Ana Carolina Canut Karen Monsores Mendes Internato Pediatria Universidade Católica de Brasília www.paulomargoto.com.br Brasília, 21 de maio de 2015 Conceito Doença hereditária monogênica mais comum no Brasil Mutação de ponto no gene da globina beta da hemoglobina GAGGTG hemoglobina anormal (HbS) Ac. Glutâmico valina HbA HbS HbA HbS 25% HbS HbS GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Epidemiologia É mais comum entre negros e pardos. > 2 milhões de portadores no Brasil > 8000 HbSS 700- 1000 novos casos/ano GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Fisiopatologia CRISES DE FALCIZAÇÃO Sob condições de desoxigenação Polimerização da HbS Estabelecem contatos intermoleculares entre as HbS Gel de cristais líquidos TACTÓIDES Agregado de Hg polimerizada Agregados cada vez maiores se alinham em fibras paralelas GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Fisiopatologia Crises de falcizações e desfalcizações repetitivas Célula perda K+ e água Desidrata Aumenta CHCM Polimerização Membrana rígida e em forma de foice irreversivelmente Fisiopatologia Polimerização da HbS Aumento da CHCM Alterações de membrana Eritrócitos são destruídos pelo sistema monocítico fagocitário Anemia hemolítica crônica GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Fisiopatologia Anemia hemolítica crônica e fenômenos vasooclusivos Crises dolorosas agudas Lesão tecidual e orgânica crônica e progressiva GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Fisiopatologia Este fenômeno é reversível com a oxigenação, desde que a membrana da célula não esteja definitivamente alterada. Níveis elevados de Hg fetal associa-se a menor gravidade da doença, pois a HbF participa pouco dos polímeros GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Fisiopatologia Fatores que influenciam o grau de polimerização da desoxiHbS: Porcentagem de HbS intracelular, Grau de desidratação celular, Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), Tempo de trânsito dos glóbulos vermelhos na microcirculação, Composição das hemoglobinas dentro das células (% de HbS e % de Hb não-S), pH GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Quadro Clínico Palidez, cansaço fácil, por causa da redução do oxigênio circulante. Icterícia: mais visível na esclera, por causa do excesso de bilirrubina no sistema circulatório, resultante da destruição rápida dos glóbulos vermelhos. Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Quadro Clínico Crises dolorosas: A célula em forma de foice tem pouca mobilidade e flexibilidade e pode obstruir o sistema circulatório, impedindo o fluxo de sangue e oxigênio aos tecidos e órgãos, (vaso-oclusão). Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Quadro Clínico A dor acomete sobretudo os sistemas muscular e esquelético e, em crianças até três anos, é mais comum atingir a articulação das mãos e pés. Nas crianças maiores, são acometidos os braços, o tórax, as costas, o abdome e as pernas. Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Dactilite – Síndrome Mão e Pé Nas crianças, pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e pés, não depressíveis ao toque, em razão da inflamação dos tecidos moles que envolvem principalmente as articulações do punho, tornozelo, dedos e artelhos. A região poderá estar ou não avermelhada e quente. Geralmente, este é o primeiro sinal da doença. Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Dactilite – Síndrome Mão e Pé Este processo inflamatório é doloroso, deixando a criança inquieta, chorosa e com dificuldade para utilizar as mãos e os pés. • Por ser um processo dos tecidos moles, pode não haver alterações radiológicas Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Sequestro Esplênico Trata-se da retenção de grande volume de sangue dentro do baço, sendo percebido com mais freqüência em crianças com até cinco anos de idade. É um quadro agudo e grave, de evolução é rápida 1. palidez intensa, 2. aumento do abdômen 3. Apatia 4. desmaio (emergência) Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Infecções Maior propensão a infecções Pneumonias, meningite, osteomielite e septicemia Uma das causa é a perda funcional do baço A infecção deve ser acompanhada com muito cuidado pois é a responsável pela alta mortalidade entre os doentes falciformes Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Episódio Aplástico Após uma infecção, há uma parada temporária na produção de glóbulos vermelhos Agravamento da anemia 1. 2. 3. 4. Fraqueza Languidez Taquipneia taquicardia Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Quadro clínico Outros achados: Retardo do crescimento e maturação sexual pela presença da anemia, infecções e interferência na produção hormonal. Úlceras (feridas), sobretudo, nas pernas. Geralmente, iniciam-se na adolescência e tendem a se tornar crônicas em razão da viscosidade do sangue e má circulação periférica. Retirado de <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemia-falciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013 Diagnóstico e Tratamento • Teste do Pezinho • Cuidado: HbF x HbS, prematuridade extrema, transfusão Triagem anterior ao exame. Neonatal Após 6 mês • Substituição da Hb REAVALIAÇÃO • Eletroforese ou pesquisa de drepanócitos Não fez • História Clínica + Eletroforese/ Pesquisa de Drepanócitos + Hemograma Completo triagem neonatal Ferraz MHC, Murão M. Diagnóstico laboratorial da doença falciforme em neonatos e após o sexto mês de vida. Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(3):218-222 Profilaxia • Higiene, boa nutrição, e hidratação, suplementação de folato, evitar condições climáticas adversas. • Infecções: imunização (pneumococo, H.influenza, Hepatite B). Penicilina profilática dos 3 meses ao 5 anos. Não existe tratamento específico: Atenção Integral por toda vida. Ministério da Saúde: Manual da Anemia Falciforme para a População. Brasília: Departamento de Atenção Especializada, 2007. Acompanhamento ambulatorial (2-4x ao ano) Tratamento das exacerbações (Crise álgica) • Anualmente: EAS, protoparasitológico, RX de tórax, ECG, função renal, US de abdome, função hepática, pesquisa para retinopatia. • Duas vezes ao ano: hemograma para acompanhar hemoglobina. • Excluir outras causas além da vasooclusão • Hidratação + analgésicos + O2 dependendo da hipoxemia • Dipirona AINE codeína morfina benzodiazepínicos Transfusão Sanguínea Hidroxiuréia: Crise Aplásica Crise hiperhemolítica Sequestro Esplênico Pré-operatório Anemia grave (Ht com queda de mais de 20%) AVC • Antineoplásico • A partir dos 5 anos • Diminui HbSS • Melhora qualidade de vida Retirado de http://genetica.ufcspa.edu.br/seminarios%20textos/AnemiaFalci forme.pdf. Acessado em 24/11/13 Futuro: • Transplante de Medula óssea • Terapia Genética Referências GUALANDRO, F M Sandra,, Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes, p16-19 Ferraz MHC, Murão M. Diagnóstico laboratorial da doença falciforme em neonatos e após o sexto mês de vida. Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(3):218-222 Ministério da Saúde: Manual da Anemia Falciforme para a População. Brasília: Departamento de Atenção Especializada, 2007. <http://genetica.ufcspa.edu.br/seminarios%20textos/An emiaFalciforme.pdf>. Acessado em 24/11/13 <http://www.aafesp.org.br/o-que-anemiafalciforme.shtml> Acessado em: 25/11/2013