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Foto: freedigitalphoto
Butantan entra na reta final para criar nova droga contra o câncer
Molécula Amblyomin-X, extraída a partir da saliva do carrapato-estrela, regrediu células tumorais
sem oferecer risco às saudáveis
O Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde e um dos maiores centros de pesquisas biomédicas do mundo, obteve sucesso nos procedimentos pré-clínicos realizados para produção de um medicamento biotecnológico contra o câncer,
produzido a partir da saliva do carrapato Amblyoma cajennense, conhecido como
carrapato-estrela.
Durante os experimentos com a proteína em camundongos e coelhos, observou-se regressão significativa de tumores do tipo melanoma, pâncreas e renais,
além da redução de metástases pulmonares derivadas desses tumores.
A pesquisa é baseada na clonagem de genes oriundos das glândulas salivares do
carrapato, que possuem ação anticoagulante. O grande diferencial é que esta proteína ataca e mata as células cancerígenas, sem oferecer risco às células saudáveis.
“O objetivo da nos- sa pesquisa é obtermos um medicamento inovador para o tratamento do câncer e que possua
menos efeitos colaterais ao paciente”, explica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, coordenadora do estudo e responsável pelo
Laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto Butantan.
Os pesquisadores aguardam a aprovação da Anvisa para o início do testes clínicos em humanos. A iniciativa conta com
o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que destinou recursos para a construção do laboratório de bioquímica e biofísica, onde todo o processo de tem sido executado.
Pesquisadores brasileiros descobrem o primeiro alérgeno da mandioca
Novidades sobre os estudos foram apresentadas durante o WISC 2014
Um grupo de médicos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e do Hospital das Clínicas de São Paulo
realiza, juntamente com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), uma pesquisa que visa
identificar novos componentes alérgenos que se diferenciam de acordo com cada região do Brasil. O Grupo de Estudos de
Novos Alérgenos Regionais (GENAR), liderado pelo Dr. Fábio Morato Castro, iniciou a pesquisa há pouco mais de cinco anos,
e foi responsável pela descoberta da primeira caracterização do alérgeno da proteína da mandioca. O feito foi reconhecido
mundialmente pela International Union of Immunology Societies (IUIS).
A ideia é procurar alérgenos desconhecidos, regionais, e não os mais prevalentes. O Brasil é muito grande, com uma
das maiores biodiversidades do mundo, com alimentos característicos em diversas regiões. A mandioca, por exemplo, vem
sendo usada não só na culinária como também na produção de remédios e na indústria.
O primeiro caso de anafilaxia grave à mandioca foi em 2004, hoje já são muitos. Ainda constatou-se que a mandioca
provoca reação cruzada com o látex da borracha. Em outro estudo em andamento, na cidade de Fortaleza, a investigação
gira em torno da alergia ao pólen do caju.
A identificação desses alérgenos vai da Clínica à Biologia Molecular, utilizando também a Bioinformática. Outro exemplo citado
pelo Dr. Fábio são as diferentes espécies de vespas. “No Brasil, temos, pelo menos, 400 espécies de vespas, muitas delas não
estudadas em outros países. Isso é fundamental para a melhora do diagnóstico e do tratamento específico”, explica.
As mais recentes descobertas do GENAR foram apresentadas durante o WISC 2014 - Conferência Científica Internacional
da WAO (World Allergy Organization), que aconteceu em conjunto com o XLI Congresso Anual da Associação Brasileira de
Alergia e Imunologia (ASBAI).
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R evista A nalytica • Dezembro 2014/Janeiro 2015 • nº 74
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