El Periódico de Poesía de la Dirección de Literatura de la UNAM y el Círculo de Traductores CONVOCAN al Primer Concurso de Traducción de Poesía s e p t i e m b r e p o r t u g u é s traductor especializado: Rodolfo Mata* Lanzamiento del poema: 01 de septiembre de 2015 Cierra el periodo de recepción: 15 de octubre de 2015 o al reunir veinte traducciones Publicación de resultados: 15 de noviembre de 2015 Presentación Un poema en lengua portuguesa Rodolfo Mata El poema que propongo traducir es un soneto del poeta brasileño Paulo Henriques Britto, de su libro Trovar claro (1997). Su título es “(9 de novembro)” y es el segundo de una serie de cinco sonetos que se titula “Até segunda ordem”. Se incluye aquí la serie completa para orientación del traductor. Además de las dificultades propias de traducir poesía medida y rimada, el poema tiene la peculiaridad de manejar lenguaje coloquial y expresiones idiomáticas y en el argot del ambiente que retrata. El traductor deberá considerar todas estas características de manera creativa para valorar las licencias poéticas que juzgue necesario tomar al trasladar el poema al español. Paulo Henriques Britto foto tomada de la entrevista “O arte de traduzir” aparecida en la revista Cult el 2 de julio de 2013 http://revistacult.uol.com.br/home/2013/07/a-arte-de-traduzir/ (10 de outubro) Até segunda ordem estão suspensas todas as autorizações de férias, viagens, tratamentos e licenças. É hora de pensar em coisas sérias. Deve chegar mais um carregamento até o dia quinze, dezesseis no máximo. Fui lá em Sacramento, mas não deu pra encontrar com o tal inglês –será que alguém errou no codinome? Confere aí com quem organizou o negócio todo. Bem, amanhã a gente se fala, que agora a fome está apertando. (Ah, o padre adorou o canivete suíço de Taiwan.) (9 de novembro) Tudo resolvido. O campo de pouso até que é razoável. Mas o tal de Carlão, hein, vou te contar. É nervoso, não sei; parece que sofre de mal de Parkinson, ou coisa que o valha. Mas isso é o de menos. O pior é que o “Almirante” desde terça tomou chá de sumiço. Não sei que fim levou; é preocupante. Chegou a encomenda de Lisboa. O número é 318. A senha: “O olho esquerdo de Camões não vale uma epopéia”. (Essa é boa!) Não agüento mais ter que jantar biscoito. No mais, tudo bem. aguardo instruções. (21 de dezembro) Sim, recebi a carta do João. Só que o seu telefonema da sexta já havia alterado a situação completamente. É, o Bento é uma besta, mas você, também... Nessas horas é que se vê que falta faz um profissional. Você nunca vai ser como era o Alex. Mas deixa isso pra lá. O principal é que o negócio está de pé, ainda. O que não pode é pôr tudo a perder a essa altura do campeonato. Não diga nada, nada, à dona Arminda. Toma cuidado. Conto com você. Aguarde o nosso próximo contato. (12 de janeiro) Por quê que ninguém me deu um aviso? Pra que que serve essa porra de bip? Assim não dá. Que falta de juízo, de... de… sei lá! Eu lá em Arembipe dando duro, e vocês aí de pândega! O deputado, é claro, virou bicho, e não vai mais ajudar lá na alfândega. Meses de esforço jogados no lixo! E agora? E o alvará do “Três Irmãos”? E os dez mil dólares do Mr. Walloughby? Não vou nem falar com o doutor Felipe. Vocês que agüentem o tranco. Eu lavo as mãos. Se alguém me perguntar, eu tenho um álibi perfeito: “Eu estava lá em Arembipe”. (19 de janeiro) Até esta chegar às suas mãos eu já devo ter cruzado a fronteira. Entregue por favor aos meus irmãos os livros da segunda prateleira, e àquela moça - a dos “quatorze dígitos” o embrulho que ficou com o teu amigo. Eu lavei com cuidado o disco rígido. Os disquetes back-up estão comigo. Até mais. Heroísmo não é a minha. A barra pesou. Desculpe o mau jeito. Levei tudo que coube na viatura, mas deixei um revólver na cozinha, com uma bala. Destrua este soneto imediatamente após a leitura. Paulo Fernando Henriques Britto nació en Río de Janeiro en 1951. De 1962 a 1964, vivió con su familia en Estados Unidos, país al que regresó entre 1972 y 1973 para estudiar cine en el San Francisco Art Institute de California. Esta experiencia fue determinante para su futura carrera como traductor literario, tanto del inglés al portugués como del portugués al inglés. Se formó en portugués e inglés en la Pontificia Universidad Católica de Río de Janeiro (PUC-Río), donde posteriormente obtuvo el título de maestro en lengua portuguesa. En 1973 comenzó a dar clases de inglés y durante cinco años fue profesor en el Instituto Brasil-Estados Unidos. En 1974 inició su carrera de traductor. Desde 1978 trabaja como profesor de traducción en la PUC-Río, donde también participa en las áreas de creación literaria y literatura brasileña. Ha traducido a autores como Lord Byron, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop, Thomas Pynchon, Edmund Wilson y William Faulkner, para editoriales importantes como Brasiliense, Companhia das Letras, Nova Fronteira y Cosac & Naify. Sus libros de poesía son Litúrgia da matéria (1982); Mínima lírica (1989); Trovar claro (1997), por el cual recibió el Premio Alphonsus de Guimaraens, de la Biblioteca Nacional; Macau (2003), por el cual recibió las distinciones Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira y Prêmio Alceu Amoroso Lima; Tarde (2007), por el cual nuevamente recibió el Premio Alphonsus de Guimaraens; y Formas do nada (2012). También es autor de varios ensayos y del libro de cuentos Paraísos artificiais (2004). En 1995, obtuvo el Premio Paulo Rónai de traducción de autores extranjeros y en 2002 la PUC-Río le concedió el título de Notório Saber. * Rodolfo Mata ha publicado los libros de poesía Parajes y paralajes (1998), Temporal (2008) y Qué decir (2011), y el poema electrónico Silencio vacío (http://unoyceroediciones.com/, Valencia, 2014). Ha traducido a escritores y críticos brasileños como Haroldo de Campos, Paulo Leminski, Rubem Fonseca, Dalton Trevisan y Antonio Candido, y es coautor de las antologías Ensayistas brasileños: literatura, cultura y sociedad (2005) y Alguna poesía brasileña 1963-2007 (2009, reed. 2014). Es investigador en el Centro de Estudios Literarios del Instituto de Investigaciones Filológicas de la UNAM donde ha publicado trabajos en torno a José Juan Tablada y a temas como las relaciones entre las vanguardias literarias y la ciencia, y la literatura en medios digitales. Mantiene el sitio José Juan Tablada: letra e imagen (www.tablada.unam.mx).