Poder é a capacidade de realizar algo. A palavra tem origem no latim arcaico, potis esse, contraída em posse e, daí, potere. PODER – Capacidade que um indivíduo ou grupo de indivíduos tem de provocar a aceitação e o cumprimento de uma ordem. Poder, então é a possibilidade, é potência, potencialidade para a realização de algo. O poder não é ação, é potência. O poder é, também, a força a serviço de uma idéia, como define Burdeau. Trata-se de uma força nascida da vontade social preponderante, destinada a dirigir a comunidade a uma ordem social que considera benéfica, bem como impor aos seus integrantes o comportamento necessário para tanto. Nesta definição se destacam dois elementos: força e idéia se interpenetram estreitamente; parecenos portanto, que ela apresenta uma idéia exata da realidade. Se aquilo que pretendemos, como efeito, é isolar o duradouro fenômeno do poder, enquanto se sucedem as figuras que exercem seus atributos, veremos que o poder é menos a força exterior que se coloca a serviço de uma idéia, do que a potência mesma de tal idéia”. A força, com efeito, é inerente ao poder. A possibilidade de sua aplicação efetiva chama-se coercibilidade. A coerção é o emprego efetivo da força inerente ao poder; temos, aqui, a vis materialis ou corporalis. A simples expectativa do emprego da força chama-se coação (vis compulsiva). Daí a distinção entre poder e governo. O governo é o complexo de normas que disciplinam o exercício do poder. O governo é a dinâmica do poder. O poder é potência, o governo é ação. Quem exerce ativamente o poder, governa, enfim. Os governantes são a encarnação do poder. A própria etimologia da palavra governo (do latim: conduzir, dirigir, administrar) transmite-nos esta idéia. Por isso, é comum denominamos os chefes do Poder Executivo governantes, em especial aqueles do Poder Executivo estadual, chamados governantes. Embora essencialmente sustentado pela força, o poder público somente se legitima quando seu exercício é consentido por aqueles que o obedecem. O assentimento, o consenso social, enfim, é pressuposto para a legitimação da idéia que anima aqueles que encarnam o poder. Com efeito, assinala Burdeau que o poder repousa numa idéia oriunda da consciência coletiva existente no grupo social. A Unidade do Poder Considerando o poder uma unidade, uma característica do Estado, observa-se que muitos são levados a interpretar equivocadamente a expressão tripartição do poder, entendendo o conceito como se os poderes pudessem ser tomados como estanques, daí resultando sérios problemas de argumentação a respeito das atividades estatais. Funções Típicas e Atípicas dos Poderes A divisão de poderes, sob a visão do item anterior, é feita através da atribuição de cada uma das funções governamentais — legislativa, executiva, jurisdicional — a órgãos específicos, que levam as denominações das respectivas funções; assim, temos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário. É a sistematização jurídica das manifestações do Poder do ente estatal. Para se estruturar a divisão de poderes, utiliza-se como fundamentação dois elementos: especialização funcional e independência orgânica; esta requer a independência manifestada pela inexistência de qualquer meio de subordinação, e aquela, significando que cada órgão é especializado no exercício de uma função. Dentro dessa visão da separação das atividades estatais, já que não existe a separação absoluta entre os poderes, temos que eles legislam, administram e julgam. Mas cada um deles possui o que se chama função típica e atípica; aquela exercida com preponderância é a típica e, a função exercida secundariamente é a atípica. A função típica de um órgão é atípica dos outros, sendo que o aspecto da tipicidade se dá com a preponderância. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Introdução A Constituição Federal trata da organização do Estado brasileiro a partir do seu artigo 18, onde dispõe que “a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.” Essas poucas, mas importantes disposições constitucionais tratam da base da organização do Estado brasileiro e o caput do artigo 18 da CF revela o tipo de estrutura que os legisladores constituintes elegeram para o nosso Estado: a Federação. Segundo “Estado Celso Ribeiro Bastos, é a organização juridicamente soberana de um povo em um dado território”.[1] Tendo à frente essa conceituação de Estado, verifica-se que existem diversas formas pelas quais este se organiza e se estrutura. Há três regimes jurídicos distintos em que o Estado pode se configurar e se manifestar, resultando em diferentes formas de Estado, formas de governo e sistemas de governo. As formas de Estado, que são as maneiras pelas quais este se estrutura dentro de seu território, com relação a sua descentralização político-administrativa, ensejariam a ocorrência de um Estado Unitário ou de um Estado Composto, sendo que neste último gênero se insere a espécie denominada de Estado Federal. Dentro do Estado temos as formas de governo, que dizem respeito ao modo de organização política do Estado, caracterizando, conforme o caso, a República ou a Monarquia. A Monarquia, oriunda do vocábulo grego monarchia, governo de um só, apresenta como elementos caracterizadores a vitaliciedade, a hereditariedade e a irresponsabilidade do Chefe de Estado, podendo ser absoluta ou relativa. Na primeira o poder está totalmente em mãos de um único governante, enquanto que na segunda há uma limitação do governante em face da existência de um texto constitucional que deve ser por ele obedecido. Esta última é também denominada de Monarquia Constitucional e encontra existência, por exemplo, no Japão, na Espanha, na Grã-Bretanha, e, ainda, existiu em nosso país na época do Brasil-Império. A República, da expressão em latim res publica (coisa pública), por usa vez, representa forma de governo bastante diferente da Monarquia, uma vez que é a verdadeira expressão do governo do povo, pelo povo e para o povo, caracterizando-se pela eletividade dos seus governantes, pela temporariedade de mandatos e responsabilidade do Chefe de Estado. Temos inúmeros exemplos de governos republicanos, tais como o Brasil, os Estados Unidos, a Alemanha etc. E, ainda, temos os sistemas de governo, que seriam os regimes estabelecidos para os relacionamentos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, podendo ser o sistema presidencialista (exemplo: Brasil) ou o parlamentarista (exemplo: Portugal). No presidencialismo os poderes Executivo e Legislativo são independentes. O Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, direta ou indiretamente, por tempo determinado, não havendo possibilidade de destituição pelo Parlamento, a não ser em raras situações que possam culminar com um processo de impeachment. Já no Parlamentarismo há uma interdependência entre os poderes Legislativo e Executivo, onde a chefia de Estado é exercida pelo Presidente (na República) ou pelo Monarca (na Monarquia) e a chefia de governo é exercida pelo Primeiro Ministro. Este último não possui mandato por prazo certo, podendo ser destituído a qualquer tempo quando não mais gozar do apoio do Parlamento ou pela aprovação de moção de desconfiança. Neste sistema, há ainda a possibilidade de dissolução do Parlamento pelo chefe de Estado, com a convocação de novas eleições. O Estado Unitário é caracterizado pela centralização do poder, pela existência de uma única unidade de emanação de poder político interno. A produção legislativa fica a cargo de um único poder central, com aplicação sobre todo o território nacional. Não obstante esta concentra ção de poder, em alguns casos ocorre uma descentralização administrativa, sem que isto descaracterize o Estado Unitário, pois esta descentralização depende da iniciativa e aprovação do poder central, que pode modificá-la a qualquer tempo, uma vez que as unidades descentralizadas não gozam de autonomia política. Este último exemplo teve existência no Brasil-Império e ainda existe na Itália, França e Portugal, entre outros países, e é denominado de Estado Unitário descentralizado ou regional. A Federação é subespécie do Estado composto ou complexo, do qual fazem parte também a União pessoal (união de dois ou mais Estados sob o governo de um único monarca), a União Real (união de dois ou mais Estados sob a regência do mesmo monarca, mas cada reino mantendo a sua organização interna) e a Confederação (união de Estados soberanos, que conservam sua soberania, para consecução de fins comuns). Na Federação há a união de dois ou mais Estados que formam um novo ser estatal, onde este é soberano e aqueles possuem somente autonomia política. Distinção entre soberania e autonomia: Um Estado soberano é aquele cujo poder não está limitado pelo Direito. A soberania de um Estado lhe coloca em posição de igualdade com outros Estados no cenário internacional, e, ao mesmo tempo, em posição de superioridade dentro do seu limite territorial com relação ao demais poderes internos. A autonomia, por seu turno, é aquele conjunto de competências atribuídas a uma pessoa, que pode exercê-las dentro de certos limites. Uma unidade autônoma não é soberana, porque ela é limitada pelo Direito. Ela exerce os seus poderes dentro de uma moldura cujos limites são definidos pela Constituição de um Estado. Traços comuns das federações Embora cada Federação, atualmente, tenha as suas próprias características, todas elas, para que assim sejam classificadas, possuem alguns traços comuns, sem os quais o Estado se afastaria do conceito básico de Federação. Luiz Alberto David Araújo organizou, em excelente trabalho doutrinário[4], esses característicos do Estado federal, procurando demonstrar todos os elementos que deve integrar o conceito genérico de Federação. Estas características comuns, portanto, podem assim ser elencadas: (1) a existência de pelo menos duas ordens jurídicas distintas, a central e a periférica; (2) autonomia das unidades federadas, revelada pela repartição constitucional de competências; (3) rigidez da Constituição Federal; (4) indissolubilidade do pacto federativo; (5) possibilidade de manifestação de vontade das unidades parciais, de maneira isonômica, por meio de representantes no Senado Federal; (6) a existência de um órgão guardião da Constituição; (STF) (7) possibilidade de intervenção federal nos Estados para a manutenção do pacto federativo. Teoria de criação do Estado Naturalista Aristóteles O Homem é naturalmente um animal político Contratualista Mais aceita Hobbes Locke Rosseau Sec. XVIII Marxista Luta de classesEstado como justificação de domínio de uma classe sobre outra Teoria contratualista Criação de forma artificial Hobbes – estado de natureza Homem mau Estado mau Locke Estado de natureza Homem livre Estado que garanta esta liberdade Rosseau Estado de natureza Homem bom Estado democrático Teoria contratualista De Hobbes Estado de natureza Homem mau e Perverso – “O homem é lobo do próprio Homem” Guerra de todos Contra todos Obra – O Leviatã Justificava o Absolutismo Teoria contratualista De Locke Estado de natureza Homem livre Estado - que garanta esta liberdade Contrario de hobbes, Dizia que o estado de natureza Não era violento, mas que necessitava de alguém para Dirimir conflitos Motivo: divisão do Trabalho e da terra DEFENSOR DO LIBERALISMO E do estado Liberal Teoria contratualista Rosseau Estado de natureza “O Homem bom, mas a sociedade o corrompe” Obra do Contrato Social Motivo: A propriedade Privada era a raiz Dos problemas e de toda a miséria Rosseau Estado democrático A linha de pensamento mais aceita para explicar a existência desse tipo de organização humana que chamamos de Estado foi iniciada no século XVIII com os teóricos contratualistas (Locke, Rousseau e Hobbes). Partindo de uma mesma perspectiva filosófica, mas com algumas diferenças, esses pensadores argumentam que o homem a princípio se encontraria em um "estado de natureza", no qual ele seria completamente livre e com o dever único de sobreviver. As relações entre as pessoas seriam regidas então pela "lei do mais forte". Mas como nenhum homem tem força suficiente para garantir sempre o seu bem-estar, ele procura então estabelecer acordos com outros homens, que permitam a sua coexistência pacífica. Dito de outra forma, a partir de um determinado momento, os obstáculos à sobrevivência no estado de natureza ultrapassam as possibilidades de cada pessoa, obrigando-as a unir-se e agir em conjunto. Da competição natural passa-se então para a cooperação, criada a partir do pacto entre os homens, ou "Do contrato social", como apresenta Rousseau no título de sua principal obra. Neste contrato, cada homem abdicaria de sua autonomia individual em benefício da estabilidade da vida em comum. Sua segurança e suas liberdades, que agora recebem o nome de direitos, passam a ser garantidas por uma entidade única, que monopolizará o uso da força: o Estado. Outro pensador, Montesquieu, percebeu que para realizar com eficiência as tarefas que lhe cabem segundo o "pacto", o Estado deve concentrar o poder da sociedade em que se encontra. Para tanto ele tem de ser o único responsável naquele território por três atividades essenciais: a administração dos negócios de interesse coletivo, com os indivíduos e com outros Estados; a elaboração das leis que regem a sociedade e o próprio funcionamento do Estado; e a aplicação dessas leis de maneira homogênea a todos os homens, garantindo a justiça. Esta classificação feita por Montesquieu dará origem a divisão do Estado em três poderes, respectivamente Executivo, Legislativo e Judiciário, que hoje é adotada em quase todos os países do mundo. Mas a forma como o Estado e a sociedade se relacionam variou muito ao longo do tempo, o que possibilita identificarmos quatro modelos distintos. O primeiro deles é o Estado Moderno Absolutista, existente na Europa dos séculos XV a XVIII. Este é caracterizado pelo regime monárquico, onde o imperador concentrava os três poderes acima descritos. Assim não havia limites para a ação do Estado, que chegava até onde o imperador desejasse, pois era ele o responsável tanto pela formulação quanto pela aplicação das leis. É exatamente pela ausência de limites para sua atuação que é classificado como absolutista. A partir do século XVIII, esta forma de Estado entrou em choque com homens que viam nele uma tendência muito forte a desprezar as liberdades individuais (de ir e vir, de expressão, de pensamento, de propriedade), contrariando as suas finalidades originais. Com isso, tentaram colocar limites legais para a sua intervenção, conferindo seus três poderes a diferentes grupos de pessoas, e fixando-os sob a forma de uma Constituição. A Constituição é o conjunto de leis que rege tanto a conduta dos indivíduos para o Estado quanto do Estado para os indivíduos. Esta forma de Estado tinha a característica de permitir a participação de pelo menos parte da população na escolha dos integrantes de dois poderes (Executivo e Legislativo), além do objetivo expresso de garantir as liberdades individuais. Por esses motivos pode ser chamado de Estado Democrático Liberal. Uma terceira forma de Estado, que surge no século XIX, o Estado Social Democrático, regulador e protetor do grupo social. Este teve como principal missão regular a relação capital X Trabalho. E a quarta forma de Estado Democrático do Direito. Este último, incumbido de realizar as promessas da Modernidade, ou seja, a efetivação do Estado do Bem-Estar Social. Sua peculiaridade reside em que além de garantir as liberdades individuais e políticas, ele se preocupa também em fornecer as condições básicas para a sobrevivência de seus membros, como o atendimento à saúde, a educação e a moradia. Esta forma de Estado foi proporcionada pela ampliação da cidadania aos segmentos mais pobres da população, que passaram a cobrar dos governantes medidas para atenuar sua situação de miseráveis e de excluídos da vida social. ESTADO ABSOLUTISTA(XV XVIII)ESTADO LIBERAL OU CONSTITUCIONAL (SEC. XVIII)ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICOESTADO DE DIREITO (SEC. XX) ESTADO ABSOLUTISTA (XV - XVIII) Todo poder nas mãos de uma pessoa, não havia Liberdades e direitos individuais ESTADO LIBERAL OU CONSTITUCIONAL (SEC. XVIII) Direitos de 1a geração - Civis “Liberdade” ESTADO SOCIAL DEMOCRÁTICO (SEC. XIX) Direitos de 2a Geração Sociais e econômicos - Igualdade ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (SEC. XX) Direitos de 3a, 4a e 5a Geração “Fraternidade” – ESTADO DO BEM ESTAR.