Vantagem competitiva: uma releitura teórica de Porter Área Temática: Estratégia Empresarial Valdir Antonio Vitorino Filho, UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba Glenda Leite Peresin, FACECAP – Faculdade Cenecista de Capivari Mário Sacomano Neto, UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba Resumo Este artigo tem como objetivo abordar a vantagem competitiva, com uma releitura teórica de Porter para o entendimento das estratégias empresariais utilizadas pelas organizações. A literatura sobre estratégia competitiva evoluiu significativamente nas últimas décadas e pode ser entendida como a percepção que a alta administração desenvolve acerca da necessidade de planejar por períodos mais longos os assuntos essenciais ao adequado funcionamento da organização. Esse artigo teórico contribui, ainda, de forma preliminar, para o entendimento da teoria e sua aplicabilidade na estratégia empresarial e na obtenção de vantagem competitiva. Palavras-Chave: 1. Estratégia Empresarial. 2. Planejamento. 3. Vantagem Competitiva. Abstract This article aims to address the competitive advantage, with a theoretical rereading of Porter for the understanding of business strategies used by organizations. The literature on competitive strategy has evolved significantly in recent decades and can be understood as the perception that high administration develops about the need to plan for longer periods the issues essential to the proper functioning of the organization. This theoretical article, still contributes to preliminary form, for the understanding of the theory and its applicability in business strategy and competitive advantage. Key-Words: 1. Business Strategy. 2. Planning. 3. Competitive Advantage. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 1. INTRODUÇÃO Diante de um cenário de rara complexidade, no mundo corporativo e na sociedade em geral. Fenômenos econômicos e sociais, de alcance mundial, são responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. A globalização da economia é impulsionada pela tecnologia da informação e pelas comunicações, é uma realidade da qual não se pode escapar. Sem competidores não haveria necessidade de estratégia, pois o único propósito do planejamento estratégico é tornar a empresa apta a ganhar, tão eficientemente quanto possível, uma vantagem sustentável sobre seus concorrentes. Para Porter (1986) a estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a competição industrial. O desafio enfrentado pela gerência consiste em escolher ou criar um contexto ambiental em que as competências e recursos da empresa possam produzir vantagens competitivas. Ainda segundo Porter (1986) indica quanto aos fatores estruturais relacionados à competitividade das empresas, que cinco forças determinam a dinâmica da competição em uma indústria: a entrada de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de barganha dos clientes, o poder de barganha dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes atuais. A pressão coletiva destas cinco forças determina a habilidade das firmas em uma indústria de ganhar, em média, taxas de retorno sobre o investimento em excesso ao custo de capital. A pressão das cinco forças varia de indústria para indústria e pode se modificar quando a indústria evolui. Com base nas premissas acima o estudo tem por objetivo principal analisar teoricamente as cinco forças competitivas descritas por Porter (1986), com relação à estratégia empresarial e geração de vantagem competitiva. E como pergunta problema: de que forma a aplicação da estratégia com foco na vantagem competitiva pode ser útil para gerenciar os negócios? Um novo sistema de estratégia não surge repentinamente, mas sim de forma paulatina e, poderia dizer-se, orgânica. A idéia de analisar cada um dos elementos estratégicos do comportamento humano nasceu da intuição, mas realmente não seria suficiente, somente se eu dissesse, por exemplo, que as ações ‘abertas’ têm que serem contrapostas e aproveitadas e que o tempo livre tem que ser preenchido. O tema exige detalhes. Pode parecer ser cômico, mas que para o indivíduo livre tem alma e, de modo semelhante a um Deus mitológico, possuem aspirações que dormem dentro dele, de forma desconhecida, e temores cuja existência somente suspeita. Isto é extensível a cadeia de suprimentos, a finanças ou a qualquer outro elemento estratégico. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória. Segundo Malhotra (2001) a pesquisa exploratória fornece flexibilidade em relação ao uso de outros métodos e agrega valor no desenvolvimento de hipóteses. A pesquisa exploratória também envolve a avaliação de teorias e conceitos existentes e sua aplicação aos problemas, quando novas teorias e conceitos podem ser desenvolvidos. Pretende-se abordar de maneira teórica as definições das seguintes variáveis: estratégia, forças competitivas e vantagem competitiva para dar consistência ao estudo e sua busca de identificação e verificação dos objetivos e problema. De acordo com Lakatos e Marconi (1985) pesquisa teórica tem por objetivo compreender e discutir a literatura sobre o tema de pesquisa abordado, onde se proporcionam um espaço para discussão de questões intrigantes da realidade. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Estratégia A origem da palavra estratégia provém do grego strategos, que significa a arte ou ciência de ser um general. De acordo com Kaplan e Norton (1997) antes de Napoleão, estratégia significava a arte e a ciência de conduzir forças militares para derrotar o inimigo. Desde a época dos gregos, o conceito de estratégia vinha acompanhado de componentes de planejamento e com tomada de decisões, já que os generais gregos eficazes tinham de liderar um exército, além de garantir e manter territórios e resguardar a cidade contra invasões. Estratégia é uma arte militar de planejar e executar movimentos e operações de tropas, navios e/ou aviões para alcançar ou manter posições relativas e potenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas. Ou ainda a arte de aplicar os meios disponíveis ou explorar condições favoráveis com vista a objetivos específicos. (FERREIRA, 2006, p. 267). Porter (1986) descreve estratégia como o conjunto de ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável em uma indústria ou grupo estratégico, para enfrentar as cinco forças competitivas e, assim, obter um retorno sobre o investimento maior para a empresa. A empresa que está no meio-termo na grande maioria das vezes apresenta uma baixa rentabilidade dentro de sua indústria, pois ela não consegue oferecer a diferenciação ou o enfoque de alguns concorrentes e assim poder cobrar preços mais altos (ganho na margem), nem a posição de baixo custo que possa permitir a venda de grandes volumes (ganho no giro). Em seu estudo estratégico Sun Tzu (1999) escreve: Diz–se, portanto, que aquele que conhece o inimigo e conhece a si mesmo não ficará em perigo diante de centenas de batalhas. Aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a s mesmo às vezes perde. Aquele que não conhece o inimigo nem a si mesmo invariavelmente perde todas as batalhas. (SUN TZU, 1999, p.69). Segundo Quinn e Mintzberg (1998) estratégia é o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüências de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças no ambiente, antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes. Ressalta também que uma estratégia genuína é sempre necessária quando as ações em potencial ou respostas de oponentes inteligentes possam afetar seriamente o resultado desejado do esforço – independente do nível organizacional do esforço no empreendimento total. Um novo conceito distingue a formulação estratégica do planejamento programático mais simples. Coelho (1997) define estratégia como: Processo sistemático de coleta, tratamento, análise e disseminação da informação sobre atividades dos concorrentes, tecnologias e tendências gerais dos negócios, visando subsidiar a tomada de decisão e atingir as metas estratégicas da organização. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Segundo Coelho (1997) alguns dos motivos pelos quais as pessoas e equipes não assimilam a estratégia a atos do cotidiano pode ser: • • • • • • • • • • • Ausência da visão de sucesso e da visão de futuro; objetivos não especificados e metas impossíveis ou pouco desafiadoras; decisões centralizadas; baixo incentivo a criatividade e inovação; falta de confiança em qualquer direção; processo de comunicação confuso, cifrado, ambíguo; administração inadequada de conflitos; foco no problema e não na solução: erro como punição e não como aprendizado; estilo de gestão autocrata; políticas de gestão de pessoas inadequadas; desinteresse e baixo investimento em motivação. Para Quinn e Mintzberg (1998) a palavra estratégia há muito tem sido utilizada de várias maneiras, mesmo que tenha sido tradicionalmente em apenas uma. O reconhecimento explícito de múltiplas definições pode ajudar pessoas a manobrar pensamentos através deste difícil campo. De acordo com Ansoff e McDonnel (1993) o enfoque na estratégia é a uma potencialidade interna da organização para garantir êxito em um ambiente futuro. A estratégia pode oferecer dois cenários: o da Variabilidade e o da Previsibilidade, que se subdividem em: Variabilidade: a) Complexidade do ambiente da empresa. b) Novidade relativa dos desafios sucessivos enfrentados pela empresa no ambiente. Previsibilidade: a) Rapidez da mudança: Trata-se da relação entre a velocidade com a qual os desafios evoluem no ambiente e a velocidade de reação da organização. b) Visibilidade do futuro: o que considera a adequação e a oportunidade da informação a respeito do futuro. Para Oliveira (1996) a finalidade da estratégia é apresentar caminhos a serem seguidos para que se possa alcançar os objetivos e desafios estabelecidos pelas organizações. O conceito básico de estratégia está relacionado à ligação da empresa ao seu ambiente, a seguir, têm-se no Quadro 1, com a visualização de um modelo de cenário, onde se encontra presente uma situação de escolha de direção que a empresa pode tomar. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Quadro 1 – Tipos Básicos de Estratégia DIAGNÓSTICO INTERNO Predominância de Pontos FracosPredominância de Pontos Fortes E Predominância de Postura Estratégica dePostura Estratégica de X Ameaças Sobrevivência Manutenção T redução de custos estabilidade E desinvestimento nicho R liquidação de negócio especialização N Predominância Postura Estratégica dePostura Estratégica de O de Crescimento Desenvolvimento Oportunidades inovação de mercado internacionalização de produto joint venture financeiro expansão de capacidade de estabilidade DIVERSIFICAÇÃO horizontal vertical concêntrica conglomerativa interna mista Fonte: Oliveira (1996) – adaptado de http://www.eps.ufsc.br, acesso em 30/05/2011. Dentro desse raciocínio, Oliveira (1996) alerta que a combinação de estratégias deve ser feita de forma que se aproveitem todas as oportunidades possíveis, e utilizando a estratégia certa no momento certo. Oliveira (1996) ainda subdivide estratégia em quatro partes: Estratégia de Sobrevivência, Estratégia de Manutenção, Estratégia de Crescimento e Estratégia de Desenvolvimento. Estratégia de Sobrevivência - somente devem ser adotadas quando não houver alternativa. Estratégia de Manutenção - Sua adoção é aconselhada em casos onde a empresa está enfrentando ou espera encontrar dificuldades e, diante dessa situação prefere tomar uma atitude defensiva frente às ameaças. Estratégia de Crescimento - Apesar de haver muitos pontos fracos na empresa, há, ao mesmo tempo, chances de transformá-los em oportunidades. Estratégia de Desenvolvimento - É caracterizada pela predominância de pontos fortes e de oportunidades, e neste, caso nada melhor que desenvolver a empresa. Estratégia é o forjar de missões da empresa, estabelecimento de objetivos à luz das forças internas e externas, formulação de políticas específicas e estratégias para atingir objetivos e assegurar a adequada implantação de forma a que os fins e objetivos sejam atingidos. (REBOUÇAS, 2006, p. 173) VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Com base nisso pode-se dizer que a estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema. Levando em consideração: meios, produtos, mercado, vetor, crescimento, vantagem competitiva, sinergia. Ou ainda, estratégia designa o conjunto de critérios de decisão escolhido pelo núcleo estratégico para orientar de forma determinante e durável as atividades e a configuração da empresa contra o Processo político de negociação, o Núcleo estratégico ligado ao poder pela responsabilidade da gestão ou pela propriedade. A diversidade de perspectivas no estudo das estratégias empresariais tem conduzido a e o conceito de estratégia se apresente na literatura da especialidade com múltiplos sentidos, sempre devidamente clarificados e que correspondem a formas particulares de abordar a questão e de operacionalizar o conceito. Prahalad (1995) conceitua uma abordagem clássica da estratégia. Apoiando-se essencialmente na trajetória concorrencial das empresas que, partindo de uma posição concorrencial mais desfavorável, conseguem mudar o jogo da concorrência a seu favor. Ainda segundo Prahalad (1995) é preciso substituir o paradigma da adequação por uma nova filosofia: a intenção estratégica. Esta consiste em colocar organizações no centro da formulação da estratégia, tendo como objetivo a transformação das regras do jogo com a criação de novos espaços concorrenciais. Esta filosofia repousa sobre dois pressupostos: a perseguição de uma visão (ambiciosa e de longo prazo), e o desenvolvimento baseado numa carteira de competências centrais. Esta abordagem integra na sua formulação, um parâmetro inteiramente novo: o movimento. A empresa deverá, para ser bem sucedida, conciliar, por um lado, vantagens competitivas múltiplas e não duráveis, e por outro lado, o principal objetivo da estratégia que não é mais a adaptação às condições da concorrência, mas a sua transformação e renovação. Porter (1986) simplifica a estratégia em: Estratégia é o estabelecimento dos meios fundamentais para atingir os objetivos, sujeito a um conjunto de restrições do meio envolvente Supõe: a descrição dos padrões mais importantes da afetação de recursos e a descrição das interações mais importantes com o meio envolvente. (PORTER, 1986, p. 86). Porter (1986) sustenta que para lidar adequadamente com as cinco forças (relações de inter-influência), existem somente dois tipos básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: baixo custo e diferenciação, que combinadas com o escopo resultam em três estratégias genéricas para alcançar um desempenho superior: liderança em custo, diferenciação e foco. Porter (1986) fala ainda sobre as "Estratégias Genéricas": Liderança no Custo Total; Diferenciação e; Enfoque, como se observa no Quadro 2. Quadro 2 – Estratégias Genéricas ESTRATÉGIA RECURSOS E HABILIDADES REQUISITOS VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br GENÉRICA EM GERAL REQUERIDOS Liderança no Custo Total Investimento de capital sustentado e acesso ao capital Controle de custo rígido Boa capacidade de engenharia deRelatórios de controle freqüentes e processo detalhados Supervisão intensa da mão-de-obra Organização e responsabilidade Produtos projetados para facilitar aestruturadas fabricação Incentivos baseados em metas Sistema de distribuição com baixoestritamente quantitativas custo Diferenciação ORGANIZACIONAIS COMUNS Grande habilidade de marketing Engenharia do produto Forte coordenação entre funções em P & Tino criativo D, desenvolvimento do produto e Grande capacidade em pesquisa marketing básica Avaliação e incentivos subjetivos ao Reputação da empresa como líder em invés de medidas quantitativas qualidade ou tecnologia Ambiente ameno para atrair mão-deLonga tradição na indústria ou obra altamente qualificada, cientistas ou combinação ímpar de habilidade pessoas criativa trazidas de outros negócios Forte cooperação dos canais Enfoque Combinação das políticas acimaCombinação das políticas acima dirigidas para a meta estratégica emdirigidas para a meta estratégica em particular particular Fonte: Porter (1986). Estratégia de Liderança em Custos: visa obter vantagens competitivas pela oferta de produtos e serviços (em geral padronizados) a custos mais baixos do que os concorrentes. através de produção em grande escala, acompanhamento cuidadoso dos custos, gerenciamento de qualidade e outras medidas, busca-se a posição de menor custo na indústria. Complementa Coelho (1997) o ponto central da estratégia de liderança no custo total é a empresa fazer com que seu custo total seja menor do que o de seus concorrentes. O custo mais baixo funciona como mecanismo de defesa da empresa contra a rivalidade de seus concorrentes, especialmente no tocante à guerra de preços. Quando pressionada por fornecedores poderosos, a empresa de custo mais baixo terá mais fôlego para continuar na indústria do que seus concorrentes, que também estão sujeitos à pressão desses fornecedores. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Estratégia de Diferenciação: busca alcançar vantagens pela introdução de um ou mais elementos de diferenciação nos produtos e serviços, que justifiquem preços mais elevados. trabalhar com produtos ou serviços únicos, com melhor qualidade, melhor desempenho ou características únicas, que justifiquem preços mais altos Estratégia de Foco: objetiva obter vantagens competitivas ou pela oferta de produtos e serviços com menores custos, ou pela diferenciação dos mesmos, mas em um segmento de mercado mais localizado ou restrito. Limitar a determinados segmentos de demanda, como grupo de clientes, linha de produtos ou região geográfica, podendo ser de foco na diferenciação ou foco no menor custo Segundo Porter (1986) para colocar essas estratégias genéricas em prática, tem-se como exigência da empresa recursos e habilidades que implicam em diferentes arranjos organizacionais, procedimentos de controle e sistemas criativos. Porter (1986) acrescenta que as empresas "meio-termo", ou seja, aquelas que adotam dois tipos de estratégias e acabam não conseguindo ter sucesso em nenhuma delas, estão numa situação extremamente ruim: falta parcela de mercado; investimento de capital; têm uma baixa rentabilidade; e perdem os clientes de grande volume. Contrários a visão de Porter (1986) no que se refere à existência de duas formas de competir: o Baixo Custo e a Diferenciação; Certo & Peter (1993) argumentam que, o Baixo Custo não é uma estratégia oposta, mas antes, uma ferramenta necessária para sustentar uma posição diferenciada. A chave para guiar o sucesso das organizações é o estabelecimento de uma posição de baixo custo, acompanhada por um cenário de benefícios altamente valorizados pelos consumidores. A diferenciação requer que a organização se empenhe, através de toda a sua capacidade produtiva para satisfazer as necessidades do consumidor, administrando cuidadosamente os custos e eliminando atividades que não adicionem valor para o consumidor. Contudo, Day e Reibstein (1997) comentam que muitas vezes é possível reverter essa situação. Essas duas estratégias, diferenciação e baixo custo, podem, freqüentemente, caminhar juntas. Uma das razões para que isto ocorra é que um produto de qualidade pode indiretamente diminuir custos. Neste sentido, é visto que os produtos de alta qualidade guiam altas parcelas do mercado, reduzindo o custo total como efeito de experiência e economias de escala. Além de optar entre vantagem por maior diferenciação ou custos menores, a empresa precisa ter em vista sua estratégia, identificando os possíveis segmentos que decide atender e criando uma cadeia de valor especificamente projetada para este segmento. Ansoff e McDonnell (1993) definem a estratégia quando se faz necessário com que os objetivos de uma organização mudem drasticamente em conseqüência de mudanças importantes no contexto institucional. De acordo com os autores, planejar estratégias seria algo desnecessário na medida em que a dinâmica histórica da organização a conduza para onde ela de fato deve ir. A estratégia é um conjunto de regras de tomadas de decisão para orientação do comportamento de uma organização. Uma estratégia possui 7 (sete) características peculiares: 1) O processo de formulação de estratégias não resulta necessariamente em nenhuma ação imediata. Ao contrário, estipula as direções gerais nas quais a posição da empresa crescerá e se desenvolverá. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 2) 3) 4) 5) 6) 7) A estratégia deve ser utilizada para gerar projetos estratégicos através de um processo de busca. Primeiramente, focalizar a atenção em áreas definidas, e identificar e tentar eliminar as possibilidades que com ela sejam incompatíveis. A estratégia torna-se desnecessária sempre que a dinâmica histórica de uma organização a leve aonde quer ir e não onde realmente necessita chegar. A não formulação de todas as possibilidades possíveis, portanto deve-se basear em informações agregadas, incompletas e incertas a respeito das classes de alternativas. Quando a busca identifica alternativas específicas, as informações mais precisas e menos agregadas que se tornam disponíveis podem levar a um questionamento da prudência da escolha original de estratégia. Portanto, o uso bem – sucedido da estratégia exige um feedback estratégico. Os objetivos representam os fins que a organização está tentando alcançar. E a estratégia representa os meios para se atingir esses fins. A estratégia e os objetivos são intercambiáveis, tanto em momentos distintos quanto em níveis diferentes da organização. À medida que vão sendo mais detalhados nos diferentes níveis de uma organização, acaba aparecendo uma relação hierárquica típica: os elementos da estratégia num nível gerencial mais alto transformam-se e, objetos em um nível inferior. Complementa que o conceito de estratégia é um tanto quanto fugaz e abstrato. E suas formulações típicas não produzem nenhuma ação produtiva imediata. Ansoff e McDonnel (1993) apresentam a estratégia de carteira, a qual possibilita à empresa a busca de crescimento e rentabilidade através de suas diferentes áreas de negócios, identificando as mais rentáveis. As formulações de carteiras objetivam combinações competitivas à empresa e devem estar interligadas, além de possuir recursos disponíveis. A estratégia de carteiras possui quatro componentes: O Vetor de Crescimento Geográfico, A Vantagem Competitiva, A Sinergia e a Flexibilidade e a Estratégica. a) Vetor de Crescimento Geográfico: Indica a direção em que a empresa está seguindo em relação a sua postura corrente em termos de produtos e mercados. O vetor de crescimento apresenta a possibilidade de inserção de produtos atuais e novos através da penetração de mercado ou no desenvolvimento de novos, e ainda a diversificação. No desenvolvimento de mercados, novas missões são buscadas para os produtos da empresa, criando novos produtos para substituir os atuais. Na diversificação, produtos e missões são novos para a empresa; b) Vantagem Competitiva: Identifica propriedades específicas e combinações individuais de produtos e mercados em suas respectivas áreas de negócio, dando à empresa uma forte posição competitiva; c) Sinergia: Significa a capacidade da empresa em tirar vantagem de sua entrada em uma nova área de produtos e mercados, através das atividades realizadas pelas suas áreas de negócio de forma integrada. A sinergia representa um dos principais componentes da estratégia em termos de produtos e mercado, pois contribui para o ajustamento entre a empresa e seus novos produtos. Em suma, sinergia pode se representada pela expressão: 2 + 2 = 5, onde o resultado obtido é maior que a soma das partes. d) Flexibilidade Estratégica: Pode ser alcançada através da diversificação do alcance geográfico da empresa, das tecnologias e das necessidades atendidas. A empresa também VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br pode conseguir através de recursos e competências que sejam transferíveis entre as áreas estratégicas de negócios. Segundo Quinn e Mintzberg (1998) existem cinco definições de estratégia – como plano, pretexto, padrão, posição e perspectiva. E uma análise do inter-relacionamento dos 5 P´s. Estratégia como Plano: Algum tipo de curso de ação consciente, uma diretriz (ou conjunto de diretrizes) para lidar com uma determinada situação. Por esta definição, as estratégias possuem duas características essenciais: são preparadas previamente às ações para as quais se aplicam e são desenvolvidas conscientes e deliberadamente. Estratégia como Pretexto: Funciona como uma “manobra” específica com a finalidade de enganar o concorrente ou competidor. Com base nesse aspecto, a estratégia real é a ameaça, não a expansão em si, e como tal é um pretexto, um blefe. Estratégia como Padrão: Definir estratégia como plano e pretexto não é o suficiente, precisa-se também de uma definição que abranja o comportamento resultante. Assim, propõe-se a terceira estratégia: a estratégia como padrão – especificamente um padrão em um fluxo de ações. Estratégia como Posição: Especificamente é uma maneira de colocar a organização no que os teóricos da organização chamam de “ambiente”. Por esta definição, a estratégia se torna a força de medição ou harmonização, entre a organização e o ambiente, isto é, entre os contextos internos e externos. Ou seja, a estratégia de posição é o posicionamento dos recursos à nossa disposição de maneira que apresente a maior probabilidade de derrotar o concorrente. Estratégia como Perspectiva: O seu conteúdo consiste não apenas de uma posição escolhida, mas de uma maneira enraizada de ver o mundo vivo. Nesse sentido a estratégia é para a organização o que a personalidade é para o individuo. Sugere acima de tudo que a estratégia é um conceito, isso representa uma implicação importante, ou seja, que todas as estratégias são abstrações que existem apenas na mente das pessoas interessadas. Ou seja, toda estratégia é uma invenção, uma quimera na imaginação das pessoas, quer tenha sido concebida como uma intenção para regular o comportamento antes que aconteça ou inferida como padrões para descrever um comportamento já ocorrido. 2.2 Forças Competitivas As cinco forças competitivas básicas são: entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes. Em conjunto, essas forças determinam a intensidade da concorrência da organização e até mesmo a sua rentabilidade. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Figura 1- Forças Competitivas Fonte: Porter (1986). Porter (1985) define entrada como sendo a aquisição de uma empresa já existente em uma indústria com intenção de construir uma posição no mercado. Essa aquisição traz consigo nova capacidade, a vontade de ganhar fatia no mercado e recursos substanciais. Só que essa entrada em uma indústria vai depender das barreiras de entrada que existem junto com a reação que o novo concorrente vai esperar dos concorrentes que já existem. São sete as fontes principais de barreira de entrada: Economias de Escala: se referem às baixas nos custos unitários de um produto, à medida que o volume absoluto por período aumenta. Economias de escala interrompem a entrada forçando a empresa que irá entrar a ingressar em larga escala e até a arriscar-se a uma forte reação das empresas existentes ou a ingressar em pequena escala e estar sujeito a desvantagem de custo. Essas economias podem estar presentes em quase toda a função de um negócio, fabricação, compras, P&D, rede de serviços, marketing entre outros. Um tipo de barreira de entrada na forma de economias de escala ocorre quando existem vantagens econômicas na integração vertical, ou seja, a operação em estágios sucessivos de produção ou distribuição. Nessa situação, a empresa entrante deve entrar de forma integrada ou enfrentar uma desvantagem de custo, assim como uma possível exclusão de insumos ou mercados para seu produto se a maioria dos concorrentes estabelecidos estiver integrada. (PORTER, 1986, p. 27). Diferenciação do Produto: isso significa que as empresas estáveis têm a sua marca reconhecida e desenvolvem um sentimento de lealdade para com seus clientes, tudo isso devido ao esforço que já foi feito anteriormente como, publicidade, serviço ao consumidor, diferença dos produtos etc. A diferenciação gera uma barreira à entrada que força as empresas entrantes a efetuar despesas altas para superar a ligação estabelecida com os clientes. Necessidades de Capital: a barreira de entrada é criada quando se vê a necessidade de investir amplos recursos financeiros de modo a competir, ainda mais se o capital solicitado é para atividades arriscadas e irrecuperáveis como publicidade inicial ou para P&D. Custos de Mudança: a barreira de entrada é criada quando os custos estão frente a frente como comprador quando este muda de um fornecedor de produto para outro. Os custos de mudança podem incluir: custo de novo equipamento auxiliar, novo projeto do produto, necessidade de assistência técnica em decorrência da confiança depositada no vendedor, etc. Se estes custos forem altos, os entrantes devem oferecer um aperfeiçoamento substancial em custo ou desempenho para que o comprador se decida a deixar um produto já estabelecido. Acesso aos Canais de Distribuição: a criação de barreira de entrada pode-se dar pela necessidade da empresa entrante assegurar a distribuição para seu produto. Ela deverá persuadir os canais de distribuição a aceitarem seu produto por meio de descontos de preço, verbas para campanhas de publicidade em cooperação. “Quanto mais limitados os canais no atacado e no varejo para um produto e quanto maior o controle dos concorrentes existentes sobre eles, obviamente mais difícil será a entrada na indústria” (PORTER, 1986, p. 28). Desvantagens de Custo Independentes de Escala: as empresas entrantes potenciais terão dificuldades de se igualar as empresas já estabelecidas devido a estas terem vantagens de custos. As vantagens mais perigosas são fatores como: tecnologia patenteada VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br do produto, acesso favorável às matérias primas, localizações favoráveis, subsídios oficiais, curva de experiência. Política Governamental: o governo tem o poder de limitar ou até impedir que uma empresa entre em outra através de controles como licenças de funcionamento e limites ao acesso a matérias primas. Por exemplo: frete, varejo de bebidas, estradas de ferro etc. restrições governamentais podem derivar de controles como padrões de poluição do ar e da água. Essa política de governo pode produzir benefícios sociais diretos, mas também podem gerar conseqüências secundárias para a entrada que não são percebidas. Sobre a ameaça de novos entrantes pode-se dizer que caracteriza-se com a entrada de novas empresas não atuantes no setor, com o desejo de conquistas “fatias” de mercado e, com certa regularidade, novas capacidades e recursos substanciais para investir. Com relação aos preços são puxados para baixo e os custos inflacionados, o nível de ameaça se dá em função das barreiras de entrada. Complementam Day e Reibstein (1997) que barreiras de entrada se compõe de: economias de escala; diferenciação do produto; necessidade de capital; custo de mudança; acesso aos canais de distribuição; desvantagens de custo independentes de escala e política governamental. Já Rebouças (2006) salienta que a intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes pode ser encarada como: muito mais ampla do que a simples rivalidade entre os concorrentes em uma Indústria (resulta da combinação das cinco forças competitivas). De acordo com Prahalad (1995) o vetor resultante das forças podem determinar situações estruturais que vão desde os cenários: concorrência alta e lucro potencial baixo, até concorrência baixa e lucro potencial alto. A rivalidade que surge entre os concorrentes que se sentem pressionados ou enxergam a oportunidade de melhorar sua posição é pela disputa de posição no mercado e se dá com o uso de táticas como: batalhas de publicidade, introdução de produtos etc. A rivalidade é conseqüência da interação de vários fatores estruturais: Concorrentes Numerosos ou Bem Equilibrados: empresas relativamente equilibradas em tamanho e recursos aparentes, vai gerar instabilidade porque elas podem estar inclinadas a lutar entre si. Já quando uma indústria é dominada por uma ou poucas empresas, pouco são os enganos que se tem quanto à força, e aí o líder pode impor disciplina. Crescimento Lento da Indústria: transforma a concorrência em um jogo de fatia e mercado para as empresas que procuram expansão. Esse tipo de concorrência é mais instável do que a situação em que o crescimento rápido da indústria garante que as empresas podem melhorar seus resultados apenas se mantendo em dia com a indústria. Custos Fixos ou de Armazenamentos Altos: Produtos com custos fixos altos geram fortes pressões para que as empresas satisfaçam a capacidade, levando então a uma baixa nos preços quando existe excesso de capacidade. Um produto que uma vez produzido é difícil ser mantido no estoque, empresas serão tentadas a baixar os preços para garantir as vendas. Ausência de Diferenciação ou Custo de Mudança: isto está relacionado ao produto ou serviço ser de primeira ou quase primeira necessidade, onde o comprador irá escolher pelo preço ou serviço prestado. Um produto diferenciado gera isolamento de luta competitiva, pois os compradores têm preferência e lealdade para com determinados vendedores. Esse custo prende o comprador a determinados vendedores. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Concorrentes Divergentes: as alternativas estratégicas certas para um concorrente podem ser erradas para outros. Dificuldades podem existir para entender as intenções dos outros concorrentes. Grandes Interesses Estratégicos: quando muitas empresas tiverem muitos interesses em jogo na busca pelo sucesso na indústria, a rivalidade se tornará mais instável. Os objetivos das empresas podem até ser diferentes, mas como são expansionistas poderão até sacrificar a lucratividade na busca de se manter no mercado. Barreiras de Saída Elevadas: são fatores econômicos, emocionais e estratégicos que mantêm as organizações competindo em atividades mesmo que seus retornos estejam sendo baixos ou negativos sobre os investimentos feitos. As barreiras de saída são: ativos especializados, custos fixos de saída, inter-relações estratégicas, barreiras emocionais e restrições de ordem governamental e social. Barreiras de entrada que dificultam a atuação de uma empresa em determinado segmento: Barreiras Financeiras com altos custos iniciais; Barreiras Técnicas – bens ou serviços que requerem muito conhecimento tecnológico; Barreiras Legais – muitas vezes devem passar pela fiscalização governamental. De acordo com Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) o aumento da rivalidade entre os concorrentes ocorre, principalmente, devido a: fatores estruturais; concorrentes numerosos e equilibrados; crescimento lento da indústria; custos fixos ou de armazenamento altos; ausência de diferenciação; concorrentes com metas e objetivos estratégicos diferentes e barreiras de saída elevadas. Para Porter (1986) a ameaça de produtos substitutos pode ser entendida como produtos de outras indústrias que satisfazem à mesma necessidade ou desempenham a mesma função que os produtos da indústria. Complementa Rowe (2002) que os substitutos são mais perigosos quando são produzidos por empresas que têm altos lucros e trazem inovações tecnológicas, onde apresentam vantagens quanto a custos relativos e ganho na qualidade. Os compradores têm um poder de negociação absurdo. Eles competem com a indústria forçando a diminuição dos preços, a busca por qualidade e serviços melhores e também jogam concorrente um contra os outros. Um bom grupo comprador é poderoso se as seguintes circunstâncias forem verdadeiras: o comprador deve estar concentrado ou adquirir grandes volumes em relação às vendas do vendedor; os produtos que ele adquire na indústria representam uma fração significativa de seus próprios custos ou compras; os produtos que o comprador adquire da indústria são padronizados ou não diferenciados; enfrenta poucos custos de mudança; consegue lucros baixos; compradores que são uma ameaça concreta de integração para trás; o produto da indústria não é importante para a qualidade dos produtos ou serviços do comprador e o comprador tem total informação. (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004). Em seus estudos Chandler (1962) já havia criado um esboço da análise do poder dos compradores, onde analisa circunstâncias que aumentavam seu poder de barganha. Aspectos como: os compradores são concentrados e compram e volumes grandes, isso em relação a quantidade de venda dos vendedores. Outro aspecto importante é que os produtos adquiridos são padronizados e sem diferenciação, onde enfrentam custos baixos de mudança. Conseqüentemente tem preços baixos e são uma ameaça concreta de integração para trás. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Já Maximiano (2004) entende que ações estratégicas para diminuir o poder de barganha dos compradores seriam, principalmente, dispersas vendas, criar diferenciação, criar custos de mudança e a ameaça de integração para frente ou realizá-la parcialmente. Sobre o poder de negociação dos fornecedores Porter (1986) entende que os participantes de uma indústria podem sofrer ameaças de elevação de preços ou redução da qualidade dos bens e serviços fornecidos por meio dos fornecedores. Aí está o poder de negociação dos fornecedores. Fornecedores com poder podem sugar a rentabilidade de uma indústria incapaz de poder repassar os aumentos dos custos em seus próprios preços. Um grupo fornecedor só tem poder se o que segue se aplica: é dominado por poucas companhias e é mais concentrado do que a indústria para a qual vende; não está obrigado a lutar com outros produtos substitutos na venda para a indústria; a indústria não é um cliente importante para o grupo fornecedor, o produto dos fornecedores é um insumo importante para o negócio do comprador; os produtos do grupo de fornecedores são diferenciados ou o grupo desenvolveu custos de mudança; o grupo de fornecedores é uma ameaça concreta de integração para frente. Complementam Chiavenato e Sapiro (2004) que esses fornecedores são concentrados e vendem para compradores pulverizados. Que não concorrem contra produtos substitutos e que os produtos dos fornecedores é um insumo importante para o negócio dos compradores. Ray, Barney e Muhanna (2004) contribuem com o entendimento das ações estratégicas para diminuis o poder de barganha dos fornecedores. Onde as principais estratégias são: dispersar compras; evitar custos de mudança; identificar e desenvolver fontes; buscar alternativas de suprimentos e, principalmente, criar ameaça de integração para trás. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para Porter (1985) a vantagem competitiva surge do valor que uma empresa é capaz de criar para seus consumidores excedendo o custo para a criação desse valor. Segundo Porter (1986) a vantagem competitiva envolve uma ou várias características como por exemplo: a vantagem competitiva precisa ter valor para os clientes; ela não pode ter outras vantagens competitivas substitutas disponíveis prontamente aos concorrentes; a vantagem competitiva precisa ser sustentável; características estas que permitem a uma empresa ser diferente por entregar mais valor sob o ponto de vista dos clientes, com isso acaba diferenciando-se dos concorrentes e em conseqüência acaba obtendo vantagens no mercado em que se está inserida. Uma empresa está na posição de reconhecer seus pontos fortes e fracos em relação à indústria, quando se é diagnosticadas as forças que afetam a concorrência em uma indústria e suas causas básicas. Para que uma estratégia competitiva efetiva assuma uma ação defensiva ou ofensiva com o objetivo de criar posição defensável contra as cinco forças competitivas, deve-se analisar as seguintes abordagens: Posicionamento da Empresa, Influenciar o Equilíbrio de Forças, Explorar a Mudança, Ter Estratégia de Diversificação. Posicionamento: Ajustar os pontos fortes e fracos da companhia à estrutura da indústria. Tendo o conhecimento destas informações: capacidades da companhia e causas das forças competitivas, ficará mais fácil para a companhia saber em que área deve enfrentar a concorrência e onde evitar isso. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Influenciando o Equilíbrio: o equilíbrio está dentro do controle da companhia. Inovações em marketing podem tornar o produto diferente, investimentos de capital em grandes instalações podem afetar as barreiras de entradas. Explorando a Mudança: a evolução na indústria se faz necessária porque do ponto de vista estratégico ela traz mudanças nas fontes estruturais da concorrência. Estratégia de Diversificação: o quadro de referência que analisa a concorrência industrial proporciona um guia para responder a questão “qual o potencial deste negócio?”. As circunstâncias descritas acima mudam com relação ao tempo ou por decisões estratégicas da companhia, com isso o poder do comprador pode aumentar ou diminuir. Uma companhia pode melhorar sua postura estratégica selecionando seus compradores. A maior parte das indústrias vende seus produtos ou serviços não apenas a um só comprador, mas a uma gama de diferentes compradores. O poder de negociação deste grupo de compradores visto em termos agregados é uma das forças competitivas básicas que determinam a rentabilidade potencial de uma indústria. (PORTER, 1985). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Toda empresa que quer se manter competitiva no mercado, deve criar sua estratégia de vantagem competitiva para assim poder competir, atuar e sobreviver no mercado. Empresas que não tiverem uma estratégia bem definida tendem a ter um desempenho pior em relação a definição das estratégias. As estratégias genéricas são alternativas e exigem meios diferentes ou até inconsistentes de organização. Uma organização sem definição de estratégia acaba sendo um conjunto conflitante de arranjos organizacionais. Existem convergências em alguns aspectos que estão na base do conceito, o conteúdo e os processos de formação da estratégia são objetos de abordagens muito diversas que assentam na forma como os autores concebem a organização e entendem o seu funcionamento. Outro aspecto relevante é a questão da Vantagem Competitiva, que por sua vez corresponde a um benefício significativo e, preferencialmente, de longo prazo de uma organização sobre seus concorrentes, estabelecer e manter uma vantagem competitiva é complexo, mas a sobrevivência e prosperidade das empresas depende disso. Estamos diante de um cenário de rara complexidade, no mundo corporativo e na sociedade em geral. Fenômenos econômicos e sociais, de alcance mundial, são responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. A globalização da economia é impulsionada pela tecnologia da informação e pelas comunicações, é uma realidade da qual não se pode escapar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANSOFF, Igor & McDONNEL, Eduard J. Implantando a administração estratégica. 2ª Edição. São Paulo-SP: Atlas, 1993. CHANDLER, A. D. Strategy and structure. Cambridge, MA: MIT Press, 1962. 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