www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO, 2012 O ANO 4 | N 771 | R$ 3,00 Bond, James Bond Um nome, por favor Objetos de filmes do agente 007, imortalizado por Sean Connery, irão a leilão pela internet. ➥ P28 Coca-Cola lança campanha para que os internautas batizem o tatu-bola, mascote da Copa de 2014. ➥ P24 Reprodução Divulgação Barreiras argentinas dão tombo de US$ 3 bi em exportação brasileira Com as medidas protecionistas de Cristina Kirchner, o superávit comercial com o país vizinho deve cair de US$ 5,8 bilhões para US$ 2,5 bilhões. “A Argentina quer achatar o mercado brasileiro”, afirma o economista Júlio Gomes de Almeida. ➥ P6 Rodrigo Capote Governo sofre dupla pressão da área de energia Empresários querem mais áreas de exploração de petróleo e política de preço para etanol e gasolina. ➥ P4 Gávea,deArmínio Fraga,compra30% daChilliBeans Dinheiro do fundo do ex-presidente do BC reforçará expansão da marca de óculos no exterior. ➥ P22 Fundador da CVC investirá R$ 1 bi em rede hoteleira Laboratório japonês aposta no rejuvenescimento de seus medicamentos populares, como Eparema e Neosaldina, para atrair novos consumidores e fazer do Brasil a maior operação da empresa entre os países emergentes, diz ao BRASIL ECONÔMICO o presidente Giles Platford. ➥ P16 Dono da operadora de turismo, Guilherme Paulus quer ampliar a GJP Hotéis & Resorts. ➥ P17 Takeda coloca roupa nova no velho Dramin Má gestão condena mais de um terço dos projetos Pesquisa da PMI obtida com exclusividade por BRASIL ECONÔMICO mostra que só 20% das empresas conseguem cumprir prazos, metas e orçamentos. No Brasil, burocracia ainda atrapalha. ➥ P30 17.9.2012 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres COMPRA VENDA 2,0280 2,6650 2,0300 2,6660 META EFETIVA 7,50% 7,39% VAR. % ÍNDICES -0,48 -0,30 -0,37 61.805,98 13.553,10 5.893,52 Ações de bancos ignoram queda do compulsório Apesar da notícia boa, investidor preferiu vender os papéis depois da alta da semana passada. ➥ P32 Espante o stress em um spa urbano Tratamentos oferecidos por estes centros vão de massagens a programas que ensinam a ter mais qualidade de vida. ➥ P34 2 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 CARTAS OPINIÃO Avanço Ricardo Galuppo, Amei seu artigo! ( ”As aventuras de Pedrinho no banco dos réus” — publicado em 13/9/2012). Punir as gerações do futuro para acertar contas com o passado! E digo mais: na minha opinião, isso tudo faz parte desse processo árduo e ininterrupto que nosso país tem de “desmemoriar” o cidadão brasileiro. Juliana Marques Rio de Janeiro (RJ) No que se refere à matéria “Logística tem oportunidades de crescimento profissional” (publicada em 14/9/2012, é uma ótima notícia. Até hoje as organizações têm movido de toda forma a redução de custo de produção, mas na logística quase nada poderia fazer, ficamos na mão do modal rodoviário. Com a iniciativa do governo veremos nossa economia melhorar cada vez mais. Eu como estudante de logística quero participar efetivamente desse pacote. Angelo Mata Resende (RJ) Marcello Casal Jr/ABr Cientista político e presidente da Arko Advice Pesquisas Almirante Júlio Soares de Moura Neto Comandante da Marinha Os módulos antárticos emergenciais que serão instalados na Ilha George para abrigar pesquisadores começarão a operar integralmente em fevereiro de 2013. Retrocesso Ricardo Moraes/Reuters Quanto à matéria “Peixe Urbano sai do aquário e nada rumo a novos horizontes” (publicada em 25/4/2012), sem duvida, não ha outro caminho para o crescimento passando hoje pela gestão participativa. Antes de mais nada, uma empresa é formada por pessoas, ouvi-las é a chave para inovação. Romper com velhos e ultrapassados modelos de gestão, é o caminho para um sucesso mais promissor, e humano nas relações interpessoais de gestores e seus colaboradores. Enfim, acho que o governo do Rio de Janeiro, tem perdido a grande chance de investir num polo de desenvolvimento tecnológico no setor de startups cariocas, o governo do Rio tem a seu favor o centro de pesquisa tecnológica a COPPE- UFRJ, uma grande incubadora de empresas tecnológicas na área de engenharia, E o estado deveria ser o maior indutor na promoção de novos talentos... Alexandre Kirk Rio de Janeiro (RJ) MURILLO DE ARAGÃO George Buck Presidente da Chevron no Brasil A Agência Nacional do Petróleo multou em R$ 35,1 milhões a petroleira Chevron pelo vazamento de 3,7 mil barris de óleo em 12 quilômetros da costa brasileira. São 24 multas. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Eisenhower Call Blocker Dicionário Portátil Se você precisa de um aplicativo descomplicado para organizar a vida, este é uma boa opção. O software divide os compromissos pessoais e profissionais por ordem de prioridade, separando os que precisam ser cumpridos com urgência, daqueles que podem ser delegados para outras pessoas, ou que podem ser agendados. Depois de cumprir a tarefa, basta dar baixa no sistema. Receber ligações indesejáveis não é privilégio de ninguém. Mas é possível filtrar esse tipo de chamada sem perder a elegância e a paciência. Esse aplicativo permite criar uma lista com os contatos que você deseja bloquear, reencaminhando as ligações para caixa postal ou programando respostas por mensagens de texto como: “Ocupado no momento. Ligo mais tarde”. Quem é que não precisa tirar dúvidas em um dicionário de vez em quando? O problema é que uma publicação completa costuma ser bem pesada e inviável de ser carregada no dia a dia. Para contornar o problema, é possível encontrar versões digitais que podem ser acessadas com apenas uns cliques. Uma boa entre elas é esse dicionário que contém mais de 30 mil verbetes. US$ 1,99 iPad, iPhone e iPod Touch Grátis Android US$ 2,99 iPhone e iPad Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Complexo e imprevisível Muitos anos depois, por conta dos filhos e dos sobrinhos que a vida nos traz, vou a Disney, em Orlando. É uma experiência incrível: o encontro entre as classes C e D dos Estados Unidos e uma massa de estrangeiros. Dois pontos unem a todos: a magia e a organização do lugar. A cada x minutos, o barquinho do Piratas do Caribe faz o seu passeio desde que eu tinha 15 anos! A Disney e o Brasil também têm pontos em comum: complexidade e encanto. Mas no que tange à organização, vamos muito mal. Me impressiona andar anos após anos pela Florida Turnpike e o asfalto se manter igual há décadas, sem remendos nem buracos. O mesmo se pode dizer da I-95, outra estrada dos Estados Unidos. Os jardins e canteiros públicos são limpos e bem cuidados, como se fossem novos. Outro dia, uma diretora de uma multinacional disse que seus diretores norte-americanos não entendem como o Brasil consegue crescer em um ambiente de desorganização, complexidade e imprevisibilidade. Para eles, o melhor dos mundos é aquele onde tudo é organizado, previsível e fácil de ser apreendido. Não é o nosso caso. Matéria da revista Piauí com o cineasta Fernando Meirelles sobre fazer cinema no Brasil e nos Estados Unidos revela exatamente essas diferenças. Cidade de Deus foi produzido à brasileira: um processo conturbado em que o diretor tinha controle absoluto sobre tudo. Nos Estados Unidos, o diretor é subordinado aos produtores. Meirelles conta que lá você tem de filmar todos os dias e mandar o material para eles (os produtores) opinarem. A previsibilidade desejada pelos norte-americanos nos sufoca. Somos movidos pela “eventologia”, que significa mirar um objetivo e chegar lá. Sabe Deus como! É o caso do Carnaval, que, em sua aparência caótica, produz ordem, deslumbramento e encantamento. Ainda que por poucas horas. Seria impossível fazer do Carnaval uma Disney, que abre e fecha apresentando as mesmas coisas a tempo e a hora, anos após ano. Não temos organização para tanto. Nem o Carnaval pode ser escravizado em uma estrutura tão enquadrada. A chave de nosso sucesso como nação estará na capacidade de unir improviso, criatividade, rotina, consistência e organização Curiosamente, o fato de termos a cultura dos eventos pode resultar em sucesso nos megaeventos que se aproximam. Por outro lado, quando a rotina voltar à normalidade, o asfalto continuará esburacado, as praças sujas e os serviços públicos precários. Após os megaeventos que serão realizados no Brasil, o ideal é que ocorresse a quebra do círculo vicioso em que vivemos: desprezo às rotinas e exaltação aos eventos. O que, na prática, significa que devemos ser mais organizados para podermos elevar a qualidade de nossas rotinas. Sem deixar de lado a espontaneidade e o improviso que permeiam nossas soluções. Não é fácil. A chave de nosso sucesso como nação vai estar na capacidade de unir improviso, criatividade, rotina, consistência e organização. Será um imenso desafio pois demanda que a motivação esteja muito elevada sempre e que não caiamos na tentação de deixarmos para o amanhã o que podemos fazer bem hoje. Vencida essa barreira cultural, o céu será o limite para o sucesso do Brasil. ■ NESTA EDIÇÃO Site facilita negócios da moda VestesBr ganha investidor e já projeta movimento de R$ 50 milhões até dezembro próximo. Expectativa é ter 250 marcas e 20 mil lojistas cadastrados até 2013. ➥ P15 Eletrodomésticos em ritmo lento Gigante do mercado mundial de eletrodomésticos, a Electrolux informa estar sentindo o desaquecimento da economia na Europa se espalhando por várias regiões do continente. ➥ P19 Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO CÂNDIDO VACCAREZZA Deputado federal (PT-SP) PEDRO VENCESLAU [email protected] Ana Clara Ferrari Novo marco no setor elétrico A presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 579, com as novas regras para a renovação das concessões a vencer entre 2015 e 2017. Visa o aperfeiçoamento do marco institucional do setor elétrico, aliando tarifas justas e segurança energética. A previsão das consultorias especializadas é que o corte nos preços da energia consiga reduzir em 4% os custos de produção da indústria e colocar cerca de R$ 7,6 bilhões a mais no bolso dos consumidores. Até meados da década de 1990, o modelo tarifário levava em conta os custos atrelados à geração, transmissão e distribuição de energia, além de uma taxa entre 10% e 12% de remuneração do capital investido, entre outros itens. Com o início das privatizações do setor, em 1997, a composição da conta ficou ainda mais complexa e mais onerosa. As medidas vão implementar uma redução das contas de luz já a partir de fevereiro de 2013, 16,2% para as residências e entre 19% e 28% para a indústria. A um só tempo, isso significa estímulo ao crescimento econômico, controle da inflação e contribuição para baixar, ainda mais, os juros. A redução do chamado “teto tarifário” está assentada tanto nas novas regras para as áreas de geração e transmissão como na absorção, pelo Tesouro Nacional, de vários penduricalhos que ao longo dos anos contribuíram para elevar o valor das contas. O custo para o Tesouro será de aproximadamente R$ 4,3 bilhões anuais. Aliada a essa medida, há outra ainda mais corajosa: o governo, de acordo com as estimativas iniciais, poderá ser obrigado a desembolsar entre R$ 25 bilhões e R$ 28 bilhões para zerar investimentos ainda não amortizados das concessões que vencem entre 2015 e 2017. Críticos disseram que as novas regras desestimularão os investimentos no setor. Não é verdade; as perdas no valor de mercado de algumas companhias elétricas refletem simplesmente o fim de um período de ganho garantido. Daqui em diante, a remuneração das operadoras — não mais das concessionárias — será fixada com base nos custos de operação e manutenção. A redução do “teto tarifário” era esperada porque boa parte dos investimentos feitos já foi compensada. Tanto é verdade que, na avaliação do governo, somente dez das grandes hidrelétricas ainda terão direito à indenização e em valores menores do que elas esperavam. A novidade é que as tarifas vão cair a partir de 5 de fevereiro do próximo ano e não somente depois de 2015. E as concessões a vencer não serão renovadas automaticamente. E existe margem para baixarmos ainda mais os preços das tarifas de energia. Em São Paulo, por exemplo, a alíquota real do ICMS não é de 25%, mas de 33%, porque esse percentual é calculado “por dentro”, um mecanismo perverso pelo qual o valor do imposto é calculado sobre o valor total da conta, e não sobre o valor dos serviços. Em Minas Gerais, este imposto excede 37%. Os governos estaduais, portanto, deverão ser chamados para esse esforço de redução do custo da energia elétrica no país. Com energia mais barata, teremos maior competitividade internacional, empregos melhores e mais produtivos, mais desenvolvimento econômico e melhores condições de geração de renda no país. A energia barata é um passo fundamental para o nosso futuro. ■ Radicais livres podem decidir em BH A disputa eleitoral em Belo Horizonte caminha para um desfecho emocionante. O prefeito Márcio Lacerda (PSB), que lidera as pesquisas com 49% das intenções de votos, precisa de apenas mais 1% para encerrar a fatura no primeiro turno. Esse cenário torna valiosíssimo um eleitorado que é pequeno, porém bravo, contestador e engajado. Trata-se da extrema-esquerda da cidade, que, junta, soma 4% das intenções de votos. A coluna entrevistou as duas principais concorrentes desse segmento. “Não apoiaremos o Patrus Ananias no segundo turno. O PT se afastou muito dos seus princípios”, informou Vanessa Portugal, do PSTU, que apareceu com decisivos 2% na última pesquisa Datafolha. “O Lacerda não apoiaremos de jeito nenhum se não estivermos no segundo turno. Já o caso do Patrus nós discutiremos com quem nos apoiou”, diz Maria da Consolação, do PSOL. Ela tem 1% das intenções de voto. Os candidatos do PHS e PPL somam os 2% restantes. ■ Vanessa e Maria não se entenderam no primeiro turno Dilma deve fazer escala em Belo Horizonte antes de ir aos EUA Apesar de beberem na mesma fonte ideológica e de terem sido fãs de Lula no passado remoto, Vanessa (PSTU) e Maria (PSOL) não conseguiram se entender. "Nós tentamos uma aliança, mas eles não aceitaram", diz Maria. "Eles é que não quiseram se aliar conosco", retruca Vanessa. A presidente Dilma estuda fazer uma escala em Belo Horizonte antes de ir aos EUA para a Assembleia Geral da ONU. Ela vem sendo pressionada a dar uma força ao petista Patrus Ananias, que corre sério risco de perder a disputa já no 1º turno para Márcio Lacerda (PSB). CURTAS ➤ ● A equipe de TV de Fernando Haddad não perdeu tempo. Minutos depois de os Bombeiros controlarem o incêndio na Favela do Moinho, na zona oeste de São Paulo, já havia uma equipe de TV do candidato fazendo entrevistas com os moradores no local. A assessoria do petista informa que foi feita uma “reportagem”. Ainda não se sabe se o material vai ou não ser exibido. ➤ ● As vendas da empresa para o Oriente Médio responderam por 23,8% da receita da marca no segundo trimestre deste ano. Pautada pelo Brasil, a última campanha foi produzida por agência de Dubai. ➥ P26 O PT baiano está otimista. Além de disputar com ACM Neto voto a voto a eleição em Salvador, o partido calcula que conta com 150 candidaturas fortes no interior. A meta da sigla é eleger 100 prefeitos. A força da importação ➤ ● Campanhas da Seara nos Emirados Árabes O articulista Antoninho Marmo Trevisan destaca a importância das medidas governamentais de redução de custos, mas avalia haver ainda muitos obstáculos para evitar a atual força da importação. ➥ P39 A Comissão de Meio Ambiente da Câmara realiza na quinta uma audiência para definir a adesão do Brasil ao Dia Mundial sem Carro, no dia 22 de setembro. Só se fala de outra coisa em Brasília... ➤ ● Como diz o velho ditado, a melhor defesa é o ataque. No momento em que o julgamento do mensalão ganha contornos dramáticos para os petistas no Superior Tribunal Federal, a Comissão Nacional Executiva do PT lançou um comunicado oficial em sua página na internet conclamando militantes e caciques para uma “batalha do tamanho do Brasil” nas eleições de 2012. PRONTO, FALEI “Governadores, por favor, não comprometam os seus nomes pedindo a inconstitucionalidade do piso salarial dos professores” ➤ ● O comando petista convocou seus quadros das bases e das cúpulas a defender o partido, o ex -presidente Lula e seu legado. Sobre José Dirceu, não se falou uma palavra... Cristovam Buarque Senador do PDT-DF ➤ ● José Cruz/ABr Com energia mais barata, teremos maior competitividade internacional, empregos melhores e mais produtivos E por falar em José Dirceu. A coluna apurou que o ex-ministro está lendo dois livros sobre as raízes do Brasil. São eles “Baú de Ossos”, de Pedro Nava, e a biografia de Pedro II. 4 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 DESTAQUE RIO OIL & GAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Empresas pressionam por mais áreas de exploração de petróleo Infografia: Alex Silva Governo decepciona setor ao condicionar 11ª rodada de licitação de blocos ao projeto de distribuição de royalties para o pré-sal Érica Ribeiro, do Rio ABr [email protected] Empresários e executivos que lotaram o auditório do Riocentro ontem para a abertura da 30ª edição da Rio Oil & Gas, levaram um verdadeiro banho de água fria ao ouvirem do secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida, que ainda não será dessa vez que a boa notícia sobre a realização da 11ª rodada de licitações de blocos de exploração de petróleo acontecerá. Ele destacou que uma nova rodada só acontecerá quando o projeto de lei que fala sobre a distribuição dos royalties para o pré-sal tiver aprovação no Congresso, o que não acontecerá esse ano. Para tentar amenizar a questão, o secretário argumentou que outras “coisas boas” estão acontecendo no setor, uma delas, com relação ao conteúdo local. “Alguma coisa de bom está acontecendo. Os contratos no Brasil são respeitados e as regras para conteúdo local são para valer e estão sempre em estudos para melhoria”, disse ele, que reconheceu que os leilões são importantes para a indústria. Enquanto não há solução para as rodadas de licitação, Marco Antonio Almeida disse que o governo está trabalhando para uma solução no curto prazo do que diz respeito à oferta de etanol no Brasil. No entanto, ele não falou como isso será feito e em quanto tempo. “O etanol vive um momento delicado em termos de competitividade. O planejamento do setor de gasolina depende do etanol, disse ele, enfatizando ainda que o programa de biodiesel brasileiro precisa ser mais bem desenvolvido. Ele também comentou que o decreto que cria a empresa operadora das áreas do pré-sal já está pronto e agora depende apenas da assinatura do ministro Edison Lobão para que seja encaminhado à Casa Civil. Mas o decreto só será assinado quando acontecer a primeira licitação para estas áreas Palco de reclamações O assunto pontuou a cerimônia de abertura do evento e teve críticas inclusive do presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo Magda Chambriard Diretora da ANP “ O limite máximo para multa à Chevron é de R$ 2 milhões pela lei, mas ainda não temos o valor porque o processo ainda está andando” (IBP), João Carlos De Luca. O instituto é responsável pela realização do encontro. Segundo ele, a chamada “margem equatorial”, que é a área que será alvo da próxima rodada e se situa geograficamente na região Norte do país, tem um grande potencial de riquezas. A última rodada aconteceu em 2008. “É necessário fazer novas rodadas. É vital, já que muitas empresas estão com suas concessões terminando. As empresas estão diminuindo suas atividades de exploração e isso traz prejuízos para o país”, alertou. Joao Carlos De Luca também adiantou que o IBP está realizando um mapeamento do setor de óleo o gás, com o objetivo de ampliar a competitividade. O secretário de Desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, Julio Bueno, engrossou o coro dos que criticaram a falta de rodadas de licitações no país, assunto que também marcou a fala do governador do Espírito Santo, José Renato Casagrande. “Esta é uma questão essencial. O presidente Lula fez um acordo com todos os estados envolvido, as bancadas no Congresso, que estabelece uma nova fórmula para a partilha das participações governamentais. A saída é e o governo federal e sua bancada tomarem a questão como referência”, disse Julio Bueno. Para José Renato Casagrande, apesar de entraves como o fato de o país estar em ano eleitoral, com boa vontade há chance de se chegar a um acordo com relação ao tema da partilha. “Teremos eleições em outubro, depois vem o orçamento do ano que vem e seguimos com o recesso. Isso dificulta mas podemos ainda chegar a um acordo Outro que também fez a sua parte em criticar a ausência de rodadas foi o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, que embasou a urgência de novas rodadas com uma forma de assegurar a competitividade do setor de óleo e gás no Brasil. Para ele, o atual cenário de incertezas do setor demanda políticas de longo prazo que incluem as novas rodadas de licitações. Segundo ele, a cadeia produtiva do setor de óleo o gás terá investimentos de R$ 500 milhões até 2015. A CARA DO OURO NEGRO NO BRASIL Produção do setor em julho de 2012 PRINCIPAIS PLAYERS Distribuição da produção de petróleo e gás natural por operador (dados de julho) EMPRESAS 1.869.419 67.351 61.483 15.776 6.761 2.454,40 PETROBRAS STATOIL BRASIL SHELL BRASIL BP ENERGY OGX OUTRAS 69.822,75 112,01 902,85 42,05 40,56 58,87 0 125 250 375 500 625 750 875 1000 0 Produção de petróleo e gás natural por bacia BACIAS PETRÓLEO (BBL/D) GÁS NATURAL (MM3/D) 26,032 1.654.330 144.341 33.073 39.046 60.624 91.040 CAMPOS SANTOS SOLIMÕES ESPÍRITO SANTO POTIGUAR OUTRAS 11,576 11,508 7,159 1,451 13,255 0 Potencial além do pré-sal Ainda durante a abertura do evento, a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse que o potencial para descobertas de petróleo e gás no Brasil vão além do pré-sal. Magda não chegou a fazer uma reclamação formal sobre a falta de rodadas, mas indiretamente fez também sua crítica, ao dizer que o país tem recursos que só precisam ser explorados. Logo depois da abertura da Rio Oil & Gas, Magda falou sobre a multa aplicada à petroleira americana Chevron de R$ 35, 1 mihões referentes a 24 infrações. Ainda falta o julgamento de uma última infração cometida pela Chevron, relacionada ao abandono do poço no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A companhia americana foi notificada no final da semana passada. “O limite máximo para multa à Chevron é de R$ 2 milhões pela lei mas ainda não temos o valor porque o processo ainda está andando. Acredito que nos próximos dois meses isso esteja concluído. A maioria dos itens vão ao teto de R$ 2 milhões. Mas cada item pode ter um valor, que vai de até R$ 100 mil e até R$ 2 milhões. Quando mandamos a dosimetria da pena, a empresa vai olhar para dar suas considerações”, disse Magda. O valor aplicado é inferior ao que havia sido projetado anteriormente, que chegaria a R$ 50 milhoes. Sobre o retorno da operação da Chevron no campo de Frade, Magda comentou que o assunto continua em análise. ■ GÁS NATURAL (MM3/D) PETRÓLEO (BBL/D) 30 OS MAIORES Campos da Petrobras por produção total (em mil barris de óleo equivalente por dia) 350 322 303 300 217 250 152 200 150 133 100 50 0 1 MARLIM SUL 2 RONCADOR 3 MARLIM 4 JUBARTE BACIA DE CAMPOS 5 LULA Baleia Franca 4 Jubarte ESPÍRITO SANTO Baleia Azul Roncador 2 Frade Albacora Leste RIO DE JANEIRO Vermelho Pargo Carapeba Garoupa MACAÉ Cherne Congro Corvina Enchova Viola Marlim Leste Bonito Espadarte Pampo Marlim Sul 1 Caratinga Barracuda BACIA DE SANTOS 11ª RODADA ENTRAVES Projeto de lei que fala sobre a distribuição dos royalties para o pré-sal ainda precisa de aprovação no Congresso Marlim 3 Voador Namorado Bijupira LICITAÇÕES DE BLOCOS DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO BRASIL Ainda sem definição Albacora Salema Badejo Linguado Moréia Vitória RIO DE JANEIRO SÃO PAULO Bacia de Campos São Paulo u Parati Iara Júpiter Bem-te-vi PRÉ-SAL Tupi Produção em julho de 2012: Guará Carioca 172,8 mil barris/dia de Caramba petróleo e 5,7 milhões de metros cúbicos de gás, alta Lula de 9% em relação a junho eano Atlântico OCEANOO ATLÂÂNTICO PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NO BRASIL 2,023 milhões de barris/dia, queda de 2,6% em relação a julho de 2011 5 Fonte: ANP Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS ➤ ● Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) lembra que a chamada “margem equatorial” — área que será alvo da próxima rodada — tem um grande potencial de riquezas. ➤ ● Representante dos usineiros diz que há pelo menos 70 projetos de novas usinas esperando clareza nas regras para os preços de álcool e gasolina para sair do papel. ➤ ● Estudo da PwC mostra que 68% das empresas de equipamentos são favoráveis às regras da ANP que determinam conteúdo nacional mínimo para fornecedores do setor. AFP Usinas de etanol têm R$ 100 bi para projetos Condição para tirar dinheiro do papel, segundo representante Unica, é o governo definir política para os preços tanto do álcool quanto da gasolina Yan Boechat, do IG [email protected] Voith: aporte para fornecer equipamentos de plataformas Fornecedor local investe para atender à demanda do para atender os requisitos exigidos”, afirmou o executivo. De acordo com o levantamento da PwC Brasil, dos fornecedores, 68% são favoráveis ao conRafael Palmeiras teúdo nacional; no entanto, 61% [email protected] consideram que a regra aumentaOs fornecedores da indústria de rá em mais de 10% os custos de petróleo e gás estão dispostos a exploração e desenvolvimento investir em seus negócios para do setor no Brasil. cumprir as regras de conteúdo loEnquanto os fornecedores escal da Agência Nacional de Petrótrangeiros sentem os impactos leo, Gás Natural e Biocombustída regras da ANP, brasileiras coveis (ANP). De acordo com um lemo a Flexomarine, fabricante navantamento feito pela Pricewacional de mangotes marítimos terhouseCoopers (PwC) Brasil, responsável por transportar pe88% dos fornecedores entrevistatróleo bruto do navio “produdos apontam autor” ao navio “alimento de custos buscam De acordo com a viador”, com a exigência mercado fora do PwC Brasil, 88% país. A empresa, do conteúdo local, seja com amdos fornecedores que fechou em pliação da unidao forneciapontam aumento agosto de fabril ou com mento de 512 equide custos com funcionários. pamentos para a Dentro desse Petrobras, no vaconteúdo local cenário, a Voith, lor de R$ 64 miempresa alemã lhões, espera gade soluções para transmissão de nhar espaço no exterior diante potência, já planeja investimenda aprovação do protótipo de tos para atender às normas brasimangote de acordo com as exileiras. Segundo Jorge Jappur, gegências da American Bureau of rente da divisão industrial para a Shipping (ABS). América do Sul da Voith Turbo, a A sondagem feita pela PwC companhia vai investir R$ 11 miBrasil mostra que, na visão dos lhões na ampliação da fábrica fornecedores, as principais vantaem São Paulo para atender ao forgens da legislação de conteúdo necimento de mais de 60 varianacional são o fortalecimento da dores de velocidade para aplicaindústria e geração de empregos ção nos compressores responsá(19,7%), seguidas da transferênveis pela extração do óleo das recia de tecnologia (16,6%), qualifiservas do pré-sal da Petrobras. cação da mão de obra (13,6%) e A empresa, que atua há 10 economia de divisas (6,8%). Já anos como fornecedora da petroentre as desvantagens estão o cusleira, vai colocar os novos equipato final dos projetos (14,2%), cusmentos em oito plataformas do to para se adequar às normas pré-sal. “A cadeia de forneci(13,4%), disponibilidade e qualimento está se adequando e endade dos equipamentos (11,9%) e tendendo a dinâmica do mercacarga tributária (8,7%). ■ Estudo da PwC mostra que 68% das empresas de equipamentos são favoráveis às regras da ANP O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Padua Rodrigues, afirmou que o setor está pronto para investir até R$ 100 bilhões caso o governo defina regras claras tanto para o preço da gasolina quanto do etanol. De acordo com o executivo, ao menos 70 novas usinas estariam com projetos já desenhados e os empresários do setor estariam dispostos a dobrar o volume de cana processada no país até 2020. No entanto, afirmou Antonio Padua Rodrigues, todos os investimentos permanecerão congelados enquanto regras claras para o setor sucro-alcooleiro não forem definidas por Brasília. Apesar de negar que os canavieiros estejam pleiteando uma volta dos subsídios, Rodrigues afirmou que uma solução aguardada pelos empresários é que seja criada uma regra que garanta rentabilidade aos produtores de etanol. De acordo com ele, uma saída seria determinar preços mínimos ou mesmo tributar de forma variável a gasolina caso seu preço fique muito próximo do etanol, como acontece agora. “O poluidor precisa ser punido, o governo precisa definir uma política que valorize o fato de o etanol ser um combustível limpo”, disse. Outra medida defendida pela Unica é uma definição clara e de médio prazo sobre o preço da gasolina no mercado interno. “Nós precisamos saber se o governo vai segurar o preço, como está fazendo todos esses anos, ou se vai aceitar acompanhar os valores do petróleo internacional”, afirmou o executivo. De acordo com ele, independentemente de que caminho for seguido, os investidores precisam ter claro o que vai ocorrer nos próximos anos. “Mais do que qualquer incentivo tributário, essas duas questões são fundamentais para se ampliar a capacidade de produção do setor.” Canavieiros e governo têm discutido todos esses temas, mas sem uma solução no curto prazo. A mais provável delas é Divulgação Antônio de Padua Rodrigues Presidente da Unica “Precisamos saber se o governo vai segurar o preço (da gasolina), como está fazendo, ou se vai aceitar acompanhar os valores do petróleo internacional” umas redução de 60% no Pis-Cofins, que hoje é responsável por R$ 0,12 a cada litro de álcool. Existe uma possibilidade de que esse valor caia para R$ 0,07 centavos por litro. “Mas dificilmente o governo vai definir uma política de garantia de preços, isso seria voltar à época do subsídio”, disse o secretário de Óleo e Gás do Ministério das Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida. Apesar da estimativa de investimentos tão vultosos, hoje o setor sucro-alcooleiro opera longe de sua capacidade máxima no Brasil. Pelas estimativas da Unica, hoje a capacidade ociosa do setor gira em torno de 30%. “Nossa capacidade de produção está abaixo do limite de 560 milhões de toneladas que temos no país, mas isso não ficará assim por muito tempo”, diz Antonio Padua Rodrigues. Segundo o executivo, cerca de 600 mil empregos seriam criados caso os investimentos saíssem do papel. De acordo com ele, a estimativa é de que em 2015 a indústria atinja seu limite de produção. Isso vai acontecer, segundo Rodrigues, por conta de um aumento na produtividade dos canaviais e por um crescimento natural tanto da demanda quanto da oferta. “A produção não vai cair nos próximos, mas se nada for feito pelo governo, ficará estagnada a parir de 2015”, disse. ■ EXPANSÃO OSX negocia até US$ 8 bi em contratos Alguns desses acordos devem ser formalizados nos próximos dois meses A OSX, empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, está negociando cerca de dez contratos para fornecimento de embarcações, que significa que a companhia tem na mesa negócios de US$ 7 bilhões a US$ 8 bilhões. Segundo o presidente da OSX, Carlos Bellot, alguns destes contratos deverão ser fechados nos próximos dois meses, sem dar detalhes sobre os futuros clientes. Bellot informou, ainda, que a OSX está negociando duas sondas para a Sete Brasil. “As conversas estão evoluindo” disse, sem informar questões ligadas a prazos, garantias e valores. Ele também falou sobre as obras do estaleiro que está em construção no Porto do Açu, no interior do estado do Rio de Janeiro. Bellot disse que 25% das obras já foram concluídas e que o estaleiro começa a operar no começo do ano que vem. “Hoje, são 2,2 mil trabalhadores na obra do estaleiro”, disse. A ultima etapa do estaleiro é o dique seco, que fica pronto no segundo semestre de 2014, disse. Capital continua aberto O executivo descartou a possibilidade de a OSX fechar capital. Bellot disse que o empresário Eike Batista, acionista controlador nunca propôs fechar o capital da companhia. Bellot foi questionado sobre o assun- to poruqe Eike havia divulgado sua intenção de fechar o capital da LLX, braço de logística do grupo EBX, o que acabou sendo suspenso na semana passada. Sobre a possível necessidade de financiamentos adicionais para que os contratos em vigor sejam cumpridos, o executivo da OSX disse que a empresa não está precisando deste recurso e que a entrada de crédito só será cogitada se houve necessidade de atender a demanda do mercado. A venda de ações da companhia, avaliadas em US$ 1 bilhão contra empresas controladas do grupo, também não está nos planos. Esta opção termina no primeiro trimestre de 2013 e, caso não ocorra, ela é extinta. ■ E.R. 6 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 BRASIL Editora: Ivone Portes [email protected] Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Vendas do Brasil à Argentina já caíram US$ 3 bilhões no ano Barreiras do país vizinho a produtos importados estão dificultando a entrada de mercadorias brasileiras Juan Mabromata/AFP de fôlego econômico argentino pode levar o vizinho a estreitar suas relações comerciais com a A crise econômica argentina e China. “Já há uma aproximação as barreiras criadas pelo govergrande entre eles, com o giganno do país vizinho para evitar te asiático comprando principalsaídas de recursos já causam mente commodities, um dos seimpacto significativo na balantores fortes da economia argença comercial brasileira. Seguntina. E é exatamente isso que a do dados do Ministério do DeArgentina precisa agora, dinheisenvolvimento Indústria e Coro para sua economia. Com esmércio Exterior (MDIC), as exsa abertura de mercado entre esportações do Brasil para a Arses dois países, podemos perder gentina despencaram 18,4% o nosso terceiro maior parceiro nos primeiros oito meses deste comercial”, destaca. ano sobre igual período de 2011 Para tentar contornar essa si— de US$ 14,6 bilhões para os tuação, José Augusto afirma atuais US$ 11,9 bilhões. que uma das saídas é o Brasil Há um desvio de foco do goprocurar fazer parcerias com ouverno de Cristina Kirchner sotros mercados fora do Mercosul. bre sua atual conduta política Mas com o agravamento da crieconômica, afetando diretamense econômica nos países da Eute seus parceiros comerciais, ropa, essa possibilidade tem principalmente o Brasil, disse poucas chances de sucesso no ao BRASIL ECONÔMICO uma fonte licurto prazo. “O Brasil está nugada ao governo argentino. “O ma camisa de força. Além do governo de Cristina desvia reproblema da crise, nós não tecursos que devemos acordo com riam ser investipaíses fora do Na avaliação dos na indústria, o que de especialistas, Mercosul, responsável por torna nossos proexportações aumentar o supedutos caros e narávit do país, pade commodities da competitivos ra subsidiar o mercado exterpodem ajudar a no crescente númeno. Estamos em ro de funcioná- compensar perdas desvantagem”, rios públicos e aponta. suas elevações de salários, simO ex-secretário de comércio plesmente para aumentar sua exterior do Ministério do Desenpopularidade”, afirma a fonte. volvimento Indústria e ComérA Argentina vem usando mecio Exterior (MDIC), Weber Barcanismos protecionistas, como ral, segue na mesma linha de o aumento da burocracia na imCastro, mas considera que apeportação de produtos, para tensar de o Brasil perder a particitar salvar o saldo de sua balança pação da Argentina nas relacomercial, estimada em US$ 10 ções comerciais, o efeito para a bilhões para este ano. Diante balança comercial pode ser deste cenário, que dificulta a encompensado pelo aumento das trada de produtos brasileiros no exportações de commodities mercado argentino, o presidenagrícolas e minerais. “São este da Associação de Comércio ses produtos que até então seExterior do Brasil (AEB), José Auguram o nosso saldo, o que degusto de Castro, é enfático ao ve ser mantido”, opina. afirmar que o saldo da balança Segundo o ex-secretário de comercial brasileira deve cair política econômica do Ministéeste ano para US$ 12 bilhões, rio da fazenda, Júlio Gomes de contra o robusto resultado de Almeida, a Argentina precisa US$ 29 bilhões em 2011. “Já o redo Brasil para poder vender sultado com a Argentina, que foi seus produtos. Contudo, isso de US$ 5,8 bilhões em 2011, cairá não é suficiente mesmo que espara algo em torno de US$ 2,5 bisa crise seja resolvida no curto, lhões e US$ 3 bilhões.” médio e longo prazos. “A ArgenMas a torcida para que as coitina quer achatar o mercado brasas melhorem por lá não deve sileiro, mas ao mesmo tempo ser tão benéfica para o Brasil. ampliar as exportações de seus Castro lembra que a retomada manufaturados.” ■ Cristina Ribeiro de Carvalho [email protected] Medidas protecionistas do governo de Cristina Kirchner têm como objetivo evitar saída de recursos BUENOS AIRES NEGÓCIOS COM LOS HERMANOS Comércio do Brasil com a Argentina, em US$ bilhões Exportação 22,7 25 20 15 10 Importação 11,9 14,6 10,2 16,9 10,9 18,5 14,4 12,7 11,2 5 0 JAN-AGO/2012 JAN-AGO/2011 ANO 2011 ANO 2010 ANO 2009 PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS JAN/AGO/12 JAN/AGO/11 2011 2010 2009 AUTOM. C/MOTOR 1500 ATÉ 6 PASSAGEIROS 1,48 1,4 2,3 2,02 1.2 AUTOM. C/MOTOR 1000 ATÉ 6 PASSAGEIROS 497,9 708,3 1.1 644,1 373,5 MIN. DE FERRO AGLOMERADOS E SEUS CONC. 33,47 480,6 779,7 565,4 80,9 ENERGIA ELÉTRICA 323,6 163,04 529,3 343,1 1,06 2011 2010 2009 1.4 904,1 PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS JAN/AGO/12 JAN/AGO/11 OUTROS VEÍC. AUTOM. C/MOTOR DIESEL 5 T. 1,4 1802,2 1,5 AUTOM. C/MOTOR ATÉ, 1500 ATÉ 6 PASSAG. 1,02 1,05 1,6 1.5 1.33 OUTROS TRIGOS E MISTURA DE TRIGO C/CENTEIO 911,3 -- 1,4 893,2 707,2 AUTOM. C/MOTOR 1000 ATÉ 6 PASSAGEIROS 766,1 981,2 1,4 Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 1.05 388,20 A crise estampada nas ruas Comer barato e pagar menos nas compras de roupas, calçados e acessórios, entre outros itens, na Argentina definitivamente virou lenda. Com a instabilidade econômica, os preços dispararam no país vizinho e comprar lá já está tão caro quanto no Brasil. Definitivamente não compensa mais. A crise está em todos os locais: nas lojas, nos bares, nos restaurantes, nas ruas... O simples fato de falar português chama a atenção de comerciantes que querem pescar clientes nas calçadas. Caminhar pela Rua Florida — cartão postal de Buenos Aires —, via recheada de lojas em que não circula carros, em vez de ser um passeio agradável, pode se tornar uma aventura. A todo momento é preciso desviar de vendedores que tentam empurrar casacos de couros e pacotes turísticos aos passantes. E pode pagar em pesos, reais ou dólares, sendo que a moeda americana ainda é a preferida e pode render descontos. ■ Ivone Portes Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 7 Renato Araújo/ABr Greve dos bancários começa hoje no país Bancários de todo o país entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. A paralisação inclui tanto bancos públicos quanto privados. Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, em geral, no primeiro dia de greve, a adesão dos trabalhadores não é muito grande. “Os cliente que forem às agências vão poder contar com os caixas eletrônicos disponíveis. Mas não vão encontrar atendimento ao público”, afirma. ABr Adriano Machado/Bloomberg QUATRO PERGUNTAS A... Como se explica a alta de preços em diversos setores, como alimentação, por exemplo? ...ALBERTO ALZUETA Presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira “O mercado usa o dólar paralelo para balizar preços ” Parece que já se foi a época em que a Argentina era considerada um país barato para morar e passear. O que está influenciando o preço dos produtos no país vizinho? Estamos vivendo um momento do fim de subsídios do governo aos combustíveis. Ele está sendo retirado gradualmente por conta de impactar as contas públicas. O resultado é um aumento de preços nesse setor. O fato de haver duas cotações do dólar, uma no mercado paralelo e outra no oficial, tem levado o comércio a balizar seus produtos pelo câmbio paralelo, em que a moeda é cotada entre US$ 6,50 e US$ 6,30. Enquanto isso, no oficial, a cotação é de US$ 4,40. Isso está causando uma disparada nos preços. Mas parece que há mais fatores que colaboram para este cenário... Temos o problema das travas impostas pela Argentina à importação de produtos brasileiros manufaturados. O reflexo disso é uma escassez na oferta de produtos, impactando também essa alta de preços. Quais são os produtos menos encontrados no mercado argentino nos últimos meses? Há escassez de artigos têxteis e alguns gêneros alimentícios como presunto. Há dois meses não estávamos conseguindo importar suínos no Brasil, o que agravou a situação. C.R.C. “Perspectiva de uma vida de rei na Argentina não existe” País vizinho deixou de ser um local de baixo custo tanto para viajar quanto para morar A problemática dos preços altos na Argentina foi sentida por Rafael Lincon Lisboa, consultor de empresas, que esteve por lá em agosto deste ano. Para ele, a Argentina deixou de ser um país de baixo custo seja para morar como para passear. “Aquela realidade de outrora em que uma pessoa ia para a Argentina com a perspectiva de ter uma vida de rei acabou. Não existe mais”, dispara. Para dar veracidade às suas afirmativas, Lisboa conta que o a paridade do peso para o real é de dois para um. “O real está muito desvalorizado por lá. Por conta disso, o ideal é usar o dólar”, conta. Mas com as restrições impostas pela presidente Cristina Kirchner à circulação da moeda no país, transitar com o dólar pode ser algo perigoso, principalmente quando se vai ao mercado negro tentar comprá-la. “O acesso é fácil ao mercado negro, há muitas pessoas que te levam, mas muitos estão de olho no movimento. É preciso ter cuidado”, explica. Para ele, a inflação do país, estimada em 25% por institutos não oficiais e 9% pelo governo, faz com que o custo de produtos e serviços na Argentina se equiparem ao Brasil. “Para se ter uma ideia, o refrigerante lá custa quase três vezes mais do que no Brasil. Há preços muito mais exorbitantes também”, conta. Em contrapartida, Lisboa revela que estrangeiros que viajam com euro sentem bem menos esse efeito. Ele lembra de um amigo espanhol que conseguiu comprar muito mais souvenirs do que ele. “Antes quando vinha à Argentina era comum levar ao menos uma cesta cheia de chocolates. O máximo que consegui neste ano foi comprar uma caixa de alfajor”, disse. Além das desvantagens de preços encontradas por Lisboa, há um problema também de recebimento de pesos falsos. “É preciso ficar atento aos trocos dados pelos taxistas. Tivemos um prejuízo de 48 pesos”, conclui. ■ C.R.C. Até agora, as elétricas usaram apenas R$ 2,5 bilhões dos R$ 10,2 bilhões destinados no orçamento Estatais gastam só 46% do previsto para 2012 Empresas controladas pelo governo federal aplicaram apenas R$ 49,3 bilhões do orçamento de R$ 107 bilhões planejado para o ano Nivaldo Souza iG Na contramão do discurso do governo federal, que promete colocar as estatais como locomotivas para puxar o crescimento econômico, as empresas controladas pela União estão com o freio de mão dos investimentos puxado. Do orçamento de R$ 107 bilhões autorizado para 2012, as estatais executaram R$ 49,3 bilhões — conforme levantamento do iG no Siga Brasil, mecanismo de consulta das contas públicas do Senado Federal, com dados do primeiro e do segundo trimestre deste ano. Com lugar de destaque no orçamento de R$ 110 bilhões para estatais em 2013, as Companhias de Docas que operam portos no país terão R$ 1,4 bilhão para melhorias no sistema portuário no próximo ano. Em 2012, porém, da verba autorizada de R$ 1,1 bilhão apenas R$ 129,5 milhões foram utilizados — pouco mais de 10% do total. O atraso afeta uma das áreas apontada como prioritária pela Embratur para a Copa de 2014: os terminais de passageiros para desembarque de turistas que visitam a costa brasileira em cruzeiros. Dos R$ 136 milhões previstos para reformas Na área de telecomunicações, a Telebras está distante da meta de investimento. A empresa executou R$ 53,6 milhões do total de R$ 400 milhões programados — a maior parte (R$ 52,1 Elétricas As empresas do setor elétrico, milhões) na implantação da recontroladas via Eletrobras, aprede nacional de banda larga, que sentam a segunda menor reladeverá receber R$ 98,6 milhões ção entre recursos disponíveis e até o final deste ano. investimentos concluídos. As A área de saúde também enelétricas usaram apenas R$ 2,5 frenta lentidão nos investimenbilhões dos R$ 10,2 bilhões destitos para além do ritmo desaceleranados no orçamento. O montando nos gastos pelo Ministério do te executado corSaúde . A Empreresponde a 24,5% sa Brasileira de HePetrobras usou do total, segundo e só R$ 37 bilhões moderivados a atualização do Biotecnologia (Hedos R$ 75,8 Sistema Integramobras) utilizou do de Planejamenbilhões previstos R$ 32,4 milhões to e Orçamento dos R$ 263,8 mino orçamento (SIPO), do Minislhões que lhe fodeste ano tério do Planejaram destinado no mento, incluída início do ano. no Siga Brasil. A quase totalidade do aporte Furnas utilizou R$ 416,6 birealizado (R$ 32,17 milhões) foi lhões da reserva de R$ 1,5 bipara a construção de fábrica no lhão para aporte em implantaPernambuco, que está orçada ção de linhas de transmissão e em R$ 258 milhões. melhorias em usinas hidrelétriA Petrobras, dona da maior facas. Foram 27,8% da verba autia do orçamento das estatais torizada. A estatal aplicou so(R$ 75,8 bilhões), executou R$ 37 mente R$ 64,8 milhões para bilhões — resultado que rende à manutenção do sistema de petrolífera uma execução de transmissão de energia das re48,8%. No balanço financeiro do giões Centro-Oeste e Sudeste, segundo trimestre, divulgado cuja previsão orçamentária em agosto, a execução foi um destina R$ 432,5 milhões. pouco maior: R$ 38,7 bilhões. ■ nos terminais do porto de Fortaleza, Natal e Salvador, as Companhias de Docas utilizaram R$ 22,84 milhões. 8 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 BRASIL Fotos: divulgação PESQUISA Demanda das empresas por crédito aumenta 4,5% em agosto, diz Serasa Experian O número de empresas que procuraram crédito em agosto foi 4,5% maior do que o total verificado em julho, informou a Serasa Experian, ontem. Este foi o segundo avanço mensal consecutivo, mas o resultado não impediu que o Indicador de Demanda das Empresas por Crédito seguisse no campo negativo no acumulado do ano, em -1,5%. Em relação ao mesmo mês de 2011, houve recuo de 4,6%. Agência Estado Mercado reduz projeção para o PIB e eleva inflação Pela décima semana seguida, os analistas aumentaram a estimativa para o índice de preços oficial e, pela sétima vez, diminuíram a previsão de crescimento econômico INDÚSTRIA NAVAL Dilma diz que vai resgatar o setor no país Presidente visitou ontem locais de construção das plataformas P-58 e P-55 Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr O mercado elevou pela décima vez seguida a projeção para a inflação neste ano, mas reduziu a expectativa para 2013 depois de o governo ter anunciado medidas para diminuir as tarifas de energia, mostrou a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada ontem. A expectativa para a inflação no ano que vem dos analistas consultados foi reduzida a 5,5 0%, ante 5,54% na semana anterior. Na semana passada, o governo brasileiro anunciou redução média das tarifas de energia de 20,2% para os consumidores a partir do ano que vem, em uma ação para garantir maior competitividade à indústria local e ajudar a acelerar o crescimento do país. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa medida deverá ter um impacto positivo na inflação em 2013 entre 0,5 a um ponto percentual, considerando os efeitos diretos e indiretos. Para este ano, por sua vez, a previsão do mercado para inflação foi elevada para 5,26% de 5,24% na semana anterior. Com isso, a perspectiva do mercado afasta-se ainda mais do centro da meta do governo, de 4,5%pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o processo de convergência da inflação para o centro da meta ocorre de maneira não homogênea e pode ter reversões temporárias. Em relação à taxa básica de juros, a pesquisa Focus mostrou que o mercado manteve a expectativa de que a Selic, atualmente na mínima histórica de 7,50%, sofrerá mais um corte de 0,25 ponto percentual e encerrará este ano a 7,25 por cento. Reiterando uma “máxima parcimônia” na condução da política monetária, o BC demonstrou maior preocupação com os Gustavo Porto Agência Estado Em um rápido pronunciamento em Rio Grande (RS), a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que os estaleiros do Rio Grande do Sul — o Quip e o Rio Grande — mostram que o Brasil voltará a ter indústria naval de alta qualidade. Ao citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “a pessoa a quem nós devemos esse estaleiro”, Dilma afirmou que a indústria naval mantém no país os empregos do setor. “O país não poderia exportar empregos e oportunidades para o resto do mundo. Milhões de reais foram colocados aqui e esses milhões de reais vão servir para ter indústria naval de alta qualidade, que nasceu aqui no Rio Grande do Sul”, disse a presidente. Dilma lembrou ainda que os equipamentos utilizados nos estaleiros gaúchos, visitados ontem por ela, vêm de outros estados, como Alagoas e Rio de Janeiro. AJUSTE DE EXPECTATIVA Tombini: convergência para meta ocorre de maneira não homogênea M Mercado reduz projeção de expansão para a economia, m mas prevê aumento da inflação PIB 2,05% 2,01% 1,90% 1,90% 1,90% 1,85% 1,81% 1,75% 1,73% 1,64% 1,62% ,5 1,57% 29/JUN 6/JUL 13/JUL 20/JUL 27/JUL 3/AGO 10/AGO 17/AGO 24/AGO 31/AGO 6/SET ATUAL 5,5 IPCA* 5,11% 4,93% 4,85% 4,87% 4,92% 5,15% 5,24% 5,26% 5,19% 5,20% 4,98% 5% preços no curto prazo devido à de produtos agrícolas. O relatório Focus ainda não captou a visão do mercado sobre o futuro da taxa de juros depois que o BC anunciou, na noite de sexta-feira, redução no recolhimento dos depósitos compulsórios dos bancos, que resultará na injeção de R$ 30 bilhões na economia. Alguns economistas do mercado avaliam que a redução do compulsório diminui as chances de mais um corte da taxa de juro, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro. Em relação ao próximo ano, a projeção para a Selic foi mantida em 8,25 por cento. PIB 4,55 29/JUN 6/JUL 13/JUL 20/JUL 27/JUL 3/AGO 10/AGO 17/AGO 24/AGO 31/AGO 6/SET ATUAL Fonte: Relatório Focus, do Banco Central *Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE Os analistas consultados na pesquisa Focus reduziram pela sétima vez a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, para 1,57%, contra 1,62% na semana anterior. Para 2013, a expectativa foi mantida em 4%. O Ministério da Fazenda reduziu, na quinta-feira passada, sua previsão para o crescimento da economia este ano para 2%, depois de um primeiro semestre muito fraco, e anunciou novas medidas para estimular a produção. Com isso admite crescimento menor que o de 2011 — 2,7% — e pela primeira vez, a estimativa da Fazenda é menor que a do BC, que prevê alta de 2,5% no PIB deste ano. A expectativa é que a economia cresça em um ritmo mais acelerado no segundo semestre. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB, já captou uma pequena melhora, indicando expansão de 0,42 por cento em julho frente a junho, ante expectativa do mercado de alta de 0,30 por cento. ■ Reuters A presidente afirmou que a indústria naval mantém no país os empregos do setor A presidente encerrou o pronunciamento com agradecimentos aos funcionários do empreendimento e ao povo brasileiro. “Eles provam que quando querem, são capazes de desafiar qualquer obstáculo.” No estaleiro de Rio Grande, visitado pela presidente, estão em fase final de construção a plataforma P-55 — que será levada ao campo de Roncador, no Rio de Janeiro, e terá capacidade de extrair 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás, diariamente — e a P-58, para exploração de petróleo no Espírito Santo. ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 9 ARRECADAÇÃO Receita inicia cobrança de R$ 86 bilhões em dívidas vencidas de pessoas física e jurídica A Receita Federal anunciou um conjunto de ações de cobrança para recuperar R$ 86 bilhões em débitos vencidos, acumulados por pessoas físicas e jurídicas nos últimos cinco anos. O órgão está enviando carta para empresas inscritas no Simples Nacional, inadimplentes beneficiados pelo refinanciamento de dívidas previsto na Lei 11.941/2009 e a 317 contribuintes que devem mais de R$ 10 milhões ao Fisco. ABr Perda de eficácia da MP do Código Florestal deve gerar “limbo jurídico” Pedro Ladeira/AFP Se não for votada até o dia 8 de outubro na Câmara e no Senado, a medida perde a validade A medida provisória que preenche lacunas do Código Florestal precisa ser votada nesta semana na Câmara dos Deputados, e logo no Senado, para evitar o risco de perder a validade, o que geraria insegurança jurídica sobre diversos pontos, avaliam especialistas e parlamentares. A MP foi editada em maio deste ano justamente para regulamentar os pontos vetados pela presidente Dilma Rousseff ao sancionar o Código Florestal. Se não for votada até o dia 8 de outubro na Câmara e no Senado, a MP perde a validade. “Em muitos pontos haverá um limbo jurídico, porque houve vetos e não há nada que substitua ou regulamente o que foi vetado”, explicou o professor em direito ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Nicolau Dino. Por causa das eleições municipais em outubro, Câmara e Sena- do têm trabalhado apenas algumas semanas por mês, de forma intercalada, o que acaba restringindo o prazo para tramitação da MP. Na Câmara, o último período do mês do chamado esforço concentrado ocorre nesta semana. O Senado só retomaria as atividades depois das eleições, cujo primeiro turno será realizado dia 7 de outubro, mas caso a medida seja votada pelos deputados poderá haver uma convocação excepcional dos senadores. Para o presidente da Comissão Nacional de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Gilberto Piselo do Nascimento, a caducidade da MP abrirá uma série de questionamentos jurídicos. “Vai abrir, sim, um grande flanco para uma especulação”, afirmou. Um ponto específico — justamente o que define um escalonamento de faixas a serem reflorestadas nas margens de rios levando em conta o tamanho da propriedade, a chamada “esca- Nova proposta pode facilitar acordo e reduz risco de veto Recomposição de vegetação em uma área de 20 metros ao longo de curso d’água volta à pauta O texto original da medida provisória do Código Florestal, sancionada em maio pela presidente Dilma Rousseff, previa que propriedades com tamanho entre 4 e 10 módulos fiscais deveriam recompor a vegetação numa área de 20 metros ao longo de cursos d’água com menos de 10 metros de largura. A sugestão apresentada na semana passada retoma a exigência de 20 metros, mas por outro lado mantém a ampliação do rol de propriedades a se encaixar nessa regra. A proposta poderia facilitar um acordo e teria menos riscos de sofrer um veto presidencial, uma vez que se aproxima no texto original, acredi- tam alguns parlamentares. “De alguma maneira, isso poderia ajudar numa negociação posterior”, explicou o senador Jorge Viana (PT-AC). “Daria para fazer um acordo mais amplo que ajuda a ter uma votação e depois se discute sobre veto”, disse. Segundo o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), isso ocorreria sem o compromisso da presidente. “É um entendimento no âmbito do Congresso para essa proposta que tem menos probabilidade de ser vetada.” À época em que a MP foi votada na comissão mista, a presidente defendeu publicamente a “escadinha” original e eximiu o governo da responsabilidade pelo acordo firmado na comissão, alegando não ter participado das negociações para aprovar a medida. ■ Reuters dinha” —, suscita diversas interpretações. No início do mês o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos que alimentaram o processo de obstrução da votação, avaliou que no caso de a MP caducar, não haveria regulamentação obrigando o proprietário rural a reflorestar, eximindo o produtor dessa exigência. Na avaliação de Dino, da UnB, uma das teses possíveis é a de que na ausência desse dispositivo da MP, ficariam valendo as regras já sancionadas no Código Florestal. A MP trazia regras especiais para propriedades já desmatadas se regularizarem. Sem a MP, os proprietários deverão recompor conforme a regra já sancionada no código, levando em conta o mínimo de 30 e o máximo de 500 metros ao longo de rios, segundo essa interpretação. Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), presidente da comissão mista que analisou a medida provisória, se essa tese se confir- Protesto contra o Código Florestal realizado durante a Rio+20 mar, os primeiros a ser prejudicados serão os pequenos agricultores, com menos condições de arcar com o reflorestamento. O problema da insegurança jurídica pode não ser solucionado rapidamente, uma vez que o governo tem poucas “saídas” para regulamentar o que perder a eficácia. Segundo o professor de direito da UnB Mamede Said, o governo não pode editar uma nova medida provisória sobre este mesmo tema até o ano que vem. Também não poderia regulamentar os buracos produzidos pelos vetos por meio de decreto. ■ Reuters 10 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 BRASIL Divulgação JUSTIÇA CNJ pode anular hoje concurso realizado pelo TJ para magistratura em São Paulo O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julga hoje procedimentos de controle administrativo que pedem a anulação das provas orais do 183º concurso realizado pelo Tribunal de Justiça para ingresso na magistratura de São Paulo, reunidos sob a relatoria do conselheiro Gilberto Valente. O concurso está suspenso desde maio, graças à liminar da CNJ que reconheceu indícios de irregularidades. Redação Em 2017, Viracopos terá operação simultânea de pouso e decolagem Concessionária anuncia plano de investimento de R$ 8,4 bi que vai ampliar a capacidade do terminal Dubes Sônego iG A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos anunciou ontem que pretende antecipar de 2023 para 2017 a conclusão da segunda pista do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A obra é orçada em R$ 500 milhões e vai permitir ao aeroporto no interior paulista se tornar, de acordo com a empresa, o primeiro da América Latina com operações simultâneas de pouso e decolagem. O principal objetivo é atrair mais companhias para Viracopos e torná-lo opção para conexão com outros países sul-americanos. O plano de investimentos para o período de 30 anos de concessão detalhado pela empresa destaca a ampliação da capacidade de atendimento de 7,5 milhões de passageiros ao ano para 80 milhões de passageiros anuais mediante investimentos de R$ 8,4 bilhões divididos em cinco etapas. O primeiro ciclo vai até 2014 e inclui a construção de um novo terminal para 14 milhões de passageiros por ano ao custo de R$ 1,4 bilhão. A ele, vão estar conectados 28 pontes de embarque e um edifício-garagem para quatro mil vagas com serviços como locadoras de automóveis, restaurantes e salas para os órgãos públicos que atuem no aeroporto. No projeto do anexo consta ainda a preparação para uma futura expansão vertical com escritórios comerciais e hotel. Segundo João Eduardo Cerdeira de Santana, presidente do Conselho de Administração da concessionária, já estão em curso negociações com redes hoteleiras interessadas não só pela demanda do aeroporto, mas PLANO DE VOO A meta do aeroporto em Campinas é ampliar conexão com outros países sul-americanos PERÍODO DE CONCESSÃO 30 anos INVESTIMENTOS R$ 8,4 bilhões em quatro etapas Primeiro ciclo de investimentos vai até 2014 e inclui a construção de um novo terminal para 14 milhões de passageiros por ano ao custo de R$ 1,4 bilhão também pela falta de leitos na cidade de Campinas e na região. O novo terminal vai ocupar 30 mil metros quadrados e deve oferecer área de concentração com lojas, restaurantes, áreas de check-in e de desembarque, posto da Receita Federal e para a checagem de passaporte. Para o embarque, serão três alas que avançam pela pista em forma de garfo. Roberto Guimarães, diretor administrativo e financeiro da concessionária, explica que atualmente 65% da receita total de R$ 400 milhões vêm do transporte de carga, 30% entra pelas áreas operacionais (taxa de embarque de passageiros e de pousos e decolagens cobrados das companhias aéreas. Os 5% restantes são ganhos não-operacionais, como aluguel de lojas e tarifa das 2 mil vagas de estacionamento. A Aeroportos Brasil Viracopos não fala em estimativa de receita com o novo terminal, mas quer equilibrar cada divisão. Parte das obras, como a terraplanagem do terreno, começou no final de agosto e deve acabar em outubro, abrindo espaço para trabalhos de fundação. Em paralelo, ocorre a modernização do terminal já existente, com investimento de R$ 100 milhões — dos quais R$ 69 milhões serão direcionados para o setor de passageiros e, o restante, para a infraestrutura de carga. Entre as mudanças trazidas com esta reforma, está a ampliação da área de embarque, que deve mais que duplicar: de 2400 metros quadrados para 5800 metros quadrados. Um terminal remoto com sete posições de estacionamento será destinado à operação de aviões ATR (modelos com turbo-hélices, usados principalmente por Trip e Azul). Por fim, o plano contempla ainda o puxadinho, também chamado de Módulo Operacional Provisório, que deve ser ampliado para colocação de novas esteiras de bagagem, o que ampliaria a capacidade de check-in. ■ Valéria Gonçalvez Aeroporto atual de Viracopos, em Campinas: o novo terminal vai ocupar 30 mil metros quadrados Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 11 PODER ONLINE >>> Leia mais em www.ig.com/poderonline TALES FARIA, de Brasília [email protected] CURTAS O Código Florestal Relator do texto aprovado na Comissão Mista que analisou a medida provisória do Código Florestal, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) põe um ponto final sobre a participação do governo no acordo final: “O governo participou de pontos importantes, como incluir os rios intermitentes em Áreas de Preservação Permanente, aumentar para 15 metros o perímetro de APPs nos olhos d’água e a emenda que beneficiava o cerrado. Mas não participou do acordo para mudança de metragem nas APPs em propriedades médias. Este ponto foi acertado por mim e pelo senador Jorge Viana (PT-AC), senão perderíamos tudo”, declarou ao Poder Online. E quanto à votação da MP na Câmara esta semana? “Será aprovada. Ninguém é louco de derrubá-la, colocando milhões de pequenos agricultores na ilegalidade.” ■ José Cruz/Ag. Senado ➤ ● Descontente com o tratamento que vem recebendo dos aliados e até com o próprio partido, Netinho de Paula (PCdoB) tem um motivo a mais para se arrepender de ter aberto mão de sua candidatura a prefeito. É que quando o ex-presidente Lula sentou com ele para uma conversa visando acertar essa costura, usou como argumento a ideia de que São Paulo era uma cidade com tradição em polarização e que não haveria espaço para uma terceira via. Com o crescimento da candidatura de Celso Russomanno (PRB), Netinho teve a certeza de que o argumento estava errado. ● Não dá mais para Gabriel ➤ Chalita (PMDB) ser o bom moço na disputa eleitoral paulistana, essa é a avaliação de seus aliados. O PMDB considera que se Chalita quer se apresentar como o novo, tem de aliviar um pouco o discurso de que é amigo do governador Geraldo Alckmin e da presidenta Dilma Rousseff. ➤ ● O vereador Eliseu Gabriel, presidente do PSB paulistano, pretende cobrar os aliados petistas na reunião semanal do comitê de Fernando Haddad (PT) que será realizada hoje sobre a ajuda prometida. Os socialistas reclamam que enquanto os candidatos a vereador do PT têm peruas, cavaletes e fartura de materiais, os do PSB ainda sofrem pela carência de estrutura de campanha. “O PSB está fazendo a parte dele. Daqui a pouco a eleição acaba e como é que fica?”, questiona Gabriel. ➤ ● Além da certeza de que Gabriel Chalita (PMDB) precisa mudar o discurso de abordagem com o eleitor, o partido também fechou a realização de um jantar para arrecadar fundos para a campanha. O local ainda não foi definido, mas o comitê pretende ter 2 mil pessoas e cobrar R$ 500 por cabeça. ➤ ● O ex-ministro Antonio Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal, disse a amigos que havia preparado um voto de 400 páginas sobre o processo do Mensalão com seu veredito a respeito de todos os réus. Atropelado pela aposentadoria compulsória, já que completou 70 anos, Peluso, no entanto, só votou no primeiro item do processo. Do chamado núcleo político, o ex-ministro só conseguiu se manifestar a respeito do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), a quem condenou estabelecendo como pena seis anos de prisão. Quanto aos outros réus? Peluso disse aos amigos que picotou as 400 páginas de seu voto. Bem… Picotou o papel. Nesses tempos de informática, sempre é possível um arquivo nas nuvens ou em pen drive. ➔ Colaboraram Leonardo Santos e Marcel Frota Relator afirma que não há dúvidas sobre esquema de compra de votos Joaquim Barbosa diz que parlamentares recebiam dinheiro para votar a favor das matérias de interesse do governo federal Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr O relator da ação penal do chamado mensalão, ministro Joaquim Barbosa, disse ontem não haver dúvidas sobre a existência de um esquema de compra de apoio político ao governo na Câmara dos Deputados. Barbosa começou a semana com a leitura do voto sobre a questão relativa a corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, que envolve os réus integrantes do chamado “núcleo político” do suposto esquema. “Não há qualquer dúvida sobre a existência do esquema de compra de votos nesta altura do julgamento”, disse Barbosa, ao iniciar o seu voto. São 23 acusados neste item, o quarto a ser analisado, entre eles, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; o ex-presidente do PT, José Genoino; e o extesoureiro Delúbio Soares. Esta questão pode comprovar o uso de recursos ilícitos para a compra de apoio político na Câmara. O relator analisou, na primeira parte do seu voto, os repasses que teriam sido recebidos pelo Partido Progressista (PP). A legenda teria recebido dinheiro oferecido por Dirceu, para votarem a favor de matérias do interesse do governo federal, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). “Os parlamentares prestaram seu apoio ao governo na Câmara influenciados por esses pagamentos. Os partidos eram opositores, eram antípodas”, disse Barbosa. É evidente o potencial exercido pelos pagamentos sobre as manifestações dos parlamentares beneficiados”. Barbosa disse que a compra de apoio entre parlamentares já era conhecida no Congresso Nacional e citou depoimento do deputado Arlindo Chinaglia (PTSP), que citou que os comentários eram “sorrateiros”. Alianças Joaquim Barbosa analisou a adesão do Partido Progressista (PP) à base aliada no início do governo Lula depois de ter firmado um acordo para receber recursos do Partido dos Trabalhadores (PT). Com base em depoimentos, Barbosa lembrou que o PP apoiou, na eleição que sagrou o ex-presidente Luiz Inácio da Barbosa analisou adesão do PP à base aliada do governo Lula Silva vitorioso, o então candidato do PSDB, José Serra. O relator disse que a ida do PP para a base do governo se consumou a partir de meados do ano de 2003, com o pagamento do mensalão. Barbosa se valeu de depoimentos de integrantes do próprio PP, como o ex-líder José Janene (PR), já falecido, que admitiu que a cúpula do seu partido firmou um acordo de “coopera- ção financeira” com os dirigentes do PT. O partido recebeu R$ 4,1 milhões do esquema operado pelo publicitário Marcos Valério. “Não havia qualquer razão para esse auxílio do PT ao PP, senão o fato de ter aderido à base do governo em meados de 2003”, ressaltou o relator. O ministro disse que, mesmo tendo recebido “recursos volumosos” do PT nos dois primeiros anos do governo Lula, o PP praticamente não firmou alianças com os petistas nas alianças municipais. O relator chegou a citar o depoimento de um exdeputado do PP Vadão Gomes, que chegou a mencionar que havia “notória incompatibilidade ideológica” entre os partidos. “Apesar dessa incompatibilidade, o réu Pedro Henry (então líder do partido) conduziu o voto de sua bancada favoravelmente às pretensões dos corruptores”, destacou Barbosa, ao ressaltar que, além de Henry, o então presidente do partido, Pedro Corrêa, e José Janene participaram do esquema de recebimento de recursos. ■ Reuters e Agência Estado 12 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 A VOZ DAS URNAS Editado por: Pedro Venceslau [email protected] Apoio da Igreja Universal deixa Russomanno isolado Reação da Arquidiocese de São Paulo contra candidato do PRB instiga católicos a entrarem na campanha Rodrigo Capote BAÚ ELEITORAL VOTO RELIGIOSO Russomanno é o candidato preferido entre católicos e evangélicos em São Paulo Católicos Evangélicos** 32% CELSO RUSSOMANNO (PRB) 41% 22% JOSÉ SERRA (PSDB) 17% 17% FERNANDO HADDAD (PT) 14% 10% GABRIEL CHALITA (PMDB) 5% 0 Russomanno pode ser prejudicado até outubro por maior engajamento de líderes católicos na eleição Pedro Venceslau [email protected] A ofensiva deflagrada pelo comando da Igreja Católica em São Paulo contra a candidatura de Celso Russomanno foi apenas a ponta de um iceberg político. A relação ostensiva do candidato do PRB com a Igreja Universal do Reino de Deus já vinha gerando reações fortes entre os líderes católicos e até evangélicos de outras agremiações. O texto sobre a suposta defesa da Igreja Católica ao “Kit gay” do MEC (Ministério da Educação) — ELEIÇÕES 2012 que foi escrito em 2011 e mantido até recentemente no blog do deputado Marcos Pereira, presidente do PRB — foi o gatilho que transformou a reta final de campanha em uma “guerra santa” parecida com a que prejudicou Dilma Rousseff no primeiro turno presidencial em 2010. Líderes católicos e evangélicos ouvidos pelo Brasil Econômico avaliam que o episódio tem forte potencial de dano à candidatura de Russomanno. “A Igreja Católica tem evitado ser contundente nos últimos anos, mas a vinculação estreita do Celso Russomanno com a Igreja Universal acirrou os ânimos dos católicos. O texto publicado pelo presidente do partido dele pode levar ao engajamento de setores da Igreja Católica”, avalia o padre José Antonio Trasferetti, professor de teologia da PUCCampinas. “Não acho ético que igrejas evangélicas façam campanha ostensivamente. Eu não me sentiria bem se isso acontecesse na Igreja Católica”, completa o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor do departamento de Teologia da PUC-SP. Para o evangelista e vereador Carlos Apolinário, da Assembleia de Deus, o texto do dirigente do PRB instigou os religiosos a entrarem com tudo na campanha. “Sou evangélico há 53 anos e posso lhe afirmar que o apoio da igreja nem sempre agrega votos, mas a repulsa tira muitos”. Os 10 20 30 40 50 Fonte: Datafolha *Pesquisa realizada entre os dias 10 e 11 de setembro, com 1221 eleitores. Margem de erro de 3 pontos percentuais. **Evangélicos pentecostais principais candidatos em São Paulo trabalham para atrair os católicos que estão em campanha contra o candidato do PRB. Os estrategistas de Gabriel Chalita (PMDB) pretendem explorar na campanha a vinculação de Russomanno com a Universal e reforçar os laços do peemedebista, que é católico fervoroso, com a Renovação Carismática. Já Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) travam um cabo de guerra para fechar alianças com líderes católicos da periferia. Os apoios mais disputados são do padre Ticão, o mais tradicional líder comunitário da zona leste paulistana, o popular padre-cantor Marcelo Rossi e Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua. ■ Pindamonhangaba elege o prefeito mais jovem do Brasil A eleição do prefeito considerado o mais jovem do Brasil ocorreu em 1977, em Pindamonhangaba, cidade a 160 km de São Paulo. A vitória na disputa municipal veio aos 23 anos. Apesar da pouca idade, o então candidato já acumulava no currículo a experiência de um mandato como vereador — outro recorde. O estudante de Medicina e professor de cursinho pré-vestibular foi o parlamentar mais votado naquela eleição, com mais de 10% dos votos válidos. O início da carreira política o levaria logo à presidência da Câmara Municipal. Quatro anos depois, em eleição direta, a chegada à Prefeitura seria prejudicada ainda pelas aulas na faculdade. A alternativa nas agendas foi tornar o pai em chefe de gabinete. O ‘ilustre’ prefeito? Geraldo Alckmin, hoje governador de São Paulo, em terceiro mandato. Ainda no interior do estado, seu governo se destacou pelas obras de asfaltamento das ruas da cidade. Em 1982, é eleito deputado estadual, e em 1986, deputado federal. Dois anos depois, ajuda a fundar o PSDB. Como vice de Mario Covas, assume o Palácio dos Bandeirantes em março de 2001, de onde sairia para concorrer à Presidência em 2006. Alckmin é reeleito governador de São Paulo em 2010, no 1º turno, com 11,5 milhões de votos. Divulgação Líder do PRB submerge depois de polêmica Arquidiocese de São Paulo diz que Código Canônico impede engajamento eleitoral Autor do explosivo texto que liga a Igreja Católica à proposta do chamado “Kit gay”, o deputado federal Marcos Pereira, que é ligado a Igreja Universal, submergiu depois da polêmica. Ele publicou em seu blog uma nota intitulada “Ponto final” onde diz respeitar “os direitos individuais independente de credo, raça ou opção sexual”. Por orientação da campanha, ele decidiu reduzir as conversas com jornalistas. Ao BRASIL ECONÔMICO, a Arquidiocese de São Paulo explicou o motivo da reação tardia ao texto do líder do PRB, publicado originalmente em 2011. “Só agora e em função da campanha a Arquidiocese tomou conhecimento do texto”, explicou um assessor Na avaliação dos interlocutores de d.Odilio Scherer, chefe da Arquidiocese, a resposta ao candidato do PRB não significa que a Igreja Católica se engajará em outra candidatura. “O Código de Direito Canônico não permite que padres façam campanha abertamente para nenhum candidato”, explica o assessor. “Os católicos não são tão organizados políticamente quanto os evangélicos”, conclui o sociólogo Aldo Fornazieiri. ■ Alckmin: agenda de prefeito dividida com aulas de medicina Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 13 FALTAM DIAS PARA O 1º TURNO DAS ELEIÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 BRANCO CORRIGE CONFIRMA Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Serra volta a associar Haddad a José Dirceu tro foram mostrados na campanha, isso sem falar naquele outro padrinho que é réu do mensalão. Nossa, esse ninguém merece, hein!”, respondeu o ouGuilherme Waltenberg tro. Na semana passada, o proAgência Estado grama de televisão de Serra já O programa eleitoral do candihavia citado Dirceu como um dato do PSDB a prefeito de São dos padrinhos de Haddad. Paulo, José Serra, voltou ontem Em seguida, os narradores a associar o candidato petista, explicaram quem são os padriFernando Haddad, ao ex-minisnhos: “Tem o (ex-presidente) tro José Dirceu, réu no procesLula, que está socorrendo canso do mensalão. didato de baciaMesmo sem citar “Já fez as contas da por aí. Tem a o nome de Dir(ex-prefeita) de quantos ceu, que será julMarta, que já espadrinhos o gado nesta sematá encastelada na na no Supremo candidato do PT Cultura (no MiTribunal Federal nistério da Cultu(STF), o progra- tem?”, questionou ra) e tem o Manarrador ma tucano, exibiluf, do Pitta, do do no horário graFura-Fila”, destuito de rádio, disse que o excreveu o narrador. O programa ministro é um dos “padrinhos” não citou o quarto fiador da de Haddad. candidatura petista, que seria a “Você já fez as contas de presidente Dilma Rousseff. quantos padrinhos o candidato Já o programa de Haddad fodo PT tem nesta eleição?”, cou em propostas para a cidade, questionou um narrador. “Quacomo o projeto de descentraliza- TWITTAÇO “O tucano, venhamos e convenhamos, fez por merecer o discurso...” Roberto Jefferson Ex-deputado e acusador do esquema do mensalão comenta críticas de Lula sobre agressividade de José Serra (PSDB) na campanha eleitoral em São Paulo Daniel Marenco/Folhapress Ex-ministro e réu no julgamento do mensalão tem sido lembrado em ataques à chapa petista Serra: candidato tucano briga com PT por vaga no 2º turno ção da capital, batizado de Arco do Futuro, e prometeu aumentar a fiscalização sobre onde vai o dinheiro gasto pela Prefeitura. “É o que a gente precisa, de um prefeito mais atento aos gastos”, disse um narrador. O expresidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o programa ao lado de Haddad. O candidato do PRB, Celso Russomanno, líder nas pesqui- sas, fez o programa voltado para a área da saúde. “Nossa cidade está doente”, disse o narrador. Foram apresentados depoimentos de populares irritados com a demora em serem atendidos na rede pública de saúde. “Falta tudo, um verdadeiro caos”, afirmou o narrador no fim do programa, que foi concluído pelo candidato dizendo: “Vou cuidar da sua saúde”. ■ GIRO POLÍTICO Roosewelt Pinheiro/ABr Murillo Constantino “Estado RJ: TERCEIRO que mais fechou leitos em hospital entre 2005-2012. Veja tabela Ministério Saúde” César Maia Ex-prefeito do Rio de Janeiro e candidato a vereador pelo DEM critica gestão do governador Sérgio Cabral na área da saúde “Essa chuva derruba agenda de rua. Mas não nos tira da rua... Reformulando toda a agenda para hoje a tarde!” Manuela D’Ávila Candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre muda seus planos devido à forte chuva na capital gaúcha, ontem Dois ex-ministros seguem em campanha por uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo. Orlando Silva, do PCdoB, tenta reerguer sua carreira política um ano depois de pedir demissão do comando do Ministério do Esporte após denúncias de gastos irregulares de R$ 30 mil no cartão de crédito corporativo do governo federal... ...já em campo político oposto, Andrea Matarazzo, do PSDB, foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência, entre 1999 e 2001. Na capital, participou da gestão Serra/Kassab como secretário de Serviços e de Coordenação das Subprefeituras, além de assumir a Subprefeitura da Sé, até 2007. “Comunidade q me zoa na infernet achou “irreal” proposta de ter os jovens “Posso ajudar?” com tablets. Como se fosse coisa do outro mundo” Soninha Francine Candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo critica má repercussão de sua proposta em bairro da cidade 14 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA EDUCAÇÃO/GESTÃO SUSTENTABILIDADE Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Empreendedor estrangeiro se rende aos atrativos brasileiros Boa performance do país durante a crise e aumento da massa consumidora atraem empresários de fora Alexandre Rezende O francês Jean-Luc Senac, fundador da Evolucard, está há 14 anos no país mento com padrões de processamento global. Westerberg conta que a maioria das pesCom uma performance relativasoas subestima a dificuldade de mente melhor que a de muitos fazer negócios no Brasil. Ainda países durante a crise financeiassim, a demanda e oportunidara internacional, o Brasil endes oferecidas pelo país o tortrou no radar dos empreendenam atrativo. O sueco estabeledores estrangeiros. Embora ceu uma meta agressiva de ter não haja um mapeamento ofi30% do mercado de soluções cial do número de empresas de pagamento para e-commerabertas, o Ministério do Trabace até o final de 2013. lho e Emprego informou que Outro sueco que veio se avenno primeiro semestre de 2012 turar nos trópicos foi Johan os estrangeiros pessoa física Jonsson, fundador do Agente aplicaram R$ 107,80 milhões Imóvel, portal que disponibilino Brasil, uma alta de 32% soza informações sobre o mercabre os R$ 81,79 milhões registrado imobiliário, além de busca dos no mesmo período de 2011. para compra e aluguel de imóDe acordo veis. Após tirar com o professor um ano sabático, Até junho, de EmpreendedoJonsson termiestrangeiros rismo do Ibenou sua viagem pessoas físicas mec, Eduardo Bono Brasil. E decinomo, o que diu voltar para aplicaram atrai esses emno país. R$ 107,8 milhões morar preendedores é a Quando se muno Brasil situação em que dou, passou o prio Brasil se enconmeiro ano estutra em relação a outros países. dando português e o mercado fi“É um local atraente, uma econanceiro local. Com experiênnomia que está aquecida, tracia em internet e corretoras, o balhou com pleno emprego sueco percebeu que as informaum bom período durante a crições sobre imóveis para aluse. Enfim, é uma conjuntura faguel estavam disponíveis apevorável para a abertura de emnas em jornais; além disso, não preendimento”, comenta. havia fontes para comparação Um dos casos de estrangeide preços. Em 2008, ele monros que vieram ao país no recentou o portal Agente Imóvel ao te boom é o do sueco Svante estilo “Vale do Silício”: em sua Westerberg. Em 2004, ele própria casa. Hoje, a empresa abriu uma consultoria, depois tem 14 funcionários e está pertornou-se sócio da Braspag to de bater um milhão de usuáempresa comprada pela Cielo rios por mês. e então fundou a MaxiPago, Mas não foi tão fácil. “A deque oferece soluções de pagamora para abrir conta bancáGiulia Camillo [email protected] Rodrigo Capote Oempreendedorsueco JohanJonsson:casamentocomumabrasileirafacilitouascoisas ria, uma empresa, dificulta. E sendo estrangeiro, o tempo dobra. Para mim foi mais fácil porque casei com uma brasileira”, lembra. “Mas quando estava esperando a identidade brasileira, o sobrenome do meu pai estava errado. Demorou um ano e meio para refazer o documento e sem isso não se podia abrir a empresa”. De acordo com Paulo Melchor, consultor do Sebrae-SP, há duas formas do empreendedor estrangeiro entrar no Brasil. A primeira é abrir uma filial, após obter autorização do governo, e a segunda é obter um visto permanente e abrir uma empresa brasileira - ou seja, que tenha sede no Brasil e seja constituída sob a legisla- RECEITA INTERNACIONAL Veja as duas modalidades de atuação dos empreendedores de outros países no Brasil ABRIR UMA FILIAL É necessário requerer autorização do governo federal, através do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), e ter um representante no Brasil com poderes para ser demandado Após obter a autorização e arquivar os atos na Junta Comercial do estado de atuação, precisa publicar na imprensa oficial os documentos que estão obrigados a publicar em seu país de origem Toda e qualquer alteração a ser feita na empresa precisa ter autorização do governo ABRIR UMA EMPRESA BRASILEIRA Se quiser atuar dentro do Brasil, é necessário obter um visto permanente. Para o empreendedor, a concessão é regulamentada pela Resolução Normativa 84 de 2009 do Ministério do Trabalho e prevê investimentos de, no mínimo, R$ 150 mil no país Para o estrangeiro exercer cargos de chefia, a Resolução Normativa 95 de 2011 estabelece que a empresa tenha que investir R$ 600 mil por administrador que quiser “importar” ou R$ 150 mil, com a garantia de geração de 10 novos empregos no país Após a obtenção do visto, a burocracia para a abertura de empresas segue como para os brasileiros Fonte: Ministério do Trabalho ção nacional. Melchor também cita a concessão de vistos permanentes para estrangeiros que venham trabalhar em cargos de chefia. O francês Jean-Luc Senac se enquadra nesse caso. Há nove anos, quando estava empregado por uma empresa francesa no país, Senac decidiu tornarse seu próprio chefe. “Quando cheguei na idade dos 30, pensei o que eu queria fazer da vida. Eu já tinha vontade de montar uma empresa, encontrei aqui uma oportunidade”. Segundo ele, o único obstáculo a mais que os estrangeiros têm para abrir uma empresa no Brasil é conseguir o visto. Como já possuía os documentos, não teve tantos problemas. Assim, abriu a Saúde Service no final de 2003. Com um crescimento médio de 63% ao ano, é focada em meios de pagamentos no setor de saúde. A experiência deu tão certo, que ele decidiu fundar a Evolucard, que vincula cartão de crédito ao celular. Como Senac, diversos estrangeiros vêm ao Brasil. De acordo com dados do MTE, entre janeiro e junho de 2012, foram concedidas 32.913 autorizações de trabalho a estrangeiros, a maioria dos Estados Unidos e para a região Sudeste. Porém, ainda faltam incentivos, fato que é notado por todos os entrevistados. Como resume Westerberg, “o Brasil está indo muito bem, apesar de si mesmo. Imagine se houvesse políticas que estimulem o investimento. O Brasil passaria a China”. ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 15 SEXTA-FEIRA SEGUNDA-FEIRA TECNOLOGIA ECONOMIA CRIATIVA Divulgação MARCELO NAKAGAWA Professor e Coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper A hora do ninguém brasileiro Para Wanessa, o fato de acreditar na ideia, a fez conseguir um investidor para concretizar o projeto Projeto na área de confecções aproxima fabricantes dos lojistas Entre rodadas de negócios e road shows, duas empresárias identificaram problemas e criaram o site VestesBr, dando mais velocidade nas operações Marcelo Ribeiro [email protected] Quando o marido faleceu, Wanessa Wander era diretora comercial de um jornal de grande circulação em São Paulo e nunca havia pensado em ter uma vida profissional autônoma. Diante dos problemas pessoais, se mudou para Maringá, no estado do Paraná, considerado o maior polo da indústria do jeans no país e, pressionada pela necessidade de criar os filhos, abandonar a profissão de origem e se aventurar na concorrida indústria de confecções. Ela e a sócia, a administradora Marina Oliveira, resolveram que deveriam atender atacadistas. Entre rodadas de negócios internacionais, prestação de consultorias e realização de road shows, as empresárias identificaram alguns problemas nas relações comerciais do segmento, o que contribuiu para a concepção do VestesBr. “Começamos a determinar estratégias para o setor e vimos que deveríamos criar mecanismos para imprimir mais velocidade nas negociações entre fabricantes e lojistas”, explica a empresária. A partir da percepção, elaboraram o protótipo de um e-commerce que pretendia reunir os interessados em realizar transações no setor. “Por ser uma área tão “Acreditamos em um crescipouco ligada á tecnologia, houve mento gradativo de usuários denbastante resistência a esse tipo de tro da plataforma. Nossa expectaempreitada. Tínhamos que prepativa é ter 250 marcas e 20 mil lojisrar um projeto que desse tudo tas cadastrados ao final de 2013. pronto para o usuário, para que Por mais que tenhamos tido desele não precisasse se esforçar paprestígio junta a uma parte do sera lidar com o setor digital”. tor, nós éramos duas e nos incenO comportamento pouco retivávamos. Por acreditarmos na ceptivo das confecções, nos deu ideia, conseguimos um investia certeza de que teríamos que perdor para concretizar o projeto”, severar para que a nossa ideia fosreforça Wanessa. se aceita. “Já vislumbrávamos As pretensões das empresárias que o projeto traria muitas vantae do investidor é que o projeto gens a nós e aos movimente R$ 50 produtores”, exmilhões até deAs empresárias plica Wanessa. zembro de 2012. pretendem Para conceber Além de um canal que o VestesBr o negócio, as emexclusivo de venpreendedoras readas, os lojistas temovimente lizaram diversos rão um caminho empréstimos e R$ 50 milhões até mais fácil para properceberam que dezembro de 2012 fissionalizar os proprecisavam de cajetos. “Faremos vída vez mais suporte para propordeos e fotos e levaremos a ideia cionar a robustez que o projeto pra o mundo. As confecções vão demandava. “Depois que estava perceber que o setor digital as lepronto, descobrimos que havíava para qualquer lugar e elas comos criado o primeiro e-commeçarão a se globalizar. Disponimerce Business to Business (B2B) bilizamos um portal completo pade moda no país”. ra a indústria se relacionar com O projeto ganhou ainda mais os varejistas. Cada marca terá força depois que o desenvolviuma home page exclusiva, com mento da versão 2.0 da plataforvitrine virtual e toda a descrição ma recebeu um aporte de R$ 5 do estilo e perfil da fabricante. É milhões do investidor Diether uma ideia que empreende e inWerninghaus. duz a empreender.” ■ Parte da história você conhece. Mas o seu início e final, não. Um fabricante brasileiro de sapatos envia um dos seus funcionários para analisar o potencial do mercado da Índia. Dias depois, recebe a mensagem: Não há mercado. Ninguém usa sapatos na Índia. Não satisfeito, envia outro funcionário que responde assim que chega: há um mercado enorme! Ninguém usa sapatos na Índia. Esta é a parte que você provavelmente conhece. Mas esta história continua. Anos depois, quando este mesmo fabricante estava buscando oportunidades para sobreviver à enxurrada de sapatos asiáticos no Brasil, o mesmo funcionário que havia iniciado as vendas para a Índia teve a ideia de vender sapatos pela internet. Não há mercado. Ninguém compra sapato on-line no Brasil, disse o fabricante para a decepção do seu colaborador. Mas neste mesmo momento, alguns alemães estavam no Brasil para analisar a mesma oportunidade e chegaram a uma conclusão diferente: Há um mercado enorme! Ninguém compra sapato on-line no Brasil. E investiram em uma empresa chamada Dafiti, uma das líderes no comércio eletrônico de calçados no Brasil. Mas não é de hoje que estrangeiros investem Se estiver pensando no ninguém brasileiro. há mercado. Ninem empreender um Não guém compra algo em grande negócio, este leilão pela internet no é um bom momento Brasil! Era o que se imaginava quando o argentino para investir no Wenceslao Casares trouninguém brasileiro. xe o Mercado Livre para o Brasil em 1999. Ele tiMas, se não nha uma outra opinião conhecer nenhum sobre isto: Há um mercaninguém no país, do enorme! Ninguém compra algo em leilão peprovavelmente la internet no Brasil. é o próprio E qualquer pesquisa de mercado indicaria que o brasileiro gostava de comer arroz, feijão e bife em 1979. Desta forma, o que o norte-americano Peter Rodenbeck mais ouvia era algo parecido com: Não há mercado! Ninguém come dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim no Brasil. Não é nem preciso falar o nome da empresa que ele trouxe ao país... Para Peter, naquele momento, só havia uma convicção: Há um mercado enorme! No Brasil, ninguém come dois hambúrgueres,alface... E mesmo sendo muito bem sucedido com o McDonald's no país, Peter e sua esposa tiveram que ouvir comentários semelhantes em 2006: Não há mercado! Ninguém toma café premium no Brasil! Mas só havia uma certeza para eles: Há um mercado enorme! Ninguém toma café premium no Brasil! E assim a Starbucks abriu suas portas no país. A trajetória destes estrangeiros é a mesma de tantos outros que chegaram ao país como “ninguéns” e apostaram em coisas que os outros não viam. A novidade é que o Brasil voltou a ser destino para empreendedores estrangeiros. Na semana passada recebi um grande grupo de estudantes de MBA de uma das principais escolas da Europa que vieram apresentar suas ideias de negócios para investidores brasileiros. E boa parte das apresentações falavam do tal ninguém brasileiro. Há um mercado enorme! Ninguém está fazendo isto no Brasil - diziam. E em outra discussão paralela de um grupo de empreendedores norte-americanos que se tornaram investidores também há o destaque para as oportunidades que ninguém está aproveitando no Brasil. Se estiver pensando em empreender um grande negócio, este é um bom momento para investir no ninguém brasileiro. Mas se não conhecer nenhum ninguém no país, provavelmente é o próprio. E por isto que esta história ainda não acabou. Há muitas boas ideias por vir. ■ 16 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 EMPRESAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] Takeda repagina Dramin e busca maior presença no Brasil Versões diferentes de velhos produtos são parte da estratégia para país se tornar principal operação emergente Rodrigo Capote Gabriel Ferreira FARMÁCIA POPULAR [email protected] Conquistar novos consumidores até para os produtos que já estão bastante consolidados no mercado. Este é o desafio que a o laboratório japonês Takeda terá que enfrentar no Brasil para atingir o objetivo de ser a maior operação da companhia em países emergentes dentro de 5 anos. Hoje, o país ocupa a segunda posição, atrás apenas da Rússia. “Acredito que podemos acelerar e atingir essa meta ainda antes do previsto”, afirmou, ao BRASIL ECONÔMICO, Giles Platford, presidente da Takeda no Brasil. Dona de marcas famosas no Brasil, como Neosaldina, Eparema e Dramin, a Takeda tem nesses medicamentos uma de suas principais armas para ganhar mercado por aqui. Recentemente, a companhia lançou novas versões dos três remédios. O último a ganhar uma apresentação diferente foi o Dramin, que agora é encontrado também em cápsulas de gel. “É uma forma de agregar valor ao produto e à marca”, diz Platford. Segundo a companhia, o Dramin possui mais de 40% de market share no segmento de antieméticos. Dados da IMS apontam que as vendas do medicamento movimentaram R$ 78 milhões em 2011. Presente nas gôndolas das farmácias há mais de 50 anos o medicamento precisava de uma nova roupagem. “Nossas pesquisas de mercado mostraram que a marca era muito reconhecida, mas vista como algo antigo. Como a cápsula gelatinosa é uma tendência que vem muito forte entre os medicamentos isentos de prescrição, achamos que seria um bom caminho”, afirma Lia Garcia, gerente de produtos responsável por essa linha. Apesar de não ser um medicamento isento de prescrição (OTC, na sigla em inglês), a popularidade do Dramin faz com que o remédio tenha algumas semelhanças mercadológicas com esse tipo de produto. Pesquisa Além de novas apresentações para velhos e conhecidos produtos, a Takeda também tem investido no desenvolvimento de Takeda tem uma série de marcas famosas no portfólio SEDE Japão SUBSIDIÁRIAS 70 VENDAS NO AMÉRICA LATINA US$ 662 milhões FÁBRICAS NO BRASIL 2 PRINCIPAIS PRODUTOS NO BRASIL Neosaldina, Dramin, Eparema e Nebacetin Fonte: empresa Platford, da Takeda: lançamento de 15 produtos inovadores e entrada em novos segmentos até 2016 drogas inovadoras. “Nos próximos 18 meses devemos lançar de 3 a 5 produtos, sem considerar os genéricos, da nossa marca Multilab”, diz Platford. Até 2016, devem ser 15 novos medicamentos. “Estamos nos preparando para entrar em novas áreas, como os remédios contra hipertensão e os oncológicos.” Os investimentos da Takeda em pesquisa e desenvolvimento são de cerca de 20% do faturamento. Com o crescimento da importância brasileira na operação global, o país tem recebido mais pesquisas. Atualmente, os 60 centros de pesquisa da com- panhia no país, testam novas drogas com mais de 2,6 mil pacientes. “Isso demonstra o quanto o mercado é estratégico para a matriz”, afirma o presidente. Presença latina A empresa não divulga dados separados por operação, mas a Amé- rica Latina foi responsável por US$ 662 milhões dos US$ 19 bilhões faturados pela Takeda globalmente. Até a compra da Nycomed, em 2011, porém, a empresa não tinha forte presença na região e se limitava à importação de produtos. Depois, além de adicionar medicamentos líderes de venda ao portfólio, a empresa passou a contar com uma fábrica no Brasil, na cidade de Jaguariúna, no interior paulista. A expectativa é que a América Latina cresça 14% ao ano até 2016. ■ Consolidar Multilab faz parte da estratégia Compra de laboratório gaúcho realizada este ano ajudará a aumentar presença na classe C Apenas 9 meses depois da aquisição global da Nycomed, que teve como um dos efeitos o fortalecimento da presença da Takeda no Brasil, a companhia japonesa resolveu comprar o laboratório gaúcho Multilab. O negócio, que foi concretizado julho deste ano, deu à Takeda uma nova fábrica, acrescentou os medicamentos genéricos ao portfólio e, de quebra, colocou a empresa entre os dez maiores laboratórios do país, segundo ranking da consultoria IMS. “Termos feito essa aquisição tão pouco tempo depois da incorporação da Nycomed é só mais um sinal de quanto o Brasil está na mira da Takeda”, afirma Giles Platford, presidente da empresa no Brasil. Apesar disso, o executivo afirma que novas compras não estão nos planos. “Queremos primeiro consolidar essa integração, para garantir que ela seja bem sucedida”, diz. “Apesar disso é parte da filosofia da Takeda sempre se manter atenta as oportunidades existentes em seus principais mercados.” Ao comprar a Multilab, em um negócio de R$ 540 milhões, a Takeda tinha como principal objetivo aumentar a presença entre a classe C, responsável por 40% das compras de medicamentos no Brasil. “É um público que busca remédios de qualidade, mas que precisa ter um preço mais acessível, o que sem- pre foi a especialidade da Multilab”, afirma Platford. Além dos genéricos, o portfólio da companhia gaúcha contém diversos medicamentos isentos de prescrição, como o antigripal Multigrip, o mais vendido do país, sobretudo pela forte presença na região Nordeste. Nos próximos 18 meses, a Multilab deve lançar entre 10 e 20 novos medicamentos genéricos. “É uma média agressiva, que queremos manter nos próximos anos”, diz Platford. Farmácias Outro fator que contou a favor para o negócio foi a capilaridade da distribuição da Multilab. “Eles conseguem chegar a redes independentes e farmácias de menor porte, o que é impor- tante também para os principais produtos de nosso portfólio”, diz o executivo. A rede de distribuição da Multilab é muito forte no Nordeste, onde o movimento de consolidação do varejo farmacêutico, com as fusões e aquisições que acabaram dividindo o mercado em poucas grandes redes, ainda avança de modo mais lento. Segundo Platford, a aquisição da Multilab é uma maneira de contornar os possíveis problemas enfrentados pela indústria com a consolidação do varejo. “Essas empresas ficam com maior poder de negociação, e para equilibrar isso, precisamos ter um portfólio bastante amplo. Conseguimos isso, porque os produtos da Multilab são complementares aos da Takeda.” ■ G.F. Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 17 Divulgação ArcelorMittal vai reativar unidade nos EUA A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, vai retomar a produção de coque — combustível com alto teor de carbono usado na produção de aço — em sua unidade em Monessen, Pensilvânia, em 2014. A companhia quer reduzir os custos com a compra de matérias-primas. A companhia vai investir US$ 50 milhões para reativar a antiga unidade, que não funciona desde 2009. A unidade terá capacidade para produzir 370 mil toneladas de coque siderúrgico por ano. Alexandre Rezende Donoda CVC planeja investirmais deR$ 1bilhão Investimento, em rede de hotéis de Guilherme Paulus, será feito até 2014 Cintia Esteves [email protected] Aos 63 anos, Guilherme Paulus, fundador da CVC, está empolgado com a possibilidade de uma empresa que leva seu nome ganhar força. Ele acaba de traçar o plano de expansão de sua GJP Hotéis & Resorts que, apesar de ter sido fundada em 2005, só agora, com investimento de mais de R$ 1 bilhão previsto até 2014, vai ganhar cara de rede hoteleira. “A empresa tem as iniciais do meu nome. O ‘J’, quer dizer Jesus, por causa de uma promessa que minha mãe fez no meu nascimento”, explica, todo orgulhoso. A empolgação do empresário está relacionada à história da CVC, criada em 1972 . Paulus foi o responsável por ter transformado a empresa de R$ 3 bilhões em vendas na maior operadora de turismo da América Latina. Mas carrega por décadas as iniciais de seu ex-sócio no nome da companhia. Carlos Vicente Cerchiari na época era deputado estadual e saiu do negócio após apenas quatro anos de parceria. Em 2010, Paulus vendeu 63,6% da CVC ao fundo americano Carlyle. Como acionista minoritário, o empresário ocupa a presidência do conselho da companhia e está sentindo vontade de uma nova empresa forte para chamar de AS NOVAS MARCAS DA GJP sua.É assim que a GJP começa ganhar forma. O grupo tem 14 hotéis em operação, mas ainda não é caracterizado como rede, já que cada empreendimento possui um nome diferente. Agora serão três bandeiras. A Wish, para hotéis cinco estrelas, terá foco de negócios e lazer, assim como a Prodigy, de padrão quatro estrelas. Para segmento econômico, o empresário criou o Linx. Em 12 meses, todos os hotéis em funcionamento devem ser convertidos. Cerca de R$ 500 milhões serão investidos na inauguração de quatro hotéis nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro, Aracaju e Maceió, os quais já estão em construção e são 100% de propriedade da GJP. Também está prevista a reforma e ampliação dos outros hotéis da rede. Além disso, a rede, que está presente em sete capitais brasileiras, quer terminar de mapear o país com a inauguração, até 2014, de dez hotéis econômicos, que devem consumir R$ 150 milhões. Para este prazo também estão previstos 12 empreendimentos quatro estrelas, os quais exigirão desembolso de pelo menos R$ 500 milhões. “Mas para esta segunda fase ainda precisamos encontrar investidores”, afirma Paulus. Além das três novas bandeiras, o empresário também estuda abrir novos hotéis Saint An- Guilherme Paulus, agora à frente da rede de hotéis GJP: um grande negócio para chamar de seu drews, bandeira que já está em operação em Gramado (RS). O hotel, considerado de altíssimo luxo, é totalmente personalizado. Nele, o hóspede conta com mordomo e motorista à disponização. Cada uma das 11 suítes que compõem o empreedimento, com arquitetura inspirada em castelos escoceses, possui decoração própria para que o hóspede realmente sintase em casa. “Estamos testando este formato. Já visitamos outras residências no Brasil onde um empreendimento deste poderia ser instalado”, diz Paulus, sem dar mais detalhes sobre as próximas inaugurações do formato. O empresário admite que a escolha de todos estes nomes em inglês para os hotéis tem o objetivo de uma futura expansão internacional. No entanto, ele afirma querer reforçar sua presença no Brasil para, só então, ganhar outros países. No ano passado, a GJP faturou R$ 100 milhões e deve fechar 2012 com alta de 17%. ■ Nomes em inglês preparam a rede para o mercado internacional 5 ESTRELAS NEGÓCIOS E LAZER 4 ESTRELAS NEGÓCIOS E LAZER ECONÔMICO NEGÓCIOS Adega e cozinha gourmet que podem ser reservadas pelo hóspede que desejar cozinhar para convidados Com serviço de quarto 24 horas, a marca pretende levar serviço de qualidade a cidades que não comportam um hotel 5 estrelas Quarto de 20 metros quadrados, cerca de 20% maior do que a média da categoria Fonte: empresa Operadora revê planos e deve abrir capital ainda este ano tá ligada à CVC que, hoje, detém cerca de 70% do mercado nacional de turismo. O primeiro hotel foi comprado em 2005 A operadora de turismo CVC, da para atender a demada da operaqual Guilherme Paulus é sócio dora de viagem. com uma participação de A CVC foi a primeira agência 36,4%, deve retomar o plano de brasileira a fretar aeronaves e abrir capital ainda este ano. “Poa parcelar a venda de pacotes de ser que o IPO aconteça no turísticos com preços acessíquarto trimestre”, afirma o emveis para consumidores de dipresário, que também é dono versos perfis. Atualmente, a da GJP, rede de rede conta com hotéis com 14 em700 lojas espalhaA agência de preendimentos das pelo Brasil. viagem deve em operação. Até o final deste lançar um Em fevereiro ano, a CVC espedeste ano, a CVC ra ter transportaprograma de desistiu de sua 4 milhões de fidelidade ainda do oferta pública inituristas. O princieste ano cial alegando conpal destino escodições de mercalhido por seus do desfavoráveis. consumidores é a cidade de PorPaulus também confirmou a to Seguro. Em segundo lugar intenção da CVC em lançar um na preferência aparece Natal, programa de fidelidade para seguida por Fortaleza, Alagoas seus clientes. “Os detalhes ese a região da Serra Gaúcha. tão guardados a sete chaves”, Paulus iniciou sua carreira despistou. Durante evento realino turismo como agente de viazado ontem em São Paulo, o emgem na Casa Faro, em 1971. Alpresário anunciou o plano de exgum tempo depois foi convidapansão da GJP e admitiu que do pelo deputado estadual Cargostaria de um sócio para sua los Vicente Cerchiari para ser empresa de hotelaria. “Estamos sócio em uma agência. No iníabertos”. Outra possibilidade cio, a empresa apostava em papara a expansão é passar a adocotes para atender às grandes tar o sistema de franquias para empresas instaladas na região seus hotéis. A história da GJP esdo ABC Paulista. ■ C.E. A CVC havia desistido de operação no início do ano, por conta do mercado desfavorável 18 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 EMPRESAS Divulgação NEGOCIAÇÃO HIG Capital compra rede de idiomas Cel Lep, com unidades em São Paulo e Minas A companhia de investimentos HIG Capital anunciou ontem a compra da Cel Lep Idiomas por um valor não revelado. A rede de ensino tem 17 escolas próprias em São Paulo e outras quatro licenciadas no Estado e em Minas Gerais. A rede de idiomas terá Fernando Marques Oliveira, diretor da HIG Brasil, como presidente do conselho. “O Brasil tem demanda crescente por cursos de inglês de alta qualidade”, afirmou em comunicado. Reuters Zelo inaugura oito lojas até o fim do ano e prepara expansão em 2013 Henrique Manreza vador, para cima não temos planejamento ainda, talvez a partir de 2014 comecemos esse projeto”, estima. Toda sobriedade nos planos de Micheli Rueda expansão se baseia no fraco [email protected] sempenho do comércio varejista Mesmo com o arrefecimento do no primeiro semestre deste ano, comércio varejista no início no que contou com crescimento próano e o inverno que deixou a deximo a estabilidade e até taxas nesejar por falta de frio, a tradiciogativas. Em maio, as vendas no nal rede de cama, mesa e banho varejo recuaram 0,8%, sendo a Zelo espera inaugurar mais oito retomada observada em junho lojas até o final de novembro, (de 1,6%) e julho (1,4%), conforacompanhando o cronograma de me dados do Instituto Brasileiro ampliação e inauguração de node Geografia e Estatística (IBGE). vos shoppings. Tal cenário levou a Zelo revisar a Serão cinco unidades em São projeção de faturamento de 2012, Paulo, uma no Rio de Janeiro, passando de R$ 460 milhões para uma em Belo Horizonte e uma R$ 440 milhões. Ou seja, uma reem Salvador. Cada estabelecidução de aproximadamente 4% mento exige investimento aproxinos ganhos. Em 2011, a rede fatumado de R$ 1 milhão. rou R$ 380 milhões. Neste ano, já foram abertas O segmento de atuação da reduas lojas, uma em Brasília e oude, por sua vez, tem esboçado reatra em Uberlândia ção. Segundo os úl(MG), totalizando timos números do O tíquete médio 50 unidades em IBGE, a atividade da ZeloNet operação até o mode “Outros artigos mento das 58 prede uso pessoal e doé de R$ 300, vistas para 2012. — no mais que o dobro méstico” A rede traça qual está inserido das unidades seu plano de exo item cama, mesa pansão com cautee banho — teve convencionais la. Para 2013, a Zecrescimento em julo tem dois contralho de 0,3% na tos fechados e “muitas convermargem, mas acumula alta neste sas”, como explica Mauro Raano (de 7,3%) superior a verificazuk, sócio-diretor da Zelo e filho da em 2011 (4%). A melhora está do fundador. A cidade de Londriancorada em outras variáveis econa, no Paraná, receberá sua prinômicas, como aumento da renmeira unidade em março. A ouda, estabilidade do emprego, jutra loja será inaugurada em Beros menores — que favorecem o tim (MG) em abril. financiamento —, além de estímuA previsão inicial é que sejam los pontuais do governo. abertas mais oito unidades no De olho nas tendências próximo ano, considerando os Em meio século de atuação, a dois contratos fechados. Zelo diversificou seu portfólio Quanto à expansão regional, de produtos, e hoje se intitula dada a concentração no Sudeste, uma loja multimarcas. A produRazuk mantém o comedimento. ção própria corresponde a 35% “Nosso cronograma está até SalTradicional varejista do setor de cama, mesa e banho aponta recuperação nas vendas NOVO CENÁRIO RHI repensa nova fábrica no Brasil Matérias-primas da unidade ficaram mais caras com imposto de importação maior Georgina Prodhan e Angelika Gruber, Reuters Loja da Zelo: até o fim do ano rede terá 58 unidades pelo Brasil do faturamento. Mensalmente, são vendidos cerca de 900 mil itens, sendo pouco mais de 300 mil peças fabricadas pela Zelo. Outro diferencial da marca foi aliar tradição e inovação. As duas principais unidades em faturamento são, respectivamente, a filial do Brás — primeira unidade da rede — e a loja virtual ZeloNet. “Essas duas lojas têm faturamento campeão, acima ou próximo de R$ 20 milhões”, afirma Razuk. “Enquanto nas lojas convencionais o tíquete médio é de R$ 140, na loja virtual é de R$ 300”, completa. E as perspectivas para o comércio eletrônico são positivas. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e. net) prevê que o faturamento do setor encerre o ano acima de R$ 22,5 bilhões. Apenas no pri- meiro semestre, as vendas atingiram R$ 10,2 bilhões. “A ZeloNet tem tido um crescimento significante, mas a logística no Brasil ainda é um obstáculo. Mas não só o faturamento é relevante, a publicidade que gera é muito grande”, relata Razuk. O e-commerce da Zelo opera há mais de oito anos. Com forte tradição na produção de edredons, a Zelo trabalha com tecidos nacionais e importados. “A indústria brasileira é competente até certo nível. Acima de 250 fios, por exemplo, o tecido tem que ser importado. Não fabrica aqui”, aponta o sócio-diretor da Zelo. E a principal fonte para os tecidos mais sofisticados é a China, o país é “avançado neste setor tanto em matéria de tecnologia quando no desenvolvimento de produtos”. ■ MPF investiga mina de ouro em Belo Monte Jazida da canadense Belo Sun Mining está em área já impactada por hidrelétrica O Ministério Público Federal (MPF) de Altamira (PA) abriu procedimento para investigar o projeto Belo Sun Mining, que planeja instalar uma mina de ou- ro na Volta Grande do Xingu, ao lado de uma área já impactada pela usina hidrelétrica de Belo Monte. “É muito preocupante que o projeto não faça nenhuma menção à sobreposição de impactos”, disse a procuradora da República Thais Santi, que investiga o empreendimento, se- gundo nota enviada pelo MPF do Pará. Além disso, a procuradora questiona o fato de não existir informações sobre os impactos aos indígenas O MPF também enviou ofício ao diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), João Bosco Braga, re- quisitando informações sobre as licenças de exploração que a empresa Belo Sun Mining Corporation tem na região do Xingu. A empresa é uma junior mining company canadense, com um portfólio de ativos no Brasil, segundo o site da própria companhia. ■ Agência Estado A fabricante austríaca de produtos anti-incêndio RHI está repensando seus planos de uma nova fábrica no Brasil após o país ter aumentando os impostos de importação e introduzido medidas antidumping para proteger as fábricas nacionais e reanimar a economia brasileira. A RHI havia anunciado, um ano atrás, que estava investindo ¤ 85 milhões (US$ 112 milhões) para construir uma fábrica em Queimados (RJ), que entraria em operação no terceiro trimestre de 2013. Essa fábrica, que teve aprovação do governo no segundo trimestre deste ano, importaria algumas matérias-primas necessárias para produção. “Não podemos manter nosso plano na forma original à luz do cenário alterado e mais oneroso. No entanto, estamos agindo rápida e flexivelmente com sucesso a longo prazo em mente”, disse o presidente-executivo, Franz Struzl. O Brasil adotou mais de uma dúzia de medidas de estímulo desde o desaquecimento da economia no fim de 2011, entre elas, aumento de tarifas sobre 100 produtos importados para proteger as fábricas brasileiras. As alíquotas foram elevadas para em média 25%, atendendo a decisão tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e ficando abaixo do teto de 35% fixado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma segunda lista com mais 100 produtos que também terão o imposto de importação elevado sai em outubro. A fábrica da RHI foi planejada para produzir 60 mil toneladas por ano, das quais mais da metade iria para o mercado local e o restante para outros países da América do Sul. ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 19 Divulgação DESEMPENHO Preço do petróleo leva Qatar Airways a um pequeno prejuízo no último ano fiscal A companhia aérea Qatar Airways teve um pequeno prejuízo líquido no ano fiscal encerrado em março, devido aos altos preços de petróleo, disse seu presidente-executivo. “Nós tivemos um pequeno prejuízo devido ao grande aumento nos preços de petróleo”, disse Akbar al-Baker. "Os ganhos no nível de Ebitda foram 47% mais altos que o ano anterior, mas em uma base líquida, tivemos uma pequena perda”, se limitou a dizer. Companhias japonesas decidem suspender produção na China Onda antinipônica faz empresas como Honda e Mazda paralisarem unidades para evitar depredação Kiyoshi Ota/Bloomberg não-essenciais à China. A Mazda vai suspender por quatro dias a produção de veícuGrandes empresas japonesas los da sua fábrica de Nanjing, anunciaram ontem o fechamento operada em sociedade com a de fábricas na China e orientaram Chongqing Changan Automobifuncionários estrangeiros a não le e com a Ford. saírem de casa por causa dos proA Panasonic disse que uma fátestos motivados por uma dispubrica sua permanecerá fechada ta territorial entre os dois países. hoje, depois de sofrer uma saboOs protestos do fim de sematagem de empregados chineses. na tiveram como alvo missões A Canon vai interromper a prodiplomáticas japonesas e tamdução de eletrônicos em três bém lojas, restaurantes e condas suas quatro fábricas na Chicessionárias de veículos em pena hoje, e a empresa aérea ANA lo menos cinco cidades. A Toyorelatou ter tido um grande núta e a Honda disseram que incenmero de cancelamentos em diários causaram graves danos voos da China para o Japão. às suas revendas Esta terça-feina cidade portuára marca o aniverA Canon optou ria de Qingdao. do início da por interromper sário A Toyota disse, ocupação japoneprodução de no entanto, que sa de 1931 em parsuas fábricas e estes da China. eletrônicos em critórios funcioA China vem território chinês registrando navam normalseu por três dias mente ontem, e maior surto de que seus empregasentimento antidos japoneses não foram retiranipônico das últimas décadas. dos da China. Já a Honda anunNo fim de semana, houve maniciou que vai suspender sua profestações e ataques contra grandução no país hoje e quarta-feides empresas japonesas, como ra. A Fast Retailing, maior rede as montadoras Toyota e Honda. asiática de varejo de moda, disJaponeses radicados na China se que fechou algumas unidase esconderam, assustados, e a des da marca Uniqlo da China. imprensa estatal chinesa alertou A rede de supermercados Separa riscos às relações comerven & I Holdings decidiu interciais entre as duas maiores econoromper o funcionamento de 13 mias asiáticas. China e Japão tivesupermercados e 198 lojas de ram um comércio bilateral de conveniência na China. A US$ 345 bilhões no ano passado. Sony desaconselhou viagens Hong Lei, porta-voz da chanKazunori Takada e Chris Buckley Reuters A fabricante Toyota preferiu manter a unidade na China em produção, apesar dos riscos celaria chinesa, disse que o governo vai proteger as empresas japonesas, e que os manifestantes precisam respeitar as leis. “As consequências gravemente destrutivas da aquisição ilegal das ilhas Diaoyu estão emergindo firmemente, e a responsabilidade por isso de- ve ser arcada pelo Japão.” O Japão irritou o governo chinês ao nacionalizar as ilhas do mar do Leste da China, disputadas há décadas entre os dois países e também por Taiwan. O Japão chama o arquipélago de Senkaku. O governo japonês nacionalizou as ilhas para evitar que o governador nacionalista de Tóquio as adquirisse e construísse instalações, o que irritaria ainda mais o governo chinês. Em resposta à decisão do Japão, a China enviou seis navios militares de patrulha à região, que contém reservas de gás potencialmente enormes. ■ Linus Hook/Bloomberg Electrolux diz que crise está se espalhando pela Europa Desaquecimento da economia da zona do euro começa afetar venda de eletrônicos em outros países Reuters [email protected] McLoughlin, da Electrolux: demanda fraca na Europa Ocidental O mercado europeu para os eletrodomésticos da Electrolux está sentindo o desaquecimento da economia, que vem se espalhando dos países do sul em crise para outras regiões do continente, disse o presidente-executivo da fabricante sueca, ontem. “A demanda na Europa Ocidental em particular tem sido fraca e continua a ficar mais fraca. A fraqueza do sul europeu está se espalhando para o centro e o norte da Europa. As regiões central e norte da Europa ainda estão crescendo, mas a um ritmo menor”, disse Keith McLoughlin. O grupo, segundo maior fabricante de eletrodomésticos depois da norte-americana Whirlpool, prevê que a demanda na América do Norte ficará mais próxima do piso de sua expectativa de entre estabilidade e queda de 2%. “Precisamos começar a ter demanda muito boa para ficarmos dentro dessa faixa”, acrescentou. ■ 20 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 21 22 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 EMPRESAS Andre Penner SEGURANÇA Brasileiro avalia em mais de R$ 200 mil o valor total de seu patrimônio digital Estudo da americana McAfee revelou que o valor médio atribuído ao “patrimônio digital” dos brasileiros, ou seja, conteúdo guardado em vários de seus dispositivos digitais, é de R$ 238.826,00. De acordo com a pesquisa, os entrevistados indicaram que 38% dos seus arquivos são insubstituíveis mas, apesar disso, 14% apontaram que não usam uma solução de segurança em todos os dispositivos. Marcela Beltrão Fusão entre EADS e BAE depende de crivo da UE Acordo deve incluir a emissão de golden shares para Inglaterra, Alemanha e França Caito Maia, fundador da empresa em 1997, continua com o capital majoritário Chilli Beans vende 30% de seus ativos ao fundo Gávea Negócio faz parte do plano da companhia para elevar os investimentos e a expansão da marca dentro e fora do Brasil Juliana Ribeiro [email protected] Prestes a completar 15 anos, a marca de acessórios Chilli Beans anuncia a venda de 29,82% de seus ativos para o fundo de investimentos Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A companhia, fundada em 1997 por Caito Maia, segue com o empresário na presidência e com a fatia majoritária da empresa. Em nota divulgada ontem, o executivo explica que o objetivo do negócio é permitir mais investimento na companhia, com foco na expansão da marca no Brasil e no exterior. O valor acertado na negociação não foi divulgado por nenhuma das partes. Sabe-se apenas que Maia e Fraga negociaram pessoalmente a compra. Com a compra efetivada, o fundo passa a integrar imediatamente o conselho administrativo da marca. A Chilli Beans é uma das principais marcas de acessórios do país. Seu modelo de negócio, consolidado sobre franquias, tem cerca de 450 lojas no Brasil, Portugal, Angola, Estados Unidos e Colômbia. A companhia fechou 2011 com faturamento de R$ 284 milhões. Para este ano, a previsão é aumentar o rendimento em 35%. Cerca de 70% da produção de óculos, relógios e outros acessórios da marca são produzidos na China. O restante é fabricado no Brasil. O mercado brasileiro de ópticos passa por um bom momento. Segundo Bento Alcoforado, presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica — Abiópti- O valor acertado na negociação não foi divulgado por nenhuma das partes; fundo passa a integrar conselho ca, o setor tem grande potencial de crescimento para os próximos anos. “Essa negociação entre Chilli Beans e Gávea reflete esse potencial de expansão e novos negócios”, diz. Ele explica que muitas multinacionais já demonstram interesse em entrar no Brasil ou expandir sua atuação por aqui. Como exemplo, lembra o caso da Luxóttica, empresa italiana, que produz marcas como Armani, Oakley e Ray-Ban. A companhia se mantinha no mercado brasileiro como distribuidora, desde os anos 90, até que no final de 2011, decidiu comprar a Technol, fabricante de Campinas (SP), para manter parte de sua produção no país. Outro ponto destacado por Alcoforado é a mudança de visão sobre o uso de óculos. Segundo ele, há duas décadas, as pessoas se sentiam desconfortáveis em usar o produto. “Mas hoje ele se tornou um acessório, combina com o estilo de vida e de se vestir da pessoa”, diz. ■ O plano de emitir golden shares (ações com direitos especiais) relativas à empresa resultante de uma possível fusão da EADS e da BAE Systems para França, Reino Unido e Alemanha será atentamente examinado por reguladores da União Europeia, que se preocupam com seu impacto sobre a competição e o fluxo livre de capitais ao longo do bloco monetário de 27 países. Embora as leis da UE permitam a emissão de golden shares, com o objetivo proteger empresas em questões de segurança nacional, a Comissão Europeia tem relutado em aprová-las. A fusão discutida entre EADS, presidida por Louis Gallois, e BAE Systems criaria a maior companhia aeroespacial e de defesa do mundo, com vendas combinadas de US$ 93 bilhões de produtos incluindo jatos Airbus, aeronaves de guerra Typhoon e submarinos nucleares. “ A Comissão Europeia tem se mostrado bastante relutante em aprovar a emissão de golden shares. O que você está exigindo é mais do que permitem os estatutos empresariais”, disse o jurista Michael Schuette, do Schuette Law. “Acredito que as companhias poderiam propor concessões para aliviar quaisquer preocupações da Comissão Europeia”, disse Schuette. Negociadores envolvidos na elaboração do acordo também poderiam deixar claro que os direitos de veto do governo somente seriam exercidos sob condições rígidas, disse um advogado antitruste. “Os termos de veto teriam de ser definidos sob condições muito estreitas”, disse ele. Barreiras Fontes próximas ao acordo disseram que as ações especiais concedidas ao Reino Unido, à França e à Alemanha sob o acordo permitiriam aos países impedir que um acionista obtivesse uma participação com direito de voto de mais de 15% da companhia, por motivos de segurança — a empresa desenvolve e comercializa itens de defesa para diversos países. Uma barreira semelhante já existe no estatuto da BAE Systems. Os documentos da BAE proíbem que um estrangeiro ou um grupo de estrangeiros controlem mais de 1% dos votos de acionistas. Uma alteração só pode ser realizada sob aprovação do governo britânico. O tratado da UE permite que países tomem medidas para proteger o comércio de “armas, munição e produtos bélicos” sob a condição de que isso não “tenha efeitos adversos sobre as condições de competição no mercado interno em relação a produtos que não têm fim especificamente militar”. ■ Reuters Michele Tantussi/Bloomberg Gallois, da EADS: potência mundial com vendas de US$ 93 bilhões Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 23 Murillo Constantino AVIAÇÃO Líbano Barroso, vice-presidente da TAM, deixa a companhia após oito anos Líbano Barroso, que foi presidente da TAM Linhas Aéreas de outubro de 2009 a fevereiro deste ano, deixou a companhia para “se dedicar a outros desafios”, segundo a empresa. Ele Ingressou na TAM em maio de 2004, ocupando os cargos de vice-presidente de finanças, gestão e TI e de diretor de relações com investidores. Também acumulou, entre de 2009 a 2010, a função de diretor-presidente da Multiplus Fidelidade. Dupla Winklevoss investe em concorrente do Facebook Jonathan Fickies/Bloomberg Dupla investiu US$ 1 milhão na SumZero, rede social fundada por ex-alunos de Harvard Reuters [email protected] Os gêmeos Winklevoss, conhecidos por sua batalha judicial contra Mark Zuckerberg sobre a criação do Facebook, investiram na SumZero, uma companhia de rede social destinada a investidores profissionais, informou a publicação The Wall Street Journal. Tyler e Cameron Winklevoss investiram US$ 1 milhão na SumZero, fundada pelos ex-alunos da Universidade Harvard Divya Narendra e Aalap Mahadevia em 2008, segundo o jornal. Narendra era aliado dos irmãos Winklevoss durante o processo contra o Facebook, que rendeu aos gêmeos um acordo avaliado em US$ 65 milhões em dinheiro e ações em um momento em que a companhia era avaliada em US$ 15 bilhões. Atualmente, o valor de mercado do Facebook é de US$ 47 bilhões. Gêmeos Winklevoss: disputa com Zuckerberg pelo Facebook Em fevereiro, os irmãos criaram a Winklevoss Capital como veículo para investirem sua fortuna pessoal. O primeiro investimento deles, em junho, foi a Su- Os irmãos também criaram a Winklevoss Capital como veículo para investirem sua fortuna pessoal, superior a US$ 65 mi mZero, que reúne investidores para partilhar ideias e relatórios de investimento, segundo o jornal. O site SumZero tem atualmente 7.500 membros e tem paralelos com as primeiras versões do Facebook, incluindo exclusividade. A SumZero define os membros como grupos de profissionais de investimento em fundos de hedge, fundos mútuos e firmas de private equity. Analistas da ponta vendedora, como os de bancos de Wall Street não são permitidos. ■ Apple vende 2 milhões do novo iPhone em apenas 24 horas Beck Diefenbach/Reuters Expectativa é que até o final do ano, a Apple tenha vendido 30 milhões de aparelhos Reuters [email protected] A AT&T, segunda maior operadora de telefonia celular dos Estados Unidos, atingiu recorde de vendas no fim de semana com o iPhone 5, a versão do celular inteligente da Apple mais bem-sucedida entre as que a operadora já ofereceu. A companhia não especificou quantos iPhones 5 vendeu, mas disse que o smartphone ainda está disponível para prévenda e que chegará às suas lojas em 21 de setembro. Separadamente, a Apple informou que as pré-vendas do iPhone 5: corrida às lojas aparelho superaram 2 milhões de unidades nas primeiras 24 horas de oferta do produto. Segundo a empresa, a demanda pelo smartphone superou o estoque inicial. A maioria das entregas será feita em 21 de setembro, mas uma grande parte delas está agendada para outubro. É comum os produtos da Apple esgotarem logo no primeiro dia. Os pedidos do iPhone 4S, o último modelo do aparelho que a companhia lançou antes da morte de Steve Jobs, passou de 1 milhão de unidades em 24 horas, superando as 600 mil em um dia do iPhone 4. A Apple tinha dito que começaria as entregas do aparelho em 21 de setembro nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e alguns outros países e que chegaria a 100 até o fim do ano. Analistas previram que até o fim de setembro a Apple já terá vendido mais de 30 milhões de iPhones, incluindo os modelos antigos. O aparelho responde por mais da metade da receita da fabricante. ■ CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT REALIZADA EM 16 DE AGOSTO DE 2012 1. Data, Hora e Local: 16 de agosto de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada, nos termos do § 2º, do art. 71, combinado com o § 4º, do art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegeram como Presidente da Mesa o Sr. Rinaldo Rabello Ferreira, que convidou a Sra. Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre (i) a aquisição facultativa, pela Companhia, de 64 (sessenta e quatro) debêntures da 3ª Emissão de Debêntures da Companhia (“Debêntures Recompradas”), nos termos aprovados pela Assembleia Geral de Debenturistas realizada em 16 de julho de 2012, (ii) o cancelamento das debêntures adquiridas pela Companhia nos termos do item anterior, (iii) a alteração do Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Terceira Emissão, datado de 1º de abril de 2011 (“Escritura de Emissão”), aditado em 18 de abril de 2011, (iv) a alteração do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia (“Cessão Fiduciária”), com o objetivo de (a) adaptá-la aos termos do item (iii), acima, bem como de (b) estender seus efeitos às Cédulas de Crédito Bancários emitidas pela Companhia em favor do Banco Itaú BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos termos aprovados pela Reunião do Conselho de Administração da Companhia realizada em 13 de agosto de 2012 e pela Assembleia Geral de Debenturistas realizada em 16 de julho de 2012 (“CCBs”), (v) as minutas dos instrumentos contratuais necessários à formalização das CCBs, da alteração à Escritura de Emissão das Debêntures e da alteração à Cessão Fiduciária, a serem aprovadas pelos presentes, que, uma vez aprovadas, ficarão arquivadas na sede da Companhia, bem como o momento de assinatura dos referidos instrumentos, (vi) as condições de eficácia relativas às deliberações da “ordem do dia” constantes dos itens (i) a (v) acima, e, finalmente (vii) a extensão, até o dia 20 de agosto de 2012, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16 de abril de 2012, conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de 2012 e pela segunda vez em 6 de julho de 2012 (“Standstill”), ao qual os debenturistas aderiram, conforme deliberação tomada em assembleias geral de debenturistas realizadas nos dias 6 de julho de 2012 e 16 de julho de 2012. 6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da totalidade das Debêntures emitidas aprovaram, por unanimidade, observadas as Condições Suspensivas mencionadas no item 8 abaixo: i) a aquisição facultativa, pela Companhia, das Debêntures Recompradas sendo 34 (trinta e quatro) de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e 30 (trinta) do Banco Santander (Brasil) S.A. O Banco Standard de Investimentos S.A., por meio deste ato, não se opõe à aquisição facultativa da totalidade das Debêntures de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos termos aqui descritos, concordando também em permanecer como o único Debenturista remanescente na 3ª Emissão. Para fins dessa deliberação, o Banco Itaú BBA S.A. e o Banco Santander (Brasil) S.A. se comprometem a tomar todas as medidas sob sua responsabilidade para que a venda das Debêntures Recompradas de suas titularidades seja devidamente efetivada e formalizada (“Aquisição Facultativa”); ii) o cancelamento das Debêntures Recompradas em até 01 (um) dia útil após a Aquisição Facultativa Companhia; iii) a alteração da Cessão Fiduciária, com as alterações que lhe são conferidas no aditamento da Cessão Fiduciária (“Aditamento à Cessão Fiduciária”), substancialmente nos termos das minuta aprovada pelos presentes e que se encontra arquivada na sede da Companhia e que passará a garantir não somente a dívida representada pelas Debêntures, mas também as dívidas representadas pelas CCBs; iv) a alteração da Escritura de Emissão, mediante a celebração do Segundo Aditamento ao Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Terceira Emissão (“Segundo Aditamento da Escritura de 3ª Emissão”), exclusivamente nos termos da minuta aprovada pelos presentes e que se encontra arquivada na sede da Companhia; v) a aprovação das minutas dos instrumentos contratuais que formalizam as CCBs, o Segundo Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e o Aditamento à Cessão Fiduciária, substancialmente nos termos aprovados pelos presentes, que se encontram arquivadas na sede da Companhia, e que deverão ser assinadas por todas as partes signatárias nela indicadas em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (“ANEEL”) para a formalização do Aditamento à Cessão Fiduciária, exceto pela Companhia, que deverá assinar o Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e o Aditamento à Cessão Fiduciária em até 01 (um) dia útil contado da data de obtenção da referida autorização da ANEEL; vi) a extensão, até o dia 20 de agosto de 2012, por meio da assinatura da presente ata de assembleia geral de debenturistas, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Standstill, exceto com relação ao disposto no item 7 abaixo, e, como consequência: (a) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 20 de agosto de 2012 (inclusive), não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos à cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, como consequência da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (b) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 20 de agosto de 2012 (inclusive), não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, em caso de descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista no Standstill até o dia 20 de agosto, descumprimento este que poderá ser informado pela Companhia ou por qualquer um dos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Retenção: Fica estabelecido, entretanto, que a extensão dos compromissos assumidos no Standstill, conforme item (vi) das deliberações acima, não se aplicará à autorização ao Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador nos termos da Cessão Fiduciária a não realizar a retenção ou não autorizar a realização de retenção, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, de modo que as retenções previstas na Cessão Fiduciária, conforme aditada, sejam efetivadas nos termos lá estabelecidos. Para fins de esclarecimento, o valor total retido na conta vinculada não deverá superar o valor da parcela que seria originalmente devida em 7 de setembro de 2012 caso os pagamentos de junho, julho e agosto tivessem sido realizados regularmente. 8. Condições Suspensivas: A eficácia dos itens (i) a (v) acima é condicionada, nos termos do artigo 125 do Código Civil, à verificação, até o dia 20 de agosto de 2012, da anuência da ANEEL com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária mencionado no item (iv) acima , nesse caso, desde que respeitadas as condições previstas nas CCBs, no Segundo Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e no Aditamento à Cessão Fiduciária (“Condição Suspensiva”). Enquanto a Condição Suspensiva acima não for verificada, todos os termos e condições originalmente pactuados na Escritura de Emissão e na Cessão Fiduciária permanecerão válidos e eficazes, sem qualquer alteração, não sendo afetada sua natureza de título executivo extrajudicial, nem gerando qualquer direito ou obrigação adicional aos atualmente existentes para os debenturistas ou para a Companhia. 9. Obrigações da Companhia: A Companhia neste ato se compromete a: (A) cumprir os prazos a ela estipulados na deliberação (v) acima; (B) efetuar a Aquisição Facultativa estipulada na deliberação (i) acima; (C) efetuar o cancelamento das Debêntures Recompradas em até 01 (um) dia útil após a Aquisição Facultativa. 10. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada. Cuiabá, 16 de agosto de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por Eduardo Augusto Salgado Felipe; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. Declaro que a presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente; Maria Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120961857, em sessão de 31/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. 24 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 ENCONTRO DE CONTAS 1 R$ bi é o quanto deve movimentar em negócios a 2ª edição da Expoind, que ocorre de 27 a 29 de novembro no Pavilhão de Exposições do Parque Wet’n’Wild. FÁBIO SUZUKI [email protected] Eduardo Lopes De olho nas Fan Fests Reforçada com as recentes aquisições das agências Panda (digital) e PlayBook (shows e entretenimento), a Holding Clube entra em campo para brigar pela realização das Fan Fests, eventos da Fifa que ocorrerão durante a Copa do Mundo 2014. A empresa já iniciou conversas com os Comitês de cidades sedes do Mundial e a expectativa é conseguir a realização dos eventos nas principais praças do país durante o torneio. “Vamos focar nas cidades que fazem sentido para nossos clientes”, diz Marcel Sacco, CEO do grupo que detém oito empresas atualmente e cuja receita neste ano deve fechar em torno de R$ 255 milhões. Por conta do envolvimento das Prefeituras nos eventos, a definição das empresas reponsáveis pelas Fan Fests só deve ocorrer após as eleições. GIRO RÁPIDO Seguro para celulares FRASE Por conta do alto número de assaltos, os usuários de celulares do eixo Rio-São Paulo têm adquirido seus aparelhos com seguro contra roubo e furto. A TIM registrou alta de 300% na compra do serviço desde janeiro; hoje metade dos aparelhos já sai segurada. “É um furo e um furo grande... eu não tive a menor hesitação em publicá-las” Alfonso Signorini, Primeiro encontro Marcel Sacco, CEO da Holding Clube: festas durante a Copa O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, sentará ao lado de empresários pela primeira vez desde que assumiu o banco. O encontro, que ocorre na próxima segunda, dia 24, faz parte do Almoço-Debate realizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais. Rio Plaza passa a se chamar Casa & Gourmet Shopping Bate-papo semanal Com diversos estabelecimentos de decoração e gastronomia ao longo de seus corredores, o Rio Plaza Shopping, em Botafogo, no Rio de Janeiro, passa a se chamar Casa & Gourmet Shopping. Além da mudança de nome, o centro de compras administrado pela BR Malls também passou por diversas reformas em sua fachada, novo projeto de iluminação e adoção de uma nova identidade visual em investimentos que somam R$ 1,5 milhão. Com 3 milhões de visitas por mês, o ZAP Imóveis criou um chat em sua página no Facebook para tirar dúvidas e dar dicas de reforma e construção. Nas tardes de quarta-feira, um profissional reconhecido da área estará à disposição de seus clientes. editor da revista Chi, sobre a publicação das fotos de Kate Middleton fazendo topless. Divulgação Coca-Cola convoca torcedor para escolher nome do mascote da Copa Ação da marca de refrigerantes vai distribuir ingressos e tatus-bola de pelúcia, símbolo do Mundial de 2014 Gabriela Murno [email protected] O Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio, recebeu ontem a primeira aparição pública do mascote da Copa do Mundo de 2014, o simpático tatu-bola. O evento, promovido pela CocaCola, patrocinadora oficinal da competição, deu início à segunda etapa da campanha para promover o anfitrião dos jogos, chamada de “O Mascote é Nosso”. Na ação, que inclui a veiculação de vídeo em rede nacional, os brasileiros serão chamados pelo apresentador Luciano Huck a escolher o nome do mascote, dentre as opções sugeridas pela Fifa (Amijubi, Fuleco ou Zuzeco). Até o fim de novembro, os torcedores podem votar por meio do site oficial da Coca-Cola e concorrer a oito pares de ingressos para os jogos da Seleção Brasileira em Fortaleza e em Brasília, na primeira fase do Mundial, além de cinco mil mascotes de pelúcia. Para isso, é preciso fornecer códigos promocionais encontrados nos produtos. “Nossa campanha está centrada na participação de grande parte da população brasileira na Copa do Mundo. Na primeira fase, as pessoas mandaram dicas para o mascote, que aprendeu a dançar funk. Agora vamos dar oportunidades às pessoas de escolherem seu nome”, explicou Michel Davidovich, vice-presidente e gerente geral da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Além disto, o tatu-bola começa a viajar pelo Brasil nesta semana. Já estão confirmadas as visitas em estabelecimentos comerciais de São Paulo, neste fim de semana, e de Porto Alegre, no início da semana que vem. Também serão instalados bonecos infláveis do mascote em algumas cidades brasileiras. “A ideia é que o mascote esteja o mais próxima possível da população, interagindo de forma física ou digital”, disse Davidovich. As pessoas podem ainda continuar a propor novas “brasi- QUAL O NOME DO MASCOTE? Votação deve ser feita pelos sites da Coca-Cola e da Fifa AMIJUBI União das palavras “amizade” e “júbilo”, duas características que refletem a maneira de ser dos brasileiros, segundo a Fifa FULECO Mistura das palavras “futebol” e “ecologia”, dois componentes fundamentais da Copa do Mundo de 2014 ZUZECO Formado pelas palavras “azul” e “ecologia” Fontes: empresa e Fifa lidades” ao mascote na página da Coca-Cola no Facebook. “Ele já pode ser visto dançando e jogando capoeira”. A companhia será ainda responsável por um dos centros de recrutamento de voluntários, como também escolherá os gandulas dos jogos, selecionará as crianças que vão carregar as bandeiras antes das partidas e trará a taça do último Mundial para o Brasil. Patrocinadora da Copa do Mundo desde 1978, a Coca-Cola ainda não está com a estratégia de marketing para a competição de 2014 totalmente definida, mas o foco serão ações sociais, como desenvolvimento das comunidades, reciclagem e estímulo à vida ativa. “Nossas principais ações são sociais, porque é um legado que fica para depois da Copa. Teremos uma comunicação intensa nos próximos dois anos, voltada principalmente para a competição”, disse o executivo, sem revelar quanto a companhia investirá no patrocínio. Até 2016, a empresa investirá R$ 14 bilhões em marketing no Brasil, 50% a mais do que foi investido nos quatro anos anteriores. ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 25 26 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 CRIATIVIDADE & MÍDIA 19 milhões Editado por: Patrícia Nakamura [email protected] Seara investe em publicidade no mercado internacional Carolina Marcelino [email protected] As exportações da Seara para o Oriente Médio representaram 23,8% da receita da marca no segundo trimestre de 2012. Para fidelizar ainda mais os consumidores, a empresa têm investido em campanhas publicitárias em Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes, há pelo menos três anos. Neste ano, a empresa escolheu o Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos- que ocorreu em julho-, para realizar a ação. De acordo com o diretor de marketing da Seara, Antônio Zambelli, a campanha foi pautada pelo Brasil e criada e produzida por uma agência de Dubai. “Desta forma, nós asseguramos que os aspectos religiosos e culturais sejam respeitados”, disse Zambelli. O amarelo e o verme- lho foram as cores principais da campanha para lembrar o entardecer do dia, que é quando as pessoas podem se alimentar neste mês. Além disso, a imagem da mulher não é usada na ilustração, já que na cultura muçulmana, é o homem que tem o costume de ir às compras. Em 2010, a Seara desenvolveu um filme para a TV. Já neste ano a campanha se liFotos: divulgação mitou a ações nos pontos de vendas e a outdoors, já que o grande investimento foi na mídia impressa. “A cada ano queremos fazer uma coisa diferente e ampliar a nossa participação de marketing nesses lugares”, contou o diretor. Com o intuito de expandir ainda mais no exterior, Zambelli confessou que o maior desafio é fazer campanha publicitárias para o mercado russo. “Apesar de eles terem hábitos ocidentais, eles ficam no meio do caminho no mapa”, declarou. Aqui no Brasil, a Almap é a agência parceira da Seara, que já está se preparando para as campanhas do Natal. ■ Decolar.com lança ação com 10 celebridades ...GEISA BONFIETTE Itaipava lança campanha por um Brasil “perfeito” A Y&R é a responsável pela nova campanha da Itaipava: “ReBrasil”. O objetivo da ação é reforçar que a cerveja “100%” já existe e que agora é hora de criar o Brasil perfeito. Para isso, foram usadas técnicas de animação 3D. Além do filme para a TV, há também um aplicativo para Facebook. Arisco ganha versão para receitas com carne moída A Unilever Food Solutions, divisão da companhia para o mercado food service, lançou o tempero “Arisco Rende Mais”. O produto promete aumentar o rendimento das receitas com carne moída em até 50%. A novidade chega ao mercado este mês. NO MUNDO DIGITAL Café com gostinho da vida Nivea faz primeira peça em cinema 4D no Brasil A Nivea lançou uma ação em cinema 4D para mostrar as sensações proporcionadas por sua linha de sabonetes líquidos. A AgênciaClick Isobar desenvolveu dois filmes, que serão exibidos simultaneamente. A agência criou óculos cromáticos com filtros de cores distintas. O público que estiver em um lado da sala usará os óculos vermelhos e assistirá ao filme com o tema banho especial. A outra metade da sala usará os óculos verdes e será impactada por um efeito de banho refrescante. VAIVÉM ➤ ● ROBERIO E ALBERTO Diretor de cena (à esq.) e o sócio da Vetor Zero/LoboCargo (à dir.) COM A PALAVRA... A Decolar.com contratou 10 celebridades para a campanha “Eu compro no Decolar.com”. O filme, criado pela .R.E.F. Comunicação, será veiculado nas TVs aberta e fechada e rádios. Entre as estrelas estão a atriz Deborah Secco e o ex-tenista Gustavo Kuerten PARA LEMBRAR Otema dacampanhado CaféSeleto está listadoentre osjinglesmaislembrados pelopúblicode SãoPaulo. A música falavado prazer de tomarcafésobaperspectiva deuma criança. O jingle,feito paraveicular emrádio,fez tantosucessoque foilevadoà TV.A música teve versões gravadas até em japonês. é o número de músicas baixadas de forma ilegal nos últimos seis meses no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pela Musicmetric, o país é o quinto no ranking de compartilhamento ilegal. Os americanos estão no topo da lista — com mais de 96 milhões de downloads, seguidos por Reino Unido, Itália e Canadá. A Vetor Zero/Lobo anunciou a contratação do diretor de cena Roberio Braga para completar o seu time de diretores de live action. Braga tem passagens pela Zeppelin e pela Margarida Filmes. Seu portfólio acumula projetos para Bohemia, Vale, Ford, P&G e Fiat — que entrou no Anuário do Clube de Criação 2012 com o filme “Flanelinha”, que também concorre ao prêmio Profissionais do Ano. Ele fará parte da equipe do sócio e produtor executivo da Vetor Zero/Lobo, Alberto Lopes. Coordenadora de marketing da Bematech Como é a estratégia de marketing desenvolvida pela Bematech? Hoje a estratégia de marketing da Bematech visa atingir de maneira segmentada todos os nichos de mercado que seus produtos atendem, apresentando as soluções integradas entre equipamentos, sistemas de gestão e serviços, e os benefícios de sua aplicação no varejo e hotelaria, independente do tamanho do negócio, seja estabelecimento único ou rede, loja própria ou franquia. Você acha que a migração da publicidade para as redes sociais é uma forma positiva de falar com o público? Sem dúvida trabalhar bem nas redes sociais é uma forma positiva e assertiva de publicidade. As possibilidades de segmentação que esse meio proporciona faz com que a marca entre em contato com o público de maneira muito natural, gerando alto índice de interesse e conversão. Desenvolver conteúdo e responder a esse público torna-se mandatório para conseguir manter a fidelidade dele. Nossa gestão de conteúdo em redes sociais tem esse foco: informar a respeito da companhia, lançamentos, oportunidades de negócio e acima de tudo compartilhar novidades e tendências do varejo. Integrar as ações de marketing torna-se fundamental para o sucesso de qualquer campanha. Vocês já desenvolveram campanhas para quais empresas? Temos clientes como O Boticário, a rede de franquias de alimentos Subway, o Resort Costão do Santinho, o Grupo Atlantica Hotels, GRSA, o restaurante La Tambouille e Vasco da Gama. Uma de nossas ações foi reunir depoimentos deles falando de como a nossa estratégia de marketing os ajudou a atingir seus objetivos. C.M. Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 27 28 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 MODA E LUXO Fotos:divulgação Pierce Brosnan, protagonista de quatro filmes da série Roger Moore, outro intérprete do agente 007 George Lazenby: a serviço de sua Majestade Itens raros de James Bond vão a leilão pela internet Venda comemora 50 anos do espião britânico nas telas; itens vão desde o primeiro filme, “Dr. No”, a “Skyfall” Patrícia Nakamura [email protected] Chega aos 50 anos a saga cinematográfica de James Bond, o indestrutível agente secreto britânico criado por Ian Fleming. Um dos mais bem sucedidos heróis do século XX, Bond se mantém em alta tanto por quem aprecia a figura sofisticada do espião, rodeado por belas mulheres e carrões, como os afi- cionados por tecnologia — graças às geringonças criadas no laboratório de Q, capazes de, por exemplo, detonar uma bomba a um simples toque de celular ou de comandar carros a distância. Aos fãs de todas as épocas de Bond, a casa de leilões Christie's oferece uma rara chance. A empresa colocará à venda alguns dos artigos mais emblemáticos da “memorabilia” da série cinematográfica. O leilão será realizado exclusivamente pela internet e toda renda será destinada a obras Sean Connery, o primeiro — e, para muitos, o melhor — James Bond de caridade. Os lances mínimos dos produtos estão no site da Christies e podem ser realizados entre os dias 28 de setembro de 8 de outubro. No dia 5 será feito uma venda especial apenas para convidados da casa de leilões em Kensington, em Londres. Além dos itens pertencentes à EON Productions, pessoas e empresas ligadas ao filme também doaram objetos, como o ator Timothy Dalton, a montadora inglesa Aston Martin e a família do escritor Ian Fleming, que escreveu a primeira aventura do espião em 1953. Os itens à disposição dos fãs de James Bond pela internet estão divididos em 40 lotes - todos eles usados em cena por Sean Connery, George Lazerby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e, mais recentemente, Daniel Craig. Outros 10 lotes foram reservados aos convidados para leilão viva-voz. Há espaço para peças de todas as fases do espião mais famoso do cinema — desde os carrões Aston Martin e BMW, passando por figurinos, até os óculos usados por Craig em “Quantum of Solace”. Para quem quer novidade, o leilão oferece o primeiro exemplar do relógio Seamaster Professional Planet Ocean, produzido pela Omega e que será usado pelo agente em “Skyfall”, novo episódio da franquia que será lançado mundialmente nos cinemas em 23 de novembro. O modelo deve alcançar entre US$ 9,1 mil e US$ 12 mil pelas estimativas da Christie’s. ■ De tarô a Aston Martin, peças para (quase) todos os bolsos Preço mínimo do carro de luxo é de US$ 161 mil Nem a Christie’s ousa calcular quanto deve render o leilão com os objetos de James Bond, dada a variedade de itens à venda. O produto com lance mais em con- ta, US$ 1.000, é um baralho de tarô usado em “Viva e Deixe Viver”, de 1972. Já o Aston Martin usado numa eletrizante cena de “Quantum of Solace” não sairá por menos de US$ 161 mil. O frete dos mimos será por conta do novo e feliz dono. ■ P.N. O Aston Martin e o relógio usados por Daniel Craig em “Quantum of Solace”, exibido em 2008 e último filme da série Primeiro exemplar do livro “Da Rússia, com amor”, de 1953, que foi adaptado para as telas; BMW do espião em “GoldenEye” Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 29 Fotos: divulgação Gucci faz releitura feminina de maleta “Lady Stirrup” é o nome do lançamento da grife italiana Gucci — e é uma versão mais “fashion” da tradicional maleta usada pelos médicos. Espaçosa, é indicada para o dia a dia. O couro preto da bolsa e o forro em veludo também negro contrastam com os detalhes dourados da peça — fecho deixa bem claro de que se trata de um exemplar da marca. A novidade custa US$ 3,8 mil, em média, nas boutiques da grife no hemisfério Norte. Arte pop de Romero Britto para bebês Artista recifense cria carrinhos para a Quinny and Maxi-Cosi; preços chegam a US$ 900 Há quem torça o nariz para a obra do pernambucano (e radicado em Miami) Romero Britto, que mistura elementos de cubismo, arte pop e grafite em suas criações. Mas o sucesso do artista vai além das pinturas e esculturas ultracoloridas - exibidas em galerias e museus de mais de cem países, muitas delas são ostentadas em espaços públicos -, com temas leves e cheios de ternura e otimismo. É um dos preferidos das celebridades de Hollywood. Britto acaba de emprestar o seu traço contemporâneo para uma linha de carrinhos, assentos e acessórios de transporte de bebês da Quinny and MaxiCosi (considerada pelas mamães ricas a Ferrari dos carrinhos de bebê). De acordo com os fabricantes dos produtos, os modelos ajudarão os pais a descobrirem uma nova linguagem de “amor, otimismo e felicidade”. O design das peças é inspirado nas criações de Damien Hirst - coube à Britto dar cor aos itens. Não é a primeira vez que Britto assina coleções de produtos de consumo. Ele foi o responsável pela decoração de uma edição limitada da vodca Absolut, no começo da década de 1990. Recentemente, criou uma linha exclusiva de potes herméticos para a popularíssima Tupperware. Foi também responsável pela criação do cartaz oficial da Copa do Mundo de 2010. Audi, Bentley, Disney, Technomarine, Evian estão entre as empresas atendidas por Britto. BREVES Em jogo, o futuro de Wynn O rei dos cassinos Steve Wynn deve obter hoje uma importante vitória sobre seu ex-sócio e atual inimigo Kazuo Okada numa disputa pelo controle de um império de US$ 10 bilhões, que reúne casas de jogatina espalhadas pelo mundo. O magnata japonês foi considerado por Wynn “inadequado” para o mundo dos negócios no estado de Nevada após denúncias que ele teria oferecido propina, em nome da Wynn Resorts, para acelerar a liberação da construção de um cassino nas Filipinas. Okada também teria utilizado métodos “pouco ortodoxos” para obter licenças para seus empreendimentos em Macau. O caso teria ocorrido dez anos atrás. Por outro lado, Okada briga na justiça para reaver sua participação no negócio. Ele alega que foi “forçado” pelo conselho do grupo a vender sua parti- Carrinho assinado por Romero Britto: ”lições de carinho e arte” No fim do ano passado, a Coca-Cola encomendou a Britto uma gigante pintura de Natal em sua sede em Atlanta, nos EUA. Mas é a primeira vez que ele trabalha com linhas de produtos infantis. Carrinhos turbinados Chamada de “Moodd by Britto”, os carrinhos ultramodernos se montam e desmontam ao simples toque de botão. Os bancos dos carrinhos são reclináveis e podem ser montados em diversas configurações. As peças são compatíveis com a linha tradicional da fabricante de carrinhos de bebê. Os preços vão de US$ 250 cobrado pelo assento de carro e vão até US$ 900, caso do carrinho. Os preços valem para os Estados Unidos e não há previsão para a venda no Brasil. A companhia também deve lançar carrinhos de bebês com design inspirado nos arrojados carrões da Mercedes-Benz. Já a Porsche promete lançar “em breve” sua linha própria de peças para transporte infantil. Os preços ainda não foram revelados. ■ cipação de 20% aos atuais acionistas com um desconto de US$ 800 milhões. O caso será levado aos tribunais no estado de Nevada, onde está concentrada a maior parte dos cassinos instalados nos Estados Unidos. ■ Gordon Ramsay assina hotel O aclamado - e igualmente irascível - chef Gordon Ramsay deixou os reality shows de lado por um tempo para se dedicar à decoração da principal suíte do hotel boutique Keating Hotel, no centro histórico de San Diego. A suíte “Viceroy” tem diárias a partir de US$ 1 mil. O quarto possui sala de estar e conta com um bar. O Keating Hotel é famo- so na Califórnia pela decoração assinada pelo estúdio Pinifarina - para refrescar a memória, foi o responsável pelo desenho de memoráveis carros da Ferrari e Maserati. Ramsay meteu sua colher também no cardápio do restaurante do local, o Merk. Entre os itens do menu incluem filé com parmesão com molho de vinho Cavatelli. ■ Formas femininas na NYFW Lucas Jackson/Reuters MICKEY NA CONSTRUÇÃO DO FOUR SEASONS Mickey Mouse, o personagem mais famoso do império Disney, colocou a mão na massa semana passada no início da construção do Four Season Hotel and Resort em Orlando, que deve ficar pronto em 2014. O complexo terá 444 apartamentos e será levantado em parceria com a rede Four Seasons, a Silverstein Properties e a Dune Real Estate Partners. O lançamento da pedra fundamental do empreendimento teve ainda a participação da Meg Crofton, presidente da Walt Disney Parks and Resorts Operations dos EUA e França. Steve Wynn: queda de braço com ex-sócio e atual rival Modelo de Oscar de la Renta na New York Fashion Week Entre compradores, mídia internacional, convidados, celebridades e demais curiosos, a semana de Nova York atraiu 116 mil pessoas ávidas para conhecer as novidades dos principais estilistas mundiais para a primavera. Entre as novidades dos designers estão a aposta na sofisticação das formas femininas, com saias lápis combinadas com jaquetas ajustadas, vestidos esvoaçantes e muita cintura marcada. Oscar de la Renta, um dos nomes mais reverenciados da moda, foi além: misturou as formas delicadas com seda em tons de rosa — reforçando o ar “girlie” da coleção — incluindo shorts minúsculos e bustiês. “Achei bonito”, resumiu a editora da bíblia da moda Vogue, após a exibição dos modelos. “Precisa ter corpo para tal produção”. ■ Reuters 30 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Gestão ineficiente condena mais de um terço dos projetos Murillo Constantino Pesquisa mostra que só 20% das empresas cumprem prazos, metas e orçamentos Natália Flach [email protected] Mais de um terço dos projetos formulados pelas empresas ao redor do mundo fracassam. Isso acontece — em grande parte — pela falta de gestão organizacional das companhias. Segundo pesquisa Pulse of the Profession do instituto PMI, concedida com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO, 20% dos mil entrevistados descrevem suas organizações como tendo elevado grau de maturidade em gerenciamento de projetos (medido a partir do cumprimento de prazos, orçamento e objetivos) — ficando acima dos 11% observados em 2006. Em geral, são as grandes empresas que se enquadram neste grupo. Quase 30% das companhias com faturamento acima de US$ 1 bilhão relatam esse nível de maturidade ante os 10% das empresas com rendimentos anuais de até US$ 50 milhões. Alguns setores também são mais propensos a apresentar essa maturidade, tais como consultoria, varejo, indústria aeroespacial, tecnologia da informação e telecomunicações. Entre os benefícios de se investir em gestão de projetos o principal é aumentar chances de sucesso. As organizações com níveis de maturidade mais elevados superam as de menor grau em 28 pontos percentuais no que se refere a prazo de en- Vargas, do PMI: grandes empresas, de capital aberto e de setores como TI, estão mais avançadas; no Brasil, burocracia é freio de mão, diz trega do projeto, em 24 pontos percentuais quando o assunto é enquadramento ao orçamento e em 20 pontos percentuais, no cumprimento de objetivos originais e intenções de negócios. Além disso, o resultado pode ser economia de gastos. Quando um projeto falha, um terço do orçamento, em média, é perdido para sempre. Isso significa que as organizações estão colocando em risco US$ 0,12 para cada US$ 1 gasto em projetos, ou seja, pouco mais de US$ 120 mil para cada US$ 1 milhão. As condições econômicas provocadas pela crise vão continuar forçando as empresas a estruturarem uma carteira de projetos, se tornarem mais ágeis e investirem em talentos. “Às ve- zes, querer controlar tudo o que se passa faz com que se perca a agilidade. Quanto mais rapidamente são implementadas mudanças, menos riscos se corre, sem falar que obriga as empresas a ficarem mais atentas. O problema aparece quando o cenário é positivo, já que os executivos costumam relaxar”, afirma Ricardo Viana Vargas, presidente do PMI e especialista em gerenciamento de projetos, portfólio e riscos. “Há uma década, não se tinha dúvidas sobre o império da Estrela, no Brasil. Hoje, minhas filhas não sabem quem é essa fabricante de brinquedos que já foi tão poderosa.” Para se conseguir atingir metas, as empresas precisam deixar os seus objetivos organiza- RISCOS CONTROLADOS Quanto maior a maturidade da empresa no gerenciamento de projetos, maiores as chances de entregar no prazo, respeitando o orçamento e objetivos iniciais MATURIDADE DA EMPRESA DENTRO DO PRAZO NO ORÇAMENTO 67% ALTO MÉDIO 68% 55% BAIXO 10 20 30 40 73% 58% 39% 0 Fonte: PMI DE ACORDO COM OBJETIVOS 67% 44% 50 60 70 800 10 20 30 40 50 53% 60 70 8000 10 20 3040 30 40 50 60 70 80 cionais mais claros e delegar responsabilidades para a equipe de projetos. “É o caso do Facebook. Logo após o IPO, as ações caíram porque os investidores não sabem para onde a empresa vai crescer, a liderança do Mark Zuckerberg está sendo desafiada. Isso é uma grande oportunidade para se reinventar”, diz. “Muitas pessoas me perguntam como explicar os benefícios de gerenciamentos de projetos — que às vezes são intangíveis. Imagina se os Estados Unidos soubessem no dia 10 de setembro que aconteceria um atentado no dia seguinte. Além de vidas, economizaria muitos bilhões de dólares. É a mesma coisa com as companhias. Quando dá certo, o custo é bem menor do que o custo do fracasso.” Em geral, Vargas destaca que as empresas de capital aberto estão mais atentas a essas questões por causa do retorno que precisam dar aos acionistas. “Investidor é bem diferente daquele executivo que criou a empresa — não tem fidelidade. Se não está dando retorno, ele muda”, diz. “As empresas brasileiras estão no caminho certo de gerenciamento de projetos que podem torná-las mais ágeis. O problema é a burocracia que ainda trava o avanço, funcionando como freio de mão.” ■ CARREIRA GLOBAL Executivo tem cargo nas Nações Unidas Em junho, Ricardo Viana Vargas, presidente do instituto PMI, se mudou com a esposa e as duas filhas para a Dinamarca. A história começa meses antes, quando ele recebeu um e-mail da Organização das Nações Unidas marcando uma entrevista de emprego. “Eles me acharam no LinkedIn. Só percebi que não era brincadeira quando vi que o interlocutor era o braço direito do Ban Ki-moon (secretário-geral).” Hoje, ele é diretor de gerenciamento de projetos do United Nations Office for Project Services — braço da organização que coloca em prática o que foi decidido diplomaticamente, como construção de tendas para refugiados na Síria e retirada de minas terrestres no Afeganistão. Ao todo, estão em andamento 1,3 mil projetos no mundo. “Damos suporte para as pessoas poderem tomar decisões e fazer por conta própria quando formos embora.” ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 31 Ag. Petrobras Petrobras prepara captação em euros AGENDA A Petrobras está preparando uma captação externa em euros. A informação foi dada ontem pelo diretor financeiro da petrolífera, Almir Barbassa. O executivo confirmou a informação conforme ele próprio havia acenado em fevereiro, em entrevista exclusiva à Agência Estado. O diretor não detalhou o período e o montante envolvido. Barbassa participou da abertura da Rio Oil & Gas, maior feira do setor da América Latina, no Riocentro. AE ● Preços ao consumidor no Reino Unido, a partir das 5h30. ● Espanha e Grécia fazem leilão de títulos, às 5h30. ● Na Zona do Euro, confiança na economia, às 6h. ● Nos EUA, conta corrente e confiança da construção, às 9h30. Rodrigo Capote “Não será preciso subir juros em 2013” A afirmação é do secretário Nelson Barbosa, para quem o país vai crescer 2% este ano Ana Paula, da ACG: sócios são empresários, gestores de recursos, consultores, advogados e auditores Associação quer atrair investidor estrangeiro ACG Brasil será inaugurada no dia 25 para promover negócios de private equity, fusões e aquisições entre empresas brasileiras e internacionais As principais frentes de trabalho, segundo a executiva, são: troca de melhores práticas e gaNa semana que vem, o Brasil nho de exposição a oportunidapassa a contar com mais um des de M&A, networking e acespromotor de negócios locais so a executivos seniores, fundos junto aos investidores estrangeide private equity, associados e ros: a Association for Corporate intermediários; desenvolvimenGrowth - ACG Brasil. A entidato de relacionamento internade, que inicia a atividades no cional a fim de gerar oportunidapaís na próxima terça-feira, vides de crescimento e acesso a insa promover o crescimento e o formações sobre mercados e desenvolvimento entre emprepráticas de negócios locais. sas e profissionais das áreas corAlém do Brasil, a ACG tem 56 porativa, de priescritórios espavate equity e de lhados pela AmériEntidade tem fusões e aquisido Norte, Euro56 escritórios na ca ções (M&A). pa e Ásia, que soAmérica do “Iremos trabamam mais de 14 lhar para criar Norte, Europa e mil associados. alianças comer“Aproximadaciais entre execu- Ásia, com mais de mente 75% dos 14 mil associados nossos associados tivos dentro dos mais diversos sedeclararam terem tores, alavancando novas oporfeito negócios por meio da tunidades de negócios. Além ACG”, diz a presidente da entido evento de inauguração, faredade no Brasil. “Um empresário mos outro evento para promoalemão interessado em investir ver a ACG, em novembro”, diz no plantio de cana-de-açúcar Ana Paula Castro, presidente poderá entrar em contato com da entidade no Brasil. Hoje, a um associado brasileiro para ACG Brasil já tem apoio da Assoconcluir a operação”, exemplificiação Brasileira de Private ca a executiva. Equity & Venture Capital (ABVEla, mais do que ninguém saCAP) e da Brasil Investimentos be o potencial de surgimento de & Negócios (Brain). negócios, uma vez que acompaVanessa Correia [email protected] nha de perto operações de fusões e aquisições na Merrill DataSite, onde é diretora para a América Latina. A companhia oferece plataformas de compartilhamento de documentos na nuvem, que permite a auditores, analistas de bancos e de fundos avaliar dados de fusões e aquisições, bem como de abertura de capital. “Hoje o Brasil é o primeiro em termos de crescimento de operações de fusões e aquisições. E a ACG pode contribuir, e muito, para isso”, destaca. Apesar de o início das atividades estar marcada a próxima semana, a ACG Brasil já angariou alguns associados, número não revelado por Ana Paula. “Acreditamos que os principais interessados serão empresários, gestores de recursos, consultores, profissionais que atuam em bancos de investimentos, advogados e auditores”, afirma. O primeiro escritório da ACG Brasil será em São Paulo. Mas a ideia é inaugurar outras filiais nos principais centros financeiros, como o Rio de Janeiro. Mas os planos da ACG vão mais longe. Os próximos países a receber um escritório da entidade são Chile, México e Peru. ■ O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem em São Paulo que “não será preciso subir juros em 2013.” Para ele, as condições econômicas do país no decorrer deste ano e no próximo permitirão crescer 2% em 2012, avance para um número entre 4% e 5% no ano que vem, sem pressões inflacionárias. “Nós criamos as condições necessárias de expansão do nível de atividade, com distribuição de renda e ampliação dos investimentos”, destaca. “Além disso, o Brasil está crescendo há alguns trimestres abaixo do seu potencial, o que não vai agregar pressões de alta sobre os preços.” Barbosa afirmou que o IPCA deve convergir à meta de 4,5% até o final de 2013, devido a alguns elementos. Ele destacou a redução das tarifas de energia, que vão retirar do IPCA de 0,5 a 0,6 ponto porcentual no próximo ano. “Como a economia vai crescer mais no ano que vem, isso vai ampliar a produtividade das empresas, o que vai reduzir custos”, comenta, acrescentando que isso deve ajudar a conter os preços de produtos e serviços. Nelson Barbosa participou, ontem do 9º Fórum de Economia realizado pela Escola de Economia de São Paulo - (EESPFGV), coordenado pelo professor Luis Carlos Bresser Pereira. Câmbio Barbosa afirmou ainda que o governo está atento aos eventuais efeitos que a terceira edição da política de afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês), que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) adotou. “Vamos observar como isso pode nos atingir. São US$ 40 bilhões por mês que tendem a ficar boa parte restrita à economia americana”, diz. “Mas se uma parte desses recursos vem para cá, isso pode trazer uma pressão de apreciação sobre o câmbio indesejável”, admite. “Tomaremos todas as medidas necessárias para não deixar o câmbio apreciar ainda mais.” O secretário ressaltou que o governo monitora o mercado de câmbio em várias frentes, entre elas a evolução das operações de derivativos e o próprio fluxo de capitais que ingressam no país que procuram investimentos em ativos de renda fixa, especialmente os relacionados a títulos públicos. “Vamos ver como essa questão no futuro próximo. O que posso dizer é que medidas na área de câmbio são adotadas e depois explicadas, não são previamente anunciadas.”Barbosa não especificou se a primeira frente de ataque do governo para evitar o câmbio apreciado seria a compra de dólares no mercado futuro ou a adoção de medidas fiscais, como as relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para ele, está em curso a aceleração do crescimento do país. “A economia já retoma a velocidade de crescimento de 4% a 5% neste semestre”. “O Brasil pode crescer com expansão do mercado interno e avanço do investimento”, apontou. ■ Agência Estado Elza Fiuza/ABr Barbosa: “Criamos condições para expansão do nível de atividade” 32 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 FATO RELEVANTE Redução de compulsório tem efeito neutro sobre ações de bancos Apesar da boa notícia, ontem a maioria devolveu os ganhos registrados na semana passada e fechou em queda Henrique Manreza Léa De Luca e Ana Paula Ribeiro EM QUEDA finanç[email protected] A redução dos depósitos que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central, anunciada na noite de sexta-feira, vai facilitar a vida de bancos médios, com a liberação de R$ 30 bilhões no sistema financeiro. Proposital ou não, a medida neutraliza possíveis efeitos da liquidação do banco Cruzeiro do Sul, também anunciada na sexta-feira, que poderia dificultar a captação de recursos de investidores (e de depósitos dos clientes) para essas instituições. Para os grandes bancos, os efeitos também são positivos. “O compulsório é um componente do spread e, portanto, quanto menos, melhor. O custo do dinheiro cai e ou o banco repassa aos clientes, ampliando a carteira de empréstimo, como quer o governo; ou vai incorporar na margem. Em qualquer caso, a notícia é boa para os acionistas”, explica José Augusto Salles, analista da Lopes & Filho. Apesar da boa notícia, ontem o comportamento das ações dos bancos não reagiu, ao contrário: a maioria seguiu o índice e fechou em queda. Para Aloísio Lemos, analista da Bradesco Ágora, o dia foi atípico: “A semana passada foi uma das melhores do ano, e as ações de bancos não foram exceção. Ontem era o momento de realizar lucros, vendendo na alta os papeis que haviam subido bastan- Evolução dos depósitos compulsórios, em R$ bilhões 395,28 DEZ/10 404,11 400,49 400,88 398,92 404,49 418,57 416,23 420,79 434,70 440,22 432,48 448,54 JAN/11 FEV/11 MAR/11 ABR/11 MAI/11 JUN/11 JUL/11 AGO/11 SET/11 OUT/11 NOV/11 DEZ/11 445,99 JAN/12 411,99 407,74 393,02 393,04 395,01 383,43 2 382,02 FEV/12 MAR/12 ABR/12 MAI/12 JUN/12 JUL/12 AGO/12 300 380 340 420 Fonte:: Ba Banco Cent Central al 460 Bardini, do BicBanco: instituição é uma das que podem ganhar com recolhimento menor, diz analista te”, disse, afirmando que não espera, contudo, uma alta forte dos papéis de banco. O analista Carlos Daltozo, do BB Investimentos, também acredita que o efeito sobre os preços das ações dos bancos brasileiros pela queda dos compulsórios será limitada. Daltozo explica que que as alterações no compulsório de efeito mais imediato para esse grupo de instituições diz respeito aos depósitos à vista, cuja alíquota adicional foi reduzida de 6% para zero. No entanto, essa parcela já era remunerada pela Selic. Essas instituições ganharam ainda a possibilidade de utilizar até metade do limite do compulsório adicional dos depósitos a prazo - em que a alíquota vai cair de 12% para 11% a partir do dia 29 de outubro - para a compra de carteiras de crédito e letras financeiras. Nesse caso, são as instituições de pequeno e médio porte que devem ser as maiores beneficiadas, citando como exemplo o ABC Brasil, Indusval e BicBanco. Ontem, as ações do ABC fecharam em queda de 1,4%, enquanto as do Indusval caíram 3,17% e as do Bic terminaram o dia estáveis. Panamericano caiu 1,75%, Daycoval fechou estável e Pine recuou 0,7%. Entre os grandes, Bradesco subiu 0,39% e Santander Unit, 0,95%. Banco do Brasil, Itaú e Bradesco recuaram. Lucro cai 12% SINAIS CONTRÁRIOS Desempenho das ações dos maiores bancos na bolsa ontem, em R$ BB (BBAS3) FECHAMENTO R$ 26,50 26,60 ITAÚ UNIBANCO (ITUB3) FECHAMENTO R$ 29,80 SANTANDER (SANB11) FECHAMENTO R$ 16,93 BRADESCO (BBDC3) FECHAMENTO R$ 28,61 30,00 17,20 29,10 29,85 17,10 26,52 26,45 26,34 26,30 17,07 29,80 29,70 17,00 29,55 26,00 29,40 28,75 28,75 16,98 26,15 28,93 16,90 28,70 28,58 29,46 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h Fonte: BM&FBovespa 16,80 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 28,40 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h Além de aproveitar o momento para vender as ações depois da alta recente, outro fator pode ter contribuído para as quedas. O BC divulgou o painel consolidado dos bancos brasileiros, apontando queda de 12% no lucro no primeiro semestre de 2012 na comparação com o último semestre de 2011. Segundo o BC, 101 instituições financeiras lucraram R$ 25,693 bilhões , ante R$ 29,089 bilhões em 2011. Esse foi o menor lucro semestral dos bancos desde os R$ 24,687 bilhões registrados entre janeiro e junho de 2010. O dado se refere de bancos comerciais, múltiplos com carteira comercial e Caixa Econômica Federal. ■ Com Agência Estado Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 33 MERCADOS Reprodução Nasdaq Corretora dos EUA quer crescer no Brasil Interactive Brokers Group, corretora americana que movimenta cerca de 10% das opções de ações no mundo, quer expandir seu negócio no Brasil até início de 2013, diz Alex Ioffe, diretor financeiro. Luciane de Castro Cortez, responsável pela unidade brasileira, está procurando um diretor de operações antes de formalizar pedido de licença ao Banco Central. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff autorizou a iniciar uma corretora no país. “Vemos o Brasil como mercado crescente”, diz Ioffe. BOLSAS Ibovespa cai 0,48%, após 7 altas O Ibovespa operou volátil ontem com os investidores realizando lucros da semana passada. O principal índice da bolsa fechou em queda de 0,48%, aos 61.805 pontos. Segundo Leonardo Brito, analista da Teórica Investimentos, as ações da Vale foram destaque, com alta de 1,09% (ON) e 0,93% (PN) por causa do avanço do minério de ferro, que disparou a US$ 105,8 a tonelada. No âmbito externo, Wall Street e as principais bolsas da Europa finalizaram com perdas. O S&P 500 teve queda de 0,31% e o Dow Jones caiu 0,30%. O Nasdaq decresceu 0,17%. No Velho Continente, o CAC 40, de Paris, e o DAX, de Frankfurt, tiveram perdas de 0,78% e 0,11%, enquanto o FTSE 100, de Londres, caiu 0,37%. ■ Niviane Magalhães MOEDAS Dólar sobe 0,94% com ação do BC A clara postura do Banco Central (BC) de não aceitar o dólar abaixo de R$ 2,00 parece começa a ser assimilada pelo mercado. Essa é a leitura que se faz após o pregão de ontem, quando a autoridade fez, logo no início dos negócios, leilão de swap cambial reverso (compra de dólares no mercado futuro), e manteve o dólar com alta próxima a 1% durante toda a sessão. A moeda terminou o dia com valorização de 0,94%, a R$ 2,030 para venda. A autoridade monetária vendeu US$ 2,172 bilhões em 43,5 mil contratos, de 70 mil oferecidos. “O BC neutralizou o movimento que era oportunista e forjado por players, que em razão de seus posicionamentos na BM&FBovespa, têm interesse na desvalorização da moeda”, afirma Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora, em relatório. ■ Lucas Bombana CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT REALIZADA EM 20 DE AGOSTO DE 2012 1. Data, Hora e Local: 20 de agosto de 2012, às 16:00 hs., na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, n.o 184. 2. Convocação: Dispensada, nos termos do § 2º, do art. 71, combinado com o §4º, do art. 124, ambos da Lei n.º 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia o representante da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegeram como Presidente da Mesa o Sr. Carlos Alberto Bacha, que convidou a Sra. Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre (i) a verificação do cumprimento da condição suspensiva estabelecida no item 8 da ata da assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 (anuência da ANEEL com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária), (ii) a ratificação das obrigações da Emissora e dos Debenturistas com relação a esta 3ª Emissão e dos prazos para seu cumprimento, conforme também deliberado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e (iii) a extensão, até o dia 06.09.12, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16.04.12, conforme aditado pela primeira vez em 06.06.12 e pela segunda vez em 06.07.12 (“Standstill”), ao qual os debenturistas aderiram, conforme deliberação tomada em assembleias geral de debenturistas realizadas nos dias 06.07.12 e 16.07.12. 6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da totalidade das Debêntures emitidas, por unanimidade: i) reconheceram o cumprimento da condição suspensiva estabelecida no item 8 da ata da assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 (anuência da ANEEL com relação ao Aditamento à Cessão Fiduciária); ii) ratificaram as obrigações da Emissora e dos Debenturistas com relação a esta 3ª Emissão e dos prazos para seu cumprimento, conforme também deliberado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12, quais sejam: Por parte da Emissora: (a) em até 1 (um) dia útil contado da data de obtenção da autorização da ANEEL, a assinatura do Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e do Aditamento à Cessão Fiduciária, substancialmente nos termos das minutas aprovadas na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram arquivadas na sede da Companhia; (b) em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da autorização da ANEEL, a assinatura dos instrumentos contratuais que formalizam as CCBs substancialmente nos termos das minutas aprovadas na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram arquivadas na sede da Companhia; (c) respeitadas as condições previstas nas CCBs, no Segundo Aditamento da Escritura de 3ª Emissão e no Aditamento à Cessão Fiduciária e desde que cumpridas as obrigações por parte dos Debenturistas, abaixo indicadas, a efetuar a aquisição facultativa de 64 (sessenta e quatro) debêntures da 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, sendo 34 (trinta e quatro) de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e 30 (trinta) do Banco Santander (Brasil) S.A., conforme aprovado na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 (“Aquisição Facultativa” e “Debêntures Recompradas”). O Banco Standard de Investimentos S.A., por meio deste ato, não se opõe à aquisição facultativa da totalidade das debêntures de titularidade do Banco Itaú BBA S.A. e do Banco Santander (Brasil) S.A. nos termos aqui descritos, concordando também em permanecer como o único Debenturista remanescente na 3ª Emissão. (d) em até 1 (um) dia útil após a Aquisição Facultativa, a efetuar o cancelamento das Debêntures Recompradas. Por parte dos Debenturistas: (a) em até 3 (três) dias úteis contados da data de obtenção da autorização da ANEEL, a assinatura do Aditamento da Escritura de 3ª Emissão, do Aditamento à Cessão Fiduciária e dos instrumentos contratuais que formalizam as CCBs, substancialmente nos termos das minutas aprovadas na assembleia geral de debenturistas realizada no dia 16.08.12 e que se encontram arquivadas na sede da Companhia; (b) especificamente com relação ao Banco Itaú BBA S.A. e ao Banco Santander (Brasil) S.A., a tomar todas as medidas sob sua responsabilidade para que a Aquisição Facultativa das Debêntures Recompradas de suas titularidades seja devidamente efetivada e formalizada. iii) a extensão, até o dia 06.09.12, por meio da assinatura da presente ata de assembleia geral de debenturistas, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Standstill, exceto com relação ao disposto no item 7 abaixo, e, como consequência: (a) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 06.09.12 (inclusive), não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos à cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, como consequência da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (b) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 06.09.12 (inclusive), não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, em caso de descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista no Standstill até o dia 06.09.12, descumprimento este que poderá ser informado pela Companhia ou por qualquer um dos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Retenção: Fica estabelecido, entretanto, que a extensão dos compromissos assumidos no Standstill, conforme item (iii) das deliberações acima, não se aplicará à autorização ao Agente Fiduciário e ao Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador nos termos da Cessão Fiduciária a não realizar a retenção ou não autorizar a realização de retenção, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, de modo que as retenções previstas na Cessão Fiduciária, conforme aditada, sejam efetivadas nos termos lá estabelecidos. Para fins de esclarecimento, o valor total retido na conta vinculada não deverá superar o valor da parcela que seria originalmente devida em 7 de setembro de 2012 caso os pagamentos de junho, julho e agosto tivessem sido realizados regularmente. 8. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada. Cuiabá, 20 de agosto de 2012. Presidente: Carlos Alberto Bacha. Secretária: Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por Eduardo Augusto Salgado Felipe; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado por Carlos Alberto Bacha; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Milton Takayuki Umino e José Carlos Santos. Declaro que a presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Carlos Alberto Bacha - Presidente. Maria Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120961849, em sessão de 31/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. 34 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 FINANÇAS PESSOAIS RELAXAR Descanse e controle o estresse em spas sem sair do caos da cidade Tratamentos vão desde massagens até programas completos que ensinam a ter mais qualidade de vida Alexandre Rezende Fotos: divulgação Marília Almeida [email protected] Quem quer se livrar do estresse diário encontra na cidade spas que oferecem tratamento para aliviar tensões e relaxar. Há desde tratamentos específicos, para executivos que chegam de uma longa viagem com jet lag, até programas que introduzem hábitos saudáveis no dia a dia de quem os frequenta. É o caso do Spa Cidade Jardim, que criou, há um ano, o programa de Wellness. Com duração de oito semanas, tem três núcleos: fitness, gerenciamento de estresse e nutrição. O objetivo é ensinar os clientes a introduzirem bons hábitos na rotina diária, como aprender a meditar, comer bem e até afastar pensamentos negativos. Para isso, são realizados uma série de exames médicos com aparelhos de alta tecnologia. “Na hora de indicar uma dieta adequada, verificamos, por um aparelho, como funciona o metabolismo do cliente, ou como o sistema nervoso está trabalhando para identificar seu nível de estresse”, diz o endocrinologista Filippo Pedrinola, coordenador do Wellness. O programa, que também avalia o estilo de vida do participante, inclui aprender a melhor frequência cardiorrespiratória e introduzir a caminhada na rotina. “São detalhes que fazem diferença para controlar o estresse e evitar o sedentarismo para quem, por exemplo, não tem tempo de frequentar uma academia”, diz Pedrinola. Para quem não tem tempo de cozinhar, é possível adquirir kits de comida congelada apropriadas para a dieta. O programa pode ser customizado. “Mas é fundamental vir ao spa ao menos três dias por semana”, diz o coordenador. O Spa Amazonian, localizado no hotel Hilton, oferece a massagem Jet Lag, que reequilibra o sono, a atenção e o humor após viagens longas — e pode ser estimulante ou relaxante. “O foco da massagem é a drenagem de áreas inchadas para quem fica muito tempo sentado. Ela também considera a Pavilhão das Águas, ambiente do SPA Pedrinola, do SPA Cidade Jardim: 40 clientes usaram o programa de bem-estar em um ano mudança de altitude, para quem chega de viagem de avião”, diz o médico Eduardo Leal, sócio diretor do spa, localizado no hotel do Morumbi, zona sul da cidade. Para quem está estressado e quer apenas relaxar, Leal recomenda a massagem sueca. Já para quem passou por diversas reuniões, tem os músculos tensionados e não dormiu direito, a massagem terapêutica Abhyanga é a melhor. “A técnica se assemelha ao shiatsu: são movimentos fortes, que utilizam bastante pressão, no corpo todo.” Outros spas, como o Amanary, do hotel Grand Hyatt, e o da L´ Occitane, na Bela Vista, oferecem massagens cuja duração é de 20 a 90 minutos com técnicas diversas. Leal aponta que a vantagem de frequentar um spa na cidade é melhorar a produtividade no trabalho. “Muitas empresas já pagam massagens para funcionários com este objetivo. Elas veem que os benefícios dos tratamentos podem ter impactos positivos no dia a dia”. ■ Tratamentos podem ser feitos em suítes ARMAS PARA MANTER A PRODUTIVIDADE Conheça algumas das técnicas mais eficientes e exclusivas oferecidas em São Paulo AMAZONIAN SPA - HILTON Massagem sueca: relaxante, feita com movimentos de deslizamento, amassamento, percussão e fricção de óleos ou cremes Jet Lag Aromaterapia: reequilibra o sono, a atenção e o humor e é indicada para recuperação de viagens longas, com mudança de fuso horário SPA CIDADE JARDIM Medicina integral: une técnicas de medicina complementar (yoga, meditação, respiração, acupuntura ) e a tecnologia da medicina convencional Duração: oito semanas Abhyanga Zen Pequi: relaxa e melhora a circulação e o sistema imunológico Observações: pode ser customizado a partir de um diagnóstico médico; inclui aprendizagem de técnicas para autocontrole de estresse Preços por sessão: R$ 240 a R$ 250 Preços médio: R$ 4.500 AMANARY SPA – GRAND HYATT Massagem thai: com duração de 20 a 60 minutos, estimula o sistema circulatório e linfático buscando o reequilíbrio físico e emocional Massagem com pedras quentes: melhora funções orgânicas e equilibra o sistema nervoso L´OCCITANE SPA Massagem corporal: movimentos com escovas estimulam a microcirculação. Combina técnicas de pressão suaves com as mãos e auxilia os fluxos de energia do corpo e o metabolismo Massagem shirodhara: acalma o sistema nervoso e inclui massagem nos pés e na cabeça Massagem Relaxante Aromacologia: combina massagem sueca e balinesa para estimular a circulação, aliviar tensões e estresse. É indicado para pessoas que sofrem de insônia Preços por sessão: de R$ 130 a R$ 260 Preços: R$ 180 Fonte: spas Hotéis em SP oferecem pacotes É possível unir tratamentos com hospedagem aos finais de semana no Grand Hyatt e Hilton Os spas urbanos oferecem pacotes com facilidades aos finais de semana. Um exemplo, é o hotel Grand Hyatt, que oferece uma noite de hospedagem com café da manhã para duas pessoas. O pacote dá direito a uma massagem de 60 minutos no spa Amanary e 20% de desconto na compra de um tratamento adicional. Ao contratá-lo, o hóspede tem acesso a sauna, piscina interna climatizada e academia. Já o Hilton Morumbi oferece o pacote Relaxante a partir de R$ 749, que inclui uma diária com café da manhã para duas pessoas e duas massagens corporais no Amazonian. No Renaissance, na Bela Vista, o pacote de spa para dois custa a partir de R$ 1.247. ■ Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 35 Yasuyoshi Chiba/AFP Contratos de opções movimentam R$ 4,7 bi O exercício de contratos de opções sobre ações movimentou ontem, no segmento Bovespa, R$ 4,79 bilhões, dos quais R$ 4,42 bilhões em opções de compra e R$ 375,53 milhões em opções de venda. As opções que registraram o maior volume financeiro no exercício foram Vale PNA a R$ 37 por ação, que movimentou R$ 361,77 milhões em opções de compra, Vale PNA a R$ 34 por ação, que movimentou R$ 337,43 milhões, e Vale PNA R$ 35,09, que movimentou R$ 279,16 milhões. HOME BROKER Laboratório Fleury ON (FLRY3) (fechamento em R$) 1628 28 25,95 26 26 2424 24,00 23,06 MAGNESITA 23,00 23,00 22 22 Objetivo 1 20 20 31/MAI Resistência 2/JUL 1/AGO Suporte 3/SET 17/SET Fontes: Wagner Caetano, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Ação do Fleury perto do ponto de compra As ações ordinárias da rede de laboratórios médicos Fleury (FLRY3) terminaram ontem o pregão perto do seu ponto de compra, de acordo com análise de Wagner Caetano, diretor da Top Traders. O papel teve alta de 1,77% e encerrou a sessão cotado a R$ 23. “Caso rompa sua resistência, o valor de R$ 23,06, a ação tem ótimo potencial de valorização, e o investidor deve comprá-la”, recomenda Caetano. A operação é de curto prazo e, quando romper a cotação, o papel deve buscar o seu primeiro objetivo, o valor de R$ 25,95, o que pode significar uma alta de 13%. Caso supere o valor, pode chegar a registrar a cotação de R$ 26,68, uma alta de 16%. No mês de julho, a ação teve queda acentuada e, entre sua máxima e mínima registradas, chegou a cair 21%. Depois, registrou alta de 8% em agosto, e recuperou parcialmente a queda anterior. Posteriormente, voltou a cair 6%, mas logo voltou a subir 6%. “O comportamento da ação forma uma figura de impulsão em W”, diz Caetano. Caso a ação não rompa a resistência, o suporte para a operação é a cotação atual, de R$ 23. “É uma região composta por resistências. O suporte da operação está situado um pouco abaixo do ponto de resistência para minimizar prejuízos”, diz o diretor. No ano, a ação acumula alta de 8,12% e, no mês, sobe 4,31%. Desde o IPO, realizado em 2009, a ação se valorizou 43,75%. A rede de laboratórios encerrou o segundo trimestre do ano com queda de 3,1% no lucro líquido. Licença prévia para unidade em Minas é positiva às ações Para analistas da corretora Ativa, a licença prévia para construção da unidade de produção de grafita em Almenara (MG) que a Magnesita Refratários informou ter obtido é positiva. A unidade terá capacidade de 40 mil toneladas por ano, sendo que cerca de 15 mil toneladas serão destinadas ao consumo próprio e o restante será vendido. Apesar de se tratar apenas de uma etapa preliminar, uma vez que ainda é necessário obter a licença de instalação, a licença prévia reduz consideravelmente os riscos de execução do projeto, que adicionará um valor considerável à empresa no longo prazo, além de permitir a monetização de parte desse ativo, com parcerias estratégicas, apontam os analistas, em relatório. O balanço entre oferta e demanda no mercado de grafita deverá permanecer apertado, diante da capacidade produtiva limitada e demanda em ascensão, elevando o poder de precificação dos produtores nesse segmento. A corretora recomenda compra para MAGG3, com preço alvo de R$ 10,70, o que representa um potencial de valorização de 38,2% em relação ao fechamento de ontem (R$ 7,74). LEVANTAMENTO INDICAÇÃO DE AÇÕES Menos de 20% poupam no país Socopa mantém carteira semanal No Brasil, apenas 19% da população tem algum dinheiro poupado. Deste total, 88%, quase nove entre 10 brasileiros, investem o dinheiro economizado na caderneta de poupança, seguido de 8% que preferem guardar em casa e 3% que optam pelo fundo de investimentos. No ano anterior, entre os poupadores (18%), as mesmas categorias atraíam 77%, 19% e 4% da população. As estatísticas foram divulgadas ontem pela Fecomércio-RJ/Ipsos. De acordo com Christian Travassos, economista da Fecomércio-RJ, as alterações da rentabi- lidade da caderneta de poupança propiciou a redução geral dos juros, o que realçou as características do tipo de investimento, como liquidez e a não cobrança de imposto de renda. “Num primeiro momento, a poupança mostrou-se mais vantajosa, pois a nova regra só passou a valer quando a taxa básica de juros, a Selic, chegou a 8,5%. Muita gente se antecipou à mudança, para garantir aos seus recursos as regras antigas”, avalia Travassos. De acordo com o Banco Central, o Brasil tem 102 milhões de cadernetas de poupança. ■ A Socopa manteve a carteira recomendada de ações para a terceira semana do mês, com os papéis: CSN, Suzano, Gol, Vale, Anhanguera, Even, MMX, PDG, Lojas Americanas, OSX, Ambvev e Vanguarda Agro. “ A última semana foi de euforia, com investidores repercutindo estímulo na China e EUA. Acreditamos que o cenário de curto prazo ainda é favorável para a bolsa, porém, ressaltamos para eventuais movimentos de realização após expressiva alta em alguns papéis”, dizem analistas. ■ CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Aos 13 (treze) dias do mês de agosto de 2012, às 11:30 horas, na Avenida Paulista nº 2439 - 12º andar - São Paulo - SP, reuniram-se os membros do Conselho de Administração da Companhia, infra-assinados, em número legal para deliberação. Iniciados os trabalhos, assumiu a presidência da reunião o Presidente do Conselho de Administração Dr. Jorge Queiroz de Moraes Junior que convidou a mim Alberto José Rodrigues Alves para secretariá-lo. Compareceu também à reunião, como convidado, o integrante do Conselho Fiscal da Companhia Sr. Carlos Souza Barros de Carvalhosa. O Presidente esclareceu, inicialmente, que a reunião tinha por ordem do dia deliberar sobre a alteração (i) do “Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Quarta Emissão de Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT”, celebrado em 20 de outubro de 2011, entre a Companhia e a Planner Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Brig. Faria Lima 3900, 10º andar, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o nº 67.030.395/0001-46 (“Agente Fiduciário”), e seus aditamentos (“Escritura de Emissão”); e (ii) do “Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia”, celebrado em 20 de outubro de 2011, entre a Companhia, o Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha 100, Torre Olavo Setubal, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o nº 60.701.190/0001-04 (“Banco Centralizador”) (“Contrato de Cessão”), de modo a refletir o quanto deliberado na Assembleia Geral de Debenturistas realizada em 7 de maio de 2012 (sessões 1ª a 4ª) (“AGD”) e refletido no Segundo Aditamento à Escritura de Emissão e no Segundo Aditamento ao Contrato de Cessão (conforme definidos na ata da AGD), documentos estes todos postos à disposição dos membros do Conselho de Administração e do representante do Conselho Fiscal e arquivados na sede da Companhia. Colocada a matéria em deliberação, foi aprovada pela unanimidade dos membros presentes, a celebração pela Companhia do Terceiro Aditamento à Escritura de Emissão e do Terceiro Aditamento ao Contrato de Cessão, nos termos do quanto deliberado na AGD, ficando os Diretores desde já autorizados a tomar as providências necessárias para a formalização dessa deliberação. Nada mais havendo a ser tratado, foram encerrados os trabalhos e impressa a presente ata, que lida e achada conforme, segue assinada por todos os presentes. Nada mais havendo a ser tratado, foram encerrados os trabalhos e impressa a presente ata, que lida e achada conforme, segue assinada por todos os presentes. São Paulo, 13 de agosto de 2012. (a.a.) Presidente: Jorge Queiroz de Moraes Junior. Secretário: Alberto José Rodrigues Alves. Conselheiros: Jorge Queiroz de Moraes Junior, Alberto José Rodrigues Alves, Antonio da Cunha Braga, Aristóteles Luiz Menezes Vasconcellos Drummond, Octávio Tavares de Oliva Filho, Milton Henriques de Carvalho Filho, Atilano de Oms Sobrinho, e Carmem Campos Pereira. A presente ata confere com o original lavrado no livro nº 08 de registro de atas de reuniões do Conselho de Administração da Companhia, às folhas 2 e 3. Jorge Queiroz de Moraes Junior Presidente. Alberto José Rodrigues Alves - Secretário. JUCEMAT nº 20120940957, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A.- CEMAT (“Companhia” e/ou “Emissora”) CNPJ/MF 03.467.321/0001-99 - NIRE 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 1ª, 4ª e 5ª SÉRIES DA 2ª EMISSÃO DE DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE COM GARANTIA REAL, EM TREZE SÉRIES, REALIZADA EM 13 DE JULHO DE 2012 1. Data, hora e local: Realizada no dia 13 de julho de 2012, às 15:30hs, na sede da Companhia, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184 - Bairro Bandeirantes - Cuiabá/MT. 2. Convocação e Presença: Dispensada a convocação em razão da presença de debenturistas representando a totalidade das debêntures da 1ª, 4ª e 5ª séries da 2ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real, em treze séries (“Escritura de Emissão de Debêntures”), conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas, nos termos da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei 6.404/76”), BANCO BTG PACTUAL S.A., inscrito no CNPJ/MF 30.306.294/0001-45, com sede na Praia de Botafogo, nº 501, 5º andar, Rio de Janeiro/RJ e BTG PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO, por seu administrador BTG PACTUAL SERVIÇOS FINANCEIROS S.A, representados na forma de seu estatuto social e regulamento, conforme aplicável. 3. Também estavam presentes na assembleia os representantes da SLW CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. (“Agente Fiduciário”), Sr. Nelson Santucci Torres e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os acionistas elegem como Presidente da Mesa o Sr. Bruno Duque Horta Nogueira, que convidou o Sr. Nelson Santucci Torres para atuar como Secretário. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre as seguintes matérias: (a) Desobrigar a Emissora, pelo período de 30 dias a contar da data de assinatura desta Assembleia, do cumprimento das Obrigações estabelecidas na cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, 4.8 (e) “parcela 2” e nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2., 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures, mais especificamente quanto aos pagamentos estipulados para 15.5.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, referentes às Datas de Amortização das Debêntures da 1ª Série previstas nas cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, referente à Data de Amortização das Debêntures da 4ª Série e 4.8 (e) “parcela 2” referente à Data de Amortização das Debêntures da 5ª Série da Escritura de Emissão de Debêntures, e referentes à Remuneração, prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures, (b) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto na cláusula 4.8 (a) “parcelas 19, 20 e 21” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (a) “parcela 22”, (c) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto nas cláusulas 4.8 (d) “parcela 2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (f) “parcela 2”e (d) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de pagamento de Remuneração relativo às mesmas “parcelas 19, 20 e 21” referidas em (b), e às “parcelas 2” das cláusulas 4.8 (d) e 4.8 (e) referida em (c), com vencimento em 15.5.2012, 15.6.2012, 15.7.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, respectivamente, na mesma data do pagamento da Remuneração com vencimento em 15.8.2012, prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2., 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures. 6. Deliberações: (a) Desobrigar a Emissora, pelo período de 30 dias a contar da data de assinatura desta Assembleia, do cumprimento das Obrigações estabelecidas na cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, 4.8 (d), “parcela 2”, 4.8 (e) “parcela 2” e nas cláusulas 4.9.1, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures, mais especificamente quanto aos pagamentos estipulados para 15.5.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, previstas nas cláusula 4.8 (a), “parcelas 19, 20 e 21”, referentes às Datas de Amortização das Debêntures da 1ª Série, e às Datas de Amortização das Debêntures da 4ª e 5ª Série, previstas nas cláusulas 4.8 (d), “parcela 2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures, e referentes à Remuneração, prevista nas cláusulas 4.9.1, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures, (b) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto na cláusula 4.8 (a) “parcelas 19, 20 e 21” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (a) “parcela 22”, (c) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de amortização previsto na cláusula 4.8 (d) “parcela 2” e 4.8 (e) “parcela 2” da Escritura de Emissão de Debêntures na mesma data do pagamento da obrigação de amortização prevista na cláusula 4.8 (f) “parcela 2” e (d) Autorizar a Emissora a efetuar o pagamento da obrigação de pagamento de Remuneração relativo às mesmas “parcelas 19, 20 e 21” referidas em (b), e às “parcelas 2” das cláusulas 4.8 (d) e 4.8 (e) referidas em (c), com vencimento em 15.5.2012, 15.6.2012, 15.7.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, respectivamente, na mesma data do pagamento da Remuneração com vencimento em 15.8.2012, previstas nas cláusulas 4.9.1, 4.9.2, 4.9.5 (a) e 4.9.5 (b) da Escritura de Emissão de Debêntures. 7. Considerando as deliberações acima, as “parcelas 19, 20 e 21” da cláusula 4.8 (a), “parcela 2” da cláusula 4.8 (d) e “parcela 2” da cláusula 4.8 (e) e os pagamentos de Remuneração previstos para 15.5.2012, 15.6.2012 e 15.7.2012, referentes à cláusula 4.9.5 (a), e o pagamento de Remuneração previsto para 15.6.2012 e 15.7.2012, referente à cláusula 4.9.5 (b), deverão ser pagas pela Emissora em 15.08.2012, apurado nos termos da Escritura de Emissão de Debêntures. Suspensão dos Trabalhos e Lavratura da Ata: Os termos que não estejam expressamente definidos neste documento terão o significado a eles atribuídos na escritura de emissão de debêntures. Como nada mais houvesse a ser tratado, após ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a assembléia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada, e por todos assinada. Cuiabá, 13 de julho de 2012. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. DEBENTURISTAS: BANCO BTG PACTUAL S.A., neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira, BTG PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO, neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira. Agente Fiduciário: SLW Corretora de Valores e Câmbio Ltda., neste ato representado por Marco Marchi e Felipe Coimbra Aloi Andre. Representantes da Companhia: Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. A presente ata confere com a original impressa no Livro nº 01 de registro de atas das Assembleias Gerais de Debenturistas da Segunda Emissão, às folhas 8 a 10. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. JUCEMAT nº 20120940981, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. 36 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Merkel rejeita interferência política na atuação do BCE Tobias Schwarz/Reuters Para a chanceler alemã, cabe unicamente ao Banco Central Europeu decidir sobre o volume de títulos da dívida que vai adquirir Noah Barkin Berlim, Reuters Os políticos não devem decidir qual o volume de dívida que o Banco Central Europeu (BCE) deve comprar no mercado secundário como parte do plano para combater a crise da dívida na Zona do Euro. A posição é da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e foi manifestada ontem, em entrevista coletiva. “Não é da nossa alçada (os políticos) estabelecer os limites (das intervenções do BCE) ... Isso é do domínio do BCE”, enfatizou. A chanceler afirmou que a contribuição da Alemanha ao novo fundo de resgate perma- nente da Zona do Euro, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), totalizando ¤ 190 bilhões, não está ligada ao programa de compra de títulos, contradizendo comentários feitos por um parlamentar sênior de sua coalizão de centro-direita sugerindo que a dívida comprada pelo BCE faria parte desse total. Merkel disse ainda que é improvável que um novo e planejado órgão de supervisão bancária europeu pudesse ser criado até 1º de janeiro de 2013. Independência O presidente do banco central da Alemanha, Jens Weidmann, tem o direito de expressar suas opiniões sobre a crise da Eurozona, disse Merkel, comentando afirmações de seu ministro das Finanças que sugeriu que comentários feitos pelo presidente do Bundesbank, o banco central alemão, podem ter tido um efeito nocivo para o mercado. Em entrevista a um jornal no fim de semana, o ministro Wolfgang Schaeuble, afirmou que o povo alemão estava sendo desestabilizado pela natureza pública de debates dentro do BCE sobre seu novo programa de compra de títulos. Ex-conselheiro de Merkel, Weidemann criticou publicamente os planos de compra de títulos. ■ Merkel: presidente do Bundesbank tem o direito de se expressar Kiyoshi Ota/Bloomberg França crescerá menos de 1% em 2013 Noyer: reviravolta gradual no crescimento da França em 2013 O plano de compra de títulos do BCE melhorou as perspectivas para a Zona do Euro, mas o crescimento da segunda maior economia do bloco, a França, continuará fraco em 2013 e bem abaixo de 1%, afirmou o presidente do banco central francês, Christian Noyer, ao Les Echos. Noyer, que também é membro da diretoria do BCE, afirmou que o banco central do bloco tranquilizou os mercados com seu anúncio na semana passada de que irá comprar quantias ilimitadas de títulos emitidos por países da Zona do Euro. A decisão da principal corte da Alemanha de dar sinal verde para o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês) também deu uma indicação clara de coesão no bloco monetário, e ajudará economias em dificuldade a impulsionar a competitividade e o crescimento, disse. Mas apesar da melhora, a economia de ¤ 2 trilhões da França terá dificuldade para ganhar força em 2013. “Nós podemos razoavelmente esperar uma reviravolta gradual no crescimento em 2013, com uma média que deve continuar consideravelmente abaixo de 1%, dada a falta de crescimento esperado para o fim de 2012”, afirmou. A economia da França está paralisada desde o fim de 2011, mostrando crescimento zero nos primeiros trimestres de 2012. ■ Vicky Buffery, Reuters Michele Tantussi/Bloomberg Espanha deve pedir socorro de¤60bilhões Eurozona tem superávit de ¤ 15,6 bilhões em julho As exportações da Zona do Euro não ajustadas para fatores sazonais cresceram em julho na comparação anual mais de cinco vezes mais rápido que as importações, impulsionando o superávit comercial da região com o resto do mundo, informou o escritório de estatísticas da União Europeia, Eurostat. O superávit comercial não ajustado nos 17 países que usam o euro atingiu ¤ 15,6 bilhões em julho, ante ¤ 2,1 bilhões em junho, uma vez que as exportações subiram 11% em termos anuais e as importações apenas 2%. A fraqueza das importações indica uma queda na demanda doméstica conforme a Zona do Euro afunda ainda mais na desaceleração econômica. Ajustado para fatores sazonais entre janeiro e junho mostra que o crescimento das exportações se deveu principalmente às vendas de maquinário, veículos e outros bens manufaturados. O principal motor de exportação é a Alemanha, responsável por mais da metade do volume da Zona do Euro. A segunda maior contribuição para o superávit comercial veio da Holanda, e a terceira, da Irlanda. ■ Reuters Contêineres em terminal de embarque no porto de Hamburgo A Espanha precisará de menos do que os ¤ 100 bilhões prometidos pela Eurozona para o setor bancário em crise, afirmou a ministra austríaca das Finanças, Maria Fekter, em uma entrevista. Ela disse acreditar que Madri pode solicitar “ao redor de ¤ 60 bilhões”. “O governo (espanhol) terá que cumprir com as exigências da CE relativas ao déficit excessivo, um verdadeiro desafio”, observou. Ao mesmo tempo, Fekter destacou que as coisas estão “avançando” na Espanha. ■ AFP Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 37 Michael Latz/Ddp AlemanhaePolôniaquerempleitodiretonaUE “Acredito que é decisivo e crucial darmos mais transparência e democracia às nossas instituições europeias e, por isso, a ideia de eleições diretas na União Europeia me alegra”, afirmou Guido Westerwelle, ministro das Relações Exteriores alemão, que participou, em Varsórvia, de uma reunião do grupo de reflexão sobre o futuro da UE, formado por 11 países europeus. A eleição direta seria uma resposta ao euroceticismo alimentado sobretudo pela crise da dívida. AFP Alessia Pierdomenico/Bloomberg Lucas Jackson/Reuters PRISÕES NO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO “OCUPE WALL STREET” A fortuna dos ricos cresceu mais na América do Norte e na Oceania Cai o número de milionários e aumenta o de bilionários Omovimentodeprotesto“OcupeWallStreet”(OWS,siglaeminglês)comemorouontem oprimeiroanodevidacomumamobilizaçãoquebloqueouduranteamanhãosacessosà BolsadeNovaYorketerminoucommaisde100pessoasdetidas.Vigiadosporumgrande númerodepoliciais,quase600ativistasdomovimentoquedenunciaascrescentes desigualdadeseopoderdodinheironapolíticaamericanaprotestaramnasproximidades deWallStreet,suldeManhattan.OsmanifestantessereuniramnoparqueZuccotti,onde nasceuomovimentoháumano.Apolíciaefetuouasdetençõesquandoosmanifestantes tentaramtomararuaecaminharatéaBolsadeNovaYork,pertodolocal.AFP A riqueza de quem tem mais de US$ 1 bilhão cresceu 14%, para US$ 6,2 trilhões em um ano EUA na OMC contra a China Muitos milionários ficaram mais pobres no ano passado, mas os bilionários se saíram bem, usando suas equipes de administração de fundos para escapar da instabilidade econômica que atingiu os menos ricos, informou, ontem, a empresa de pesquisas Wealth-X. O número de pessoas com ao menos US$ 30 milhões subiu para 187.380, mas o total da fortuna deles caiu 1,8%, chegando a US$ 25,8 trilhões — ainda uma soma maior do que as economias norte-americana e chinesa —, divulgou a Wealth-X. Os mais atingidos globalmente foram os que possuem entre US$ 200 milhões e US$ 499 milhões, cujo número caiu 9,9% e cujas fortunas encolheram 11,4%, informou o relatório chamado World Ultra Wealth Report, usando dados para o ano até 31 de julho. Os muito, muito ricos, entretanto, ficaram ainda mais ricos. O número de bilionários subiu 9,4%, chegando a 2.160 pessoas; a riqueza deles cresceu 14%, para US$ 6,2 trilhões. “Mesmo com um ou dois bilhões, eles têm um ambiente muito maior, eles têm muito mais assessoria sobre a forma de investimento. Certamente, eles ganham a atenção de todos os bancos importantes”, disse à Reuters Mykolas Ram- Ação, que já entrou no debate eleitoral, tem como alvo subsídios chineses ao setor automotivo bus, CEO da Wealth-X. “Essa foi a questão sobre esse terço médio, a área arriscada entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões. Não acho que pareça que esses caras empregam talento o suficiente para ajudar em seus portfólios e suas holdings a serem bem-sucedidas.” Enquanto a Europa enfrenta dificuldades e a economia norteamericana se recupera de forma irregular, os ricos estão deixando de especular para investir em empresas particulares, em commodities e propriedades, disse a Wealth-X, uma empresa sediada em Cingapura que fornece dados de inteligência sobre os ultra-ricos para bancos, arrecadadores de fundos e o mercado de luxo. A Ásia sofreu a pior perda regional de riqueza, com um declínio de 6,8%, totalizando US$ 6,25 trilhões, em razão dos mercados de capitais mais debilitados e uma demanda menor por exportações do Ocidente, segundo a pesquisa. Embora a riqueza também tenha encolhido na Europa, na América Latina e no Oriente Médio, os ricos viram suas fortunas crescer na América do Norte (em 2,8%, chegando a US$ 8,88 trilhões) e na Oceania (alta de 4,4%, chegando a US$ 475 bilhões) — boa parte disso na Austrália. ■ Reuters Os Estados Unidos apresentaram , ontem, uma nova ação na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios que a China concede ao setor automotivo, enquanto o presidente Barack Obama, em plena campanha eleitoral, visita um estado industrial. Obama, que ontem visitou Ohio, um estado-chave para as eleições de novembro e sede de grandes montadoras, acusou Romney de ser pioneiro em ajudar corporações a enviar empregos norte-americanos para fora das fronteiras. “Uma pessoa não pode se revoltar contra a China quando a única coisa que fez foi enviar a ela nossos empregos”, ressaltou Obama, em um duro ataque a seu rival. “Não precisamos de pessoas que, durante a época eleitoral, de repente, se preocupam com as práticas comerciais, mas antes das eleições, levam vantagem de práticas comerciais injustas”, disse. “Os casos comerciais na época da campanha podem soar bem (...), mas é muito pouco, muito tarde para as empresas norteamericanas e as famílias de classe média”, argumentou Mitt Romney. “A credibilidade do presidente Obama neste tema se desvaneceu há tempos”, acrescentou. Romney precisa ganhar em Ohio se quiser chegar à Casa Branca. As últimas pesquisas são muito desfavoráveis a ele e, de acordo com uma sondagem divulgada na quinta-feira pela NBC/Wall Street Journal, ele está seis pontos atrás de Obama na disputa eleitoral. Reação chinesa Em outra pendência entre os dois países, a China também recorreu ontem na OMC das “medidas compensatórias e antidumping” apresentadas pelos Estados Unidos contra seu programa exportador, que inclui produtos como papel, aço, pneus, ímãs, produtos químicos, utensílios de cozinha e equipamentos de energia eólica. ■ AFP Eric Thayer/Reuters Grevedeprofessoresem ChicagoprejudicaObama O prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, entrou na Justiça para tentar acabar com a greve dos 26 mil professores das escolas públicas da cidade, que deixou mais de 350 mil estudantes sem aulas há mais de sete dias. A greve é um constrangimento para a administração do presidente Barack Obama, em plena reta final da campanha eleitoral nos Estados Unidos. Obama e Emanuel são colegas no Partido Democrata e o prefeito de Chicago foi chefe de gabinete de Obama antes de ser eleito prefeito da metrópole americana. Emanuel pediu a um tribunal estadual que force os professores a voltarem às escolas. A portavoz do prefeito, Sarah Hamilton, disse que advogados pediram que o tribunal obrigue o Sindica- Emanuel:350milalunossemaula to dos Professores de Chicago a recomendarem aos seus associados que voltem imediatamente ao trabalho. ■ AE 38 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT REALIZADA EM 16 DE JULHO DE 2012 1. Data, Hora e Local: 16 de julho de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada nos termos do § 2º, do Art. 71, combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo Rabello Ferreira, que convidou Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre os termos e condições da proposta apresentada pela Companhia, devidamente acompanhada de minutas preliminares de tal estrutura, visando a aquisição ou resgate de debêntures da 3ª emissão de tal modo que o Banco Standard de Investimentos S.A. venha a tornarse o único debenturista da 3ª Emissão. 6. Deliberações: Os debenturistas detentores da totalidade das debêntures em circulação deliberaram e, neste ato, concordaram, de forma unânime, com a proposta, em melhores esforços, de aquisição ou resgate de debêntures da 3ª emissão de tal modo que o Banco Standard de Investimentos S.A. venha a tornar-se o único debenturista da 3ª Emissão apresentada pela Companhia (“Proposta”). A Proposta apresentada pela Companhia consiste, fundamentalmente, na emissão de 2 (duas) Cédulas de Crédito Bancário (“CCBs”) pela Companhia, em favor do Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., cujos valores desembolsados à Companhia serão destinados exclusivamente à aquisição ou resgate das debêntures da 3ª Emissão atualmente detidas por Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., resultando, assim, na condição do Banco Standard de Investimentos S.A. como único debenturista da 3ª Emissão. A aquisição ou resgate das debêntures da 3ª Emissão atualmente detidas por Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A. poderá ocorrer por meio de “aquisição facultativa”, tal como previsto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (conforme alterada) e no item 6.19 da Escritura de Emissão, ou por meio de Oferta de Resgate Antecipado Facultativo, tal como definido no item 6.17 da Escritura de Emissão, prevalecendo o que se mostrar juridicamente e economicamente mais adequado. A Proposta apresentada pela Companhia também contempla que a assinatura dos documentos definitivos necessários à condição do Banco Standard de Investimentos S.A. resultar como o único debenturista da 3ª Emissão estará condicionada (i) à formalização, em termos satisfatórios aos debenturistas da 3ª Emissão, de todos os documentos societários da Companhia necessários a tal Proposta, (ii) à concordância dos debenturistas da 3ª Emissão, inclusive em seus comitês de crédito, com relação aos termos e condições contidos nas CCBs e demais documentos definitivos, inclusive no que se refere às garantias, que deverão ser concedidas em favor do Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A. por meio de cessões fiduciárias sobre parte proporcional dos direitos creditórios da Companhia cedidos fiduciariamente em benefício dos debenturistas da 3ª Emissão, (iii) à formalização e aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL da concessão das garantias de cessão fiduciária em favor do Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A., bem como a manutenção da garantia de cessão fiduciária concedida em benefício da 3ª Emissão, proporcionalmente reduzida de forma a refletir o Banco Standard de Investimentos S.A. como seu único debenturista, sendo que a formalização de tais garantias e a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL serão consideradas como condição suspensiva do desembolso das CCBs. Em qualquer hipótese, o documento deve prever expressamente que, caso as condições suspensivas não se implementem, Banco Itaú BBA S.A. e Banco Santander Brasil S.A. serão mantidos como debenturistas da 3ª Emissão, nos termos vigentes. Assim, em razão da concordância, por unanimidade, dos debenturistas da 3ª Emissão com a Proposta visando a condição, em melhores esforços, do Banco Standard de Investimentos S.A. como o único debenturista da 3ª Emissão, considera-se como “não implementada” a condição resolutiva prevista na assembleia geral de debenturistas da 3ª Emissão realizada em 6 de julho de 2012, ficando, portanto, mantidas as deliberações tomadas naquela ocasião, cujos efeitos vigoram sem quaisquer ressalvas, reservas ou oposições. 7. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, após ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada. Cuiabá, 16 de julho de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por Bruno Gutierres; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Thiago Franco Martins; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT, neste ato representada por Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. Declaro que a presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940884, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. (“Companhia” e/ou “Emissora”) CNPJ/MF 03.467.321/0001-99 - NIRE 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 1ª a 13ª SÉRIES DA 2ª EMISSÃO DE DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE COM GARANTIA REAL, EM TREZE SÉRIES, REALIZADA EM 01 DE AGOSTO DE 2012 1. Data, hora e local: Realizada no dia 01 de agosto de 2012, às 10:00hs, na sede da Companhia, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184 - Bairro Bandeirantes - Cuiabá/MT. 2. Convocação e Presença: Dispensada a convocação em razão da presença de debenturistas representando a totalidade das debêntures da 1ª a 13ª séries da 2ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real, em treze séries (“Escritura de Emissão de Debêntures”), conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas, nos termos da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei 6.404/76”), BANCO BTG PACTUAL S.A., inscrito no CNPJ/ MF 30.306.294/0001-45, com sede na Praia de Botafogo, nº 501, 5º andar, Rio de Janeiro/RJ e BTG PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO, por seu administrador BTG PACTUAL SERVIÇOS FINANCEIROS S.A, representados na forma de seu estatuto social e regulamento, conforme aplicável. 3. Também estavam presentes na assembleia os representantes da SLW CORRETORA DE VALORES E CÂMBIO LTDA. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os acionistas elegem como Presidente da Mesa o Sr. Bruno Duque Horta Nogueira, que convidou o Sr. Nelson Santucci Torres para atuar como Secretário. 5. Ordem do Dia: Aprovar as alterações na 2ª Emissão de Debêntures Simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real, em treze séries da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT que serão promovidas na Escritura de Emissão de Debêntures e nos demais instrumentos jurídicos relacionados. 6. Deliberações: A totalidade dos debenturistas da 1ª a 13ª Séries da 2ª Emissão de Debêntures Simples, aprovaram as alterações a serem promovidas na Escritura de Emissão de Debêntures, Contrato de Cessão Fiduciária e demais instrumentos jurídicos relacionados, nos termos e condições constantes da Minuta de Primeiro Aditamento à Escritura de Emissão, que segue como Anexo I, devidamente arquivado na Companhia. Suspensão dos Trabalhos e Lavratura da Ata: Os termos que não estejam expressamente definidos neste documento terão o significado a eles atribuídos na escritura de emissão de debêntures. Como nada mais houvesse a ser tratado, após ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada, e por todos assinada. Cuiabá, 1º de agosto de 2012. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. DEBENTURISTAS: BANCO BTG PACTUAL S.A, neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira, BTG PACTUAL EMISSÕES PRIMÁRIAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO, neste ato representado por Bruno Alexandre Licarião Rocha e Bruno Duque Horta Nogueira. Agente Fiduciário: SLW Corretora de Valores e Câmbio Ltda., neste ato representado por Marco Marchi e Felipe Coimbra Aloi Andre. Representantes da Companhia: Carmem Campos Pereira e José Carlos Santos. A presente ata confere com a original impressa no Livro nº 01 de registro de atas das Assembleias Gerais de Debenturistas da Segunda Emissão, às folhas 11 e 12. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente. Nelson Santucci Torres - Secretário. JUCEMAT nº 20120940973, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT REALIZADA EM 6 DE AGOSTO DE 2012 1. Data, Hora e Local: 6 de agosto de 2012, às 10h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. 2. Convocação: Dispensada nos termos do § 2º, do Art. 71, combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia.4. Mesa: Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo Rabello Ferreira, que convidou Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre a extensão, até o dia 13 de agosto de 2012, do prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16 de abril de 2012, conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de 2012 e pela segunda vez em 6 de julho de 2012 (“Standstill”), ao qual os debenturistas aderiram, de acordo com as deliberações tomada nas assembleias gerais de debenturistas realizadas nos dias 06 de julho de 2012 e 16 de julho de 2012. 6. Deliberações: Os Debenturistas representantes da totalidade das Debêntures emitidas aprovaram, por unanimidade, as deliberações abaixo: i) estender, até o dia 13 de agosto de 2012, por meio da assinatura da presente ata de assembleia geral de debenturistas, o prazo para o encerramento dos efeitos, perante a Companhia, a Rede Energia S.A. e a 3ª Emissão de Debêntures da Companhia, dos compromissos assumidos no Standstill; ii) em consequência: (a) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos a cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (b) autorizar o Agente Fiduciário a, até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; (c) autorizar o Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador nos termos do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia celebrado em 1º de abril de 2011 (“Instrumento Particular de Cessão Fiduciária”) a, até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), não realizar a retenção, não autorizar a realização de retenção e, conforme o caso, promover a liberação, em favor da Companhia, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, permitindo, portanto, o acesso pela Companhia a tais recebíveis até o dia 13 de agosto de 2012 (inclusive), em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso da Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; iii) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, no dia útil seguinte ao que ocorrer primeiro dentre: (a) o não pagamento pela Companhia no dia 16 de agosto de 2012, já considerado o prazo de purgação da mora, dos valores de principal, juros e demais encargos aplicáveis aos pagamentos devidos em 07 de junho de 2012, 07 de julho de 2012 e 07 de agosto de 2012, os quais serão devidos em 14 de agosto de 2012 ou (b) o descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista no Standstill, que deverá ser informado pelos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada. Cuiabá, 6 de agosto de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por José Eduardo Gomes Manassero; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT, neste ato representada por Valdir Jonas Wolf e José Carlos Santos. Declaro que a presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940892, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 3ª EMISSÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES DA CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT REALIZADA EM 6 DE JULHO DE 2012 1. Data, Hora e Local: 6 de julho de 2012, às 16h00, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT (“Emissora” ou “Companhia”), localizado na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, nº 184. Convocação: Dispensada nos termos do § 2º, do Art. 71, combinado com o § 4º, do Art. 124, ambos da Lei nº 6.404/76. 3. Presença: Debenturistas representando a totalidade das debêntures emitidas, conforme assinaturas apostas no Livro de Presença de Debenturistas. Também estavam presentes na assembleia os representantes da Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e representantes da Companhia. 4. Mesa: Os debenturistas elegem como Presidente da Mesa Rinaldo Rabello Ferreira, que convidou Maria Estela Ferraz de Campos para atuar como secretária. 5. Ordem do Dia: Deliberação sobre os termos e condições da adesão da 3a Emissão de Debêntures da Companhia aos compromissos estipulados no Termo de Assunção de Obrigações de Não Fazer Sob Condição Suspensiva e Resolutiva e Outras Avenças firmado entre a Companhia, a Rede Energia S.A. e diversos de seus credores financeiros em 16 de abril de 2012 (“Standstill”), conforme aditado pela primeira vez em 6 de junho de 2012 (“1o Aditamento”) e pela segunda vez em 6 de julho de 2012 (“2o Aditamento”). 6. Deliberações: Sob a condição resolutiva, nos termos do artigo 127 do Código Civil, de não obtenção de concordância unânime dos Debenturistas da 3ª Emissão, em assembleia geral de debenturistas a ser realizada até o dia 16 de julho de 2012, de uma estrutura de segregação dos Debenturistas da 3ª Emissão que busque, em regime de melhores esforços, manter o Banco Standard de Investimentos S.A. como único debenturista da 3ª Emissão, a ser apresentada pela Companhia e que incluirá, inclusive, a entrega, no mesmo prazo, de minutas preliminares de tal estrutura, os Debenturistas representantes da totalidade das Debêntures emitidas aprovaram, por unanimidade, as deliberações abaixo: i) autorizar o Agente Fiduciário a firmar, em nome dos debenturistas, o “Termo de Adesão”, que confirma a participação da 3a Emissão de Debêntures da Companhia aos compromissos estipulados no Standstill, no 1o Aditamento e no 2o Aditamento, observadas a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, sendo que o Termo de Adesão, o Standstill, o 1o Aditamento e o 2º Aditamento encontram-se arquivados na Companhia; ii) autorizar o Agente Fiduciário, até o dia 6 de agosto de 2012 (inclusive) e observadas a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, a não realizar (ou a suspender, conforme o caso) quaisquer procedimentos judiciais ou extrajudiciais relativos a cobrança de valores devidos aos debenturistas (ou que venham a ser devidos até tal data) pela Companhia em decorrência das disposições contidas em quaisquer documentos relativos à 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; iii) autorizar o Agente Fiduciário, até o dia 6 de agosto de 2012 (inclusive) observadas a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, a não decretar (ou a não iniciar procedimentos para a decretação de) vencimento antecipado da 3a Emissão de Debêntures da Companhia, em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso de a Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; iv) autorizar o Agente Fiduciário e o Itaú Unibanco S.A., este último na qualidade de Banco Centralizador nos termos do Instrumento Particular de Constituição de Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia celebrado em 1º de abril de 2011 (“Instrumento Particular de Cessão Fiduciária”), até o dia 6 de agosto de 2012 (inclusive) observada a condição resolutiva pactuada nesta assembleia, a (a) não realizar a retenção, (b) não autorizar a realização de retenção e, conforme o caso, (c) promover a liberação, em favor da Companhia, de quaisquer recebíveis da Companhia que tenham sido entregues em garantia das obrigações assumidas nos termos da 3a Emissão de Debêntures, permitindo, portanto, o acesso pela Companhia a tais recebíveis até 6 de agosto de 2012 (inclusive), em razão da adesão da referida 3a Emissão de Debêntures aos termos do Standstill, salvo no caso da Companhia descumprir qualquer obrigação prevista no Standstill; v) determinar ao Agente Fiduciário que, sem a necessidade de convocação de AGD, nos termos da cláusula 8.6.1 da Escritura de Emissão, declare antecipadamente vencidas as Debêntures e passe a tomar todas e quaisquer medidas necessárias à excussão da Cessão Fiduciária constituída através do Instrumento Particular de Cessão Fiduciária, no dia útil seguinte ao que ocorrer primeiro dentre: (a) o implemento da condição resolutiva pactuada nesta assembleia, (b) o não pagamento pela Companhia no dia 09 de agosto de 2012, já considerado o prazo de purgação da mora, dos valores de principal, juros e demais encargos aplicáveis aos pagamentos devidos em 07 de junho de 2012, 07 de julho de 2012 e 07 de agosto de 2012, os quais devem ser realizados no dia 07 de agosto de 2012 ou (c) o descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação prevista no Standstill, que deverá ser informado pelos Debenturistas ao Agente Fiduciário. 7. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, apos ter sido oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, ninguém se manifestando, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, conferida, aprovada e por todos assinada. Cuiabá, 6 de julho de 2012. Presidente: Rinaldo Rabello Ferreira. Secretária: Maria Estela Ferraz de Campos. Debenturistas: Banco Itaú BBA S.A., neste ato representado por Maria Estela Ferraz de Campos; Banco Standard de Investimentos S.A., neste ato representado por José Eduardo Gomes Manassero; Banco Santander (Brasil) S.A., neste ato representado por Livia Salaro; Agente Fiduciário: Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representado por Rinaldo Rabello Ferreira; e Companhia: Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. CEMAT, neste ato representada por Valdir Jonas Wolf e José Carlos Santos. Declaro que a presente ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Rinaldo Rabello Ferreira - Presidente. Maria Estela Ferraz de Campos - Secretária. JUCEMAT nº 20120940876, em sessão de 30/08/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. MUNDO DIPLOMACIA Líder de Mianmar faz a primeira visita aos EUA A líder opositora Aung San Suu Kyi iniciou ontem visita de três semanas aos Estados Unidos, onde terá reunião com a secretária de Estado Hillary Clinton e visitará seis estados americanos. AFP Saeed Khan/AFP Pinheiro: abusos aumentaram em número, ritmo e intensidade Rebeldes sírios vão insistir na luta armada Os rebeldes na Síria se declararam determinados a derrubar o regime pela força, colocando em dúvida o sucesso da missão do mediador Lakhdar Brahimi, enquanto Paris denuncia crimes sem precedentes cometidos no conflito. Os insurgentes consideraram que a missão de Brahimi está condenada ao fracasso por causa da violência contínua e o bloqueio das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Diante das graves violações neste conflito, que custou a vida de 27.000 pessoas em 18 meses, o presidente da comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, recomendou ao Conselho de Segurança “medidas apropriadas, enquanto os abusos aumentam em número, ritmo e intensidade”. Em um relatório, Pinheiro ressaltou “a gravidade das violações, abusos e crimes perpetrados” pelas forças governamentais e milícias pró-regime, assim como por “grupos anti-regime”. Segundo Paris, este relatório é “devastador para o regime e reúne provas suficientes para considerar que crimes contra a humanidade e crimes de guerra foram cometidos em grande escala por parte do regime sírio e suas milícias”. De acordo com especialistas da ONU, uma lista confidencial de responsáveis foi elaborada, um primeiro passo para um possível julgamento futuro. Ontem, foram contabilizados mais 23 mortos, segundo um levantamento provisório do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Domingo, 148 pessoas morreram. Em Aleppo, os combates aconteceram nos arredores de prédios da aeronáutica e de um centro de pesquisas. Os confrontos também foram reiniciados no estratégico bairro de Midane. ■ AFP Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico 39 PONTO DE VISTA Custo de mão de obra na Zona do Euro subiu 1,6% Nos 17 países que integram a Zona do Euro na União Europeia, os custos horários da mão de obra registraram alta de 1,6% no segundo trimestre deste ano. Os dados são do Instituto de Estatística da União Europeia, o Eurostat. No primeiro trimestre, o aumento dos custos ficou em 1,5% apenas nos países que adotam a moeda única. O índice de custo da mão de obra é um indicador conjuntural da evolução dos custos horários dos empregadores. O cálculo se baseia na divisão dos custos da mão de obra pelo número de horas trabalhadas. ABr IDEIAS/DEBATES [email protected] LEONARDO GUIMARÃES ANTONINHO MARMO TREVISAN Mestre em direito empresarial e sócio do escritório Guimarães & Vieira de Mello Advogados Presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República Concessões dos portos O preço do anacronismo As privatizações bem-sucedidas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília estimularam avanços na discussão sobre a concessão de portos públicos e a realização das primeiras licitações para outorga de terminais brasileiros. As diretrizes já se encontram definidas, deixando a realização da concorrência sob a responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e tendo ficado a cargo da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/RP) a decisão sobre a oportunidade e a conveniência da licitação. No caso de concessão à iniciativa privada, a empresa concessionária será a autoridade portuária, ficando ao seu cargo realizar as obras e investimentos previstos no contrato, fiscalizar as operações e arrecadar as tarifas. Os portos organizados marítimos podem ser licitados por manifestação de interesse pelo investidor privado e por interesse público definido pela própria SEP. Os interessados precisam desenvolver estudos de viabilidade técnica, econômica, ambiental e operacional, que serão submetidos à apreciação e aprovação da SEP, Antaq e do Tribunal de Contas da União, com finalidade de cumprir o primeiro estágio de fiscalização da desestatização. As concessões de Manaus (AM) e Imbituba (SC) seriam os primeiros repasses de um porto público à iniciativa privada no Brasil, por um prazo de 25 anos — renováveis por igual período. Segundo Fernando Fialho, ex-diretorgeral da Antaq, está prevista para este ano a licitação de terminais cujos contratos estão vencendo e de arrendamento. Até 2013, a estimativa é de que cerca de 100 terminais portuários e armazéns espalhados pelo litoral brasileiro vençam, já que muitos desses documentos foram firmados antes de 1993, quando ainda não havia sido aprovada a Lei 8.630, que trata da exploração dos portos e suas instalações. Portanto, os terminais precisam ser licitados novamente para atendimento da chamada Lei dos Portos. O relatório que a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) acaba de divulgar, indicando que o crescimento da economia mundial deverá desacelerar para 2,3% em 2012, pode ser analisado como boa oportunidade para o Brasil. O documento, embora contenha previsão de que nosso PIB terá expansão de apenas 2%, sinaliza as boas perspectivas de crescimento para as nações emergentes e em desenvolvimento. O estudo deixa claro que a economia mundial, ainda premida pelos grandes abalos provocados pela crise financeira deflagrada em 2008 e pela subsequente implosão dos mercados, não terá fôlego para voltar a crescer nos mesmos níveis da década anterior. Fica muito claro que o problema pontual é a incapacidade das nações desenvolvidas de retornarem ao seu ritmo normal. Estados Unidos e Japão deverão evoluir um pouco, mas a Europa segue em recessão. O modelo de concessão é muito conveniente, existindo um ambiente oportuno para incluir a iniciativa privada na administração O incremento aos projetos de outorga é bastante propício por vários motivos: enquanto a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresce cerca de 6% ao ano, segundo o estudo The Brazil Competitiveness Report 2009, o país ocupa apenas a 123ª posição, num rol de 134 países, no ranking de qualidade de portos; o empresariado tem feito pressão pela melhoria de condições de infraestrutura para embarque das exportações brasileiras; existe necessidade de modernização dos lastros jurídicos, imposta pela evolução legislativa e a prática de parcerias entre os setores público e privado; e para que o Planalto encontre uma breve solução para esse problema sem que os cofres do governo sejam mais onerados. O modelo de concessão é muito conveniente, existindo um ambiente oportuno para incluir a iniciativa privada na administração, e se forem feitas mudanças na legislação de regência, conferindo maior segurança ao investidor privado. O novo sistema poderá se tornar um instrumento importante para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro e aumento de seu potencial econômico, que é atualmente responsável por quase 80% do comércio internacional brasileiro. ■ Por causa de nossos conhecidos e antigos obstáculos, estamos suprindo nosso crescente mercado interno com produtos estrangeiros Contudo, a Unctad prevê que as economias em desenvolvimento e em transição terão um desempenho muito mais significativo este ano, com aumento do PIB em torno de 5% e 4%, respectivamente. Ora, se pertencemos a esse grupo de países e nos destacamos dentre os emergentes, por que deveremos crescer só 2%, segundo o organismo multilateral, e até abaixo disso, conforme previsões dos agentes do mercado interno? A resposta é inequívoca: de acordo com o que venho alertando em artigos anteriores, continuamos enfrentando grandes e anacrônicos empecilhos, como os ônus exagerados dos tributos e a sua complexidade, a insegurança jurídica, os intrincados trâmites do comércio exterior e a pesada burocracia sobre as empresas, dificultando sua operação, que vai se agravando pela continuada negativa dos governos em liquidar os créditos tributários legítimos das pessoas jurídicas. Num cenário de crise mundial, o fabuloso processo de inclusão e ascensão socioeconômica que tivemos desde 2003 deveria ser um trunfo para crescermos mais e consolidarmos nossa economia. Entretanto, por causa de nossos conhecidos e antigos obstáculos, estamos suprindo nosso crescente mercado interno com produtos estrangeiros numa proporção acima dos limites do razoável. Exemplo claro desse fenômeno encontra-se no segmento de roupas, que são artigos essenciais: o consumo cresceu 14.210 toneladas, as importações aumentaram 22.918 toneladas e a produção nacional caiu 10.641 toneladas, na comparação de 2011 e 2010. As importações de vestuário vêm crescendo nos últimos cinco anos. Em 2011, quando, em comparação com 2010, a expansão foi de 239,13% em quantidade e 332,08% em valor. Isso não é normal! É louvável o esforço do governo ao reduzir juros, conceder incentivos fiscais, como a redução do IPI para automóveis e linha branca, desonerar a folha de pagamento de empresas, lançar pacote de infraestrutura e anunciar o barateamento da energia elétrica. Tudo isso está garantindo a expansão de 1,5% ou 2,5% do PIB em 2012. Porém, o hiato de 3 ou 4 pontos percentuais que nos separa do patamar de crescimento dos demais emergentes é o duro reflexo do anacronismo do Estado brasileiro, que gera ceticismo entre os empresários e investidores e continua desafiando nossas instituições. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor Executivo Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto Octávio Costa Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. 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(RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 40 Brasil Econômico Terça-feira, 18 de setembro, 2012 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Olga Maltseva/AFP SUPER-HERÓI DOS GRAMADOS PONTO FINAL RICARDO GALUPPO [email protected] Publisher A promessa de ordem para a bagunça do ICMS O atacante brasileiro Hulk fez sua estreia com a camisa do time russo Zenit no último fim de semana. Apesar do caminhão de dinheiro que o clube desembolsou para contratar o jogador, cerca de R$ 140 milhões, a estrela da partida foi outro brasileiro, o desconhecido Aílton Almeida, que marcou o primeiro gol da vitória do Terek Grozny por 2 a 0 sobre o Zenit, jogo que ocorreu pela 8ª rodada do Campeonato Russo de futebol. Brasileiros lideram nas contratações A contratação do atacante Hulk (ex-Porto) pelo time russo Zenit foi a mais valiosa do mundo da bola na última temporada de transferências. O jogador foi adquirido por R$ 140,8 milhões. Outros dois atletas do país aparecem entre as cinco maiores negociações no período. Por R$ 107,5 milhões, o zagueiro Thiago Silva (ex-Milan) foi contratado pelo Paris SaintGermain, time que terá também o atacante Lucas (São Paulo) por 102,4 milhões. ■ iG NO TOPO DA LISTA Brasil têm 3 craques entre 5 negociações mais caras das últimas transferências para a Europa JOGADOR TIME ANTERIOR Hulk Porto (Portugal) Po Milan (Itália) Thiago Silva Hazard Lille (França) São Paulo (Brasil) Lucas Javi Martínez Athletic (Espanha) TIME ATUAL VALOR (em R$ milhões) Zenit (Rússia) PSG (França) Chelsea (Inglaterra) PSG (França) Bayern (Alemanha) 140,8 107,5 102,4 102,4 102,4 Fonte: Brasil Econômico O Ministério da Fazenda deve propor ainda bagunça que se estabeleceu em torno de este ano, conforme revelou ontem o secreum imposto, que, na origem, baseava-se tário executivo Nelson Barbosa num evenno Imposto Sobre Valor Agregado euroto na Fundação Getulio Vargas, em São Paupeu, era que a desigualdade entre os estalo, uma solução para um dos mais compledos fazia com que os mais desenvolvidos xos problemas fiscais do país. A ideia é chearrecadassem mais. O que, convenhagar a uma alíquota comum para o Imposto mos, é uma consequência natural e razoásobre a Circulação de Mercadorias e Servivel dos que se desenvolveram mais do que ços (ICMS) e acabar, assim, com o dispositios outros. De qualquer maneira, logo os esvo que dá aos estados liberdade para cobrar tados menos desenvolvidos começaram a o tributo e praticar a guerra fiscal. Se Brasídiscutir formas de melhorar sua arrecadalia realmente conseguir avançar com essa ção. Para completar, foi criado um órgão ideia sem abrir exceções capazes de desfiguchamado Confaz (que reúne os secretários rar o projeto (como faz sempre que se discuestaduais da Fazenda), que tem o poder de te a questão fiscal), será tomar decisões, com forum avanço e tanto. Se ça de lei, sobre questões Para provar ao Fisco sair conforme Barbosa de natureza fiscal. que está em dia com o acredita que sairá, pode Os secretários jamais vir a ser o passo mais receberam da sociedaICMS, o contribuinte concreto em direção à de mandato para tomar brasileiro precisa racionalização do modedecisões que aumentaspreencher mais de 50 sem despesas tributálo fiscal dado no país desde 1965. Isso mesmo. Há rias. Mas tiveram por guias e documentos quase 50 anos, o Estado muito tempo o poder diferentes brasileiro não toma uma de estabelecer alíquotas única providência no e criar procedimentos sentido de racionalizar a lógica de seu apaque só serviram para aumentar a burocrarato fiscal. A última vez em que isso acontecia e tornar mais complexa a realidade fisceu foi quando os ministros Octávio Goucal. Hoje, para estar em dia com o ICMS, veia de Bulhões, da Fazenda, e Roberto de as empresas precisam preencher mais de Oliveira Campos, do Planejamento, adota50 guias e documentos diferentes. Como ram um modelo que apresentava como se não bastasse, alguns estados passaram a principal novidade justamente o ICMS (na prometer benefícios fiscais que não eram época chamado de ICM). Quando ele surreconhecidos pelas demais unidades, gegiu, a alíquota era unificada. rando para o contribuinte uma série de Mas bastou que a regra entrasse em vitranstornos e, de vez em quando, multas gor para que os estados começassem a busabusivas e indevidas. Se a Fazenda vai concar soluções, digamos, criativas para adapseguir resolver o problema, só o tempo ditar a legislação a seus interesses e à sua vorá. Mas só o fato de ter começado a olhar racidade tributária. A questão por trás da para ele já é um avanço. Dos grandes. ■ PODER ECONÔMICO ➤ ● JORGE FELIX [email protected] >>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico São Paulo vai atrás do shale gas Rodrigo Capote O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, assinou um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas para verificar se existe xisto no território do estado em quantidade e qualidade suficientes para produzir gás. O gás de xisto está ocupando o debate no setor e é um dos temas principais da Rio Oil & Gas, que começou ontem no Rio de Janeiro. Tudo porque, como se sabe, o produto já ocupa significativa parcela da matriz energética dos Estados Unidos e o país está obtendo grande vantagem em custos comparativos com o petróleo que, aliás, por lá, anda em franca expansão. “Es- O investimento, por enquanto, é pequeno: cerca de R$ 1 milhão. Mas é apenas um sinal de como os Estados Unidos, depois de ganhar ampla vantagem sobre o etanol brasileiro, agora dá as cartas também no xisto betuminoso e, claro, ameaça a viabilidade do pré-sal. ➤ ● Um detalhe: a Petrobras criou uma Superintendência Industrial de Xisto. Não agora. Mas há 58 anos. No entanto, os americanos...deixa pra lá. ➤ ● tamos cientes das questões ambientais levantadas, mas não podemos ficar só olhando o setor sem agir”, diz Aníbal. ■ O secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins de Almeida, fez um apelo agora ontem, logo depois de participar da Rio Oil & Gas: “A população precisa entender as externalidades, as qualidades ( ambientais) do etanol. A população precisa aceitar pagar mais pelo etanol. www.brasileconomico.com.br ➤ ● Vejam vocês como esse negócio de inflação de serviços é difícil de controlar. No sábado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, resolveu cortar o cabelo. Foi até o bairro de Vila Madalena, entrou no Diva, um salão de, como dizem os paulistanos, “descolados”. O corte saiu por R$ 130,00. O ministro deu três notas de cinquenta reais para pagar e, para surpresa da atendente e de quem estava ao seu lado, nem reclamou e ainda abriu o cofre. “Pode ficar com o troco”, disse. E saiu tinindo. ➤ ● Como antecipou Poder Econômico, o preço de partida do Etios, o compacto da Toyota lançado ontem, é de R$ 30 mil. Ou precisamente, R$ 29.990. ➔ Colaborou Klinger Portella