Journey Pereira dos Santos Egún Poesias 1ª Edição Alagoinhas-BA 2014. Copyrigth©2014 Journey Pereira dos Santos Todos os direitos reservados e protegidos por lei. Projeto gráfico, capa e editoração eletrônica: Journey Pereira dos Santos Ilustrações: Dina Garcia Imagem da capa: foto da nebulosa de Órion - Telescópio Hubble Revisão, normatização técnica: Journey Pereira dos Santos A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98. Santos, Journey Pereira dos Egún / Journey Pereira dos Santos. -- Alagoinhas/BA: 2014. P 90. ISBN 978-85-8196-604-5 1. Literatura brasileira 2. Literatura afro-brasileira 3. Poesia Journey Pereira dos santos, Alagoinhas-BA. 2 A quem ousar cometer a desventura de ler este suposto livro, dedico com consternado deleite, estes parcos versos… 3 Dedicatória Especial Aos honrosos membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra), e em especial à Dona Gisélia Brito e aos demais moradores do Assentamento 13 de Maio, em Japaratuba-SE. 4 5 SUMÁRIO Prólogo Da Essência do Além-mar A Pedra Alada Dos Argumentos das Lágrimas [A Retórica do Pranto] Haicai do Vazio O Réquiem do Sentimento Profundo A Alétheia A Morte da Primavera A Epopéia do Cavaleiro Só [Perspectivas de um Andarilho] O Etnocentrismo Ocidental [A cegueira do lado que vê] Superfície Inversa Haicai do Equinócio Da Essência da Pedra O Canto de Porongos O Colosso de Thot 6 O Sonhar A Voz da Musa Haicai do Inverno Para além dos Passos... Regresso ao Óbvio O Eu & O Quase Haicai da Prisão Eterna Um Clamor Haicai do Erro Uma Nascente Mors ab Idea A Ditadura Quimeras Ele [O Outro] Haicai da Saudade Abdução Notas do Absurdo O Soneto do Último Dia 7 Haicai da Angústia Um Samba em Vermelho Receita Sentimental Caelestis Leo Haicai da Alvorada das Flores O Ego Os Socialistas de Brinquedo A Sombra Carta aos Negros do Sul Omòdé Haicai Metafísico A Fotografia [La Photographie] A Liberdade A Jornada 8 9 Prólogo Cabe-me, neste prefácio excêntrico, a onerosa tarefa de alertar ao leitor mais distraído, que o livro que por ora se dispõe a ler, não terá nem vestígio da cor dos seus habituais volumes de poesia. − Creio que irá me compreender melhor, ao se deparar com sonetos quasímodos, haicais distorcidos e com alguns poemas livres, libertos até mesmo de sentido… Constatação que pode lhe causar estranheza ou consternação; pois as linhas deste impresso permeiam o impreciso, o incerto…; − passam pelo cerne de algo que ainda carece de ser acabado… Trata-se de uma obra modesta e deveras disforme. Mas, que no fundo traz alguns raios de altivez; principalmente quando afronta os linguísticos decrépitos da modernidade, ao se impor às regras vãs do novo acordo ortográfico; devolvendo as asas ao “vôo”, restituindo a força da “idéia” e o heroísmo da “epopéia”… − Calcado sempre sobre a égide, considerada por muitos, de normas obsoletas… Faz-se necessário também, ressaltar em pormenores breves, os elementos que me levaram à escolha do título. Quanto a isto, posso dizer que fora uma empreitada relativamente simples, pois como se tratava da escrita de um negro baiano, 10 herdeiro da cultura Nagô, nada mais digno do que escolher um nome em Yorubá. Contudo, a alcunha teria que carregar no âmago do seu significado, toda essência e simbologia desta marcante ancestralidade. E eis que de imediato me veio à mente, de forma precisa e arrebatadora, o termo Egún. Palavra que quer dizer: desencarnado, espírito, alma; que remete à memória dos antepassados… Assim, pode tanto gerar imenso temor, como também profunda adoração; despertando repulsa em uns e respeito pleno em outros… − E esta dualidade representa muito bem o íntimo dos versos que habitam as laudas que se seguem… Journey Pereira dos Santos. 11 12 “Ela virá, a revolução conquistará a todos o direito não somente ao pão, mas, também, à poesia.” Leon Trotsky. 13 14 Egún Poesias 15 16