PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação FATORES ESTRESSORES EM PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SUAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO Autor: Sandro Servino Orientadores: Profº Dr. Rodrigo Pires de Campo Profº Dra. Elaine Rabelo Neiva 2010 S492f Servino, Sandro Fatores estressores em profissionais de tecnologia da informação e suas estratégias de enfrentamento. / Sandro Servino – 2010. 142f.; il.: 30 cm 7,5cm Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2010. Orientação: Rodrigo Pires de Campos Co-Orientação: Elaine Rabelo Neiva 1. Estresse ocupacional. 2. Tecnologia da informação. I. Campos, Rodrigo Pires de, orient. II.Neiva, Elaine Rabelo, co-orient. III. Título. Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB 15/12/2010 II Sandro Servino FATORES ESTRESSORES EM PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SUAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO Dissertação apresentada ao programa de Pós Graduação “Stricto Sensu” - Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação. Orientadores: Profº Dr. Rodrigo Pires de Campo Profº Dra. Elaine Rabelo Neiva Brasília 2010 III Brasília 2010 IV A todos que me apoiaram direta ou indiretamente nessa caminhada, contribuindo para o êxito desse trabalho. V Agradecimento Em primeiro lugar, agradeço a Deus por sempre me direcionar e iluminar, permitindo a conclusão deste projeto. Aos meus pais, Jose Amorim Servino e Tereza Costa Servino, que sempre me incentivaram a seguir o melhor caminho e viabilizaram a busca de meus sonhos. À minha esposa, Wiwi Servino, pela compreensão, apoio e incentivo. Aos Mestres Prof. Dr. Gentil José de Lucena Filho, Prof. Dr. João Souza Neto e Dra. Rejane Maria da Costa pela confiança e Profa. Dra. Luiza Beth Nunes Alonso pela competência na coordenação do curso. Aos meus queridos orientadores Profº Dr. Rodrigo Pires de Campos e Profº Dra. Elaine Rabelo Neiva pela paciência e inteligência e a todos os Mestres que se dispuseram a um convívio de dedicação e apoio. Ao SEBRAE, que possibilitou a realização do sonho de me tornar mestre. Aos meus companheiros, em reconhecimento à compreensão aos momentos roubados do nosso convívio durante a realização desse projeto. VI "Faça as coisas o mais simples que você puder, porém, não as mais simples" Albert Einstein VII Resumo Esta dissertação é uma pesquisa descritiva e relacional sobre o estresse ocupacional e estratégias de enfrentamento utilizadas pelos profissionais de tecnologia da informação no Brasil e correlações de acordo com o sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização. Esse trabalho teve como objetivo identificar os principais fatores estressores em profissionais de TI e as estratégias de enfrentamento mais utilizadas por estes profissionais. Ainda, a pesquisa teve como desafios validar se os profissionais de TI são realmente estressados e se as estratégias utilizadas pelos mesmos são eficazes contra o estresse. Participaram 307 profissionais de tecnologia da informação com idade variando entre 24 e 57 anos. Verificou-se que o principal fator estressor foi a sobrecarga de trabalho e a estratégia de enfrentamento mais utilizada foi a resolução de problemas. Os profissionais de TI apresentaram um nível moderado de estresse. As mulheres tiveram um índice de estresse similar aos homens e as mesmas utilizam mais o suporte social como estratégia de enfrentamento do que os homens. A atualização tecnológica se apresentou como o fator estressor menos relevante para a população pesquisada, demonstrando que a necessidade de atualização tecnológica já é algo natural para este profissionais. Os analistas de sistemas são os profissionais mais estressados frente a outros profissionais de TI. Os autônomos possuem um nível de estresse superior aos profissionais com carteira assinada, podendo, neste caso, ser alvo de uma futura pesquisa no sentido de validar a condição de instabilidade emocional devido a não existência de um vinculo empregatício. Os dados obtidos não revelaram um quadro preocupante no que tange estresse em uma classe ocupacional que exerce a função fundamental de sustentar todo um aparato tecnológico dentro das organizações, entretanto devido ao incremento da dependência dos profissionais de TI por parte das organizações e de sua sobrecarga de trabalho nas ultimas décadas, torna-se fundamental atenção por parte das organizações, principalmente através de políticas de recursos humanos e gerencia direta, para que este quadro não se altere de forma significativa, levando assim uma perda de qualidade de vida dentro das organizações e por conseqüência da eficiência organizacional. Palavras-chave: Estresse ocupacional. Profissional de TI. Estresse. VIII Abstract This dissertation is a descriptive and relational research about occupational stress and coping strategies used by information technology professionals in Brazil and correlations according to sex, marital status, age, length of service, activity, type of organization, type of relationship and organization size. This study aimed to identify the major stressors in IT professionals and the coping strategies utilized by these professionals. Still, the research was to validate if IT professionals are really stressed and the strategies they use are effective against stress. 307 information technology professionals, aged between 24 and 57 years, participated in the survey. It was found that the main stressor was workload and coping strategy used was to solve problems. IT professionals had a moderate level of stress. Women had a stress index similar to the men and they use more social support as a coping strategy than men. The technology upgrade is presented as the stressor less relevant for the study, demonstrating the need for technological upgrading is already a natural for this professional. System analysts are stressed professionals compared to other IT professionals. The level of stress was greater in the information technology professional with no formal contract, and in this case be the subject of future research in order to validate the condition of emotional instability due to lack of an employment contract. The data did not reveal a worrying picture in relation stress in an occupational class that performs the basic function of supporting an entire technological apparatus within organizations, however due to the increased reliance on IT professionals for organizations and their overhead work in recent decades, it becomes critical attention from the organizations, mainly through human resource policies and manages directly, so that this framework does not change significantly, thereby resulting in a loss of quality of life within organizations and consequence of organizational efficiency. Keywords: Occupational stress. IT Professional. Stress. IX SUMÁRIO 1. Introdução.......................................................................................................14 1.1 Contexto...................................................................................................................14 1.2 Problematização......................................................................................................16 2. 2.1 2.2 3. Objetivo ..........................................................................................................21 Objetivo Geral ........................................................................................................21 Objetivos Específicos..............................................................................................21 Organização do Trabalho ...............................................................................22 4. 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 Referencial Teórico.........................................................................................23 O Estresse ................................................................................................................23 Fatores estressores..................................................................................................32 Estresse Ocupacional..............................................................................................37 Estratégias de enfrentamento (coping) .................................................................48 O estresse e o profissional de TI ............................................................................58 5. Método............................................................................................................71 5.1 Caracterização da população pesquisada ............................................................71 5.2 Instrumentos ...........................................................................................................73 5.2.1 Avaliação do Estresse no Trabalho ..................................................................73 5.2.2 Avaliação das estratégias de enfrentamento no trabalho..................................74 5.2.3 Procedimentos de coleta de dados ....................................................................75 5.2.4 Análise dos dados .............................................................................................77 5.2.5 Amostra ............................................................................................................77 6. Resultados e discussão..................................................................................80 7. Conclusões e Recomendações ....................................................................117 8. Referências Bibliográficas ............................................................................124 ANEXO A – Questionário Fatores Estressores .............................................................137 ANEXO B – Questionário Estratégias de Enfrentamento............................................138 ANEXO C – Carta de apresentação dos questionários de pesquisa ............................142 ANEXO D – Questionário socioeconômico ....................................................................143 X LISTA DE FIGURAS Figura 1 - .................................................................................................................29 Figura 2 - .................................................................................................................51 XI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - .................................................................................................................76 Tabela 2 - .................................................................................................................79 Tabela 3 - .................................................................................................................80 Tabela 4 - .................................................................................................................86 Tabela 5a - ...............................................................................................................87 Tabela 5b - ...............................................................................................................88 Tabela 6a - ...............................................................................................................90 Tabela 6b - ...............................................................................................................92 Tabela 7a - ...............................................................................................................94 Tabela 7b - ...............................................................................................................95 Tabela 8a - ...............................................................................................................97 Tabela 8b - ...............................................................................................................99 Tabela 9a - .............................................................................................................101 Tabela 9b - .............................................................................................................103 Tabela 10a - ...........................................................................................................104 Tabela 10b - ...........................................................................................................107 Tabela 11a - ...........................................................................................................108 Tabela 11b - ...........................................................................................................110 Tabela 12a - ...........................................................................................................112 Tabela 12b - ...........................................................................................................114 XII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CPD TI SOFTEX Centro de Processamento de Dados Tecnologia da Informação Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro NASDAQ National Association of Securities Dealers Automated Quotations – Bolsa de valores tecnológica dos Estados Unidos da América. XIII 1. Introdução 1.1 Contexto De acordo com a SOFTEX (2009, p.31, p.47), organização responsável pelo programa do governo para promoção da excelência do software brasileiro, o número de empresas de software e serviços de tecnologia da informação vem crescendo a partir de 2003, a uma taxa média anual de 4,8%, tendo no ano de 2009 cerca de 67.851 empresas de TI (Tecnologia da Informação) e crescimento médio anual do numero de pessoas ocupadas de 12,6% com cerca de 540.000 profissionais de TI em 2009. Os profissionais de TI são os indivíduos responsáveis por dar sustentação a toda uma infra-estrutura tecnológica e sistemas de informação num mundo em redes. De acordo com Stair (2007), dentro da organização, o profissional de TI geralmente trabalha em um centro de tecnologia, o qual emprega desenvolvedores para a internet, programadores de computadores, analistas de sistemas, operadores de computadores, especialistas em redes e segurança da informação. Esse profissional também pode trabalhar em outros departamentos ou outras áreas funcionais oferecendo suporte. Além das habilidades técnicas, o profissional de TI também precisa de habilidades em comunicações verbais e escritas, de um entendimento das organizações no modo como elas operam e a capacidade de trabalhar com outras pessoas, os usuários dos sistemas de informação (STAIR, 2007). Sistemas de informação têm um papel importante nos negócios e na sociedade atual, podendo ter um grande impacto na estratégia corporativa e no sucesso organizacional das empresas (O´BRIEN, 2001). No contexto das organizações de trabalho, Drucker (1999) chama de “Sociedade do Conhecimento”, a internacionalização dos mercados, as pressões por produtividade e a 14 competitividade que as empresas e os trabalhadores vêm sofrendo tendo como conseqüência exigências cada vez maiores por produtividade, iniciativa e conhecimento dos profissionais. Neste sentido, Cacazotte (2009) cita que nas últimas décadas, a função de TI nas organizações teve um crescimento rápido, impulsionado pela intensa competição. Esse crescimento criou uma demanda por profissionais de TI mais especializados e com atribuições mais complexas. Ainda, foi solicitado ao profissional de TI que interagisse com pessoas de fora do departamento de sistemas de informação, possivelmente com culturas e expectativas diferentes dos seus. Corroborando, Gorz (1995) indica que o nível cada vez mais elevado de informatização cria uma demanda por profissionais especializados, sobretudo os da área da Tecnologia da Informação, que cotidianamente lidam com novos produtos. Estes profissionais convivem com constantes alterações de ambiente tendo como conseqüência a necessidade de uma constante atualização tecnológica. Moore (2000) cita que um dos grandes motivos para a rotatividade de profissionais de TI nas organizações é devido ao esgotamento dos mesmos, catalisado pelas constantes mudanças da tecnologia e pressão por resultados. De acordo com Agarwal e Ferratt (2000), a capacidade de reter uma competente equipe técnica de TI tem sido reconhecida como um fator crítico para uma organização na realização dos seus objetivos estratégicos. Corroborando, Fontes (2006) e O´Brian (2004) citam que o profissional de TI já é considerado peçachave dentro das empresas, pois deve estar atento à autenticidade, disponibilidade e segurança da informação para que as mesmas estejam sempre disponíveis no tempo certo, em qualquer circunstância, a quem precisar delas. 15 Sem horários específicos, trabalhando em ambientes de criticidade onde a informação não pode ser perdida, os profissionais de TI estão sujeitos a condições de trabalho diferenciadas, com uma carga horária excessiva em um ambiente de pressão, o que pode levar a tensões e problemas advindos do exercício da atividade profissional. As exigências organizacionais feitas a esses profissionais, decorrentes da dinâmica das transformações no mundo moderno e da necessidade de se ter as informações seguras e disponíveis 24 horas por dia, parecem ter levado ao aumento da carga de trabalho. Ter um maior envolvimento com o trabalho e com a organização, seja para entender, decidir, agir ou responder às demandas diárias, ficando absorvido (física e psicologicamente) de forma integral pela organização em decorrência da complexidade, da diversidade e da dinâmica do mundo organizacional, parece ser uma realidade para o profissional de TI (LAUDON e LAUDON, 1996). Todas essas características levam a crer que vários fatores, como excesso de trabalho, medo de obsolescência, pressão por resultados e outros possam estar gerando estresse nos profissionais de TI. Assim, tendo em vista o papel que o profissional de TI vem assumindo dentro das organizações, surgiu o desafio de investigar o fenômeno do estresse nestes profissionais nos dias atuais e, em situações dessa natureza, as diferentes estratégias de enfrentamento utilizadas pelos mesmos. 1.2 Problematização Nas ultimas três décadas, a proliferação dos computadores e sistemas de informação dentro das organizações tem gerado uma alta demanda por profissionais de tecnologia da informação e no mesmo período, o estresse nos profissionais de 16 tecnologia da informação tem sido estudado em vários países, objetivando compreender o fenômeno nestes profissionais e combater seus malefícios. De acordo com Conti (2010), o lançamento na década de 80 dos computadores pessoais transformou o mundo da informática, pois o poder de processar dados eletronicamente passou a não ficar restrito aos Centros de Processamento de Dados (CPDs) de empresas e universidades, ficando também disponível para as pessoas comuns, os usuários domésticos. Paralelamente, pequenas empresas puderam se informatizar, sem os altos custos dos computadores centrais (os "mainframes"), da manutenção de salas especiais para CPD, e de todo o pessoal necessário. Neste mesmo período, alguns pesquisadores já se preocupavam em estudar o estresse nos profissionais de tecnologia da informação. Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), realizaram uma pesquisa que tinha como objetivo verificar o sentimento do estresse percebido pelos profissionais de TI nos Estados Unidos e os principais fatores que geravam estresse nestes profissionais. Segundo estes autores, questões que diziam respeito à estresse, comportamento e atitudes associadas com a área de tecnologia da informação precisavam ser respondidas para aqueles que consideravam trabalhar na área e para aqueles que já trabalhavam. Ainda, segundo Ivancevich, Napier, e Wetherbe, com base em evidências cientificas, as organizações poderiam criar programas de motivação e de enfrentamento para minimizar os efeitos negativos do estresse como exemplo, dor de cabeça, irritabilidade, depressão, tensão, fadiga severa e doenças psicossomáticas, como indisposição do estômago (COHEN, 1984). A pesquisa realizada neste período trouxe como dado relevante que a principal fonte de estresse era devido a problemas de comunicação interna. A pressão do tempo e sobrecarga de trabalho 17 foi a terceira fonte de estresse levantada, o que ao longo das próximas décadas, apresentou-se como a principal fonte de estresse nos profissionais de TI. O número de pesquisas sobre o estresse ocupacional em profissionais de TI tomou força a partir da década de 90. Uma das hipóteses seria devido ao inicio da massificação do uso dos microcomputadores dentro das organizações, o que gerou uma demanda crescente por estes profissionais e a internet, que pode ter elevado a necessidade do profissional de TI ser mais atuante e disponível. Segundo Conti (2010), no final de 1992 só haviam 50 web sites no mundo inteiro e em 2008 o Google já indexava cerca de 1 trilhão de páginas web. Em 1999 a população usuária de internet no mundo ultrapassava 250 milhões de pessoas e o Brasil já contava com 2.2 milhões de internautas. Já neste período, o artigo da Information Week citava um programador de sistemas descrevendo sua situação de trabalho: Você deverá manter o seu beep e fazer-se disponível nos finais de semana, caso haja um problema. Mesmo quando você está saindo para férias, o patrão dizia "Deixe-nos o seu número no caso de algo surgir (MCGEE, 1996). O que na década de 80 não se tinha evidenciado como fator estressor principal, Li e Shani (1991), Lim e Teo (1999) e Kaluzniacky (1999) identificaram em suas pesquisas, que o principal fator gerador de estresse era a sobrecarga de trabalho, o que começa a ser peculiar em pesquisas cientificas, a partir desta década, e um indicativo que a pressão sobre estes profissionais estava aumentando. Segundo Conti (2010), em 2000, o número de computadores pessoais em todo o mundo chegou a 500 milhões e a chamada "bolha da internet" teve seu ápice. Em março a bolsa eletrônica Nasdaq atingiu pontuação recorde de 5.048,62 pontos e depois, entrou em queda que chegou a 74% em 30 meses. O valor das ações das empresas de tecnologia caiu fortemente em mercados de todo o planeta, 18 ocasionando falências e demissão de milhares de profissionais de TI. No final da década de 90 e inicio do ano 2000, milhões de profissionais de TI em todo mundo, trabalharam em incontáveis programas de computadores buscando falhas em suas lógicas no intuito de evitar o “bug do milênio”, o qual faria com que o computador confundiria os dois últimos algarismos do ano 2000 com os do ano 1900, provocando problemas de diversos tipos e prejuízos calculados em US$600 bilhões (LEAL, GOUVEIA, 2002). Em 2001 ocorreu atentado ao edifício World Trade Center, "WTC", em Nova York, em 11 de setembro, provocando recorde de "audiência" na web. Em 23 de junho de 2008, um estudo do órgão de pesquisas Gartner informou que o número de computadores pessoais em uso no mundo superou um bilhão de unidades e em 2009, apenas o Brasil já possuía 64,8 milhões de internautas com mais de 16 anos. Neste período, Mc-Gee, Khirallah e Lodge (2000) citavam que existiam alguns indícios que confirmavam que os profissionais de TI eram geralmente sobrecarregados e em um artigo publicado no The Economic Times / India Times (4 Set, 2007) referente a uma pesquisa realizada com 4.000 trabalhadores de Tecnologia da Informação pela People Health, foram encontrados altos níveis de estresse, uma quase inexistente vida social e um aumento significativo de riscos à saúde. A pesquisa revelava ainda que era alarmante o aumento do alcoolismo neste segmento ocupacional. (KRISHNAMURTHY G., 2007). Em maio de 2006, em uma pesquisa realizada na Irlanda, foi demonstrado que os profissionais de TI sofriam mais com estresse do que os especialistas de qualquer outra atividade: 97% dos profissionais de TI consideravam seu trabalho estressante (REGGIANI, 2006). 19 Ainda, alguns pontos são relevantes dentro do contexto do estresse nos profissionais de TI. Um deles diz respeito a idéia, corroborada por alguns pesquisadores como Lim e Teo (1999), Rocha e Ribeiro (2001) e Rinaldi (2007), que a profissional do sexo feminino é mais estressada do que o profissional do sexo masculino devido a sobreposição de papéis (casa e trabalho). Será que esta afirmação é realmente verdadeira? Ainda, uma crença tão frequentemente confirmada, pelo senso comum, é que os profissionais que trabalham em órgãos públicos tem um nível de estresse menor do que os que trabalham para a iniciativa privada, devido a questão da estabilidade do emprego. Outras perguntas motivadoras desta investigação merecem destaque: A quantidade de trabalho ainda é o principal fator gerador de estresse para o profissional de TI ou o medo da obsolescência tecnológica e por conseqüência de estar fora do mercado de trabalho? Ao longo destas ultimas três décadas vários foram os estudos que explicitaram os principais fatores estressores que afligiam os profissionais de TI, bem como o crescente aumento do nível de estresse devido a estes fatores. A presente pesquisa, teve como um dos seus principais desafios, ratificar ou retificar estes estudos, tendo como conjuntura o inicio de uma nova década (2010), e como inquietude do pesquisador, o que estressa os profissionais de TI hoje e como os mesmos lidam com o estresse. Estas questões mostram a importância do estudo do estresse e das estratégias de enfrentamento para a melhoria da qualidade de vida do profissional de TI no trabalho. Espera-se que a partir dessa pesquisa, os profissionais de TI, de posse de informações sobre o estresse, estratégias de enfrentamento e suas relações tenham mais condições de compreender o contexto do fenômeno e buscar dentro de si e ao 20 seu redor formas para mitigar os efeitos nocivos do mesmo. Da mesma forma, espera-se que as organizações possam, de pose das informações sobre o fenômeno do estresse, estratégias de enfrentamento e suas correlações de acordo com o sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização, disponibilizar recursos e mecanismos para minimizar seus efeitos sobre seus profissionais de TI e desta forma possibilitar que os mesmos contribuam ainda mais para os resultados corporativos. 2. Objetivo 2.1 Objetivo Geral Investigar o estresse nos profissionais de tecnologia da informação dentro das organizações enfatizando como este profissional percebe e lida com o fenômeno no inicio de uma nova década (2010), o nível de estresse e se as estratégias de enfrentamento utilizadas foram eficientes em sua regulação. 2.2 Objetivos Específicos a) Definir estresse, fatores estressores, estresse ocupacional e estratégias de enfrentamento. b) Identificar os principais fatores estressores percebidos pelos profissionais de TI, a partir da Escala de Estresse no Trabalho (EET) de Paschoal e Tamayo (2004) bem como quais as estratégias de enfrentamento mais utilizadas por estes profissionais, a partir do Inventário de Estratégias de Coping (LAZARUS e FOLKMAN, 1984). 21 c) Verificar se o nível de estresse dos profissionais pesquisados pode ser considerado alto, ou seja, se os profissionais de TI são realmente estressados. d) Verificar a relação entre estresse e estratégias de enfrentamento entre profissionais que atuam na área de TI. e) Verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização sobre o estresse e as estratégias de enfrentamento. 3. Organização do Trabalho Este trabalho está divido em 7 Capítulos distribuídos da seguinte maneira: O Capítulo 1 refere-se a contextualização e a problematização, o capítulo 2 diz respeito ao objetivo geral e específicos e o capítulo 3 explicita como os capítulos foram organizados. No Capítulo 4 estão os aspectos históricos, a evolução conceitual e os conceitos de estresse, fatores estressores, estresse ocupacional e estratégias de enfrentamento. Em seguida, no Capítulo 5 está descrito o método da pesquisa, a população e amostra, os instrumentos, o procedimento para coleta de dados e o procedimento para análise de dados. Os resultados e discussão estão no Capítulo 6, com as análises sobre os fatores estressores e estratégias de enfrentamento utilizadas pelos profissionais de TI. E, no Capítulo 7 são apresentadas as considerações finais e recomendações. 22 4. Referencial Teórico 4.1 O Estresse Neste Capítulo apresentam-se o conceito de estresse, sua evolução, seus modelos de estudo e suas fases. Pretende-se, a partir desta seção, pontuar a evolução do tema e os impactos do estresse na vida do profissional da área de tecnologia da informação. As primeiras menções à palavra estresse significando aflição e adversidade datam do século XIV (Lazarus e Lazarus, 1994 apud Lipp, 1996). De acordo com Cooper, Cooper e Eaker (1988) e Arnold, Robertson e Cooper (1995), estresse é uma palavra derivada do latim stringere, que significa tração apertada, ou seja, “espremer”. Cooper, Cooper e Eaker (1988) acrescentam que o termo estresse seja utilizado desde o século XVII para indicar “fadiga” ou “aflição”. Segundo Filgueiras e Hippert (1999), a palavra estresse teve sua origem no termo inglês “Stress”, que tem sua origem na mecânica como uma força exercida sobre um corpo que tende a se deformar. De acordo com Lipp (1996), em torno do século XVII, estudos no campo da engenharia destacavam que a seleção dos materiais para construção de obras como pontes, edificações e outros, deveriam levar em conta as características das cargas que estes materiais tinham condições de suportar. Neste sentido, foi criada a analogia com o ser humano, pois cada pessoa também consegue lidar com uma carga de pressão. Em 1925, o austríaco Hans Selye, ainda estudante de medicina, chegou à conclusão que “a maioria das perturbações registradas era aparentemente comum a muitas e, talvez, a todas as doenças” (BACCARO, 1998, pág. 24). Conforme Lipp 23 (1996a) foi Selye que utilizou a palavra estresse pela primeira vez, em 1936, com base em observações que vinha fazendo desde a década de vinte, quando passou a identificar sintomas semelhantes, como hipertensão, desânimo e fadiga em pacientes que sofriam de diferentes doenças, sintomas estes que não decorriam de tais doenças, e que muitas vezes apareciam em pessoas que não estavam doentes. De acordo com Lipp (2003a), Selye foi influenciado pelas descobertas de dois fisiologistas. Um deles foi Claude Bernard. Bernard (1879) sugeriu que o ambiente interno dos organismos deve permanecer constante, apesar das mudanças no ambiente externo. O outro foi Walter B. Cannon. Cannon (1926) sugeriu o termo homeostase como um processo através do qual um organismo mantém as condições internas constantes necessárias para a vida. À luz do conceito da homeostase, Selye conceituou estresse como uma quebra nesse equilíbrio (homeostase). Já Benevides-Pereira (2002) refere-se à distinção entre estímulos estressores e estresse, sendo que o primeiro é considerado como um agente ou elemento, que interfere no equilíbrio homeostático, podendo ser de caráter físico, cognitivo ou emocional. Enquanto que o estresse é a resposta a esse estímulo, tendo como função o ajustamento da homeostase, garantindo a sobrevivência. Lipp (2003a) por sua vez, destaca que ora o estresse é descrito como um estímulo que gera uma quebra na homeostase, ora é descrito como uma resposta comportamental criada por tal desequilíbrio. Limongi-França e Rodrigues (2005, p. 32 e 33) destacam ainda que o estresse possa ser visto em duas vertentes: como processo e como estado. “O estresse como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou 24 conquista. O estresse como estado é o resultado positivo (eutress) ou negativo (distress) da tensão realizada pela pessoa”. Os termos eutress e distress foram definidos por Selyes (1965). O mesmo conceituou o eustress como o nível positivo de estresse. Podemos pensar em uma situação onde existe uma relativa tensão, mas com equilíbrio entre esforço, tempo, capacidade para a realização e resultados e onde ainda existe motivação e satisfação para a realização de uma tarefa. O processo negativo, caracterizado por situações aflitivas, de constante estresse é denominado distress. O distress pode ser agudo, quando é intenso, mas por breve período, como a notícia da morte de um parente próximo, recebimento da noticia de uma doença como câncer ou demissão e crônico, quando não é tão intenso, mas ocorre constantemente como as situações tensas no ambiente de trabalho ou a preocupação com dívidas que não se sabe como pagar, entre outros. Corroborando, Benevides-Pereira (2002) cita que o estresse não necessariamente é um processo patológico, pois possui caráter positivo, o denominado eustress, quando os estressores são leves e controláveis, proporcionando crescimento, prazer, motivação, desenvolvimento emocional e intelectual. Mas quando o estressor ultrapassa um determinado limite de tensão é conhecido como distress, com caráter negativo, prejudicando o desempenho pessoal, social e profissional. Segundo Mendes e Leite (2004), o eustress ocorre em situações excitantes no cotidiano, geralmente situações inesperadas, que são percebidas como um desafio. Esse tipo de estresse incorre em um menor risco de adoecer. Já o distress é geralmente causado por situações que fogem ao controle e são percebidas como uma ameaça. 25 Estímulos estressores externos, como as pressões do trabalho (pressão por resultado, excesso de trabalho, uma promoção para um cargo gerencial, medo do desemprego), na família (casamento, pais, filhos), doenças, medo de assalto, trânsito, medo de fechar a empresa e os estressores internos como valores, crenças, retidão ou não do caráter, pensamentos, emoções, as formas de interpretar cada situação, entre outros, podem ser causas do estresse. Mota et al. (2006) ressaltam ainda que para o indivíduo desenvolver o processo de estresse não necessariamente precisa existir o agente estressor externo, pois, muitas vezes, as pessoas se antecipam à ocorrência do fato, o que leva a vivenciar ou sofrer prematuramente as reações do estresse. Lazarus e Folkman (1984) definem o estresse como um relacionamento particular entre a pessoa e o ambiente, que pode estar sendo avaliado pela pessoa como sobrecarregado ou excedendo seus recursos, o que implica em risco ao seu bem estar. Ainda estes autores definem uma pessoa com estresse quando esta percebe necessitar de mais recursos do que ela própria dispõe para enfrentar uma situação de estresse. Neste caso, é a percepção que vai determinar o grau do estresse. Nesta linha, Limongi-França e Rodrigues (2005) entendem que o estresse não é apenas uma reação do organismo, pois envolve uma relação entre o indivíduo, seu ambiente e as situações às quais estão fora de controle, sendo percebido pela pessoa como uma ameaça ou ainda como algo que exige dela mais que suas próprias capacidades ou recursos, colocando em risco seu bem-estar. A resposta a um mesmo evento estressor pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da percepção do estímulo pelo indivíduo e da avaliação cognitiva que realiza sobre a situação estressante, bem como sobre seus recursos para lidar com 26 essa situação (REGEHR, HEMSWORTH e HILL, 2001). Assim, não é a gravidade do evento per se que determina diretamente a resposta do indivíduo, mas a avaliação que cada pessoa faz do estímulo estressor (FELSTEN, 2002; RUITTER, 1987). Ainda, Lazarus (1990) aponta que o que é estressante para um indivíduo em determinado momento pode não ser para outro indivíduo ou para esse mesmo indivíduo em outro momento, dependendo da percepção individual e de aspectos contextuais. Um evento, como uma promoção, para um determinado individuo pode ser motivo para desencadear um processo de estresse enquanto para outro individuo pode ser um fator estimulante. É importante aqui uma distinção entre pressão e estresse, pois podem parecer sinônimos. De acordo com Albrecht (1990), a pressão está na situação enquanto o estresse está na pessoa. Cada indivíduo pode ter um ponto de vista diferente do outro na observação do mesmo evento. Segundo Selye (1956), o estresse é parte natural do funcionamento humano, enquanto que a pressão é normal da interação entre as pessoas. Ainda, segundo Arroba e James (1988, p.13), "todos nós temos um limite certo para suportar a pressão. Quando ela não está no nível favorável, o resultado é o estresse". Os autores destacam que o estresse ocorre nos dois extremos, ou seja, quando existe uma pressão muito grande e quando existe uma pequena pressão ou inexiste, levando assim o individuo a construir um quadro de ansiedade, medo, frustração, entre outros. Para Couto (1987), o estresse de monotonia é decorrente do baixo nível de estimulação do indivíduo, uma vez que a demanda do ambiente é inferior à capacidade de realização do mesmo. 27 Para McCormick (1997, p.90), "o estresse é um estado de tensão, ansiedade ou pressão vivido pela pessoa. Pode ser descrito ainda como estado de apreensão, agitação, frustração, irritação, medo, desconforto mental e infelicidade". O estresse pode se apresentar em três ou quatro fases. Segundo Selye (1965), quando uma pessoa se confronta com um estímulo agressor, no caso estressor, o corpo reage. Essa reação se dá em três fases: alerta, resistência e exaustão. Lipp (2003a) propôs uma quarta fase que recebeu o nome de quase-exaustão. Esta fase se encontra entre a de resistência e a de exaustão. Desta forma o modelo de Lipp é uma ampliação dos estudos de Selye. O estresse tem inicio na fase de alerta, quando a pessoa defronta-se com uma situação estressora. Silva (2000) aponta que a primeira reação do organismo é uma descarga de adrenalina, sendo que os órgãos do aparelho circulatório e respiratório são os mais afetados. A função da adrenalina no aparelho circulatório é o de promover a aceleração dos batimentos cardíacos, taquicardia e diminuição do tamanho dos vasos sangüíneos periféricos, fazendo com que o sangue circule mais rápido para uma melhor oxigenação, especialmente, dos músculos e do cérebro, o que diminui sangramentos em caso de ferimentos superficiais. Enquanto que no aparelho respiratório, a adrenalina proporciona a dilatação dos brônquios, aumentando os movimentos respiratórios, com o intuito de haver maior captação de oxigênio, o qual será transportado de forma mais rápida pelo sistema circulatório. Este fator dá energia ao organismo, desde os primórdios, preparando o individuo para lutar ou fugir. A fase de alerta faz parte do cotidiano da grande maioria das pessoas, pois a todo instante deparam com algum tipo de estressor, tanto interno (nossas emoções, pensamentos, valores, entre outros), quanto externos (trabalho, assalto, parentes, 28 filhos, entre outros). A fase de alerta leva os indivíduos a ficarem em estado de prontidão e pode gerar taquicardia, alteração da pressão arterial, sudorese, boca seca, mãos e pés frios, mudanças de apetite, insônia, diarréia passageira, entre outros. Nesta fase, dentro dos ambientes corporativos, os profissionais apresentam incremento de motivação, entusiasmo e muita energia para enfrentar os desafios. Segundo Lipp (2004b), nessa fase sempre acontece uma quebra na homeostase, pois o esforço gasto tem como objetivo o enfrentamento da situação que traz ameaça ao individuo. O estresse pode ser visto aqui, como uma resposta do organismo visando sua sobrevivência frente a um estressor. Se a pessoa, ao perceber que o agente estressor é inofensivo, frente as suas possibilidades de enfrentamento, o organismo retorna ao estado inicial da homeostase, mas se isto não acontece e o desafio ou o perigo persiste, tem-se inicio a fase da resistência. Na segunda fase, ocorre um aumento na capacidade de resistência, pois o organismo tenta restabelecer o equilíbrio interno (homeostase), utilizando toda a energia adaptativa. A pessoa também pode apresentar cansaço injustificado, problemas com a memória, sensação de desgaste e irritabilidade (BENEVIDES - PEREIRA, 2002; LIPP, 2003a). Permanecendo os estímulos estressores, acontece a fase de quaseexaustão. Segundo Lipp (2000 e 2003a), a fase de quase-exaustão é caracterizada pelo início do processo de adoecimento, pois há um enfraquecimento do sistema imunológico e as defesas do organismo começam a ceder. O indivíduo não consegue se adaptar ou resistir ao estressor. 29 É notória uma oscilação entre momentos de bem-estar e desconforto, cansaço e ansiedade, havendo grandes dificuldades do organismo para restabelecer a homeostase interna, dando início à quarta fase do estresse, a exaustão. A fase de exaustão, ou ultima fase, há uma quebra total da resistência. O organismo esgota a energia de adaptação, há um aumento das estruturas linfáticas, ocasionando exaustão psicológica em forma de depressão e exaustão física em forma de doenças como úlceras, aumento da pressão arterial, problemas cardíacos, dermatológicos, sexuais, câncer ou ainda pode levar o indivíduo à morte (LIPP, 2003a, 2004b). Conforme cita Lipp (2004), nos dois modelos o estresse é tratado como um processo que se desenvolve em etapas ou fases. Estas fases podem ser temporárias e de intensidade variável. O desempenho máximo de um indivíduo é atingido na fase de resistência, quando são mobilizadas todas as suas energias de reserva. É o ponto de maior resistência do organismo, conforme Figura 1. Dessa forma, o indivíduo fica sem energia para momentos futuros e, logo em seguida, vem à quebra do organismo, pois o mesmo fica destituído de defesas. De acordo com Lipp (2004), o nível ideal de estresse é o ponto anterior ao ponto máximo de estresse e de produtividade, que está muito próximo de evoluir para as fases mais avançadas, em que a produtividade e a saúde do indivíduo são afetadas pelo estresse excessivo. No estágio de exaustão doenças muito sérias podem surgir. CAPRA (1997) destaca que as doenças crônicas e degenerativas, altamente evidenciadas atualmente, são as causas principais de morte e incapacidade e que estão ligadas ao estresse em excesso. 30 Figura 1 – Relação entre as fases do estresse e os níveis de produtividade Fonte: Lipp (2004, p. 22) Embora a palavra estresse esteja atualmente carregada de certo negativismo, o fenômeno não é uma reação nova exclusiva dos tempos modernos, mas um mecanismo de defesa do ser humano, como uma forma de garantir a sobrevivência (MENDES e LEITE, 2004). Atualmente, sabe-se que o estresse não é bom, nem ruim. É um recurso importante para se enfrentar as diferentes situações da vida quotidiana. A resposta ao estresse é ativada pelo organismo com o objetivo de mobilizar recursos que possibilitem às pessoas enfrentarem as mais variadas situações (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2002). É importante destacar, além do conceito de estresse, definido nesta pesquisa como um relacionamento particular entre a pessoa e o ambiente, que pode estar sendo avaliado pela pessoa como sobrecarregado ou excedendo seus recursos, o que implica em risco ao seu bem estar (LAZARUS e FOLKMAN, 1984), a definição de fatores estressores. Segundo Lipp (1996), tudo o que cause a quebra da 31 homeostase interna, ou seja, que exija alguma adaptação pode ser chamado de um estressor. Fatos que envolvem adaptação a mudanças, sejam eles positivos ou negativos, constituem-se em estressores importantes, pois o individuo necessitará despender energia adaptativa para poder lidar com estes eventos. 4.2 Fatores estressores Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre fatores estressores em um aspecto geral e sua relação com o estresse. Eventos relevantes na vida de um individuo, como por exemplo, começar um novo emprego, casamento, separação, morte, nascimento de filho, doenças graves entre outros podem ser considerados fatores que causam estresse nos indivíduos. Neste sentido, avaliar a incidência destes eventos pode ser uma forma de tomar conhecimento da freqüência com que determinada pessoa desencadeia uma resposta de estresse (MARGIS et al., 2003). Segundo Santos (1995), um único estressor não poderá levar o indivíduo ao estresse, mas sim a combinação e o acúmulo de vários agentes. Zakir (2001) aponta que, quanto maior forem à intensidade, a freqüência e o tempo de duração dos estressores, maior a probabilidade de se desenvolverem reações de estresse. Além dos grandes eventos da vida, os acontecimentos diários de menor impacto, tais como esperar em filas, barulhos, engarrafamentos, também são considerados causadores de estresse. Esses acontecimentos diários, quando se manifestam de uma forma freqüente, podem gerar respostas psicológicas e fisiológicas mais intensas do que os grandes eventos (MARGIS et al., 2003). Ainda, a globalização da economia, aumento da sofisticação tecnológica, aumento do número de informações, ambiente de trabalho altamente competitivo, transitoriedade do emprego, entre outros são fatores que vêm afetando o bem-estar 32 físico e mental dos trabalhadores. Estes fatores podem gerar um aumento da insegurança, ansiedade e elevação dos níveis de estresse dos indivíduos (CARLOTTO e GOBBI, 1999; LAUTERT, CHAVES e MOURA, 1999). Nas ultimas décadas, o fenômeno estresse tem sido estudado sob vários prismas. Nestes estudos, o estresse tem sido entendido e conceituado como estímulo, resposta e interação (LAUTERT, CHAVES e MOURA, 1999). O conceito de estímulo foi desenvolvido a partir do princípio de forças externas que produzem alterações transitórias ou permanentes sobre os indivíduos. Essas forças referem-se a eventos denominados estressores, que podem ser considerados como ameaçadores para o indivíduo (SELYE, 1965). A seguir, o fenômeno do estresse passou a ser considerado uma resposta (fisiológica, cognitiva ou motora) do indivíduo ante um determinado estímulo estressor. Nas pesquisas realizadas a partir da década de 1980, o fenômeno do estresse passou a ser conceituado sob a perspectiva da interação psicológica e idiossincrática (MOOS,1990), onde um evento é estressante na medida em que o indivíduo o percebe e valora como tal. Segundo Lipp (1984), o estresse pode ser originado de fontes externas e internas. As fontes internas estão relacionadas com a maneira de ser do indivíduo, tipo de personalidade e seu modo típico de reagir à vida. Muitas vezes, não é o acontecimento em si que possa ser estressante, mas a maneira como é interpretado pela pessoa. Ainda segundo Lipp (2003), “valores muito rígidos, culpas indevidas, percepções enviesadas por experiências passadas, competição, incertezas, pressa, perfeccionismo, mágoas antigas e expectativas exageradas para si e para os outros estão entre as causas mais comuns do estresse”. As externas independem do modo 33 de funcionamento do individuo e podem estar relacionadas a uma mudança de emprego, acidentes ou qualquer outro evento que ocorra fora do corpo e da mente da pessoa (LIPP, 1996). Na mesma linha, Domingos et al (1996) citam que em geral são duas as fontes de estresse, denominadas estressores, sendo classificadas como externas ou internas. As externas são eventos que ocorrem na vida das pessoas, tais como morte, casamento, mudança de emprego, entre outros, já as fontes internas estão relacionadas ao mundo interno do indivíduo, como por exemplo, crenças, valores e padrões comportamentais. Em relação às fontes internas, Friedman e Rosenman (1974) propuseram duas categorias de personalidade: • Tipo A é mais propenso ao estresse, pois compreendem indivíduos, apressados, impacientes, competitivos, perfeccionistas e ansiosos. Estes indivíduos levam a vida em um ritmo acelerado e se sentem culpados quando relaxam; • Tipo B diz respeito aos indivíduos que não têm a necessidade de impressionar os outros e que são capazes de trabalhar com mais calma e tranqüilidade, relaxam sem sentir culpa, e não sofrem devido ao sentimento de impaciência ou do senso de urgência. Neste sentido, os mesmos são menos propensos ao estresse. Em uma área de Tecnologia da Informação é normal a coexistência de pessoas dos dois tipos. Não é raro indivíduos do Tipo A pressionar os indivíduos do Tipo B para que executem mais tarefas, cada vez mais rápidas e sem erros. Este posicionamento pode gerar estresse nos indivíduos do Tipo B. Corroborando, Lipp 34 (2003) cita que “uma das mais importantes fontes de estresse para a pessoa do tipo B é um tipo A”. Ainda, segundo Rosenman (1996) os indivíduos do tipo A enfrentam as mudanças do ambiente com impaciência, agressividade e competitividade, com comportamentos característicos como agilidade, tensões musculares, estilo vocal apressado e enfático, além de respostas emocionais como irritação. Friedman e Rosenman (1974) destacam ainda que os indivíduos do tipo A não possuem certeza absoluta de seu valor e de suas deficiências, ao contrário do tipo B, que consegue perceber as suas virtudes e se conformam com as próprias limitações. O Tipo A está à procura de maiores metas, mais horas trabalhadas e na aquisição de mais bens materiais. O indivíduo que apresenta características do tipo A normalmente vivencia o estresse de forma intensa quando submetido a aspirações profissionais não atendidas, mais especificamente quando preterido, quando exposto a convivência com pessoas do Tipo B que são consideradas pelo Tipo A como ineficientes e lentas e na crise de meia-idade, quando faz questionamentos de valores que foram esquecidos por causa da ânsia de trabalhar e realizar. Rosch (2005) acredita que as pessoas do Tipo A se tornam dependentes dos picos de secreções hormonais relacionadas ao estresse e, quando privados de tais estímulos, podem se tornar irritáveis e deprimidos. Finalmente, a forma de ser dos indivíduos do tipo A nem sempre leva a bons resultados, como ressalta Rio (1995). As ações destes indivíduos, muitas vezes precipitadas e sem reflexões sobre qualidade e estratégia, bloqueiam o acesso a excelência, ou seja, produzem mais agitação comportamental do que resultados eficazes (RIO, 1995). 35 De acordo com Lida (1993), as causas do estresse são variadas e possuem efeito cumulativo. As exigências físicas ou mentais que excedem a capacidade do individuo pode provocar estresse, mas este pode incidir fortemente naqueles indivíduos já afetados, devido a conflitos no trabalho ou até mesmo devido a um problema doméstico. De acordo com Fiamoncini et al (2003) as várias causas do estresse são: • Pressão para manter a produção, responsabilidade, conflitos e outras fontes de insatisfação no trabalho; • O estresse decorre de uma percepção individual da sua capacidade em atender a demanda do trabalho ou terminá-lo dentro de um prazo acordado; • Condições desfavoráveis, projeto inadequados de posto de trabalho, obrigando a manter uma postura inadequada; • Comportamentos dos chefes e supervisores que podem ser demasiadamente exigentes e críticos, além das questões do salário, carreira, horários de trabalho, horas extras e turnos; • Questões de dinheiro, e a forte pressão exercida pela sociedade de consumo são elementos de freqüentes preocupações. Como visto várias são as fontes que podem gerar estresse no cotidiano dos indivíduos, tanto no mundo corporativo quanto pessoal. A partir da década de 90, houve um incremento na quantidade de pesquisas relacionadas ao fenômeno do estresse, nas organizações. O motivo principal para o incremento destas pesquisas tem relação com o impacto negativo que este fenômeno trouxe para a saúde e bem estar dos empregados e por conseqüência para a produtividade corporativa. 36 4.3 Estresse Ocupacional Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre o estresse ocupacional. Pretendem-se ainda explicitar fatores estressores presentes no cotidiano das organizações. Na economia, o impacto negativo do fenômeno estresse tem sido estimado com base na suposição e nos achados de que trabalhadores estressados diminuem seu desempenho e aumentam os custos das organizações com problemas de saúde, com o aumento do absenteísmo (falta ao trabalho), da rotatividade e do número de acidentes no local de trabalho (JEX, 1998). Morris (2003) destaca que em pesquisa publicada pela Reuters foi demonstrado que o custo do estresse para a indústria americana foi de 300 bilhões de dólares ao ano, com impacto negativo na produtividade dos empregados, além de conseqüência na saúde e custo com tratamentos. Cox (1987) afirma que o estresse ocupacional é definido pela percepção do trabalhador em relação às demandas existentes no ambiente de trabalho e de sua capacidade e/ou recursos para enfrentá-las. À luz desta afirmação pode-se deduzir que o estresse ocupacional tem relação com a forma de ser de cada individuo e neste sentido é pessoal. Um sistema que apresenta erros de programação pode ser considerado altamente estressante para um analista de sistemas, devido a um grande número de reclamações, enquanto para outro analista não. Corroborando com esta afirmação, Lazarus (1995) e Lazarus e Folkman (1984), indicam que a simples presença de eventos que podem se constituir como estressores em determinado contexto, no qual o indivíduo esteja inserido, não caracteriza um fenômeno de estresse. Para que isto ocorra, é necessário que o 37 indivíduo perceba e avalie os eventos como estressores, o que quer dizer que fatores cognitivos têm um papel central no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as respostas do indivíduo a eles. A existência de um evento potencialmente estressor na organização não quer dizer que ele será percebido desta forma pelo indivíduo. Ainda, Lazarus (1995) cita que o estresse ocupacional acontece quando o indivíduo percebe as demandas do trabalho como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui. Por exemplo, enquanto um programador de computador pode estar estressado pelo excesso de sistemas para serem entregues, outro pode não perceber este excesso de demanda como prejudicial naquele momento, mas sim como um fator motivacional. Kahn e Byosiere (1992) concordam que a percepção do indivíduo é fundamental para a avaliação de demandas organizacionais como estressores. As fontes de tensão e de estresse são mediadas pelas diferenças próprias a cada indivíduo, ou seja, em uma mesma situação de trabalho, elementos negativos e estressantes não atingem de forma homogênea todas as pessoas (MORAES et al., 1995). De acordo com Jex (1998), as definições de estresse ocupacional dividem-se de acordo com três aspectos: (1) estímulos estressores; (2) respostas aos eventos estressores; (3) estímulos estressores-respostas. Quando são focalizados os estímulos estressores, o estresse ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem respostas adaptativas por parte do empregado e que excedem a sua habilidade de enfrentamento (coping). Estes estímulos são frequentemente chamados de estressores organizacionais. 38 Quando são focalizadas as respostas aos eventos estressores, o estresse ocupacional refere-se às respostas (psicológicas, fisiológicas e comportamentais) que os indivíduos emitem quando expostos a fatores do trabalho que excedem sua habilidade de enfrentamento. Quando são focalizadas as interações entre estímulos estressores-respostas, o estresse ocupacional refere-se ao processo geral em que demandas do trabalho têm impacto nos empregados. Nesse caso, não há separação e o estresse é visto como um processo. Segundo Couto (1987), o estresse é um estado em que há uma diminuição da capacidade de trabalho e/ou desgaste anormal do organismo humano, acarretado por uma incapacidade prolongada da pessoa tolerar, se adaptar ou superar às exigências de natureza psíquica existentes no seu ambiente. Para Markham (1989, p. 151), grande parte do estresse sofrido em situações profissionais é causada pela antecipação ansiosa. A apreensão conduz ao medo e consequentemente ao estresse, resultando em comportamentos inadequados, transformando os medos em realidade, podendo assumir patamares elevados, afetando todas as áreas da vida da pessoa. A ansiedade pode ser definida como uma sensação às vezes vaga, de que algo desagradável está para acontecer (SILVA, 1994, p. 126). Na virada de 1999 para o ano 2000 um tema que acarretou muita ansiedade para milhões de profissionais da área de tecnologia da informação foi o ‘Bug do Milênio’. A expectativa era que todos os computadores travassem, mas na realidade o tão conhecido ‘Bug do Milênio’ tornou-se um grande fiasco, pois não produziu toda a catástrofe, muitas vezes alardeada. Dentro da área de Tecnologia da Informação acontecem situações em que quando um sistema de informação importante está para entrar em produção, os funcionários responsáveis ficarem preocupados e ansiosos se tudo irá ocorrer 39 conforme planejado. A ansiedade pode causar bloqueios de memória e os indivíduos mais ansiosos tendem a render menos em tarefas onde são avaliados os conhecimentos aprendidos (BERMÚDEZ, 1994). Esta ansiedade pode acarretar um planejamento ruim e/ou uma execução de procedimentos ineficazes. No Japão, Fujigaki (1989) destacou a importância das exigências mentais do trabalho dos engenheiros de software, apontando para a fase de implantação de sistema como um momento em que os profissionais se declaravam “física e mentalmente exaustos”. Kyriacow e Sutcliffe (1981) definem o estresse ocupacional como um estado emocional desagradável, pela tensão, frustração, ansiedade, exaustão emocional em função de aspectos do trabalho definidos pelos indivíduos como ameaçadores. O estresse ocupacional agrava-se quando há por parte do indivíduo a percepção das responsabilidades e poucas possibilidades de autonomia e controle. Os analistas de sistemas bem como os programadores, em geral, são os profissionais responsáveis por desenvolver novos sistemas bem como dar manutenção nos sistemas legados. Em muitas situações pode se sentir pressionado por receber responsabilidades sobre um determinado projeto, como por exemplo, um sistema, mas não ter controle sobre todas as variáveis que tangenciam este sistema, como por exemplo, o ambiente onde o mesmo está sendo executado e falta de recursos em geral necessários para um trabalho eficiente. De acordo com Moraes e Kilimnik (1994), o estresse ocupacional pode ser avaliado à luz de quatro variáveis: fontes de pressão no trabalho, personalidade do indivíduo, estratégias de combate e sintomas físicos e mentais manifestos no processo. De acordo com os autores, as duas primeiras variáveis afetam as duas últimas. 40 O estresse ocupacional, segundo Couto (1987), interfere na qualidade de vida modificando a maneira como o indivíduo interage nas diversas áreas da sua vida. Devido ao excesso de atividades, a pressão por prazos e outros fatores geradores de estresse, estes indivíduos podem gerar na sua vida familiar ou social situações de desajuste, devido ao estresse que o mesmo está vivenciando. A sobrecarga de trabalho, tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos é uma fonte freqüentemente relacionada ao estresse (PARAGUAI, 1990). O excesso de horas trabalhadas diminui as chances de apoio social do indivíduo, causando insatisfação, tensão e outros problemas de saúde, não obstante a falta de trabalho também pode levar a sensação de tédio ao indivíduo (PEIRÓ, 1993). Ainda, segundo Peiró (1992), a qualidade das relações interpessoais é um fator importante na hora de determinar o potencial estressor. A ausência de um grupo coeso é um dos elementos que pode causar estresse. O conflito no grupo de trabalho pode ser considerado positivo quando estimula a busca de soluções para o problema, entretanto caso a situação de conflito persista, poderá por exemplo, gerar frustrações, insatisfação e moléstias somáticas (PEIRÓ, 1993). Ainda, a segurança e a estabilidade na carreira afetam um percentual importante de pessoas. A carreira de um indivíduo pode gerar preocupações relacionadas a mudanças no posto de trabalho, mudanças de profissão, ou falta de promoção (PEIRÓ, 1992). Kahn e Byosiere (1992) destacam a existência de propriedades organizacionais antecedentes, como políticas, tecnologias e estruturas, que podem gerar eventos estressores no trabalho. O tamanho da organização tem sido apontado como um possível antecedente dos estressores organizacionais. Organizações onde existe uma distância considerável entre os diversos níveis hierárquicos e em que o 41 funcionário tem pouco controle sobre seu trabalho, podem ser mais propícias a gerar eventos estressores (KAHN e BYOSIERE, 1992; SUTTON e D´AUNNO, 1989). Segundo Glowinkowski e Cooper (1987), estressores intrínsecos ao trabalho referem-se a aspectos como repetição de tarefas, pressões de tempo e sobrecarga. A sobrecarga de trabalho tem recebido especial atenção dos pesquisadores. Este estressor pode ser agrupada em uma dimensão quantitativa e em outra dimensão, a qualitativa. A sobrecarga quantitativa diz respeito ao número excessivo de tarefas a serem realizadas, que superam a capacidade e disponibilidade do trabalhador. A sobrecarga qualitativa refere-se a tipos de demandas que estão além das habilidades ou aptidões dos trabalhadores. (JEX, 1998; GLOWINKOWSKI e COOPER, 1987). Rocha e Debert-Ribeiro (2001), citam em suas pesquisas, que encontram tanto para os homens, quanto para as mulheres analistas de sistemas, a presença de alta demanda no trabalho, seja pela sobrecarga quantitativa (prazos curtos) quanto pela sobrecarga qualitativa (alto grau de responsabilidade e uso constante da mente). Destaca-se aqui o caso das mulheres analistas de sistemas no que tange a superposição do trabalho exercida pela mesma em casa e no trabalho. As mulheres analistas de sistemas possuem maior número de horas de trabalho doméstico, quando comparadas aos profissionais do gênero masculino (Kadolin, 1997; Lundberg, Mardberg, Frankenhauser, 1994). Tal situação tem gerado altos níveis de sobrecarga de trabalho, estresse e conflitos de magnitude crescente de acordo com o número de filhos de cada uma. Esta pode ser uma das razões pelas quais a ausência de filhos aparece com maior freqüência entre mulheres analistas de sistemas (Emslie, Hunt e Macintyre, 1999). 42 A grande maioria dos trabalhos envolve interações entre pessoas, seja entre colegas de mesmo nível hierárquico, superiores e subordinados ou entre empregados e clientes. Quando essas interações resultam em conflitos tem-se outra fonte de estresse (JEX, 1998; GLOWINKOWSKI e COOPER, 1987). Neste sentido, Jex (1998) comenta que diversos fatores podem incrementar a probabilidade da ocorrência de um conflito interpessoal no trabalho, como por exemplo, a competição entre dois ou mais funcionários para alcançar uma promoção ou para ter acesso a recursos de trabalho escassos na organização e a percepção de injustiça e desrespeito no tratamento recebido por colegas e superiores. Ainda no campo das relações interpessoais, faz parte do cotidiano dos profissionais da área de TI, principalmente dos profissionais de desenvolvimento de sistemas, interagirem com pessoas de fora do departamento de sistemas de informação, possivelmente com culturas e expectativas diferentes dos seus. Como resultado, esses profissionais podem vivenciar níveis mais elevados de estresse (HUARNG, 2001). Tamayo, Lima e da Silva (2002) pesquisaram a relação do clima organizacional com o estresse ocupacional. No estudo, o clima organizacional foi operacionalizado a partir de quatro fatores: comunicação, ambiente relacional, liderança gerencial e valorização do empregado. Os resultados revelaram que o ambiente relacional e o estilo de liderança gerencial são preditores do estresse ocupacional. Ainda, estressores relacionados ao desenvolvimento da carreira são elementos encontrados nas organizações. Esta categoria de estressor, de acordo com Glowinkowski e Cooper (1987), inclui aspectos relacionados à falta de estabilidade no trabalho, ao medo de obsolescência frente às mudanças tecnológicas e às poucas perspectivas de promoções e crescimento na carreira. 43 A obsolescência profissional, definida como a erosão das competências requeridas para um desempenho de sucesso (DUBIN, 1990; FERDINAND, 1966; GLASS, 2000 apud JOSEPH, 2001), é um elemento importante na carreira em TI. A atualização regular das competências promove a empregabilidade, o desenvolvimento profissional e as compensações financeiras. Assim, a rápida mudança da tecnologia constitui uma ameaça potencial para os profissionais de TI, já que a estimativa de meia-vida dos conhecimentos e habilidades na profissão de TI é de menos de dois anos (ANG, 2000; DUBIN, 1990 apud JOSEPH; ANG, 2001). Ainda segundo o estudo de Schambach (1999), os profissionais de TI com mais idade parecem menos motivados a manter suas competências atualizadas. A pesquisa anual de satisfação profissional de 2003, realizada pelo periódico norte-americano Computerworld, avaliou as opiniões dos profissionais de TI relativas à sua carreira (Hoffman, 2004). Segundo Hoffman, os resultados indicaram que não há um entusiasmo em relação às perspectivas de carreira, embora os profissionais de TI não demonstrem arrependimento por terem optado pela área de TI. A pesquisa constata ainda uma insatisfação desses profissionais com suas recompensas e participação nas decisões, e de forma geral, com as empresas em que trabalham e oportunidades de evolução na carreira. Nesta linha, Arroba e James (1988 p. 182) cita que as principais fontes de estresse nas organizações são “remuneração, perspectivas incertas de carreira, muito trabalho, reuniões terríveis, colegas difíceis e atmosfera de trabalho”. Já Couto (1979) organizou uma lista de fatores existentes em uma organização que podem gerar o estresse: • Chefia insegura: o indivíduo vulnerável que tem entusiasmo excessivo ou insegurança latente, ou ainda nível intelectual mais alto, vai 44 encontrar-se diante de um agente estressor se ele percebe um chefe inseguro. A tendência será subvalorizar as ordens do chefe, o que provocará insatisfação no trabalho; • Responsabilidade mal delegada: delegar tarefas sem identificar se o empregado está preparado ou mesmo confundir delegação com transferência de responsabilidade. Karasek (1990) verificou que o menor grau de autonomia para tomada de decisão combinado com elevado grau de responsabilidade é um forte fator gerador de estresse; • Bloqueio de carreira: às vezes, a promoção de um funcionário pode gerar um bloqueio muito grande em outro que trabalhe na mesma função e seja igualmente competente. Se a promoção do primeiro não for devidamente justificada pela chefia, pode acontecer que um bom funcionário se transforme em indivíduo insatisfeito e injustiçado; • Conflito entre chefias: é o caso de chefias cujos pensamentos não estão bem identificados e isso é percebido pelos funcionários. Os que são vulneráveis se sentirão inseguros; • Falta de correlação adequada entre capacidade, responsabilidade e salário: é um dos agentes estressores mais comuns no trabalho e pode ser evitado ou diminuído por uma avaliação de desempenho adequada. Os estudos de administração de pessoal têm mostrado que o indivíduo somente estará satisfeito se a responsabilidade que lhe é atribuída no serviço estiver no mesmo nível de sua capacidade e se o salário for proporcional; • Falta de motivação no trabalho: é um agente estressor que acomete praticamente todos os trabalhadores. Geralmente, o trabalhador passa 45 por uma sensação de inutilidade. Quando existe motivação, a pessoa trabalha melhor; sente que é importante no trabalho e que está ajudando a construir a empresa; • Trabalho monótono: no início deste tipo de trabalho, ocorre aumento de produtividade e melhoria da qualidade, pelo desenvolvimento no cérebro de um padrão de estimulação bem definido. Muitos se adaptam a ele, mas a maioria, com o tempo, passa a apresentar lentidão no desenvolvimento das operações, redução da sensibilidade da análise virtual e motora, com conseqüente perda da produtividade e precisão. Nas pessoas mais vulneráveis, podem aparecer alguns sinais de doenças psicossomáticas, quando não mudam para outro tipo de trabalho; • Trabalho com alta concentração mental: o que leva à fadiga é o trabalho no qual um erro pode causar danos físicos grandes ou comprometimento da segurança de outras pessoas. A vigilância constante e o medo de errar podem levar à fadiga psíquica e manifestações psicossomáticas nos indivíduos mais vulneráveis; • Relações humanas inadequadas: o problema das relações humanas inadequadas como agente estressor existe em dois sentidos: vertical e horizontal. No mundo de hoje, as relações inadequadas na vertical (por parte dos chefes) ainda é mais importante do que na horizontal (entre os colegas de trabalho). Porém, na tendência atual de se procurar utilizar os trabalhos de equipe, as relações humanas na horizontal adquirem uma importância gradualmente maior; 46 • Fatores ligados ao ambiente físico: o alto nível de ruído, a máiluminação, o calor excessivo, a vibração, todos esses fatores podem atuar como estressores e desencadear o estresse e, conseqüentemente, a fadiga psíquica. Segundo Lazarus e Lazarus (1994), a sobrecarga de trabalho, causada pela designação de muitas tarefas com prazos curtos para sua execução, e com muitas interrupções, a ambigüidade de prioridades, o nível de autoridade e de autonomia, a incerteza quanto ao futuro, o convívio com colegas insatisfeitos são fatores estressantes relacionados ao estresse ocupacional. Merlo (2003) verificou que a alta freqüência de distúrbios psicológicos relacionados ao estresse entre os analistas de sistemas está associada a prazos curtos e sobrecarga de trabalho, resultante do impacto político/social do trabalho que desenvolvem e também da pressão exercida pelos usuários dos sistemas. Hoffman (2004) cita que o desempenho da economia americana no início deste século forçou um corte gradual do efetivo das equipes de TI. Com uma carga elevada de trabalho, pouco treinamento e falta de confiança em suas empresas, os profissionais dessa área estariam se sentindo pressionados e penalizados. Os elementos estressores do trabalho são muito comuns e freqüentes, uma vez que atualmente a maioria dos adultos passa grande parte do dia no desempenho de tarefas laborais (TAYLOR e REPETTI, 1997), sendo o estresse considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma epidemia global (RIBEIRO, ASSIS e LOTERIO, 2000). Neste sentido é relevante a necessidade de utilização de estratégias para mitigar os efeitos nocivos do fenômeno do estresse nos indivíduos. 47 4.4 Estratégias de enfrentamento (coping) Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre coping ou estratégias de enfrentamento. Pretende-se, a partir desta seção, descrever estratégias de enfrentamento comumente utilizadas para minimizar os impactos negativos do estresse. De acordo com Santos (1995), os estressores são absolutos, ou seja, o evento acontece. O que é relativo é a maneira como o indivíduo reage a esse evento. Cada indivíduo pode reagir de forma diferente a um mesmo evento estressor. Nesse sentido, deve-se entender que cada indivíduo possui um nível de tolerância à situação estressante diferente dos demais. De acordo com Kessler, Prince e Wortman (1985), grande parte dos indivíduos que são expostos a estressores não desenvolvem problemas de ordem psicológico, tendo em vista que os efeitos do estresse pode ser minimizado com a utilização de processos psicológicos que atenuam a sensação da severidade do estresse (LUTGENDORF e COSTANZO, 2003). Diversos estudos têm sido realizados objetivando explicitar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos indivíduos que efetivamente superam o estresse. Esse conjunto de estratégias tem sido comumente denominado de coping (ANTONIAZZI, DELL’AGLIO e BANDEIRA, 1998). O termo “coping” passou a ser utilizado na psicologia recentemente, porém sua origem etimológica remonta do verbo francês “couper”, que por sua vez deriva do substantivo “coup” que significa “golpe”. No século X, o termo “cope” foi incorporado ao vocabulário anglo-saxão, cuja expressão “to cope with” pode ser traduzida como fazer face, enfrentar, gerenciar com sucesso, encarregar-se de (PIZZATO, 2007). 48 Coping é conceituado como um conjunto de esforços, cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo de lidar com demandas específicas, internas ou externas, que surgem em situações de estresse e são avaliadas como sobrecarregando ou excedendo seus recursos pessoais (LAZARUS e FOLKMAN, 1984). Ainda, segundo Lazarus e Folkman (1984), coping pode ser definido pela forma como as pessoas normalmente reagem ao estresse. Estas reações estão relacionadas a fatores pessoais, demandas situacionais e recursos disponíveis. Nacaratto (1995), Savoia, Santana e Mejias (1996) e Zakir (2001) têm conceituado o coping como elemento mediador entre os estímulos que trazem desafios para os indivíduos e o desenvolvimento da reação do estresse. Folkman e Lazarus (1980) propuseram um modelo conceitual em que dividiram o coping em duas categorias: coping com foco no problema e coping com foco na emoção são estratégias de enfrentamento, utilizados pelo individuo, para administrar os efeitos negativos do estresse. Folkman e Lazarus (1980) enfatizam que estas estratégias podem mudar de momento para momento, durante os estágios de uma situação estressante. As estratégias de coping levam a pensamentos, comportamentos e ações para lidar com um estressor (FOLKMAN, LAZARUS, DUNKEL-SCHETTER, DELONGIS e GRUEL, 1986). Segundo Folkman e Lazarus (1980), o coping com foco na emoção é conceituado como um esforço para regular o estado emocional que é associado ao estresse. Estes esforços de coping são dirigidos a um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo por objetivo alterar o estado emocional do indivíduo. Como exemplo de estratégias de coping com foco na emoção tem-se, uso de cigarro e 49 tranqüilizante, assistir um bom filme de comédia, pratica de esportes como uma corrida ou andar de bicicleta, entre outros. O coping com foco no problema constituise em um esforço para atuar na situação que deu origem ao estresse, tentando mudá-la. O objetivo desta estratégia é alterar o problema existente (causa raiz do problema) na relação entre a pessoa e o ambiente que está causando a tensão. Para Folkman e Lazarus (1980), a definição de qual das estratégias de coping será utilizada depende de uma avaliação da situação estressora na qual o individuo se encontra. De acordo com esta teoria, existem dois tipos de avaliação: a primária, que é um processo cognitivo através do qual os indivíduos verificam o risco envolvido em uma determinada situação de estresse e a secundária, onde os indivíduos analisam quais são os recursos disponíveis e as opções para lidar com o problema. O coping focalizado no problema tende a ser utilizado nas situações avaliadas como modificáveis enquanto o coping focalizado na emoção tende a ser mais utilizado nas situações avaliadas como inalteráveis (FOLKMAN e LAZARUS, 1980). Segundo Compas (1987), ambas as estratégias de coping são utilizadas durante praticamente todos os episódios estressantes, e que o uso de uma ou de outra pode variar em eficácia, dependendo dos diferentes tipos de estressores envolvidos. No modelo de coping, de Lazarus e Folkman (1984), qualquer tentativa de controlar o estressor é considerado coping, tenha ela sido eficaz ou não. Lazarus e DeLongis (1983) explicam que os processos de coping variam com o desenvolvimento do indivíduo. Este fato acontece devido às mudanças nas condições de vida e experiências vividas pelos indivíduos. O modelo de Folkman e Lazarus (1980) envolve quatro conceitos: 50 • Coping é um processo ou uma interação que se dá entre o indivíduo e o ambiente; • Sua função é de administração da situação estressora, ao invés de controle ou domínio da mesma; • O processo de coping pressupõe a noção de avaliação, ou seja, como o fenômeno é percebido, interpretado e cognitivamente representado na mente do indivíduo; • O processo de coping constitui-se em uma mobilização de esforço, através da qual os indivíduos irão empreender esforços cognitivos e comportamentais para administrar (reduzir, minimizar ou tolerar) as demandas internas ou externas que surgem da sua interação com o ambiente. De acordo com Beresford (1994), os recursos pessoais de coping são constituídos por variáveis físicas e psicológicas que incluem saúde física, moral, crenças ideológicas, experiências prévias de coping, inteligência e outras características pessoais. Os recursos sócio-ecológicos encontrados no ambiente do indivíduo ou em seu contexto social incluem relacionamento conjugal, características familiares, redes sociais, recursos funcionais ou práticos e circunstâncias econômicas. De acordo com a proposta do pesquisador, a disponibilidade de recursos afeta a avaliação do evento estressor e direciona que estratégias de enfrentamento serão usadas pelo individuo. Ainda, segundo Lazarus e Folkman (1986), o termo coping ou estratégias de enfrentamento explica os esforços cognitivos e comportamentais que o indivíduo utiliza para lidar com situações de dano, ameaça ou desafio. Dano refere-se a situações como doença, morte, perda de status social, perda de relacionamentos 51 significativos ou problemas econômicos. Ameaça refere-se à antecipação de ocorrências negativas relacionadas ao dano, enquanto o desafio diz respeito à atitude do indivíduo ante o dano. O indivíduo diante de algum fator estressor passa por quatro etapas: avaliação primária, avaliação secundária, reavaliação e enfrentamento. Segundo Savoia (1999) e Cerqueira (2001) a avaliação primária ocorre antes de qualquer pensamento racional por parte do sujeito e consiste na forma imediata de como o indivíduo percebe e classifica o evento. Se o individuo avalia o evento como estressante ou ameaçador, o evento irá causar emoções negativas, do tipo cólera ou medo, tensão e ansiedade. Se o evento for percebido como desafio ou oportunidade, o indivíduo sente-se mais confiante, podendo gerar emoções positivas do tipo satisfação, esperança, excitação ou alegria. A etapa da avaliação secundária caracteriza-se pela análise cognitiva e de tomada de decisão, em que o indivíduo busca recursos que o auxiliem no enfrentamento e reduzam os efeitos negativos do estressor. Já Limongi-França e Rodrigues (2005) destacam que a etapa da reavaliação diz respeito a um julgamento alterado, tendo em vista as novas informações provindas do meio ambiente e/ou levantadas pela própria pessoa, cujo propósito é rever e reavaliar a situação. 52 Figura 2 – Modelo de Processamento de Stress e Coping Fonte: (Lazarus e Folkman, 1984) Diversas pesquisas têm identificado algumas estratégias de enfrentamento, como busca de suporte social, religiosidade e distração (Carver, Scheier e Weintraub, 1989; Endler e Parker, 1999; Vitaliano, Russo, Carr, Maiuro e Becker, 1985; Seidl et al., 2001). Outra importante estratégia de enfrentamento diz respeito à pratica de atividades físicas. A atividade física regular é reconhecida como um dos principais elementos para a melhora fisiológica do organismo. Segundo Pires et al (2004), 53 além dos benefícios fisiológicos adquiridos com a prática da atividade física, os adeptos dessa prática também obtêm benefícios psicológicos e sociais. A pratica de uma atividade física tem figurado entre as mais novas descobertas no tratamento da depressão, ansiedade e estresse (BRANDÃO e MATSUDO, 1990; RIBEIRO, 1998; FOX, 1999; NETO, 2002; CHEIK et al., 2003; PIRES et al., 2004). PIRES et al. (2004) realizaram uma pesquisa com adolescentes de Florianópolis e foi verificada a relação entre atividades físicas e estresse indicando que quanto maior o nível de atividade física menor o nível de estresse. No campo do suporte social, as fortes relações como acontece dentro das famílias e entre amigos são de fundamental relevância para a manutenção da saúde e têm um papel importante na redução do estresse (SWICKERT et al., 2002; BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999; LUTGENDORF e CONSTANZO, 2003). Ainda, Kielcolt-Glaser et al. (1994) destacam que uma boa relação entre cônjuges tem relação direta com uma melhor resposta imunológica do individuo. Por outro lado, cônjuges que possuem uma relação marcada por conflitos apresentam maior percentual de problemas cardiovasculares e neuroendócrinos, bem como uma reduzida função imunológica (BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999). Corroborando, Mcewen e Stellar (1993) destacam que um ambiente de hostilidade e conflito está diretamente associado com o distress e com o aumento de doenças psicossomáticas. De acordo com Tamayo et al (2002), o suporte social sobre o estresse ocupacional pode ser positivo ou negativo. Quando o suporte social está fortalecido na organização, ele tem um efeito protetor que é explicitado em baixos níveis de estresse. Neste sentido, quanto maior o nível de suporte social na organização, 54 menor o nível de estresse no trabalho. Na outra ponta, quando o suporte social não existe ou é deficitário, este fator transforma-se num estressor. Outras pesquisas indicam que as relações sociais são um importante meio de proteção contra os efeitos negativos do estresse (KESSLER, PRINCE e WORTMAN, 1985; TAYLOR e REPETTI, 1997; BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999; SWICKERT et al., 2002). Segundo Dejours (1994) existem seis estratégias defensivas utilizadas pelo indivíduo, quando o mesmo está em sofrimento no ambiente de trabalho: 1ª) Desvencilhar-se das responsabilidades e não tomar novas iniciativas; 2ª) Assumir atitude de isolamento máximo, de silêncio frente ao superior hierárquico e, em alguns casos, frente aos colegas; 3ª) Adotar postura de desconfiança sistemática, com sentimento de perseguição e hostilidade dos outros para consigo; 4ª) Passar diretamente ao nível superior, ao invés de dirigir-se a seu superior imediato; 5ª) Enfrentar o sofrimento em silêncio; e 6ª) Recusar-se a cumprimentar os colegas, como forma de evitar o sofrimento. Dessa forma, o indivíduo procura ocultar o sofrimento, evitar o conflito e as ocasiões em que o conflito possa acontecer. Além do conceito de estratégias de enfrentamento um importante conceito diz respeito aos estilos de coping. Miller (1981) joga luz a dois estilos de coping denominados de monitorador e desatento. Os dois estilos dizem respeito ao tipo de atenção dada pelo indivíduo em situação de estresse. O indivíduo monitorador permanece em um estado de constante alerta e atento a aspectos negativos de uma experiência, buscando informações e visualizando a situação para controlá-la. O 55 desatento envolve distração e proteção cognitiva de fontes de perigo. O indivíduo apresenta um comportamento de desatenção, tendendo a se afastar da ameaça, distrair-se e evitar informações, postergando uma ação. De acordo com Lazarus e Folkman (1984), existem 8 estratégias de enfrentamento: “resolução de problemas”, “suporte social”, “aceitação de responsabilidade”, “auto controle”, “reavaliação positiva”, “fuga e esquiva”, “afastamento” e “confronto”. O confronto são estratégias ofensivas e em certas circunstâncias agressivas para o enfrentamento da situação, isto é, são estratégias nas quais a pessoa apresenta uma atitude ativa em relação ao estressor. Diferentemente das estratégias de confronto, o afastamento corresponde a estratégias defensivas, onde o individuo evita confrontar-se com a ameaça, não modificando a situação. O autocontrole diz respeito aos esforços da pessoa em buscar o controle das emoções frente aos estímulos estressantes. Ter autocontrole denota, também, não fazer nada apressadamente ou seguir um primeiro impulso. O suporte social é uma estratégia de enfrentamento que está relacionada ao apoio encontrado nas pessoas e no ambiente, sendo este um fator psicossocial positivo, que pode ajudar o profissional de TI a lidar com o efeito indesejado do estresse. Ao utilizar a estratégia de aceitação de responsabilidade, o profissional de TI aceita a realidade e engaja-se no processo de lidar com a situação estressante. O comportamento de fuga e esquiva consiste em fantasiar sobre possíveis soluções para o problema sem, no entanto, tomar atitudes para de fato modificá-las. Podemos descrevê-la como os esforços para escapar e/ou evitar o fator estressante. A estratégia de resolução de problemas pressupõe o planejamento adequado para lidar com os estressores. Ao invés de anular ou afastar a situação estressante 56 de seu cotidiano, o profissional de TI opta por resolver seu problema, modificar suas atitudes, sendo capaz de lidar com as pressões das pessoas e do ambiente ao seu redor, diminuindo ou eliminando a fonte geradora de estresse. A reavaliação positiva é uma estratégia de enfrentamento dirigida para o controle das emoções que estão relacionadas à tristeza como forma de reinterpretação, crescimento e mudança pessoal a partir da situação conflitante. Ainda segundo os autores, a reavaliação positiva são tentativas cognitivas de analisar e reavaliar um problema de forma positiva, aceitando a realidade da situação. Podem ainda apresentar aspectos de religiosidade. Outro estudo diz respeito aos estilos passivo e ativo de coping. Billings e Moss (1984) consideram ativo o coping no qual há esforços de aproximação do foco de estresse, enquanto o estilo passivo evitaria o foco de estresse. Em âmbito geral, os estilos de coping têm sido mais vinculados as características de personalidade de cada individuo enquanto as estratégias de coping dizem respeito as ações cognitivas ou de comportamento executadas pelo individuo à luz de um evento estressor. Os traços de personalidade mais amplamente estudados, que se relacionam às estratégias de enfrentamento, são otimismo, rigidez, auto-estima e lócus de controle (CARVER; SCHEIER; WEINTRAUB, 1989). O lócus de controle, um construto vinculado à Teoria da Aprendizagem Social (Rotter, 1966), se refere às expectativas de controle que os indivíduos mantêm sobre os acontecimentos da vida diária. Indivíduos cuja orientação do lócus é interna acreditam poder exercer algum controle sobre esses acontecimentos e indivíduos cuja orientação é externa atribuem o controle dos acontecimentos a fatos externos pessoas, entidades, destino, acaso ou sorte (Rotter, 1966, 1975, 1990). De acordo 57 com Moser (2008), existem duas variáveis que podem ser determinantes como agentes predispositores ao surgimento do quadro de estresse no indivíduo: lócus de controle e personalidade tipo A. O lócus de controle, segundo o autor, refere-se ao grau de responsabilidade pessoal que o individuo atribui aos eventos de sua vida. Já a personalidade tipo A caracteriza indivíduos altamente competitivos, impacientes e que vivem com sentimento constante de urgência. Segundo Antoniazzi, Dell’Aglio e Bandeira (1998), mais recentemente, as pesquisas da área têm se voltado para o estudo das convergências entre enfrentamento e personalidade. Esta tendência tem sido motivada, em parte, pelo corpo cumulativo de evidências que indicam que fatores situacionais não são capazes de explicar toda a variação nas estratégias de enfrentamento utilizadas pelos indivíduos. De acordo com Pinheiro (2002), apesar da grande variedade de estudos conduzidos sobre enfrentamento nas últimas décadas, poucos trabalhos têm sido desenvolvidos para verificar a utilização eficaz de estratégias de Enfrentamento voltadas para o ambiente ocupacional. 4.5 O estresse e o profissional de TI Neste Capítulo apresentam-se pesquisas sobre o fenômeno do estresse dentro do contexto dos profissionais de tecnologia da informação. Pretende-se, nesta seção, pontuar os resultados e as conclusões de pesquisadores sobre o estresse na vida do profissional da área de tecnologia da informação. Moore (2000) realizou uma pesquisa com 331 profissionais de tecnologia em diversas indústrias nos Estados Unidos. Na amostra, 331 participantes trabalhavam em 259 empresas. Dessas empresas, a grande maioria (213) tinha um único participante no estudo. A organização com a maioria dos participantes foi uma 58 grande companhia de seguros que foi representada por 11 indivíduos. A maioria dos participantes do estudo tinha aproximadamente 44 anos de idade e tinha sido contratado pela organização há quase 11 anos. Sessenta e nove por cento dos participantes eram do sexo masculino, 76% eram casados, 53% tinham crianças em casa e 75% possuíam uma licenciatura (ou grau superior). Os resultados do estudo revelaram que: (1) Exaustos profissionais de tecnologia da informação relataram maior intenção de abandonar o emprego do que os profissionais de ti que não estavam exaustos; (2) sobrecarga de trabalho, ambigüidade de papéis, e de equidade de recompensas percebidas contribuíram significativamente para o esgotamento dos profissionais de tecnologia da informação e; (3) os profissionais de tecnologia da informação que se encontravam esgotados, identificavam a insuficiência de pessoal e recursos como a principal causa da sobrecarga de trabalho e de sua exaustão. Outros estudos relataram evidências de sobrecarga de trabalho nos profissionais de TI e estresse relacionado a problemas de comunicação. (Goldstein e Rockart, 1984; Ivancevich, Napier, e Wetherbe, 1983; Li e Shani, 1991; Weiss, 1983). Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983) realizaram uma pesquisa com 580 profissionais de tecnologia da informação em 18 grandes empresas do Centro-Oeste dos Estados Unidos. Os entrevistados do estudo tinham idades entre 19 e 68 anos, com média de idade de 34 anos. Eles tinham experiência de trabalho que variavam de 1 a 30 anos em sistemas de informação. O tempo médio que trabalhavam nas organizações era de oito anos. Os autores destacaram que o estudo tinha como 59 objetivo analisar o grau de percepção de estresse pelo pessoal de TI. Segundo Ivancevich, Napier, e Wetherbe as questões precisam ser respondidas para que o recrutamento, formação, motivação e programas de enfrentamento possam ser implementadas com base em evidências científicas. Na pesquisa supracitada, os autores relataram que o maior estresse percebido foi devido à comunicação. De acordo com a pesquisa, a característica comunicação foi descrita como: "não ser informado sobre o que está acontecendo", "meu chefe não me mantém informado" e "Nunca me dão as informações que eu preciso". A segunda fonte de estresse apurada foi devido às recompensas e promoções baseadas em fatores não vinculados ao desempenho. A terceira fonte de estresse foi devido à pressão do tempo e sobrecarga de trabalho. Essa situação foi explicada como preocupação devido a muito trabalho para fazer sem o tempo suficiente para concluir de forma correta. A quarta fonte de estresse apurada foi às relações pessoais dentro do trabalho. Esta situação foi explicada como os conflitos de personalidades dentro da área de TI e os atritos entre os profissionais de TI e os seus usuários, dentro da organização. A quinta fonte de estresse apurada foi devida a ambigüidade de papeis onde as responsabilidades e a autoridade não estão claras para a realização de metas. A sexta fonte de estresse apurada tem a ver com a quantidade de mudanças (ambiente organizacional e tecnológico, processos, novos desafios e problemas) que os profissionais de TI são submetidos diariamente. Um importante dado ainda levantado na pesquisa foi que quanto maior o nível hierárquico do profissional maior foi o nível de estresse levantado. Os autores destacaram que se houver um programa para combater o estresse dentro das organizações, deveriam tratar com prioridades os gerentes e os profissionais de 60 tecnologia da informação seniores. Em relação ao gênero, segundo os pesquisadores, há poucas diferenças significativas relatados, embora parecesse que os homens têm menos problemas de saúde e faltam menos ao trabalho do que as mulheres. Este resultado pode ter surgido por causa de atitudes e valores culturais que ainda existem, ou seja, que os homens devem responder as necessidades do trabalho e devem manter as doenças como um assunto privado. Esses valores culturais, segundo os autores, estão mudando lentamente no mundo do trabalho, principalmente devido ao fato das mulheres estarem cada vez mais assumindo cargos de chefia. Os autores concluem em sua pesquisa que o primeiro passo para controlar o estresse é a consciência. A fim de lidar eficazmente com o estresse dos profissionais de TI é fundamental conhecer quais as características e condições do trabalho estão associadas ao estresse individual. Li e Shani (1991) realizaram uma pesquisa com 109 gerentes de tecnologia da informação de diferentes organizações, explorando o relacionamento entre as características organizacionais, satisfação com o trabalho e o estresse no trabalho. Faziam parte da amostragem, organizações que representavam uma ampla variedade de indústrias, incluindo a bancos, empresas que prestavam serviços de processamento de dados, educação, governo, seguros, manufatura, assistência médica, de impressão, varejo, entre outras. Em termos de número de funcionários, 18 empresas tinham menos de 100 trabalhadores, 39 empresas tinham entre 101500, 18 empresas tinham entre 501 a 1000, 23 empresas tinham entre 1.001 a 5.000, e 34 empresas tinham mais de 5.000 empregados. Os resultados indicaram que a sobrecarga de trabalho é a principal fonte de estresse percebido no trabalho, seguido por conflito de papéis, a ansiedade induzida pelo trabalho e por ultimo a ambigüidade dos papeis. Ainda, quatro fatores 61 organizacionais: o clima, a clareza e a partilha da missão da organização, a qualidade de vida no trabalho e flexibilidade dos processos organizacionais foi encontrada, como fatores que influência de forma significativamente o estresse no trabalho e a percepção da satisfação no trabalho dos gestores de TI. Segundo os autores, ambigüidade de papeis e o conflito de papéis têm sido associados com os resultados pessoais e organizacionais. Ambigüidade de papeis é definida como o grau em que estão faltando informações claras a respeito das expectativas associadas a um papel, os métodos para o cumprimento das expectativas referentes a aquele papel e a conseqüências do desempenho de papel. Conflitos de papeis frequentemente ocorrem quando demandas conflitantes são colocadas sobre o indivíduo por seus superiores, colegas ou subordinados. Os autores citam em suas conclusões que a sobrecarga de trabalho é comum dentro da área de TI e que características organizacionais, em geral, são fontes de estresse no trabalho. Para minimizar os impactos do estresse no individuo, deve-se manter um relacionamento agradável entre os profissionais de TI e seus usuários dentro das organizações, uma atitude positiva em relação à organização e uma boa qualidade de vida no trabalho para o pessoal da TI. Rajeswari e Anantharaman (2003) realizaram um estudo que investigou estressores entre os profissionais de software, a partir da perspectiva do processo de desenvolvimento de software. Os dados foram coletados através de entrevistas pessoais e e-mail. Os profissionais de software pesquisados trabalhavam em empresas de desenvolvimento de software em duas cidades cosmopolitas da Índia, ou seja, Chennai e Bangalore. Os entrevistados foram escolhidos entre as empresas que aceitaram participar do estudo. 700 respondentes foram contactados, mas apenas 156 respostas foram recebidas. 84% estavam na faixa etária de 22 a 30 62 anos, 80% eram do sexo masculino, 71% eram graduados de engenharia, 58% classificavam seu trabalho como de natureza técnica e 37% classificavam seu trabalho como técnico e gerencial e o restante puramente gerencial, 75% trabalhavam mais de 9 horas por dia, 87% eram não fumantes e 96% relataram ter boa saúde. Os resultados indicaram que os principais fatores geradores de estresse nos profissionais de desenvolvimento de software pesquisados eram resultantes do medo da obsolescência e das interações existentes dentro da equipe de desenvolvimento. Os resultados ainda revelaram que os níveis de estresse não eram elevados, entre os respondentes do estudo. Em uma pesquisa, foi demonstrado que os profissionais de TI sofrem mais com estresse do que os especialistas de qualquer outra atividade: 97% dos profissionais de TI consideram seu trabalho estressante (REGGIANI, 2006). A pesquisa em questão foi realizada em 2006 e foi respondida por 3.045 profissionais de diversas áreas, sendo: • 51,2% do setor público e 48,8% do setor privado; • 21,9% em cargos de gestão e 78,1% em outros papéis; • 93,6% dos entrevistados acham a vida estressante no trabalho, sendo 15,7% o tempo todo e 77,9% algumas vezes; • Quando pedido para classificar os seus níveis de estresse em uma escala de 1 a 10 onde 10 é o mais elevado, 63% dos entrevistados classificaram-se em 5 ou superior; • 25,4% dos entrevistados se ausentaram do trabalho devido ao estresse; • Mais de 10% admitem ter usado o estresse como uma desculpa para se ausentar do trabalho; 63 • Segunda-feira é esmagadoramente o dia onde as pessoas acham mais estressantes (55,5%). Ao longo da semana, a maioria das pessoas sente mais estressada no período da manhã (42%) do que à tarde (30,2%); • 55% responderam que não conseguem imaginar uma etapa em sua vida profissional que estarão completamente livres do estresse e 67,1% admitem acordar durante a noite por causa do estresse; • 70,8% dos entrevistados acreditam que certa quantidade de estresse pode ser algo positivo; • Quando perguntado o que contribuiria para aliviar os níveis de estresse no trabalho, a maioria significativa (60,9%) das pessoas acredita que mais dinheiro é a resposta, outras respostas populares incluem melhor equilíbrio trabalho / vida (25,9%), redução da carga de trabalho (25,2%), mais horários de trabalho flexível (24,4%), maior reconhecimento (23,1%), melhor ambiente de trabalho (22,4%) e maior apoio dos gestores (21,3%). As 21 principais causas de estresse levantadas foram: 1. Carga de trabalho (54,7%) 2. Sentindo-se desvalorizado (37,6%) 3. Prazos (37,2) 4. Tipo de trabalho (34,1%) 5. Assumir o trabalho de outras pessoas (30,5%) 6. Falta de satisfação no trabalho (27,8%) 7. Falta de controle sobre o seu dia (27,7%) 8. Ter que trabalhar mais horas do que deveria (27,5%) 64 9. A frustração com o seu ambiente de trabalho (25,1%) 10. Metas (21,5%) 11. A frustração com a tecnologia que não está funcionando corretamente 20,7% 12. Falta de capacitação realizada pela organização que lhes permita fazer o seu trabalho tão bem quanto poderia (20,6%) 13. Perder trabalhar no computador (17,3%) 14. O medo da perda do emprego (15,3%) 15. Ter que fazer algo novo ou desconhecido (15%) 16. Muitos e-mails para ler (14,4%) 17. Não entendimento do que precisa ser feito (14,3%) 18. Tentando se familiarizar com os novos sistemas e / ou novas (ambos 11,5%) 19. Mudando para um novo emprego / papel (8,4%) 20. Problemas de acesso ao e-mail / Internet (5,9%) 21. Não ter as competências adequadas para fazer seu trabalho (5,2%) Rocha e Ribeiro (2001) realizaram um estudo exploratório com 553 analistas de sistemas de duas empresas de processamento de dados da região metropolitana de São Paulo. De acordo com Rocha e Ribeiro, o processo de trabalho dos analistas de sistemas envolveu quatro tipos de funções interdependentes: (1) o analista de sistema propriamente dito, que mantém contato constante com o usuário, recebe solicitações e as transforma em produto e que predominou no trabalho (67,6%); (2) o analista de suporte ou de software, que organiza e auxilia quanto ao tipo de máquina, tipo de programa, banco de dados, cataloga as modificações do sistema e tem como clientes os analistas de sistema; (3) o analista de metodologia, que define 65 o método de criação e registro dos sistemas; e (4) o analista de produção, que responde pelo planejamento da produção, atuando como elo entre o analista de sistemas e a operação. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e preenchimento de questionários para auto-aplicação. Segundo os autores da pesquisa, as mulheres constituíram 40,7% do grupo estudado, sendo mais jovens que os homens. A presença de filhos foi maior entre os homens, embora o tempo diário dedicado às tarefas domésticas tenha sido maior entre as mulheres. Observou-se predomínio dos homens nas funções de chefia. Fatores de incômodo, com freqüência semelhante entre homens e mulheres, foram: sobrecarga de trabalho devido a prazos curtos; alto grau de responsabilidade; exigência mental do trabalho; e complexidade da tarefa. Observou-se nas mulheres uma maior prevalência de sintomas de estresse em relação à irritabilidade, ansiedade, atenção instável e depressão. Os autores destacaram a questão da sobreposição de papeis (trabalho e casa) da mulher analista de sistemas. Conforme demonstrou o estudo, as mulheres analistas de sistemas referem maior número de horas de trabalho doméstico, quando comparadas aos profissionais do gênero masculino. Tal situação, segundo os autores, gera altos níveis de sobrecarga de trabalho, estresse e conflitos de magnitude crescente de acordo com o número de filhos de cada uma. Os autores destacaram ainda que o relacionamento com os colegas apareceu como fator protetor para homens e mulheres. Kaluzniacky (1999) realizou uma pesquisa em Manitoba (Canadá) onde explicitou os sentimentos comumente vivenciados por 200 profissionais de tecnologia da informação: Frustração, orgulho das realizações, sentimento de 66 estarem sobrecarregados, ansiedade e sintomas comuns de estresse como diminuição da energia, ansiedade, tensão nos músculos, dor de cabeça, dor de estômago, pensamento negativo e insônia. Os resultados apontaram que 53% dos respondentes indicaram que estavam estressados, 38% dos gerentes não tem conhecimento do estresse dos seus subordinados e 92% responderam que o nível de estresse aumentou nos últimos 8 anos e que as principais causas foram devido as rápidas mudanças, a necessidade de realizar mais com menos, o aumento do uso do computador e as expectativas irreais de usuários. Lim e Teo (1999) identificaram os principais fatores, no local de trabalho, que geravam estresse entre 257 profissionais de tecnologia da informação pesquisados em Cingapura. Os dados foram coletados através de e-mail e entrevistas em uma grande organização que presta serviços de tecnologia da informação para Cingapura e países da Ásia. Os seis principais fatores levantados foram o grande numero de demandas no trabalho (29%), relacionamento com outras pessoas (7,8%), preocupações de carreira (7.0%), manutenção de sistemas (4,7%), ambigüidade de papeis (4,5%) e tarefas administrativas (4,3%). Aproximadamente 53% dos pesquisados eram do sexo masculino (136) e 47% eram do sexo feminino (121). Dos 257 entrevistados, 61% eram solteiros (157), 38% (97) eram casados e 1% (3) eram divorciados. O chinês constituiu maioria dos pesquisados, compreendendo 95% (244) da amostra. Os 5% restantes eram constituídos por outros grupos étnicos. A média de idade dos pesquisados foi de 29 anos e o tempo médio de serviço foi de 2,5 anos. Os entrevistados relataram uma média de 48 horas trabalhadas por semana. Em relação ao primeiro fator gerador de estresse levantado, ou seja, grande numero de demandas no trabalho (29%) alguns dos entrevistados diziam “...levando 67 trabalho para casa”, “...excesso de trabalho que me faz levar trabalho para casa e neste caso gerando conflito familiar”, “Trabalhando até mais tarde, acordando cedo, trabalhando nos finais de semana para entregar os projetos”, “vida social e particular prejudicada devido ao excesso de trabalho”. Segundo os autores da pesquisa, este fator é um forte estressor devido ao potencial de gerar atritos familiares. Segundo os autores da pesquisa, a maioria dos entrevistados relatou que sua vida social e familiar estava prejudicada devido à quantidade de trabalho que realizavam. Outras respostas levantadas dizem respeito ao pouco tempo para realizar o volume de tarefas e falta de pessoal. Em relação ao segundo fator gerador de estresse levantado, ou seja, relacionamento com outras pessoas (7,8%) como subordinados e chefes, clientes e usuários, fornecedores e vendedores e colegas de trabalho em geral, alguns entrevistados diziam “Não ter apoio suficiente do supervisor é realmente um problema para mim. Eu não tenho a quem recorrer quando eu encontro dificuldades no meu trabalho”, “Meu superior imediato não é competente e não compreende a natureza do meu trabalho. Muitas vezes, eu sou culpado por coisas que estão além do meu controle”, “Às vezes, é muito difícil trabalhar com pessoas que não cooperam. Trabalhar em equipe em uma área de TI é muito importante. Trabalhar com essas pessoas muitas vezes impede o progresso de um projeto e/ou atividades”. Em relação ao terceiro fator gerador de estresse levantado, ou seja, preocupações de carreira (7.0%) como “risco de habilidades tornar redundante, "risco de habilidades tornar obsoleta”, ”risco de ficar preso a um tipo de trabalho” e “treinamento inadequado”, alguns entrevistados diziam “Meus colegas de outras 68 profissões estão sendo mais bem pagos. Estou realmente pensando em mudar de emprego ou mesmo de carreira, para obter maior remuneração e benefícios” Em relação ao quarto fator gerador de estresse levantado, ou seja, manutenção de sistemas (4,7%) como “crescente dependência das operações da empresa em computadores”, “crescente demanda por mais sistemas e sistemas melhores", “ter que manter um grande número de sistemas antigos", “avarias do computador”, “fraudes em sistemas/computadores” e “integridade de dados”, alguns entrevistados diziam “O maior estresse que eu sinto é que eu tenho que ficar mantendo sistemas antigos e desta forma não consigo acompanhar o ritmo de evolução tecnológica ficando desatualizado”, “Manutenção e suporte em sistemas antigos e sem documentação é uma tarefa difícil. Eu preferia estar envolvido no desenvolvimento e manutenção de novos sistemas”. Em relação ao quinto fator gerador de estresse levantado, ou seja, ambigüidade de papeis (4,5%) como “falta de clareza sobre papéis e responsabilidades”, "falta de clareza sobre os objetivos e as prioridades no trabalho”, “as mudanças freqüentes nos objetivos e prioridades” e “serviços conflitantes”, alguns entrevistados diziam “Chefes da área de TI geralmente prometem a seus clientes mais do que a empresa pode realmente oferecer. O pessoal de TI relatou que, muitas vezes, seus chefes estão mais preocupados em satisfazer os clientes em detrimento dos trabalhadores da empresa”. Finalmente, o sexto fator gerador de estresse levantado, ou seja, tarefas administrativas (4,3%) como “agendando e participando de reuniões”, “escrevendo memorandos, processos e relatórios” e “perda de tempo em trabalhos administrativos”, alguns entrevistados diziam “Perdemos um considerável tempo em 69 tarefas administrativas enquanto que ao mesmo tempo precisamos responder as solicitações dos nossos usuários e outras tarefas urgentes inerentes a TI”. A fim de determinar a relação do gênero e o estresse ocupacional em profissionais de TI foi demonstrado que, naquela amostra, os profissionais de TI do sexo feminino apresentaram uma maior pontuação do que os profissionais de TI do sexo masculino, principalmente nos fatores grande numero de demandas no trabalho, ambigüidade de papeis e manutenção de sistemas. Uma profissional entrevistada disse “Eu não gosto quando eu não tenho informação suficiente para concluir meu trabalho. Eu também me sinto muito estressada especialmente quando recebo instruções diferentes de pessoas diferentes sobre o que tenho que fazer. Eu sinto que, em geral, eu não recebo orientação suficiente sobre como fazer o meu trabalho”. A pesquisa ainda explicitou alta pontuação dos profissionais do sexo feminino no que tange a insatisfação com o serviço e intenção de sair da organização. No que tange as estratégias de enfrentamento, Lim e Teo sugerem uma reavaliação das políticas de recursos humanos no sentido de prover programas para desenvolvimento das habilidades e conhecimentos dos profissionais de TI. Em relação às profissionais do sexo feminino, os autores sugerem que para ajudá-las a lidar com o excesso de demandas, ambigüidade dos papeis e manutenção de sistemas, as organizações precisam focar na construção de um clima propício e de apoio, particularmente o apoio de um supervisor imediato como antídoto para o estresse. Percebe-se, à luz das pesquisas realizadas por Moore (2000), Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani (1991), Rajeswari e Anantharaman (2003), Reggiani (2006), Rocha e Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999) e Lim e Teo (1999) que 70 diversos são os fatores causadores de estresse nos profissionais de tecnologia da informação. Alguns fatores como, por exemplo, sobrecarga de trabalho, ambigüidade e conflitos de papeis, falta de equidade de recompensas, falhas de comunicação, desenvolvimento de carreira, pressão do tempo, quantidade de mudanças e relações pessoais foram comuns em todas as pesquisas e merecem especial atenção visando uma pesquisa mais focada no que tange enfrentamento. 5. Método 5.1 Caracterização da população pesquisada Segundo a SOFTEX (2009, p.31, p.47), no Brasil, existem cerca de 540.000 profissionais de tecnologia da informação. Em termos estatísticos, define-se população como sendo o conjunto dos elementos que tem alguma característica em comum que possa ser contada, medida, pesada ou ordenada de algum modo e que sirva de base para as propriedades a serem investigadas (VERGARA, 2005). A população deste estudo se constituiu de profissionais de Tecnologia da Informação, atuantes em empresas públicas ou privadas em todo o Brasil. A amostra de uma pesquisa é definida como um subconjunto, representativo ou não da população em estudo. Essa representatividade da amostra, que é uma propriedade altamente desejada em estatística, ocorre quando ela apresenta as mesmas características gerais da população da qual foi extraída (VERGARA, 2005). Nesta pesquisa, a amostra foi definida por acessibilidade, um tipo de amostra não probabilística, a qual constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Para a escolha das organizações onde o questionário foi aplicado, prevaleceu a praticidade de coleta de dados, nas quais o pesquisador tinha contato direto. Para este trabalho a amostra foi 71 de 307 profissionais de tecnologia da informação, sendo 269 do sexo masculino e 37 do sexo feminino, na faixa etária de 24 a 57 anos, 50 profissionais estavam com idade de até 24 anos, 146 entre 25 e 35 anos, 76 entre 36 e 46 anos e 34 entre 47 e 57 anos. Em relação ao estado civil, 172 eram casados, 116 solteiros e 19 separados. No que tange tempo de serviço dentro da área de tecnologia da informação, 10 profissionais possuíam menos de 1 ano, 72 entre 1 e 5 anos, 83 entre 6 e 10 anos, 89 entre 11 e 20 anos e 52 com mais de 20 anos de experiência dentro da área de TI. Em relação à atividade principal exercida, 72 profissionais tinham como atividade o desenvolvimento de sistemas, 45 trabalhavam como suporte (helpdesk), 75 na infra-estrutura, 20 com banco de dados, 4 com segurança da informação e 90 exerciam atividade de chefia (gerencia ou coordenação). Os participantes da pesquisa trabalhavam em organizações de caráter público e privada, sendo 213 profissionais da iniciativa privada e 90 publica. Em relação ao tipo de vinculo com uma organização, 243 profissionais tinham vinculo empregatício, 26 profissionais trabalhavam como terceirizado (pessoa jurídica) prestando serviço para outra organização, 19 trabalhavam como autônomo (pessoa física) e 19 eram sócios. Em relação ao tamanho da organização, 27 profissionais de TI trabalhavam em uma organização com até 9 empregados (Micro), 36 trabalhavam em uma organização que tinha entre 10 e 49 empregados (Pequena), 28 trabalhavam em uma organização que tinha entre 50 e 99 empregados (Média) e 216 trabalhavam em uma organização com mais de 100 empregados (Grande). 72 5.2 Instrumentos 5.2.1 Avaliação do Estresse no Trabalho O conceito de estresse e coping adotado nesta pesquisa é de Lazarus e Folkman (1984). Para a avaliação do estresse no trabalho, na corrente pesquisa, foi utilizada a Escala de Estresse no Trabalho (EET) de Paschoal e Tamayo (2004). Segundo estes autores, normalmente os instrumentos utilizados para avaliar o estresse ocupacional consideram ou uma escala de estressores ou uma escala de reações e, quando consideram as duas, não estabelecem um nexo entre elas. A Escala de Estresse no Trabalho evita fazer duas avaliações separadas e considera a percepção do indivíduo, o que vai ao encontro das críticas referentes a abordagens que enfocam estressores ou reações isoladamente e, desta forma, preenche algumas lacunas existentes nos instrumentos de avaliação de estresse ocupacional. Ainda segundo Paschoal e Tamayo (2004), dada a preocupação de construir um instrumento econômico e geral, os itens foram elaborados de forma a constituir um fator geral, contendo estressores variados e reações freqüentemente associadas aos mesmos. Com base em cada estressor organizacional de natureza psicossocial, citado freqüentemente na literatura (sobrecarga de trabalho, conflito entre papéis, ambigüidade de papéis, relacionamento interpessoal no trabalho, fatores de desenvolvimento na carreira e autonomia/controle no trabalho), foram elaborados itens, os quais contemplavam também, uma reação ao estressor. A Escala de Estresse no Trabalho (EET) foi inicialmente composta por 31 itens, e aplicada a 437 trabalhadores de diferentes organizações, públicas e privadas, sendo 249 homens e 188 mulheres. A análise fatorial revelou a existência de um único fator que, após eliminação de itens com carga fatorial abaixo de 0,45, ficou composto por 23 itens e obteve um coeficiente alfa de Cronbach equivalente a 0,91. 73 Uma versão reduzida da escala, com 13 itens e alfa de 0.85 foi proposta. Com base nos parâmetros satisfatórios da EET, conclui-se que esta é uma alternativa para investigações empíricas e trabalhos aplicados em organizações, podendo orientar medidas que visem à qualidade de vida dos trabalhadores. (PASCHOAL E TAMAYO, 2004). A razão que levou a utilizar essa ferramenta foi a sua simplicidade, a qualidade dos seus parâmetros psicométricos e o fato de que ela fornece um escore geral de estresse que atende as necessidades da pesquisa corrente. Na corrente pesquisa foi utilizado o instrumento original, composto por 31 questões, pois as mesmas, de acordo com quem validou o instrumento, eram pertinentes e abrangentes para um numero maior de organizações (Paschoal e Tamayo, 2004, p. 49) e por ter apresentado cargas fatoriais acima de 0,45 e alfa de Cronbach para o fator de 0,95. Todos os itens são avaliados em escala Likert de concordância de 5 pontos, sendo 1 = discordo totalmente, 2 = discordo parcialmente, 3 = indiferente, 4 = concordo parcialmente e 5 = concordo totalmente, conforme ANEXO A. 5.2.2 Avaliação das estratégias de enfrentamento no trabalho Foram validados no Brasil, dois instrumentos para avaliar as estratégias de enfrentamento: o Inventário de Estratégias de Coping (LAZARUS e FOLKMAN, 1984) e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas ( SEIDL at al, 2001). O Inventário de estratégias de coping é composto originalmente por 66 itens, incluindo pensamentos e ações utilizadas para lidar com demandas internas ou externas de determinado evento estressante. Os autores propuseram oito fatores classificatórios, os quais foram reorganizados e mantidos por Savóia, et al (1996) após a verificação da confiabilidade e validade à realidade brasileira, diminuindo assim para 46 itens, agrupados em oito categorias: confronto (itens 07, 17, 28, 34, 74 40, 47), afastamento (itens 06, 10, 13, 16, 21, 41, 44), autocontrole (itens 14, 15, 35, 43, 54), suporte social (itens 08, 18, 22, 31, 42, 45), aceitação de responsabilidade (itens 09, 25, 29, 48, 51, 52, 62), fuga e esquiva (itens 58, 59), resolução de problemas (itens 01, 26, 46, 49) e reavaliação positiva (itens 20, 23, 30, 36, 38, 39, 56, 60, 63). As categorias e respostas são apresentadas numa escala de 4 pontos 0 = Não usei a estratégia, 1 = Usei pouco, 2 = Usei bastante, 3 = Usei em grande quantidade. A precisão do instrumento foi avaliada utilizando-se os procedimentos de teste e reteste e o método das metades. Para avaliação da validade utilizou-se: validade concorrente, fatorial e consistência interna. Os resultados encontrados indicam que a adaptação é satisfatória. Os sujeitos responderam de maneira coerente ao questionário. Os itens apresentaram consistência interna e a análise fatorial apresentou-se consistente em relação ao estudo norte-americano (SAVOIA, 1996), ou seja, a estrutura fatorial do instrumento de estratégias de enfrentamento confirmou os oito fatores com cargas fatoriais acima de 0,30. Os alfas de Cronbach dos fatores ficaram acima de 0,70. Neste sentido, para a avaliação das estratégias de enfrentamento, na corrente pesquisa, foi utilizada o Inventário de Estratégias de Coping (SAVOIA at al, 1996), conforme ANEXO B. 5.2.3 Procedimentos de coleta de dados Esta pesquisa apresentou uma característica de um survey, o que significa uma pesquisa de levantamento. Segundo Traviños (1995) e Selltiz, Wrightsman e Cook (1987) apud Junior (2005), um survey tem o objetivo de estudar a distribuição de uma variável, fazendo referência aos processos de vida tal como ocorrem. É comum neste delineamento a utilização de instrumentos estruturados de coleta de dados, como o instrumento que foi utilizado neste estudo, disponível nos 75 anexos A, B e D. Tem caráter fundamentalmente quantitativo e pede, portanto, dados coletados de forma sistemática de modo a possibilitar a agregação de variáveis. A fim de garantir o anonimato e fidedignidade das respostas, as escalas foram disponibilizadas na internet com texto explicativo (ANEXO C) e questionário de dados sócio-demográficos (ANEXO D). Desta forma os colaboradores poderiam responder a pesquisa de qualquer computador ligado na internet. Foram contatados através de e-mails, cartões, de forma presencial e através de telefone, profissionais de tecnologia da informação que trabalhavam ou prestavam serviços dentro de organizações de caráter público e privada em todo Brasil. O acesso a estes profissionais foi realizado através de e-mails enviados para fornecedores de TI (150 cartões de contato do pesquisador), e-mails enviados para alunos e professores da Universidade Católica de Brasília, e-mails enviados para os professores de graduação e pós graduação de TI da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UNB), Universidade de Minas Gerais (UFMG), Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade de Pernambuco (UFPE), emails enviados para sindicatos de empresas de processamento de dados do Brasil, e-mails e telefonemas para 27 gerentes de TI em todo Brasil de uma organização de apoio ao empreendedor e e-mails enviados para áreas de TI de organizações públicas. Foi solicitado que estes profissionais respondessem a pesquisa e repassassem o link para outros profissionais de TI. Foi utilizada a ferramenta www.surveymonkey.com para a construção dos questionários bem como ferramenta para que os respondentes pudessem participar da pesquisa. Com essa estratégia, após 15 dias, constatou-se que 567 pessoas iniciaram a pesquisa e destas, 323 completaram a pesquisa, provavelmente devido a quantidade de questões. Das 323 pessoas que terminaram a pesquisa, 16 76 respondentes foram eliminados da pesquisa, pois deixaram um numero considerado alto de respostas em branco, totalizando assim 307 questionários respondidos válidos. 5.2.4 Análise dos dados Os dados foram analisados quantitativamente com o auxílio do programa Microsoft Office Excel 2007 e SPSS 15.0 (Statistical Package of Social Science) para Windows. Foram aplicados os testes de variância e regressão múltipla e verificação de possíveis relações significativas (p≤ 0,05). Foram realizadas análises fatoriais para confirmar se as escalas possuíam a mesma estrutura para a amostra da pesquisa. O instrumento de fatores estressores composto de 31 itens apresentou novamente um estrutura unifatorial com cargas fatoriais acima de 0,45 e alfa de Cronbach para o fator de 0,95. Todos os indicadores de fatoração (scree plot, eigenvalue, variância explicada) indicaram um único fator. A estrutura fatorial do instrumento de estratégias de enfrentamento confirmou os oito fatores com cargas fatoriais acima de 0,30. Os alfas de Cronbach dos fatores ficaram acima de 0,70. Os resultados são apresentados a seguir. Verificou-se desvios-padrão altos, o que foi um indicativo de heterogeneidade no grupo 5.2.5 Amostra Com relação às características pessoais da amostra observa-se (Tabela1) que a maioria dos participantes era do sexo masculino (87,6%). O estado civil predominante foi dos casados (56,0%) seguidos pelos solteiros (37,8%). Com relação à idade, a maioria tinha entre 25 e 35 anos (47,6%). Sobre o tempo que trabalha na área de tecnologia da informação, 29,0% dos profissionais trabalham 77 entre 11 e 20 anos dentro da área de TI, 27,0% trabalham entre 6 e 10 anos e 23,5% trabalham entre 1 e 5 anos. Em relação à atividade principal que exerce dentro da área de TI, 29,3% atua como chefia (gerencia/coordenação), 24,4% trabalhavam com infra-estrutura de TI e 23,5% trabalhavam com desenvolvimento de sistemas. Em relação ao tipo de organização que trabalhavam ou prestavam serviço, 69,4% trabalhavam em organização privada e 29,3% em organização pública. Sobre o tipo de vinculo que possuíam com a organização, 79,2% possuíam vinculo empregatício. Sobre o tamanho da organização que trabalhavam ou prestavam serviço, 70,4% dos profissionais trabalhavam em uma organização de grande porte (mais de 100 empregados). Tabela1- Dados demográficos da amostra Variáveis de Estudo Porcentagem Sexo Masculino 87,6 Feminino 12,1 Missing 0,3 Total 100 Estado Civil Casado/União estável 56,0 Solteiro 37,8 Divorciado/Separado 6,2 Total 100 78 Variáveis de Estudo Porcentagem Faixa Etária Até 24 anos 16,3 Entre 25 e 35 anos 47,6 Entre 36 e 46 anos 24,8 Entre 47 e 57 anos 10,7 Acima de 57 anos 0,3 Missing 0,3 Total 100 Tempo Serviço Menos de 1 ano 3,3 Entre 1 e 5 anos 23,5 Entre 6 e 10 anos 27,0 Entre 11 e 20 anos 29,0 Acima de 20 anos 16,9 Missing 0,3 Total 100 Atividade Principal Desenvolvimento de Sistemas 23,5 Suporte (helpdesk) 14,7 Infra-Estrutura 24,4 Banco de Dados 6,5 Segurança 1,3 Chefia(gerencia/coordenação) 29,3 Missing 0,3 Total 100 79 Variáveis de Estudo Porcentagem Tipo Organização Privada 69,4 Publica 29,3 Missing 1,3 Total 100 Tipo Vinculo Vinculo empregatício 79,2 Terceirizado (pj) 8,5 Autônomo (pf) 6,2 Sócio 6,2 Total 100 Tamanho Organização Micro: até 9 empregados 8,8 Pequena: de 10 a 49 11,7 Média: de 50 a 99 9,1 Grande: mais de 100 70,4 Total 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 6. Resultados e discussão Para atender o objetivo de verificar a relação entre estresse e estratégias de enfrentamento em profissionais que atuam na área de TI foi realizada uma regressão múltipla linear padrão, tendo como variáveis independentes as estratégias de enfrentamento e como variáveis dependentes o estresse percebido pelos profissionais. Esse resultado se encontra na tabela 2, onde foi constatado (p <=0,05) que os profissionais de TI que mais utilizam como estratégias de enfrentamento o confronto 80 ou a fuga-esquiva são os mesmos que apresentaram o maior nível de estresse (variável dependente:estressores), ou seja, estas estratégias não demonstraram ser as mais eficazes para enfrentar o estresse. Neste trabalho, os dados não corroboraram para comprovar a melhor estratégia de enfrentamento, mas sim as piores, ou seja, dentro da amostra estudada, aqueles profissionais de TI que utilizaram o confronto ou a fuga-esquiva foram os que apresentaram o maior nível de estresse. De acordo com Lazarus e Folkman (1984), o confronto são estratégias ofensivas e em certas circunstâncias agressivas para o enfrentamento da situação e a fuga-esquiva consiste em fantasiar sobre possíveis soluções para o problema sem, no entanto, tomar atitudes para de fato modificá-las. Tabela 2: Relação entre estratégias de enfrentamento e o nível de estresse entre trabalhadores Variáveis Coeficientes Coeficientes não t p preditoras padronizados padronizados Confronto 0,370 0,116 3,203 0,002 0,127 0,190 1,501 0,134 Autocontrole 0,023 0,035 0,364 0,716 Suporte social 0,075 0,109 1,075 0,283 Aceitação de -0,089 -0,128 -1,089 0,077 Fuga e Esquiva 0,226 0,206 3,737 0,000 Resolução de -0,063 -0,052 -0,791 0,429 -0,063 -0,086 -0,732 0,465 Afastamento R2 0,16 responsabilidades problemas Reavaliação positiva Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 81 O instrumento EET validado é unifatorial e neste sentido tem-se um índice único médio de todos os fatores estressores, que na corrente pesquisa foi calculado com o valor de 2,78 (escala 1 a 5) o qual foi avaliado pelo pesquisador como um nível moderado de estresse. Esta avaliação responde ao objetivo de se verificar o nível de estresse percebido pelos profissionais pesquisados e neste sentido lança dúvidas sobre o resultado amplamente divulgado na internet, que os profissionais de TI são os mais estressados, frente a outras categorias profissionais como medicina, vendas, educação, finanças, engenharia, entre outros. (REGGIANI, 2006). O índice único médio levantando não permitiu ao pesquisador atender o objetivo de verificar os principais fatores estressores em profissionais de TI. Diante disto, foram calculados a média e desvio padrão dos 31 itens e listado-os conforme tabela 3 em ordem decrescente os 9 principais fatores estressores em profissionais de TI, considerando média superior a 3: “quantidade de trabalho”, “deficiência nos treinamentos para capacitação profissional”, “divulgação de informações sobre decisões organizacionais”, “com fofocas no meu ambiente de trabalho”, “poucas perspectivas de crescimento na carreira”, ”forma como as tarefas são distribuídas em minha área”, “discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho”, “tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho” e “ser pouco valorizado por meus superiores”. Tabela 3. Lista dos principais fatores estressores. Fator estressor QT respostas Mínimo Máximo Média Desvio Padrão A quantidade de trabalho tem me deixado cansado 307 1 5 3,40 1,35 Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional 304 1 5 3,38 1,43 82 Fator estressor QT respostas Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais 303 1 5 3,34 1,30 Sinto-me de mau humor com “fofocas” no meu ambiente de trabalho 305 1 5 3,32 1,49 Os prazos estabelecidos para a realização das minhas tarefas são satisfatórios 307 1 5 3,31 1,26 As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado 303 1 5 3,27 1,41 A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso 304 1 5 3,17 1,36 Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho 305 1 5 3,14 1,53 O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso 304 1 5 3,13 1,42 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores 305 1 5 3,05 1,52 As estratégias utilizadas para introduzir novas tecnologias me deixa angustiado 307 1 5 2,96 1,41 Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade 306 1 5 2,95 1,42 A falta de compreensão sobre quais são as minhas responsabilidades neste trabalho tem causado irritação 306 1 5 2,85 1,47 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita 305 1 5 2,84 1,39 Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho 305 1 5 2,83 1,41 83 Fator estressor QT respostas Mínimo Máximo Média Desvio Padrão A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante 304 1 5 2,81 1,36 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias 303 1 5 2,70 1,51 Fico de mau humor com brincadeiras de mal gosto que meus colegas de trabalho fazem uns com os outros 304 1 5 2,66 1,45 A falta de capacitação para a execução das minhas tarefas tem me deixado nervoso 307 1 5 2,65 1,34 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes 304 1 5 2,63 1,46 Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras pessoas 304 1 5 2,62 1,57 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas 303 1 5 2,61 1,39 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-me irritado 305 1 5 2,47 1,33 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização 304 1 5 2,36 1,36 Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade 303 1 5 2,26 1,33 Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho 304 1 5 2,26 1,56 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho 305 1 5 2,24 1,38 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor 305 1 5 2,23 1,25 Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior 302 1 5 2,22 1,36 84 Fator estressor QT respostas Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Em meu trabalho não há pressão. 306 1 5 2,19 1,3 Sinto nervosismo em ter que me manter atualizado com as mudanças tecnológicas 301 1 5 2,18 1,32 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Este resultado corrobora com os dados apresentados por Moore (2000), Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani (1991), Rajeswari e Anantharaman (2003), Reggiani (2006), Rocha e Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999) e Lim e Teo (1999) onde destacam que o principal fator estressor nos profissionais de TI é a “quantidade de trabalho” nas organizações. De acordo com Glowinkowski e Cooper (1987) e Jex (1998) o estressor “quantidade de trabalho” pode ser dividido em quantitativo e qualitativo. A quantitativa diz respeito ao número excessivo de tarefas a serem realizadas, isto é, a quantidade de tarefas encontra-se além da disponibilidade do trabalhador. A qualitativa refere-se à dificuldade do trabalho, ou seja, o indivíduo depara-se com demandas que estão além de suas habilidades ou aptidões. O fator estressor “quantidade de trabalho” levantado refere-se especificamente a questão da sobrecarga de trabalho no aspecto quantitativo, onde ficou evidenciado, dentro da amostra, que os profissionais de TI acreditam que estão sobrecarregados devido ao excesso de trabalho. Em relação ao fator estressor “deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais”, a corrente pesquisa corrobora com os pesquisadores Goldstein e Rockart (1984), Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani (1991) e Weiss (1983), onde explicita que um dos principais fatores estressores nos profissionais de TI é relativo a falhas de comunicação dentro da organização. Em relação ao fator estressor “tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho”, a corrente pesquisa valida as pesquisas realizadas por Reggiani (2006), Rocha e 85 Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999) e Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), onde citam que uma das principais preocupações dos profissionais de TI é referente ao tempo insuficiente para realizar a quantidade de trabalho que possuem. Outra fonte de estresse levantado na corrente pesquisa e citado pelos pesquisadores Reggiani (2006), Lim e Teo (1999) e Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983) é relativo a “valorização do profissional de TI por parte dos seus superiores”. Tamayo et al (2002) revelam em seus estudos que o estilo de liderança gerencial são preditores do estresse ocupacional e indicam que quanto maior a deficiência neste estilo, maior o estresse. Moore (2000) em sua pesquisa, cita que um dos grandes motivos para a rotatividade de profissionais de TI nas organizações é devido ao esgotamento dos mesmos, catalisado pelas constantes mudanças da .tecnologia. Ainda, Mak e Sockel (2001) e Rajeswari e Anantharaman (2003) citam que o medo da obsolescência e a pressão contínua para se manter atualizado através de constante aprendizagem são estressores que são acrescentados sobre a carga já excessiva de trabalho e prazos apertados. De acordo com O´Brian (2004), a atualização tecnológica demandada pelo avanço e desenvolvimento da área chega a ser massacrante. O analista sequer dominou uma determinada situação e, por força de novo lançamento ou alteração súbita de mercado, surge uma nova ferramenta ou solução que define que terá que reorientar seus métodos de trabalho. O uso de tecnologias modernas, que deveria propiciar uma base sólida para o seu trabalho, acaba por implicar um cenário instável e de difícil delimitação. A implicação no estresse sentido é imediata. 86 A corrente pesquisa demonstra que a necessidade de atualização tecnológica, sentida pelo profissional de TI, foi o fator estressor com a menor pontuação (média = 2,18), o que pode indicar que a necessidade de atualização tecnológica já é absorvida como natural pelos profissionais desta área e desta forma não se apresentou como um fator estressor relevante. O instrumento utilizado para se levantar as principais estratégias de enfrentamento (Inventário de Estratégias de Coping) é multifatorial e neste sentido tem-se índices médios agrupados em fatores classificatórios. Foi constatado (tabela 4), considerando a média > 2,24 (escala 0 a 3) que as 4 principais estratégias de enfrentamento utilizadas pelos profissionais de TI, nesta ordem, são “resolução de problemas”, “suporte social”, “aceitação de responsabilidade” e “auto controle” e as 4 estratégias menos utilizadas pelos profissionais de TI são “reavaliação positiva”, “fuga e esquiva”, “afastamento” e “confronto”. Esta constatação responde ao objetivo de levantar as principais estratégias de enfrentamento utilizadas pelos profissionais de TI. A estratégia de confronto foi a menos utilizada (média = 1,66) e a de resolução de problemas foi a mais utilizada (média = 2,86). De acordo com Lazarus e Folkman (1984), a estratégia resolução de problemas, pressupõe o planejamento adequado para lidar com os estressores. Ao invés de anular ou afastar a situação estressante de seu cotidiano, o profissional de TI opta por resolver seu problema, modificar suas atitudes, sendo capaz de lidar com as pressões das pessoas e do ambiente ao seu redor, diminuindo ou eliminando a fonte geradora de estresse. 87 O nível moderado de estresse, levantado nos profissionais pesquisados, pode ter como uma das explicações o tipo de estratégia menos utilizada pelos mesmos, pois os profissionais que utilizaram como estratégias de enfrentamento o “confronto” e a “fuga e esquiva” foram os que apresentaram o maior nível de estresse. Tabela 4. Lista das principais estratégias de enfrentamento levantadas dentro da amostra. Estratégia de Enfrentamento QT respostas Mínimo Maximo Média Desvio Padrão Resolução de problemas 307 1,25 4,00 2,86 0,64 Suporte Social 307 1,33 4,00 2,33 0,54 Responsabilidade 307 1,00 3,86 2,29 0,54 Autocontrole 307 1,00 3,80 2,24 0,51 Reavaliação positiva 307 1,11 3,67 2,21 0,57 Fuga e esquiva 307 1,00 4,00 1,89 0,85 Afastamento 307 1,00 3,14 1,72 0,41 Confronto 307 1,00 3,17 1,66 0,44 Aceitação de Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Para atender o objetivo de verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização sobre o estresse e as estratégias de enfrentamento foram realizadas análises de variâncias (ANOVA). Uma análise de variância permite que vários grupos sejam comparados a um só tempo, utilizando variáveis contínuas. 88 Com relação às diferenças entre os gêneros masculino e feminino (tabela 5a e tabela 5b), no que tange estratégias de enfrentamento, que o gênero feminino utiliza mais a estratégia (p:suportesocial=0,018; de suporte média: social do feminino=2,53 que e o gênero masculino=2,30) masculino e como demonstrado na tabela 6b não foram constatadas diferenças no nível de estresse entre os gêneros (p:estressores=0,720). Tabela 5a. Estratégias de enfrentamento X gênero Variáveis preditoras Confronto Gênero Masculino Feminino Total Afastamento Masculino Feminino Total Autocontrole Masculino Feminino Total Suporte Social Masculino Feminino Total Aceitação de responsabilidade Masculino Feminino Total Fuga e esquiva Masculino Feminino Total Resolução de problemas Masculino Feminino Total Reavaliação positiva Masculino Feminino Total Estressores Masculino Feminino Total Qt respostas 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 269 37 306 Média 1,67 1,61 1,66 1,72 1,70 1,71 2,23 2,32 2,24 2,30 2,53 2,33 2,28 2,36 2,29 1,89 1,88 1,89 2,86 2,85 2,86 2,19 2,33 2,21 2,77 2,82 2,78 Desvio Padrão 0,45 0,40 0,44 0,41 0,44 0,41 0,52 0,44 0,51 0,53 0,53 0,54 0,55 0,47 0,54 0,86 0,78 0,85 0,66 0,48 0,64 0,57 0,55 0,57 0,79 0,65 0,78 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 89 Tabela 5b. Níveis de estresse X gênero Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Soma dos quadrados df Quadrado principal Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos 0,12 59,245 59,365 0,004 51,048 51,052 0,259 78,431 78,69 1,598 86,361 87,958 0,246 87,918 88,164 0,005 221,718 221,722 0,003 126,563 126,566 0,639 97,883 98,522 0,078 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 304 305 1 Dentro dos Grupos 183,659 304 0,604 Total 183,736 305 F p 0,12 0,195 0,61 0,434 0,004 0,168 0,02 0,883 0,259 0,258 1 0,317 1,598 0,284 5,62 0,018 0,246 0,289 0,85 0,357 0,005 0,729 0,01 0,936 0,003 0,416 0,01 0,937 0,639 0,322 1,99 0,160 0,078 0,13 0,720 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. O estresse ocupacional atinge homens e mulheres, mas alguns estudos têm tentado averiguar se o nível de estresse é similar ou não. Os autores Lim e Teo (1999) demonstraram em suas pesquisas, que os profissionais de TI do sexo feminino apresentaram um maior nível de estresse. Os autores sugerem como uma estratégia de enfrentamento, a reavaliação das políticas de recursos humanos através da construção de um clima propicio de apoio, particularmente do apoio do supervisor imediato. 90 Esta sugestão está de acordo com a estratégia de enfrentamento mais utilizada pelo sexo feminino, na corrente pesquisa e em Dias (2008), ou seja, que o sexo feminino utiliza o suporte social mais do que o sexo masculino. Rocha e Ribeiro (2001) observaram nas mulheres um maior nível de estresse, provavelmente, segundo os autores, devido a sobreposição de papeis (trabalho e casa). Rinaldi (2007) cita um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que revela que tanto em países emergentes como em países desenvolvidos as mulheres no ambiente de trabalho geralmente apresentam maior estresse do que os homens. A corrente pesquisa corrobora com a pesquisa realizada por Ivancevich, Napier e Wetherbe (1983) e Moser (2008) e não valida as pesquisas anteriormente citadas, ou seja, não foi identificado diferenças no nível de estresse entre profissionais de TI do sexo masculino e feminino. Com relação às diferenças entre as áreas de trabalho (tabela 6a e tabela 6b), no que tange fatores estressores, os analistas de sistemas são os que apresentam o maior nível de estresse (estressores:”desenvolvimento de sistemas”, média=3,06, p:estressores = 0,003) e os profissionais que trabalham com banco de dados apresentaram o menor nível de estresse (estressores:”banco de dados”, média=2,46, p:estressores = 0,003), seguidos pela chefia (estressores:” Gerência/Coordenação/Chefia”, média=2,64, p:estressores = 0,003). 91 Tabela 6a. Nível de estresse X áreas de trabalho Estratégia de enfrentamento Confronto Área de trabalho Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total Qt respostas 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 Média 1,70 1,63 1,70 1,51 1,88 1,64 1,66 Afastamento Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 1,78 1,76 1,73 1,62 1,83 1,65 1,72 0,47 0,38 0,35 0,34 0,38 0,42 0,41 Autocontrole Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,19 2,29 2,21 2,16 2,90 2,27 2,24 0,54 0,65 0,46 0,48 0,35 0,43 0,51 Suporte Social Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,28 2,43 2,43 2,32 2,58 2,23 2,33 0,57 0,51 0,55 0,59 0,75 0,47 0,54 Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,23 2,30 2,35 2,20 2,61 2,28 2,29 0,57 0,60 0,55 0,60 0,39 0,46 0,54 Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,08 1,89 1,91 1,65 1,88 1,78 1,89 0,90 0,97 0,88 0,67 0,75 0,75 0,85 Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Desvio Padrão 0,51 0,38 0,45 0,41 0,42 0,42 0,44 92 Estratégia de enfrentamento Área de trabalho Qt Respostas Média Desvio Padrão Resolução de problemas Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,81 2,81 2,83 2,98 3,00 2,92 2,86 0,63 0,57 0,69 0,64 1,24 0,63 0,64 Reavaliação positiva Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 2,19 2,21 2,24 2,16 2,53 2,19 2,21 0,56 0,58 0,56 0,68 0,59 0,56 0,57 Estressores Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Seguranca Gerência/Coordenação/Chefia Total 72,00 45,00 75,00 20,00 4,00 90,00 306,00 3,06 2,77 2,80 2,46 2,29 2,64 2,78 0,67 0,81 0,77 0,75 0,87 0,79 0,77 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 93 Tabela 6b. Nível de estresse X áreas de trabalho Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Soma dos quadrados df Quadrado principal F p 0,95 0,452 1,25 0,286 1,82 0,109 1,70 0,134 0,72 0,605 1,36 0,240 0,51 0,771 0,36 0,875 3,66 0,003 Entre Grupos Dentro dos Grupos 0,92 5,00 0,18 58,45 300,00 0,19 Total 59,38 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 1,05 5,00 0,21 50,19 300,00 0,17 Total 51,23 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 2,31 5,00 0,46 76,38 300,00 0,25 Total 78,69 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 2,43 5,00 0,49 85,53 300,00 0,29 Total 87,96 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 1,05 5,00 0,21 87,25 300,00 0,29 Total 88,31 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 4,89 5,00 0,98 216,05 300,00 0,72 Total 220,94 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 1,06 5,00 0,21 125,50 300,00 0,42 Total 126,57 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 0,59 5,00 0,12 97,93 300,00 0,33 Total 98,52 305,00 Entre Grupos Dentro dos Grupos 10,54 5,00 2,11 172,58 300,00 0,58 Total 183,12 305,00 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 94 Este resultado não corrobora com a pesquisa realizada por Rajeswari e Anantharaman (2003), onde relataram que os níveis de estresse não eram elevados, entre os desenvolvedores de software. Uma hipótese que pode explicar o porque dos analistas de sistemas apresentarem o maior nível de estresse, em relação a outras atividades (gerência, infra-estrutura, segurança e banco de dados), seja devido a relação direta que os mesmos mantém com os usuários, sofrendo neste caso além das pressões inerentes a profissão como excesso de trabalho e prazos curtos a pressão continua por estarem mais próximos dos usuários do que os outros profissionais da área de TI. Os analista de sistemas são os profissionais responsáveis por levantar junto aos usuários os requisitos necessários para o desenvolvimento e manutenção de sistemas e em muitos casos realizam o suporte junto a estes usuários quando o sistema apresenta problemas. Esta possibilidade é corroborada por Merlo (1999), onde cita que a alta freqüência do estresse entre os analistas de sistemas está associada além dos prazos curtos e sobrecarga de trabalho, a pressão exercida pelos usuários dos sistemas. Sobre os fatores estressores e estratégias de enfrentamento dos profissionais de TI (tabela 7a e tabela 7b) que trabalham ou prestam serviço em organizações de caráter publico e privado, não foram constatadas diferenças no nível de estresse (p <=0,05) e das estratégias para enfrentar o estresse (p <=0,05). 95 Tabela 7a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X tipo organização Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Tipo de Organização privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total privada pública Total Qt respostas 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 213 90 303 Média 1,67 1,63 1,66 1,72 1,69 1,71 2,25 2,23 2,24 2,33 2,32 2,33 2,28 2,28 2,28 1,91 1,84 1,89 2,87 2,82 2,85 2,21 2,18 2,20 2,81 2,68 2,77 Desvio Padrão 0,45 0,42 0,44 0,41 0,42 0,41 0,52 0,48 0,51 0,55 0,50 0,53 0,53 0,55 0,54 0,89 0,78 0,85 0,65 0,64 0,64 0,57 0,57 0,57 0,77 0,77 0,77 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 96 Tabela 7b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X tipo organização Estratégias de Enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Soma dos quadrados df Quadrado principal F p 0,562 0,454 0,443 0,506 0,117 0,733 0,034 0,853 0 0,984 0,408 0,524 0,402 0,527 0,17 0,681 1,921 0,167 Entre Grupos 0,11 1 0,11 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 58,853 58,963 301 302 0,196 0,075 1 0,075 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 50,587 50,661 301 302 0,168 0,03 1 0,03 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 77,522 77,552 301 302 0,258 0,01 1 0,01 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 85,798 85,808 301 302 0,285 0 1 0 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 86,733 86,733 301 302 0,288 0,299 1 0,299 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 220,465 220,764 301 302 0,732 0,167 1 0,167 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 124,916 125,083 301 302 0,415 0,055 1 0,055 Dento dos Grupos Total Entre Grupos 97,156 97,211 301 302 0,323 1,148 1 1,148 179,877 301 0,598 181,025 302 Dento dos Grupos Total Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 97 Este resultado lança duvidas ao senso comum de que o funcionário público possui um menor nível de estresse do que profissionais da iniciativa privada, devido a questão da estabilidade no emprego e de não sentir impacto direto em seu emprego devido as circunstancias do mercado. Algumas pesquisas indicam, ao contrário, que o funcionário publico sofre com alto nível de estresse. Como exemplo, os funcionários públicos de uma agência (Azenha) do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) do Rio Grande do Sul foram pesquisados por Martins (2004), o qual buscou conhecer as condições de saúde e de trabalho desses trabalhadores. Nas entrevistas realizadas, os funcionários do INSS relataram insegurança e o medo de punição, pois temiam a perda do emprego por possíveis decisões erradas, as quais acarretariam processo administrativo. Em outro estudo, as assistentes sociais da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa-PR foram pesquisadas por Vochikovski e Munhoz (2005). Constatou-se que 46% das participantes estavam estressadas, com predominância de sintomas psicológicos. As principais fontes de estresse mencionadas pelas 28 assistentes sociais foram a falta ou dificuldade de recursos para a efetivação de seu trabalho, a questão política, os usuários, excesso de trabalho e o relacionamento interpessoal. Barros e Malagris (2005) investigaram o nível de estresse, as possíveis fontes internas e externas em uma instituição pública do setor bancário do município de Niterói-RJ. Os resultados obtidos mostraram que 67% dos participantes encontraram-se na fase de resistência, com predominância de sintomas psicológicos. Quanto às fontes de estresse, as mais assinaladas foram o excesso de tarefas e responsabilidades, carga horária excessiva e pressões de desempenho. 98 Lipp e Tanganelli (2002) averiguaram o estresse ocupacional de magistrados da Justiça do Trabalho, níveis de qualidade de vida, fontes de estresse e estratégias de enfrentamento. Os resultados da pesquisa mostraram que 71% dos participantes apresentaram sintomas de estresse, sendo que a grande maioria se encontrava na fase de resistência. Os estressores mais freqüentes foram sobrecarga de trabalho e a estratégia mais mencionada foi conversar com o cônjuge ou alguém com quem fosse afetivamente ligado (suporte social). No que tange os fatores estressores e estratégias de enfrentamento dos profissionais de TI (tabela 8a e tabela 8b) de acordo com o vinculo que possuem com as organizações que trabalham ou prestam serviço, os autônomos (pf) apresentam o maior nível de estresse (média=3,11). Os autônomos (pf) são os que mais usam as estratégias de afastamento (p=0,019, média=1,92) e os profissionais terceirizados (pj) são os que mais usam as estratégias de suporte social (p=0,029, média=2,36). Tabela 8a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X vinculo com Organização Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Qt respostas Média Desvio Padrão Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 1,67 1,68 1,73 1,53 1,66 0,44 0,44 0,50 0,40 0,44 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 1,72 1,68 1,92 1,51 1,72 0,40 0,42 0,49 0,37 0,41 99 Qt Respostas Média Desvio Padrão Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,26 2,22 2,22 2,04 2,24 0,51 0,43 0,56 0,52 0,51 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,36 2,38 2,22 2,00 2,33 0,53 0,56 0,53 0,53 0,54 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,28 2,44 2,32 2,13 2,29 0,54 0,57 0,53 0,45 0,54 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 1,89 2,19 1,84 1,55 1,89 0,85 0,91 0,80 0,69 0,85 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,84 3,02 2,89 2,83 2,86 0,64 0,65 0,66 0,70 0,64 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,19 2,36 2,35 2,04 2,21 0,58 0,50 0,55 0,46 0,57 Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Total 243,00 26,00 19,00 19,00 307,00 2,78 2,85 3,11 2,29 2,78 0,75 0,90 0,61 0,84 0,78 Estratégia de enfrentamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 100 Tabela 8b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X vinculo com organização Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Soma dos quadrados 0,44 df 3,00 Quadrado principal F p 0,15 0,76 0,518 58,95 59,39 303,00 306,00 0,19 1,66 3,00 0,55 49,58 51,23 303,00 306,00 0,16 0,88 3,00 0,29 77,81 78,69 303,00 306,00 0,26 2,58 3,00 0,86 85,40 87,99 303,00 306,00 0,28 1,10 3,00 0,37 87,39 88,49 303,00 306,00 0,29 4,58 3,00 1,53 217,15 221,73 303,00 306,00 0,72 0,79 3,00 0,26 125,93 126,72 303,00 306,00 0,42 1,56 3,00 0,52 97,00 98,56 303,00 306,00 0,32 6,77 3,00 2,26 177,11 183,88 303,00 306,00 0,58 3,38 0,019 1,14 0,332 3,05 0,029 1,28 0,283 2,13 0,096 0,63 0,595 1,63 0,183 3,86 0,010 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 101 Uma hipótese a ser validada, em uma futura pesquisa, do porque do autônomo (pf: pessoa física) ter um nível de estresse superior, seria devido ao mesmo não ter a proteção dos profissionais que possuem vinculo empregatício (carteira de trabalho) e por conseqüência do salário no final do mês. Esta hipótese pode ser corroborada pelo estudo exploratório realizado por Kilimnik (1998), onde concluiu que “embora seja indiscutível que está havendo uma grande transição nas relações de trabalho, do emprego formal para o trabalho autônomo ou terceirizado, essa fase não necessariamente ocorre de forma tranqüila e sem problemas para os profissionais afetados, pois a criação de novos espaços de trabalho pelas próprias pessoas, tem-se revelado uma empreitada difícil do ponto de vista de retorno financeiro, embora muito gratificante do ponto de vista de melhoria do conteúdo do trabalho e de amadurecimento profissional”. Sobre os fatores estressores e estratégias de enfrentamento dos profissionais de TI (tabela 9a e tabela 9b) de acordo com o tempo de experiência que o profissional possui dentro da área, os profissionais que possuem entre 1 e 5 anos de experiência apresentam o maior nível de estresse (média=2,95, p=0,015). Os profissionais que possuem entre 6 e 10 anos de experiência são os que mais utilizam as estratégias de confronto e afastamento (confronto: média=1,77, p=0,009; afastamento: média=1,79, p=0,020). 102 Tabela 9a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X tempo de experiência Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Tempo Experiência Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total Qt respostas Média Desvio Padrão 10,00 72,00 83,00 1,40 1,69 1,77 0,20 0,50 0,48 89,00 52,00 306,00 1,66 1,53 1,66 0,39 0,35 0,44 10,00 72,00 83,00 1,77 1,77 1,79 0,37 0,48 0,40 89,00 52,00 306,00 1,68 1,57 1,72 0,36 0,38 0,41 Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total 10,00 72,00 83,00 2,30 2,16 2,25 0,53 0,56 0,57 89,00 52,00 306,00 2,32 2,18 2,24 0,42 0,44 0,51 Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 ano Acima de 20 anos Total 10,00 72,00 83,00 89,00 52,00 306,00 2,53 2,42 2,34 2,32 2,17 2,33 0,53 0,61 0,49 0,52 0,51 0,54 Aceitação de responsabilidade Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total 10,00 72,00 83,00 2,23 2,37 2,28 0,45 0,60 0,58 89,00 52,00 306,00 2,29 2,20 2,29 0,49 0,47 0,54 10,00 72,00 83,00 1,75 1,97 2,01 0,75 0,95 0,81 89,00 52,00 306,00 1,88 1,64 1,89 0,89 0,68 0,85 Suporte Social Fuga e esquiva Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total 103 Estratégia de enfrentamento Tempo Experiência Resolução de problemas Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total Reavaliação positiva Estressores Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Total Qt respostas Média Desvio Padrão 10,00 72,00 83,00 2,85 2,89 2,83 0,78 0,63 0,67 89,00 52,00 306,00 2,83 2,93 2,86 0,62 0,65 0,64 10,00 72,00 83,00 2,30 2,25 2,19 0,58 0,60 0,57 89,00 52,00 306,00 2,22 2,12 2,21 0,55 0,57 0,57 10,00 72,00 83,00 2,54 2,95 2,86 0,77 0,79 0,77 89,00 52,00 306,00 2,76 2,50 2,78 0,74 0,76 0,78 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 104 Tabela 9b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X tempo de experiência Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Soma dos quadrados df Quadrado principal 2,59 4,00 0,65 56,37 58,95 301,00 305,00 0,19 1,94 4,00 0,48 49,28 51,21 301,00 305,00 0,16 1,25 4,00 0,31 77,31 78,56 301,00 305,00 0,26 2,38 4,00 0,60 85,61 87,99 301,00 305,00 0,28 0,95 4,00 0,24 87,36 88,30 301,00 305,00 0,29 4,87 4,00 1,22 216,71 221,58 301,00 305,00 0,72 0,55 4,00 0,14 126,15 126,70 301,00 305,00 0,42 0,61 4,00 0,15 97,96 98,56 301,00 305,00 0,33 7,34 4,00 1,84 176,12 183,46 301,00 305,00 0,59 F p 3,46 0,009 2,96 0,020 1,22 0,303 2,09 0,082 0,81 0,517 1,69 0,152 0,33 0,861 0,47 0,760 3,14 0,015 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 105 Em uma pesquisa realizada por Dias (2008), percebeu-se uma correlação positiva entre o uso de estratégias de autocontrole e tempo de profissão, demonstrando que indivíduos que atuam há mais tempo na área tendem a buscar controlar mais seus problemas. Na corrente pesquisa, percebe-se que profissionais menos experientes possuem um maior nível de estresse e utilizam como estratégias de enfrentamento o confronto e o afastamento, que são estratégias não relacionadas ao autocontrole. Esta análise está de acordo com a constatação, explicitada na tabela 4, onde é demonstrado que os profissionais que utilizam a estratégia de enfrentamento confronto possuem um alto nível de estresse, indicando que a mesma não é eficiente como estratégia para enfrentar o estresse. Sobre os fatores estressores e estratégias de enfrentamento dos profissionais de TI que trabalham ou prestam serviço em organizações de micro, pequeno, médio e grande porte (tabela 10a e tabela 10b), não foram constatadas diferenças no nível de estresse e os profissionais que trabalham nas médio empresas são os que mais utilizam as estratégias confronto (média=1,90, p=0,010), autocontrole (média=2,41, p=0,015) e fuga e esquiva (média=2,23, p=0,008). Tabela 10a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X porte da organização Estratégias de Enfrentamento Confronto Porte da Organização Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Qt Desvio respostas Média Padrão 27,00 1,55 0,33 36,00 28,00 1,72 1,90 0,58 0,51 216,00 307,00 1,64 1,66 0,41 0,44 106 Estratégias de Enfrentamento Afastamento Autocontrole Suporte Social Porte da Organização Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Qt Desvio respostas Média Padrão 27,00 1,74 0,45 36,00 28,00 1,81 1,84 0,51 0,47 216,00 307,00 1,68 1,72 0,37 0,41 27,00 1,98 0,57 36,00 28,00 2,25 2,41 0,51 0,60 216,00 307,00 2,25 2,24 0,47 0,51 27,00 2,31 0,57 36,00 28,00 2,28 2,48 0,59 0,46 216,00 307,00 2,32 2,33 0,53 0,54 27,00 2,27 0,70 Aceitação de responsabilidade Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total 36,00 28,00 2,30 2,39 0,53 0,62 216,00 307,00 2,27 2,29 0,51 0,54 Fuga e esquiva 27,00 1,56 0,74 36,00 28,00 2,11 2,23 0,99 0,86 216,00 307,00 1,85 1,89 0,82 0,85 27,00 2,75 0,63 36,00 28,00 2,83 3,05 0,68 0,61 216,00 307,00 2,85 2,86 0,64 0,64 Resolução de problemas Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total 107 Estratégias de Enfrentamento Reavaliação positiva Estressores Porte da Organização Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados Total Qt Desvio respostas Média Padrão 27,00 2,18 0,59 36,00 28,00 2,32 2,29 0,56 0,58 216,00 307,00 2,18 2,21 0,57 0,57 27,00 2,98 0,85 36,00 28,00 2,84 2,98 0,71 0,73 216,00 307,00 2,72 2,78 0,78 0,78 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 108 Tabela 10b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X porte da organização Estratégias de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Soma dos quadrados df Quadrado principal 2,16 3,00 0,72 57,23 59,39 303,00 306,00 0,19 1,01 3,00 0,34 50,23 51,23 303,00 306,00 0,17 2,67 3,00 0,89 76,02 78,69 303,00 306,00 0,25 0,71 3,00 0,24 87,28 87,99 303,00 306,00 0,29 Aceitação de responsabilidade Entre Grupos Dentro dos Grupos Total 0,38 3,00 0,13 88,11 88,49 303,00 306,00 0,29 Fuga e esquiva 8,41 3,00 2,80 213,32 221,73 303,00 306,00 0,70 1,42 3,00 0,47 125,30 126,72 303,00 306,00 0,41 0,79 3,00 0,26 97,78 98,56 303,00 306,00 0,32 3,22 3,00 1,07 180,66 183,88 303,00 306,00 0,60 Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total Entre Grupos Dentro dos Grupos Total F p 3,82 0,010 2,02 0,111 3,55 0,015 0,82 0,484 0,43 0,729 3,98 0,008 1,15 0,331 0,81 0,488 1,80 0,147 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 109 Este resultado não corrobora com Kahn e Byosiere (1992) e Sutton e D´Aunno (1989) onde citam que organizações de porte maior podem ser mais propícias a gerar eventos estressores, devido a distância entre os diversos níveis hierárquicos onde o funcionário tem pouco controle sobre seu trabalho. A corrente pesquisa indica que não importa o porte da empresa onde o profissional de TI trabalha, o nível de estresse é semelhante. Com relação às diferenças entre as faixas etárias (tabela 11a e tabela 11b), no que tange fatores estressores e estratégias de enfrentamento, não foram constatadas diferenças no nível de estresse e os profissionais que mais utilizam a estratégia afastamento são os profissionais de TI com até 24 anos de idade (média=1,89, p=0,001). Tabela 11a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X faixa etária Estratégia de enfrentamento Faixa etária Confronto Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Afastamento Autocontrole Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Qt respostas Média Desvio padrão 50 1,71 0,56 146 1,71 0,44 76 1,59 0,37 34 306 1,58 1,66 0,39 0,44 50 1,89 0,46 146 1,74 0,41 76 1,59 0,32 34 306 1,66 1,72 0,41 0,41 50 2,17 0,48 146 2,30 0,55 76 2,18 0,46 34 306 2,27 2,24 0,42 0,51 110 Estratégia de enfrentamento Faixa etária Suporte Social Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Total Qt respostas Média Desvio padrão 50 2,41 0,53 146 2,40 0,55 76 2,20 0,50 34 306 2,21 2,33 0,52 0,54 50 2,35 0,63 146 2,32 0,54 76 2,19 0,50 34 306 2,27 2,29 0,44 0,54 50 1,96 0,77 146 2,00 0,90 76 1,70 0,81 34 306 1,75 1,89 0,78 0,85 50 2,91 0,64 146 2,87 0,62 76 2,73 0,66 34 306 3,03 2,86 0,67 0,64 50 2,22 0,54 146 2,25 0,57 76 2,14 0,59 34 306 2,13 2,21 0,55 0,57 50 2,77 0,78 146 2,86 0,77 76 2,75 0,72 34 306 2,52 2,78 0,88 0,77 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 111 Tabela 11b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X faixa etária Estratégia de enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Aceitação de responsabilidade Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Soma dos quadrados df Quadrado principal 1,02 3 0,34 57,94 58,95 302 305 0,19 2,89 3 0,96 48,27 51,15 302 305 0,16 1,01 3 0,34 77,27 78,28 302 305 0,26 2,73 3 0,91 85,23 87,96 302 305 0,28 1,03 3 0,34 87,38 88,41 302 305 0,29 5,31 3 1,77 215,63 220,94 302 305 0,71 2,34 3 0,78 124,00 126,34 302 305 0,41 0,89 3 0,30 97,67 98,56 302 305 0,32 3,34 3 1,11 179,40 182,74 302 305 0,59 F p 1,77 0,153 6,02 0,001 1,32 0,268 3,23 0,023 1,18 0,316 2,48 0,061 1,90 0,129 0,92 0,432 1,87 0,134 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 112 De acordo com a pesquisa, jovens profissionais de TI (idade até 24 anos) são os que mais utilizam estratégias de afastamento, que tem como algumas de suas características evitar ou ignorar um determinado problema, fazer com que nada tivesse ocorrido, recusar-se a pensar na situação e minimizar a situação. De um modo geral, os resultados permitiram identificar que jovens profissionais de TI, diante de eventos estressores, tenderam a utilizar estratégias para evitar ou escapar do problema. Uma hipótese a ser futuramente validada, do porque da utilização destas estratégias, seria devido a baixa experiência que estes profissionais possuem, tanto nas questões de relacionamento interpessoal quanto profissional, onde por não ter vivido, ou por ter vivido poucas situações de grande desafio, preferem evitar ou ignorar um problema a enfrentá-lo. Em relação ao nível de estresse, o resultado da corrente pesquisa valida Moser (2008) onde indica que não importa a faixa etária do profissional de TI, o nível de estresse é semelhante. Sobre os fatores estressores e estratégias de enfrentamento dos profissionais de TI (tabela 12a e tabela 12b) de acordo com o estado civil, não foi constatado diferença no nível de estresse e os profissionais que mais utilizam a estratégia suporte social são os profissionais de TI divorciados/separados (média = 2,56, p = 0,015). 113 Tabela 12a. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X estado civil Estratégia de enfrentamento Estado civil Desvio Qt respostas Média padrão Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 1,66 1,67 1,62 1,66 0,42 0,49 0,30 0,44 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 1,68 1,75 1,77 1,72 0,41 0,41 0,39 0,41 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 2,26 2,19 2,36 2,24 0,49 0,53 0,49 0,51 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 2,26 2,40 2,56 2,33 0,53 0,54 0,52 0,54 Casado/União Aceitação de responsabilidade Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 2,25 2,32 2,37 2,29 0,48 0,62 0,51 0,54 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 1,86 1,94 1,82 1,89 0,85 0,86 0,85 0,85 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 2,85 2,85 3,04 2,86 0,63 0,68 0,55 0,64 Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total 172 116 19 307 2,19 2,23 2,23 2,21 0,56 0,60 0,42 0,57 Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Fuga e esquiva Resolução de problemas Reavaliação positiva 114 Estratégia de enfrentamento Estado civil Estressores Casado/União Estável Solteiro divorciado/separado Total Qt Média Desvio respostas padrão 172 116 19 307 2,77 2,82 2,59 2,78 0,77 0,78 0,84 0,78 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 115 Tabela 12b. Estratégias de enfrentamento e nível de estresse X estado civil Estratégia de Enfrentamento Confronto Afastamento Autocontrole Suporte Social Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Soma dos Quadrados df Quadrado principal 0,05 2,00 0,02 59,35 59,39 304,00 306,00 0,20 0,38 2,00 0,19 50,86 51,23 304,00 306,00 0,17 0,60 2,00 0,30 78,10 78,69 304,00 306,00 0,26 2,39 2,00 1,19 85,60 87,99 304,00 306,00 0,28 Aceitação de responsabilidade Entre grupos Dentro dos grupos Total 0,46 2,00 0,23 88,03 88,49 304,00 306,00 0,29 Fuga e esquiva 0,59 2,00 0,30 221,14 221,73 304,00 306,00 0,73 0,65 2,00 0,33 126,07 126,72 304,00 306,00 0,41 0,17 2,00 0,08 98,40 98,56 304,00 306,00 0,32 0,82 2,00 0,41 183,07 183,88 304,00 306,00 0,60 Resolução de problemas Reavaliação positiva Estressores Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total Entre grupos Dentro dos grupos Total F p 0,12 0,884 1,13 0,325 1,16 0,315 4,24 0,015 0,80 0,451 0,41 0,666 0,79 0,457 0,26 0,775 0,68 0,509 Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 116 De acordo com Rocha e Debert-Ribeiro (2001) os profissionais casados apresentaram maiores níveis de estresse. A quantidade de número de papéis sociais está relacionada a maiores chances de níveis de estresse e após o casamento, tanto os homens quanto as mulheres assumem mais papéis e com isso mais responsabilidades (casa, filhos, dinheiro), o que pode gerar mais conflitos e auto-avaliações negativas por parte de ambos (SIMON, 1995). A corrente pesquisa, não validou as pesquisas realizadas por Rocha e DebertRibeiro (2001) e Simon (1995). Em relação ao nível de estresse, o resultado da corrente pesquisa corrobora com a pesquisa realizada por Dias (2008), onde não foi identificado níveis diferentes de estresse nos profissionais de TI casados, solteiros e separados. De acordo com Diener et al (1999), a presença de um parceiro pode significar maior oportunidade de suporte social. Na corrente pesquisa os profissionais desquitados/separados foram os que mais utilizaram o suporte social como estratégia de enfrentamento. Como hipótese a ser futuramente validada, profissionais de TI desquitados/separados discutem mais com outros colegas de profissão, problemas cotidianos inerentes a TI do que os profissionais casados, onde não procuram levar os problemas do seu trabalho para dentro de casa. 7. Conclusões e Recomendações O presente trabalho revelou que os profissionais de tecnologia da informação avaliados, apresentavam um nível moderado de estresse o que não valida pesquisas realizadas na década de 90 e 2000 de que os profissionais desta área estão com alto nível de estresse. Esta constatação responde a um dos objetivos da corrente pesquisa, ou seja, verificar se o nível de estresse dos profissionais 117 pesquisados pode ser considerado alto, ou seja, se os profissionais de TI são realmente estressados. Ainda, a corrente pesquisa tinha como um dos seus objetivos, a identificação dos principais estressores percebidos pelos profissionais de tecnologia da informação, a partir da Escala de Estresse no Trabalho (EET) de Paschoal e Tamayo (2004) e as estratégias de enfrentamento, a partir do Inventário de Estratégias de Coping (LAZARUS e FOLKMAN, 1984). O resultado foi que, a fonte de estresse mais freqüentemente mencionada foi relativa a quantidade de trabalho, o que ratifica pesquisas realizadas nas ultimas duas décadas de que os profissionais desta área estão sobrecarregados. Sugere-se neste ponto, uma melhor divisão de responsabilidades dentro da área de tecnologia da informação nas empresas além de estudos no sentido de verificar a necessidade de contratação de mão-de-obra e capacitação continuada para todos os profissionais de TI da organização. Um dado interessante levantado, foi que a fonte de estresse menos citada pelos profissionais avaliados foi relativo a necessidade de atualização tecnológica o que demonstra que a necessidade de atualização constante já é absorvida e percebida como natural por estes profissionais. A resolução de problema foi a principal estratégia de enfrentamento utilizada pelos profissionais de TI, o que demonstra que estes profissionais, diante de um determinado desafio ou problema ao invés de afastar-se ou ter uma atitude mais agressiva, diante da situação estressante, se esforçam para resolver o problema. Um outro objetivo desta pesquisa era verificar a relação estresse e estratégias de enfrentamento. O resultado foi que, aqueles profissionais que utilizaram como estratégia de enfrentamento o confronto e a fuga-esquiva são os que apresentaram 118 o maior nível de estresse o que pode-se supor que estas estratégias não são eficazes como elementos reguladores do estresse. No que tange ao objetivo de se verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa etária, tempo de serviço, atividade, tipo de organização, tipo de vinculo e tamanho da organização sobre o estresse e as estratégias de enfrentamento. O resultado foi que, em relação ao sexo, não foram constatadas diferenças no nível de estresse, o que neste sentido, não valida pesquisas realizadas de que as profissionais de TI são mais estressadas do que os profissionais devido a dupla jornada de trabalho (trabalho e casa). Ainda, foi constatado que as profissionais utilizam mais a estratégia de suporte social do que os profissionais do sexo masculino e neste sentido sugere-se uma maior abertura dos chefes diretos e reavaliação das políticas de recursos humanos no sentido de ouvir suas angustias, buscando assim minimizar os efeitos do estresse e por conseqüência a melhoria da qualidade de vida no trabalho. A corrente pesquisa demonstrou que o analista de sistema é o profissional de TI com maior nível de estresse e os profissionais que trabalham com banco de dados apresentaram o menor nível de estresse. Uma hipótese a ser futuramente verificada é se o analista de sistema é mais estressado do que outros profissionais da área de TI, como infra-estrutura, banco de dados, gerencia e segurança devido a proximidade com os usuários finais e neste sentido sugere-se uma investigação com intuito de buscar formas de melhorar esta interação objetivando minimizar este estresse e entregar sistemas com maior nível de qualidade. O senso comum diz que os profissionais que trabalham em organizações de caráter público trabalham menos do que os profissionais da iniciativa privada devido ao sentimento da estabilidade e do próprio caráter do ambiente público que não tem 119 como meta o lucro financeiro mas sim social. Neste sentido, estes profissionais percebem uma menor pressão e estresse. A corrente pesquisa demonstrou que tanto os profissionais da iniciativa privada quanto pública possuem níveis de estresse similares o que, neste sentido, sugere-se que as organizações, tanto pública quanto privada, deveriam disponibilizar mecanismos similares para minimizar os efeitos maléficos do estresse nestes profissionais maximizando assim a qualidade de vida dentro destas organizações e por conseqüência, abstraindo outras variáveis, a rentabilidade e eficiência. Os profissionais autônomos, ou seja, sem vinculo empregatício, apresentaram um nível de estresse superior aos profissionais com carteira assinada o que pode ser um indicativo importante da necessidade do aumento da formalização deste tipo de mão-de-obra dentro das organizações, o que pode ser catalisado com incremento de políticas governamentais no sentido de diminuir o custo da mão de obra para as mesmas. Os profissionais de TI menos experientes, ou seja, que possuem entre 1 e 5 anos foram os que apresentaram o nível mais elevado de estresse e aqueles com 6 e 10 anos de experiência foram os que mais utilizaram estratégias de confronto e afastamento como estratégias de enfrentamento. Sugere-se uma atenção especial por parte dos supervisores diretos no que tange ao nível de pressão exercida e recursos humanos no sentido de disponibilizar treinamentos para administração de estresse e qualidade de vida nas organizações. Ainda, a pesquisa demonstrou que jovens profissionais de TI, com até 24 anos de idade, são os que mais utilizaram estratégias de afastamento, que se caracteriza como fuga (evitar ou ignorar) diante de problema. Cabe aqui, a organização através de políticas de capacitação e principalmente a gerencia direta explicitar para estes 120 profissionais que esta não é a melhor maneira de se lidar com um problema mas sim através de estratégias que encarem o problema e tentem resolve-lo da melhor forma possível. Em relação ao objetivo geral desta dissertação, ou seja, de investigar o estresse nos profissionais de tecnologia da informação dentro das organizações enfatizando como este profissional percebe e lida com o fenômeno no inicio de uma nova década (2010), o nível de estresse e se as estratégias de enfrentamento utilizadas foram eficientes em sua regulação, percebe-se que os dados obtidos não revelaram um quadro preocupante no que tange estresse nos profissionais de TI, entretanto devido ao incremento da dependência dos profissionais de TI por parte das organizações e de sua sobrecarga de trabalho nas ultimas décadas, torna-se fundamental atenção por parte das organizações, principalmente das políticas de recursos humanos como por exemplo treinamentos para administração do estresse e programas de qualidade de vida e uma maior atenção da gerencia direta que deve ser um elemento minimizador da pressão e não agir como um elemento maximizador, para que este quadro não se altere de forma significativa, levando assim uma perda de qualidade de vida dentro das organizações e por conseqüência da eficiência organizacional. Ainda, sugere-se fortemente uma mudança de postura dos lideres das organizações no sentido de valorizar o sentimento de colaboração interna em detrimento a competição, recompensando e destacando os profissionais que mais colaboram com os seus pares, pois o estresse também se caracteriza na atualidade como um fenômeno social que pode ser melhor administrado através de uma maior e melhor interatividade interpessoal dentro das organizações. 121 A pesquisa evidenciou ainda que os profissionais de tecnologia da informação ao desempenhar suas funções sofrem a influência de inúmeros fatores organizacionais estressores, tendo como principal fator no inicio da década de 2010 a sobrecarga de trabalho, e que os mesmos utilizam estratégias para lidar com estes fatores, que na corrente pesquisa, demonstraram-se eficazes, já que o nível de estresse percebido pelos mesmos foi moderado. Como proposta para futuras pesquisas, sugere-se a verificação se estes fatores interferem efetivamente no ambiente de trabalho e no âmbito pessoal, prejudicando a saúde desses profissionais, o desempenho de suas atividades, podendo repercutir no suporte aos seus usuários, perante ao cliente e na eficiência global da organização. Espera-se que esta pesquisa possa ser utilizada por profissionais de TI e organizações que trabalham com estes profissionais, como uma oportunidade de reflexão e aplicação de políticas no sentido de aprimorar práticas para melhoria da qualidade de vida dentro das organizações e como incentivo a novas pesquisas nesta área. O tema abordado nesta investigação não se esgota aqui, pois o estresse é amplo e repleto de especificidades, as quais poderão ser contempladas em investigações futuras, como sugestão, o estudo da relação do estresse com as seguintes variáveis: absenteísmo, eficiência organizacional, salário, qualidade de vida, realização profissional, competência e motivação. Pode-se afirmar, ao concluir esta pesquisa, que os objetivos propostos foram alcançados. Ainda que o estudo tenha alcançado os objetivos propostos e tenha oferecido contribuições no campo do bem-estar no trabalho no que tange estresse, há limitações que merecem ser destacadas como, por exemplo, o grande numero de 122 questões nos instrumentos que medem fatores estressores e estratégias de enfrentamento, o que levou a uma desistência de cerca de 40% dos respondentes e ao baixo índice de respondentes das regiões norte e nordeste. 123 8. Referências Bibliográficas AGARWAL, R.; FERRATT, W. 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A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-me irritado Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas Sinto nervosismo em ter que me manter atualizado com as mudanças tecnológicas Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional Fico de mau humor por me sentir isolado na organização Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor A falta de compreensão sobre quais são as minhas responsabilidades neste trabalho tem causado irritação Sinto-me de mau humor com “fofocas” no meu ambiente de trabalho Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras pessoas O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso Fico de mau humor com brincadeiras de mal gosto que meus colegas de trabalho fazem uns com os outros Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes As estratégias utilizadas para introduzir novas tecnologias me deixa angustiado 137 ANEXO B – Questionário Estratégias de Enfrentamento Leia cada item abaixo e indique, fazendo um círculo na categoria apropriada, o que você fez em uma situação profissional passada, ocorrida em uma semana típica de trabalho, que tenha sido motivo de grande preocupação e desconforto. O que você fez ou sentiu, de acordo com a seguinte classificação: 1. Me concentrei no que deveria ser feito em seguida , no próximo passo. 0 1 2 3 2. Tentei analisar o problema para entendê-lo melhor. 0 1 2 3 3. Procurei trabalhar ou fazer alguma atividade para me distrair. 0 1 2 3 4. Deixei o tempo passar - a melhor coisa que poderia fazer era esperar, o tempo é o melhor remédio. 0 1 2 3 5. Procurei tirar alguma vantagem da situação. 0 1 2 3 6. Fiz alguma coisa que acreditava não daria resultados, mas ao menos eu estava fazendo alguma coisa. 0 1 2 3 7. Tentei encontrar a pessoa responsável para mudar suas idéias. 0 1 2 3 8. Conversei com outra(s) pessoa(s) sobre o problema, procurando mais dados sobre a situação. 0 1 2 3 9. Me critiquei, me repreendi. 0 1 2 3 10. Tentei não fazer nada que fosse irreversível, procurando deixar outras opções. 0 1 2 3 11. Esperei que um milagre acontecesse. 0 1 2 3 12. Concordei com o fato, aceitei o meu destino. 0 1 2 3 13. Fiz como se nada tivesse acontecido. 0 1 2 3 14. Procurei guardar para mim mesmo(a) os meus sentimentos. 0 1 2 3 15. Procurei encontrar o lado bom da situação. 0 1 2 3 16. Dormi mais que o normal. 0 1 2 3 17. Mostrei a raiva que sentia para as pessoas que causaram o problema. 0 1 2 3 138 18. Aceitei a simpatia e a compreensão das pessoas. 0 1 2 3 19. Disse coisas a mim mesmo (a) que me ajudassem a me sentir bem 0 1 2 3 20. Me inspirou a fazer algo criativo. 0 1 2 3 21. Procurei esquecer a situação desagradável. 0 1 2 3 22. Procurei ajuda profissional. 0 1 2 3 23. Mudei ou cresci como pessoa de uma maneira positiva. 0 1 2 3 24. Esperei para ver o que acontecia antes de fazer alguma coisa. 0 1 2 3 25. Desculpei ou fiz alguma coisa para repor os danos. 0 1 2 3 26. Fiz um plano de ação e o segui. 0 1 2 3 27. Tirei o melhor que poderia da situação, que não era o esperado. 0 1 2 3 28. De alguma forma extravasei meus sentimentos. 0 1 2 3 29. Compreendi que o problema foi provocado por mim. 0 1 2 3 30. Saí da experiência melhor do que eu esperava. 0 1 2 3 31. Falei com alguém que poderia fazer alguma coisa concreta sobre o problema. 0 1 2 3 32. Tentei descansar, tirar férias a fim de esquecer o problema. 0 1 2 3 33. Procurei me sentir melhor, comendo, fumando, utilizando drogas ou medicação. 0 1 2 3 34. Enfrentei como um grande desafio, fiz algo muito arriscado. 0 1 2 3 35. Procurei não fazer nada apressadamente ou seguir o meu primeiro impulso. 0 1 2 3 36. Encontrei novas crenças. 0 1 2 3 37. Mantive meu orgulho não demonstrando os meus sentimentos. 0 1 2 3 38. Redescobri o que é importante na vida. 0 1 2 3 39. Modifiquei aspectos da situação para que tudo desse certo no final. 0 1 2 3 40. Procurei fugir das pessoas em geral. 0 1 2 3 41. Não deixei me impressionar, me recusava a pensar muito sobre esta situação. 0 1 2 3 139 42. Procurei um amigo ou um parente para pedir conselhos. 0 1 2 3 43. Não deixei que os outros soubessem da verdadeira situação. 0 1 2 3 44. Minimizei a situação me recusando a preocupar-me seriamente com ela. 0 1 2 3 45. Falei com alguém sobre como estava me sentindo. 0 1 2 3 46. Recusei recuar e batalhei pelo que eu queria. 0 1 2 3 47. Descontei minha raiva em outra(s) pessoa(s). 0 1 2 3 48. Busquei nas experiências passadas uma situação similar. 0 1 2 3 49. Eu sabia o que deveria ser feito, portanto dobrei meus esforços para fazer o que fosse necessário. 0 1 2 3 50. Recusei acreditar que aquilo estava acontecendo. 0 1 2 3 51. Prometi a mim mesmo(a) que as coisas serão diferentes na próxima vez. 0 1 2 3 52. Encontrei algumas soluções diferentes para o problema. 0 1 2 3 53. Aceitei, nada poderia ser feito. 0 1 2 3 54. Procurei não deixar que meus sentimentos interferissem muito nas outras coisas que eu estava fazendo. 0 1 2 3 55. Gostaria de poder mudar o que tinha acontecido ou como eu senti. 0 1 2 3 56. Mudei alguma coisa em mim, me modifiquei de alguma forma. 0 1 2 3 57. Sonhava acordado(a) ou imaginava um lugar ou tempo melhores do que aqueles em que eu estava. 0 1 2 3 58. Desejei que a situação acabasse ou que de alguma forma desaparecesse. 0 1 2 3 59. Tinha fantasias de como as coisas iriam acontecer, como se encaminhariam. 0 1 2 3 60. Rezei. 0 1 2 3 61. Me preparei para o pior. 0 1 2 3 62. Analisei mentalmente o que fazer e o que dizer. 0 1 2 3 63. Pensei em uma pessoa que admiro e em como ela resolveria a situação e a tomei como modelo. 0 1 2 3 64. Procurei ver as coisas sob o ponto de vista da outra pessoa. 0 1 2 3 140 65. Eu disse a mim mesmo(a) "que as coisas poderiam ter sido piores". 0 1 2 3 66. Corri ou fiz exercícios. 0 1 2 3 141 ANEXO C – Carta de apresentação dos questionários de pesquisa Prezado (a) Colega (a) Estou realizando uma pesquisa para ser apresentada na minha defesa (dissertação) da Universidade Católica de Brasília, no programa Mestrado em Gestão do Conhecimento e TI. Esta pesquisa tem por objetivo levantar dados sobre o ambiente de trabalho das TI´s nas organizações e como o profissional de TI(tecnologia da informação) se sente dentro deste ambiente. Ao mesmo tempo, a corrente pesquisa também procura identificar como os profissionais de TI lidam com um determinado problema relacionado ao seu ambiente de trabalho. Serão 31 questões referentes ao ambiente de trabalho das TI´s e como o profissional de TI se sente e 66 questões referentes a como os profissionais de TI lidam com um determinado problema dentro do seu ambiente de trabalho. O tempo médio para preencher a pesquisa é de 15 minutos. Ao responde-la estará concordando com a divulgação dos resultados lembrando que não existe nenhuma informação que possa identificá-lo. Os resultados serão apenas estatísticos. Minha expectativa é que a pesquisa traga como resultado informações úteis para melhoria de qualidade de vida do profissional de TI dentro das organizações e neste sentido que os mesmos possam contribuir ainda mais para os resultados corporativos. Obrigado Sandro Servino [email protected] 142 ANEXO D – Questionário socioeconômico Sexo Masculino Feminino Estado Civil Casado/União Estável Solteiro Divorciado/separado Viúvo Sua faixa etária? Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Entre 47 e 57 anos Acima de 57 anos Tempo que trabalha na área de informática? Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 20 anos Acima de 20 anos Sua Atividade Principal? Desenvolvimento de Sistemas Suporte (helpdesk) Infra-Estrutura Banco de Dados Segurança Gerência/Coordenação/Chefia 143 Trabalha ou presta serviço em uma organização? Privada Pública Em sua atividade principal, você trabalha ou presta serviço em uma organização através de/como: Vínculo empregatício Terceirizado (pj) Autônomo (pf) Sócio Qual o tamanho da organização que atualmente está trabalhando ou prestando serviço? Micro : até 9 empregados Pequena: de 10 a 49 empregados Média: de 50 a 99 empregados Grande: mais de 100 empregados 144