Senda Florida
Os poemas de Chico Moura nos convidam para uma viagem — transmitem a sensação de
que a natureza, o homem e todos os seres vivos comungam a mesma inquietude diante da
passagem do tempo. Teruko Oda
A partir de exercício de concisão, o autor remete à natureza, expressando transitoriedade.
Por meio da descrição objetiva de uma sensação física, desperta lembrança ou sentimento.
Grava o instante.
Catálogo de Bolonha 2013 | Selo Altamente Recomendável 2013 - FNLIJ
Francisco Moura Campos
Paralelamente à atividade como engenheiro, foi editor de poesia e lançou vários poetas pela
Editora Metrópolis, da qual foi sócio diretor em 1986. Durante anos trocou experiências
literárias com Carlos Drummond de Andrade. Exerce ou exerceu atividades nas seguintes
entidades culturais: União Brasileira de Escritores – U.B.E., Centro de Encontro das Artes –
CENA, Clube de Poesia de São Paulo e Grêmio Ipê de Haicai. Participa ativamente, há trinta
e cinco anos, da vida cultural de São Paulo. Realiza performances, saraus literomusicais,
oficinas de poesia e palestras sobre sua obra. Começou a publicar em 1980 com O Sorriso
do Drama (Massao Ohno/Hoswitha Kempf) e, em 2010, o livro Ponteios da Madrugada
(Limiar) recebeu o prêmio PROAC – Secretaria da Cultura de SP. É membro do júri do
Prêmio Literário Livraria Asabeça e do Prêmio Portugal Telecom de Literatura.
Fonte: http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=94 18-04-2012
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Imagens - Lúcia Hiratsuka
Nasceu num sítio do interior de São Paulo, onde cresceu rabiscando seus sonhos no quintal
de terra. Formou-se pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e estudou sobre os livros
ilustrados na Universidade de Educação de Fukuoka no Japão. É autora de diversas obras
para crianças, tendo recebido os prêmios APCA’95 por Tanabata, Momotaro e Hatikazuki
(Estação Liberdade, 1995), Jabuti 2006 de ilustração por Contos da Montanha (SM, 2005),
Melhor Livro de Reconto FNLIJ 2007 por Histórias Tecidas em Seda (Cortez, 2007), Prêmio
Literário Nikkei 2009 por Os Livros de Sayuri (SM, 2008) e vários selos Altamente
Recomendável FNLIJ.
Site:http://www.luciahiratsuka.com.br/index.html
Blog:http://luciahiratsuka.blogspot.com/
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Haicai
O haicai é uma forma poética que nasceu no Japão e chegou ao Brasil há mais de 100
anos. Apenas com três versos e não mais que 17 sílabas, é exercício de concisão e veículo
para expressão da transitoriedade. Contém referência à natureza, ao evento particular, ao
momento presente. Por meio da descrição objetiva de uma sensação física, pode disparar
lembrança ou sentimento.
Muitos o consideram fotografia em palavras. Grava o instante. Não há presença do fotógrafo
(ou do autor). Suas emoções surgem a partir da escolha das imagens ou da forma como
elas são apresentadas. O importante é captar a essência das coisas, que se denomina
“haim” = “sabor de haicai”. A foto (ou o haicai) é boa se nos toca, se revela um instante
especial, se provoca uma sensação. Como se os elementos da natureza falassem por si
mesmos, sem explicações, exatamente como são. Só o real, sem comparar a nada.
Haicai não é síntese, no sentido de dizer o máximo como mínimo de palavras. É antes a arte
de, com o mínimo, obter o suficiente. Paulo Franchetti
Nessa arte, o nome mais conhecido no Japão e no mundo é Matsuo Bashô. Quando deixou
sua cidade para conhecer outras paisagens de seu país, disse a seus alunos:
“Não tenho mais nada para ensinar a vocês, qualquer dúvida que vocês tenham, pergunte a
uma criança de 8 anos.”
“Porque não importa que idade se tenha, é a criança que existe em cada um de nós que
sabe ler, entender e escrever haikai.” (Alice Ruiz)
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Haicais para reflexão e discussão. Outros autores.
Alice Ruiz
folha que voa
o verde salta do verde
um periquito
céu cinzento
apenas um risco branco
o voo da garça
pouso do pardal
o malmequer balança
e se despedala
dia nublado
e no peito do sabiá
sol do meio dia
canto dos pássaros
tocadas pelo vento
as árvores dançam
moça do campo
atraindo beija-flor
vestido florido
Paulo Leminski
a noite me pinga
uma estrela no olho
e passa
a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
Teruko Oda
viver é super difícil
o mais fundo
está sempre na superfície
Masuda Goga
Florada de ipês!
Meu pai também se alegrava
em tarde como esta...
Ah, mosca de inverno
- questão de dia ou de hora
seu último instante?
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SUGESTÕES DE ATIVIDADE
Conversar sobre forma do haicai e estilo do autor:
construções de cada haicai para obter síntese em três versos.
Conversar sobre o sentido de alguns haicais.
Conversar sobre a natureza do objeto artístico.
Caráter poético e lúdico.
Ensinar com prazer (ensinar e dar/sentir prazer).
Com criação, há produção. Desperta no jovem a inventividade.
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TRABALHO EM GRUPO
- ______________________________________
série ____
(Aqui a sugestão é para que os alunos da classe em grupo ou em duplas escrevam haicais,
procurando seguir a forma e, também, tentando transmitir uma sensação ou sentimento, a
partir de situação concreta.)
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Disciplina de Arte
O sumiê tem suas raízes na caligrafia chinesa: as pinceladas aprendidas na escrita
são as mesmas utilizadas na pintura. O artista deve passar sua mensagem de modo
resumido e sem equívocos. Daí dizer-se que é a arte do essencial. Talvez para atingir essa
simplicidade que o sumiê é basicamente monocromático. Assim como o desenho, o material
usado pelo artista é bem limitado: pincéis, uma tinta especial parecida com o nanquim e
papel artesanal à base de arroz.
O artista deve se concentrar no manejo do pincel. As pinceladas usadas na pintura
sumiê são executadas com grande controle e energia. Esse trabalho requer muita atenção,
pois a tinta não pode ser removida do papel nem alterada. Energia, força e segurança dos
movimentos são alguns dos elementos mais importantes do sumiê. O artista deve usar a
tinta livremente, tendo o controle perfeito de cada pincelada. Como se vê, é um processo a
ser assimilado no melhor estilo zen: exercitando a paciência, a humildade e a simplicidade,
sempre em busca do aperfeiçoamento.
Para utilizar essa técnica, o praticante deve conhecer perfeitamente o objeto que vai
pintar, para que não exista reflexão ou dúvida durante o processo criativo. O aluno começa o
aprendizado com os desenhos mais simples, quase sempre bambus. O modo de segurar o
pincel e o gesto de colocar a tinta no papel deve conter um delicado equilíbrio entre a
pressão da pincelada e a maior ou menor quantidade de tinta.
O mais importante é que o sumiê representa não somente uma bela e singular forma
de arte, mas também uma filosofia. Enquanto a maioria da pintura ocidental clássica teve
como meta a descrição realista do mundo, o sumiê sempre foi expressão da percepção do
artista; por isso, ele tenta capturar a essência de um objeto. A pintura ocidental usa a cor
para criar sombras, tons e um sentido de espaço. O sumiê tradicional, por outro lado, usa
unicamente tinta preta. Na pintura oriental, a tinta preta é a mais alta simplificação de cor.
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Curiosidade
No leste asiático, o bambu representa valores éticos fundamentais. Seu crescimento em
linha reta é comparado ao caráter íntegro de um homem exemplar; seu tronco firme, regular
e elástico, à retidão interior que, apesar de toda a flexibilidade de sua condescendência,
denota a constância inabalável e a firmeza de um nobre. O bambu é oco por dentro, o que
indica que não devemos guardar mágoas. Os nós que dividem cada “gomo” representam os
momentos difíceis da vida. Trata-se de algo natural, que devemos aceitar e que contribui
para nosso amadurecimento.
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Proposta de atividades
Solicitar aos alunos desenhos com guache, seguindo o tipo de pincelada
utilizada no sumiê. Sempre elementos que existem na natureza. E que podem
despertar bons sentimentos.
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Projeto Clube de Leitura Itinerante