processo educacional, inclusive aqueles com necessidades especiais; a escola objetiva trabalhar por uma diretriz coletiva, buscando aprimorar os conhecimentos, que devem ser renovados sempre em busca de uma nova concepção do saber, visando integrá­los na sociedade para que possam dela participar como cidadãos livres e de livres ideais.
1.1.1 Geral Contribuir para a construção de escolas verdadeiramente inclusivas, abertas às diferenças e voltadas para os interesses e necessidades de todos os seres humanos.
1.1.2 Específicos
­ Buscar em nossa ação educacional, a transformação, a inclusão social na sociedade em que vivemos, oferecendo escolaridade para todos, inclusive para pessoas portadoras de necessidades especiais, valorizando a família, a convivência entre as diversas etnias, culturas e a luta permanente na diminuição das diferenças econômicas, sociais e políticas.
­ Diminuir as desigualdades;
­ Despertar a criatividade;
­ Levar o aluno a analisar o mundo que os cerca e posicionar­se diante dele;
1.2 JUSTIFICATIVA
Este trabalho versa sobre o contexto da Educação Inclusiva do Estudante com Deficiência Mental, tendo como recurso de apoio metodológico as diversas interações midiáticas, modalidade de apoio à inclusão relativamente nova, que necessita de metodologias de trabalho diferenciadas, para atender às necessidades específicas que envolvem o processo de aprendizagem. Ao considerar que a função social da escola é a socialização do saber, com vistas ao exercício pleno da cidadania, quando se formam apenas decodificadores de palavras, não estamos cumprindo com o nosso dever, enquanto mediadores da aprendizagem. Ressaltamos então, que dificuldades de aprendizagem e deficiência intelectual, não podem ser utilizadas para justificar as falhas no processo de ensino.
A concepção de letramento aqui defendida vem ao encontro da proposta de formação do estudante crítico, capaz de compreender o mundo e suas contradições, articulando­o à sua realidade imediata, portanto sendo capaz de perceber os conteúdos escolares em sua função social. 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO
Ao pensar “Inclusão Social”, queremos claro uma escola de qualidade e que saiba receber a todos com o mesmo carinho crianças e adolescentes. Geralmente o primeiro espaço coletivo onde manterá contatos, aonde irá experienciar o “ser ele mesmo”, longe da família, escolhendo suas amizades e buscando seus interesses, onde procura identificar­se com seu grupo e construir seus primeiros projetos para o futuro, é onde também toma consciência da sociedade e dos valores que norteiam suas escolhas, das diferenças sociais e onde podem exercer sua máxima participação.
Portanto, questiona­se: Precisa­se de uma escola para a Inclusão Social? Como formá­la? é possível a partir de um curso de formação com professores sobre o estudo da diversidade no ambiente escolar melhorar a inclusão dos deficientes intelectuais?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Deus, ao criar o Universo, fez cada ser, cada objeto, a natureza de um jeito, e, ao final, todos tinham o seu valor e eram diferentes, um tinha um tamanho, exercia uma determinada função, isto é, cada ser é diferente e essa é a beleza da vida! (PEREIRA (s/d).
Que graça teria se todos fossemos exatamente iguais? Se cada um parasse para refletir sobre essa idéia, e realmente mudasse de posição, o mundo seria bem melhor e devagar venceríamos o preconceito, a desunião e outras milhares de coisas que nos distanciam.
As pessoas portadoras de deficiência têm que ter o seu lugar na sociedade, afinal elas também são humanas, pois desde o século XIX, “uma nova visão sobre a deficiência começou nascer”. Antes, os próprios pais dos portadores, sem perceber, eram os primeiros a excluir os filhos, pois, ao descobrirem que tinham dentro de casa um deficiente, queriam tratá­lo como uma porcelana, excluindo­os dos meios de vida, chegando até a trancá­los em casa para que não descobrissem que o filho possuía deficiência; outros apelavam a curandeiros, pois tinham a idéia de que seus filhos não eram capazes de fazer coisa alguma.
Entretanto, com o avanço tecnológico, outras coisas foram se descobrindo, quando então, o deficiente passou a ter mais importância na sociedade. Os pais mudaram seus pontos de vista sobre o assunto, perceberam que qualquer deficiente é capaz de fazer algo e os incentivaram a terem mais espaço e se incluírem no meio social, ajudaram a vencer barreiras, mostrando que muitas vezes somos preconceituosos e que eles também podem fazer tudo que nós fazemos.
Portadores de deficiência se casam, têm sua própria família, trabalham e têm até uma vida melhor do que a nossa, foi assim que o mundo começou a ter uma nova idéia sobre o assunto e os encaixaram na sociedade através de escolas, palestras, cursos, sites, organizações federais, leis e mudanças na arquitetura.
Portanto, todos devem ajudar essas pessoas a vencerem a discriminação e o preconceito e, para aquelas que ainda não se tocaram do mal que fazem com esse preconceito, é preciso lembrar que a vida vale a pena ser vivida. Não deixe que as coisas ruins vençam a beleza que a vida oferece, pois ela só é possível de ser vivida apenas uma vez.
Segundo Lodi (2004), escolas de qualidade com educação de qualidade pressupõe transformar espaços, tempos, relações, métodos de ensino e muitas outras coisas nas instituições escolares. Como por exemplo o texto "Ensinando a turma toda" pode trazer propostas de trabalho inovadoras e críticas às formas tradicionais de atuação profissional, que geram a exclusão e a discriminação de alunos. Sua leitura e discussão pode aos professores refletir sobre a realidade e buscar caminhos que levem ao respeito às diferenças e a valorizar a heterogeneidade das pessoas e grupos.
O termômetro pelo qual se mede o grau de febre das crises educacionais é a sala de aula e é nesse microespaço que as mudanças do ensino verdadeiramente se efetivam ou fracassam. Embora a palavra de ordem seja melhorar o ensino, em todos os seus níveis, o que se verifica quase sempre é que ainda predominam formas de organização do trabalho escolar que não se alinham na direção de uma escola de qualidade para todos os alunos.
A intenção é recriar a escola para que seja a porta de entrada das novas gerações para o mundo plural em que já estamos vivendo. Pensando nisso, as mudanças educacionais exigem que se repense a prática pedagógica tendo como eixos a ética, a justiça e os direitos humanos. Luta­se para vencer a exclusão, a competição, o egocentrismo e o individualismo, em busca de uma nova fase de humanização social.
É necessário superar os males da contemporaneidade pela ultrapassagem de barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais e, acima de tudo, garantir o acesso irrestrito de todos aos bens e às riquezas de toda sorte, entre eles, o conhecimento.
As escolas de qualidade são espaços educativos de construção de personalidades humanas autônomas, criticas, nos quais as crianças aprendem a ser pessoas. Nesses ambientes educativos, os alunos são ensinados a valorizar a diferença, pela convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas de aula, pelo clima sócio afetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar – sem tensões competitivas, solidário, participativo. Escolas assim concebidas não excluem nenhum aluno de suas classes, de seus programas, de suas aulas, das atividades e do convívio escolar mais amplo. São contextos educacionais em que todos os alunos têm possibilidade de aprender freqüentando uma mesma e única turma.
Para ensinar a turma toda, parte­se da certeza de que as crianças sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe são próprios. É fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade dos alunos de progredir e não desista nunca de buscar meios que possam ajudá­los a vencer os obstáculos escolares. O sucesso da aprendizagem está em explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predisposições naturais de cada aluno. Para ensinar a turma toda, independentemente das diferenças de cada um dos alunos, é preciso passar de um ensino transmissivo para uma pedagogia ativa, dialógica, interativa, conexional, que se contrapõe a toda e qualquer visão unidirecional, de transferência unitária, individualizada e hierárquica do saber, devendo propor atividades abertas, diversificadas, isto é, atividades que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os que sabem mais ou os que sabem menos. Em síntese, as atividades são exploradas segundo as possibilidades e os interesses dos alunos que optaram livremente por desenvolvê­las.
Debates, pesquisas, registros escritos, falados, observação, vivências são alguns processos pedagógicos indicados para a realização de atividades dessa natureza. Os conteúdos das disciplinas vão sendo espontaneamente chamados a esclarecer os assuntos em estudo, mas como meios e não como fins do ensino escolar.
A avaliação do desenvolvimento dos alunos também muda para ser coerente com as outras inovações propostas. Acompanha­se o percurso de cada estudante, do ponto de vista da evolução de suas competências para resolver problemas de toda ordem, mobilizando e aplicando conteúdos acadêmicos e outros meios que possam ser úteis para se chegar às soluções pretendidas; apreciam­se os seus progressos na organização dos estudos, no tratamento das informações e na participação na vida social da escola.
Escolas abertas às diferenças e capazes de ensinar a turma toda demandam, portanto, uma ressignificação e uma reorganização completa dos processos de ensino e aprendizagem.
A possibilidade de ensinar todos os alunos, sem discriminações e sem métodos ou práticas de ensino especializado deriva de uma reestruturação do projeto pedagógico­escolar como um todo e das reformulações que esse projeto exige da escola a fim de que esta se ajuste a novos parâmetros de ação educativa. (LODI, 2004)
Na oponião de Meresman, et al. (2006, s/p):
Os determinantes sociais (pobreza, violência estrutural, diminuição da capacidade de suporte familiar) sobre a educação, a saúde e a inclusão são tão presentes que, para mudar essa realidade, é imprescindível abrirmos um processo intenso de participação na escola e na comunidade. Na Escola de Todos, a participação dos alunos é um "caminho" para viabilizar mudanças no cotidiano escolar. A transformação de nossas realidades, deve ser enfocada pela escola na produção de conhecimentos e no apoio ao trabalho conjunto: melhorar a prática dos professores, fortalecer o Projeto Político Pedagógico ­ PPP, melhorar o vínculo entre escola, família e comunidade e criar novas oportunidades para que os alunos se expressem e aprendam.
Portanto, todas as escolas têm uma cultura, uma história e uma equipe de trabalho que inevitavelmente incidem em sua resistência ou disponibilidade a mudanças, ou o difícil contexto socioeconômico afetando os grupos, implicando também que as escolas cada vez mais estejam comprometidas quanto à sua função integradora e de construção do tecido social. Refletindo a existência de sociedades cada vez mais plurais, a diversidade emerge como um elemento que caracteriza o espaço escolar e determina poderosamente o processo de ensino­aprendizagem.
Estas diferenças podem ser socioeconômicas, de gênero, de orientação sexual, de raça/etnia, de faixa etária, de limitações e cultural. Na Nigéria, os albinos já foram motivo de perseguição, mas atualmente, ao nascerem, são motivos de regozijo para a sua família e símbolo de fartura.
Este exemplo mostra que a sociedade, ou as pessoas que têm dificuldade de aceitar as diferenças ou as discrimina podem também mudar de atitude. Algumas diferenças saltam aos olhos, outras só percebemos quando conhecemos a pessoa e a cultura em que vive.
A exclusão de alguns indivíduos, seja por apresentarem capacidades distintas ou diferenças originadas nos contextos socioculturais de que procedem, apresenta às instituições educativas o desafio de dar uma resposta apropriada a esta diversidade.
Como caracteriza Meresman, et al (2006, s/p.):
Na medida em que as mudanças nas políticas públicas, os processos de descentralização e as ferramentas de gestão institucional conseguem ir adequando­se umas às outras, as escolas emergem como lugar de encontro entre as famílias, suas necessidades, as redes de serviços e proteção social e as propostas para o desenvolvimento integral das crianças.
Outrossim, como esta integralidade pode ser planejada e construída, ou se ela se imporá devido à própria "acumulação" de necessidades, programas, demanda e assistencialismo. Sendo que quando não há convergência, mas acumulação, a atenção às variáveis que determinam o processo de ensino­aprendizagem implica maior complexidade ao "que fazer" da escola e dos docentes. Uma educação de qualidade para todos pode ter o caráter de utopia (no sentido de aquilo para onde acordamos que devemos nos dirigir) e escapar do freqüente dilema entre "o desejável" e "o possível" que costuma paralisar as tentativas de transformação.
Assim, a nossa sensibilidade, a vida e perspectivas indicam que, ao se lembrar em espaço de todos, escola de todos, vida de todos, leva­se a uma composição de infinitas diferenças, mas o que nos iguala é a nossa humanidade.
Delors (2006) afirma que: A pergunta "para que serve uma escola de todos?" tem diferentes respostas. Do ponto de vista filosófico, "para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar­se em torno de quatro aprendizagens fundamentais ao longo de toda a vida: aprender a conhecer (isto é, adquirir os instrumentos da compreensão); aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente); aprender a viver juntos (a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas); e aprender a ser (via essencial que integra as três precedentes) (apud MERESMAN, et al. 2006, s/p).
Do ponto de vista da qualidade educativa, a escola de todos implica um projeto de trabalho e desenvolvimento cuja meta é conseguir uma educação melhor para todos, sendo que para que isto se torne realidade será necessário melhorar a escola como instituição e melhorar o processo de ensino­aprendizagem.
A primeira decisão implica em ações de fortalecimento da identidade institucional, grupal e comunitária, ou sejas, conhecer e pensar nossa realidade, gerando um projeto pedagógico forte, estabelecendo nossa visão, traduzir as diretrizes e objetivos em conceitos operativos e construir um plano de ação e propostas práticas.
Assim, para melhorar a qualidade do processo de ensino­aprendizagem, são primordiais estratégias que otimizem a prática docente e enriqueçam os espaços e ferramentas para que as crianças construam suas aprendizagens, necessitando com freqüência adequar e atualizar os conteúdos curriculares e as atividades de ensino, promovendo a busca de temas e propostas que se orientem para aprendizagens socialmente significativas dando apoio aos professores, estimulando­os permanentemente para que suas metodologias procurem o melhor desempenho possível de cada criança no plano cognitivo, afetivo, produtivo e social. Dessa forma, a mesma preparação de um Projeto Político Pedagógico constitui uma oportunidade real e efetiva de participação e compromisso para toda a comunidade educativa, dado que são os professores, em consulta com as crianças e suas famílias, realizando uma análise da situação geral da escola analisando suas fortalezas e dificuldades e desentranhando os elementos menos visíveis condicionando a vida e o trabalho de todos na escola. A partir disso poderão imaginar e construir seu próprio caminho para a implementação das mudanças que sonham, encarregando­se do possível e visualizando as dificuldades e os recursos em jogo.
O desenvolvimento inclusivo é uma procura por harmonizar os modelos de desenvolvimento existentes e avançar numa alternativa de reduzir significativamente a pobreza e promover a convivência em condições de vida digna para todos, implicando valorizar a contribuição de cada ser humano ao processo de desenvolvimento buscando gerar as condições necessárias para isso: nas escolas, comunidade, no mundo científico e do trabalho.
Resumindo, desenvolvimento inclusivo significa não discriminar, promover a diferença, apreciar a diversidade e transformá­la em uma vantagem, uma oportunidade, um direito, guiando­se por princípios de eqüidade e justiça, que também quer dizer combater a pobreza dando visibilidade a esses grupos para posicionar suas necessidades nos programas e políticas públicas gerais, buscando, assim o acesso de todos à ação pública, à equiparação de oportunidades e à eqüidade.
De acordo com Meresman, et al (2006, s/p):
As pessoas com deficiência e suas organizações são – entre os grupos frequentemente excluídos ­ aqueles que mais têm se destacado por suas contribuições aos processos de desenvolvimento: nas políticas educativas (com avanços notáveis na educação especial), de saúde (com enfoques de reabilitação baseada na comunidade), de transporte e infra­estrutura (gerando a implantação do "desenho universal"). Estes desenvolvimentos inovadores têm sido aplicáveis para remediar a própria condição de exclusão, mas têm demonstrado também que esta não mudará se não mudar a qualidade de vida e a cultura social de toda a população.
Conclui­se que ao pensarmos na Escola de Todos como um edifício precisando ser construído. Como em toda construção, são necessárias plantas (desenho, planejamento), estruturas (uma base firme), uma série de pilares e pontos de apoio, mão de obra e trabalho! (MERESMAN, et al. 2006)
Para Sassaki (s/d, s/p): A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências. Com o objetivo de subsidiar o trabalho de jornalistas e profissionais de educação que necessitam falar ou escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia­a­dia, [...]. Ouvimos e/ou lemos freqüentemente esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.
Então, quando referia­se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, várias pessoas usavam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal, isto acontecia no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava­se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a indivíduos, é um conceito questionável e ultrapassado, sendo que o termo correto é adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não­deficiente.
Termos estes que eram usados frequentemente até a década de 80. A partir de 1981, influenciados pelo Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa­se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Outrossim, por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. (Sassaki, 2003).
3 METODOLOGIA
O professor é uma referência para o aluno e não apenas um mero instrutor, pois se enfatiza a importância de seu papel tanto na construção do conhecimento, como na formação de atitudes e valores do futuro cidadão. Assim sendo, a formação continuada vai além dos aspectos instrumentais de ensino.
A metodologia que se propõe reconhece que o professor, assim como o seu aluno, não aprendem no vazio. Outrossim, parte­se do "saber fazer" desses profissionais, que já possuem conhecimentos, experiências, crenças, esquemas de trabalho, ao entrar em contato com a inclusão.
O aprimoramento e atualização do professor são considerado fundamental como o exercício constante de reflexão e o compartilhamento de idéias, sentimentos, ações entre os professores, diretores, coordenadores da escola. Interessam­nos as experiências concretas, os problemas reais, as situações do dia­a­dia que desequilibram o trabalho, nas salas de aula, sendo a matéria­prima das mudanças. O questionamento da própria prática, as comparações, a análise das circunstâncias e dos fatos que provocam perturbações e/ou respondem pelo sucesso vão definindo, pouco a pouco, aos professores as suas "teorias pedagógicas". Pretende­se que os professores sejam capazes de explicar o que outrora só sabiam reproduzir, a partir do que aprendiam em cursos, oficinas, palestras, exclusivamente. Incentivar os professores para que interajam com seus colegas com regularidade, estudem juntos, com e sem o apoio técnico e que estejam abertos para colaborar com seus pares, na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão.
Então é preciso: •
Reconhecimento e valorização da diversidade, como elemento enriquecedor do processo de ensino e aprendizagem; •
Professores conscientes do modo como atuam, para promover a aprendizagem de todos os alunos; •
Cooperação entre os implicados no processo educativo ­ dentro e fora da escola; •
Valorização do processo sobre o produto da aprendizagem; •
Enfoque curriculares, metodológicos e estratégias pedagógicas que possibilita a construção coletiva do conhecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A polêmica sobre a inclusão de alunos com deficiências/necessidades especiais nas escolas regulares acontece no sentido de que a depauperada escola brasileira e seus professores assentes numa sociedade em que o modo de produção capitalista produz mais e mais concentração de renda e enormes contingentes de excluídos e, por conseqüência, mais e mais desigualdade social receberam a incumbência de fazer a inclusão, mas, não receberam as condições materiais para tal. Neste cenário, a legislação nacional garante a esses alunos possibilidades de prosseguimento de sua vida acadêmica e profissional.
Desta forma, embora garantidas pelas leis e declarações, o que se constata é que há uma luta desigual das pessoas com deficiências/necessidades especiais por educação, pois além de elas estarem historicamente atrasadas em exigir sua inclusão social e escolar são limitadas pelas exigências requeridas hoje pela educação formal, impostas pelo mundo do trabalho, ou por currículos e práticas pedagógicas que se mantém inalteradas, ou ainda pressupostos teóricos que não acompanham a visão de educação para todos, encontrando­se então, em desvantagem em relação às outras pessoas.
Neste rol de dificuldades, cumpre colocar que as pessoas com deficiência com mais comprometimentos são aquelas que têm encontrado os maiores obstáculos à sua educação, especialmente no tocante a terminalidade acadêmica.
O que a história recente da educação escolar dos alunos com deficiência mental tem demonstrado, é que eles passam anos de suas vidas estudando e acabam saindo da escola, na maioria das vezes, sem certificação de conclusão de escolaridade, principalmente os que têm comprometimentos mais acentuados.
O grande desafio do educador hoje, é implementar uma prática pedagógica que elimine qualquer barreira à aprendizagem, deslocando o foco da problemática, das características do aluno, de suas condições orgânicas, psicossociais o que o tem responsabilizado pelo seu fracasso na escola para outros fatores como o educador, a escola, o sistema educacional, as influências das representações sociais e os aspectos ideológicos e políticos que determinam tal prática. No entanto, os saberes possíveis de serem adquiridos pelas pessoas com deficiência de forma a garantir­lhes terminalidade acadêmica, contraditoriamente, poderiam não estar garantindo­lhes a verdadeira inclusão escolar e social, tendo em vista que a sociedade tem exigido cada vez mais, escolarização consistente que possibilite à pessoa utilizar nas práticas sociais, os conhecimentos adquiridos, e estes dadas às dificuldades em assimilá­los não poderiam ser apropriados em sua totalidade. REFERÊNCIAS
LODI, Lucia Helena (Coord.). Módulo 4. Inclusão Social. Secretaria Especial de Direitos Humanos SEIF SEMTEC SEED SEESP. Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado. Brasília – 2004. Disponível em: <http://www.oei.es/quipu/brasil/ec_inclu.pdf>. Acesso em: 3 out. 2010.
MERESMAN, Sergio; EDMUNDO, Kátia Maria Braga; BONATTO, Daniella do Amaral Mello; NASCIMENTO, Geisa Ferreira do. 2006. Escola de Todos. Disponível em: <http://www.iidi.org/pt/edt.htm>. Acesso em: 5 jan 2011.
PEREIRA, Giovanna Maria de O. 8ª série A: a deficiência no mundo. Disponível em: <http://www.domboscomanaus.edu.br/livro_deficiencia_nossa.asp#> Acesso em: 05 de out de 2010, ás 9 horas e 24 min.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. In: VIVARTA, Veet (coord.). Mídia e deficiência. Brasília: Andi/Fundação Banco do Brasil,
2003,
p.
160­165.
Disponível
em: <http://www.cepde.rj.gov.br/terminologia_ppds.doc>. Acesso em: 23 fev 2011.