2 ■ DOMINGO | 16 de agosto de 2015 CORREIO DO POVO www.correiodopovo.com.br | [email protected] FILIADO Atendimento ao Assinante: Fone (51) 3216.1600 | [email protected] PRESIDENTE | Reinaldo Gilli | [email protected] VICE-PRESIDENTE | Cleber Nascimento Dias | [email protected] Atendimento Presencial: Rua dos Andradas, 972 Redação: Rua Caldas Júnior, 219 – Porto Alegre, RS – CEP 90019-900 | Fone (51) 3215-6111 Comercial | Atendimento às Agências: Fone (51) 3215.6169 Teleanúncios: Fone (51) 3216.1616 | [email protected] DIRETOR DE REDAÇÃO | Telmo Ricardo Borges Flor | [email protected] DIRETOR COMERCIAL | João Müller | [email protected] DIRETOR ADMINISTRATIVO | Eduardo Guedes | [email protected] Prisões que não ressocializam O » relato do especialista das Nações Unidas soEssa realidade demanda investimentos que debre tortura e tratamentos cruéis, Juan Mén- vem ser feitos para que os detidos cumpram sua dez, que realizou uma visita de 12 dias ao pena sem outros ônus que não os previstos em lei. Brasil, mostrou que a realidade carcerária do país Já se sabe hoje que não adianta transformar as prié extremamente grave e demanda medisões num depósito de seres humanos, das urgentes por parte das autoridades pois a violência interna acaba resultanresponsáveis, tanto do governo federal do em mais violência nas áreas extrae dos governos estaduais como do poAos presídios cabe a muros das penitenciárias. O país tem der Judiciário. Segundo seu depoimenatualmente uma população prisional to, os direitos dos presos não são res- devida atenção para em torno de 600 mil pessoas, sendo que peitados, as condições de cumprimento diminuir a violência 40% desse montante nem sequer foi ledas penas são indignas e a tortura é co- que grassa em toda vado a julgamento. Esse confinamento tidiana. Ele aduziu que os detentos enresulta em recrutamento constante de a sociedade. frentam extremas dificuldades para ter mão de obra delitiva por parte das orgaacesso a tratamento de saúde, serviços básicos, nizações criminosas, pois muitos egressos do sisteeducação, cultura, esporte, lazer, apoio psicosso- ma saem com dívidas que serão pagas com novos cial e até mesmo ao sol, de propriedades necessá- crimes. As advertências do representante da ONU rias ao organismo humano. devem ser consideradas pelos governantes do país. A TACHO VILSON ANTONIO ROMERO jornalista e presidente do Conselho Executivo da Anfip Planos RS SC/PR Digital Mensal R$ 44,90 R$ 47,90 R$ 26,90 Semestral R$ 269,40 R$ 287,40 R$ 161,40 Anual R$ 538,80 R$ 574,80 R$ 322,80 VENDA AVULSA ■ RS: De segunda a sexta-feira, R$ 1,50; Sábado e Domingo, R$ 2,00; ■ SC e PR: De segunda a sexta-feira, R$ 2,00; Sábado e Domingo, R$ 2,50; ■ Demais Estados: De segunda a sexta-feira, R$ 2,50; Sábado e Domingo, R$ 3,00 mais frete. LIÇÕES DE SAÚDE NOTA 10 Reserve um tempo no dia para temas e trabalhos. Juremir Machado da Silva | [email protected] Não se aposentar? A aposentadoria é uma utopia que pode se transformar em pesadelo. Há quem tema a aposentadoria como se fosse a morte. Mas há quem sonhe com ela durante, ao menos, dez anos. Li um livro interessante sobre isso: “Não Se Aposente – 7 caminhos para evitar uma aposentadoria fracassada”, do médico gaúcho Leandro Minozzo. A ideia parece ser esta: para se aposentar bem é fundamental nunca se aposentar. Não, não se trata de bater ponto até o último dia de vida, mas de continuar ativo depois de encerrado o ciclo de ganhar a vida. O fracasso na aposentadoria passa por muitos fatores: falta de dinheiro, sentimento de inutilidade, saudades das rotinas do trabalho, isolamento, muita energia represada na medida em que, no Brasil, as aposentadorias, em média, chegam entre os 53 e os 56 anos de idade, permanecer em casa exacerbando implicâncias com o cônjuge antes sufocadas pelo menor tempo diário de convivência, etc. Leandro Minozzo tem pós-graduação em Geriatria e Gerontologia. Já publicou os livros “Doença de Alzheimer — Como se prevenir”, “Em Busca do Sentido da Vida na Terceira Idade” e “Um Novo Envelhecer — Tempo de ser feliz”. Ele escreve com linguagem coloquial e bota o dedo nas feriMeu dia vai chegar. das mais delicadas. Há quem imagine a aposentado- Ainda faltam uns dez ria como um paraíso caseianos se o Fator ro com a família reunida e Previdenciário não todos felizes para sempre for enterrado. Estou numa bela foto. na fase da Pode ser mais complicado. É preciso preparar-se imaginação. Quero para a aposentadoria. Em uma aposentadoria média, há um bom tempo paexitosa. Com muito ra viver depois do trabalho. trabalho. Minozzo apresenta uma estatística interessante: “O IBGE estima que, ao atingir os 60 anos, a sobrevida média seja de mais 21,6 anos, ou seja, para quem já chegou aos 60 anos, a expectativa é que alcance pelo menos os 82”. É duro chegar a certa idade. Chegando, vai mais longe. Aposentar-se, no entanto, salvo para quem se dá bem assim, não é se trancar no quarto para ver televisão. Dá para fazer outras coisinhas. Até sexo. Leandro Minozzo fala de cinco fases da aposentadoria: imaginação (sonha-se com ela desde uns 15 anos antes, como será?), antecipação (faltando uns cinco anos, começam a preocupação e, em seguida, a ansiedade e até o medo), liberação (chegada a hora, é soltar a franga), redirecionamento (passado o entusiasmo dos primeiros tempos, vem um tempo de readequação). Por fim, a reconciliação: vencidas as expectativas exageradas, superadas as decepções, redimensionadas as possibilidades, muitas vezes depois dos 70 anos, vem a aceitação da condição de aposentado e, com ela, um aproveitamento mais simples e eficaz. Gostei do livro. Meu dia vai chegar. Ainda faltam uns dez anos se o Fator Previdenciário não for enterrado. Estou na fase da imaginação. Quero uma aposentadoria exitosa. Com muito trabalho. Se me faltar o que fazer, pretendo retraduzir sozinho as obras completas de Balzac. É ocupação para uns 30 anos. Se o Inter estiver sem técnico, como ex-colorado, me candidatarei. Se o Brasil tiver candidaturas avulsas, viro político. Senador. Mas só se o mandato for de 15 anos. Com dois mandatos, poderei completar meu tempo de serviço aqui na Terra. » Secretaria da Receita Federal do Brasil é essencial para o funcionamento do país, seja na arrecadação de recursos para as políticas públicas, seja na garantia da livre concorrência, seja na proteção das fronteiras ou seja no combate a crimes como corrupção, sonegação e contrabando. Embora seja forte e atuante, parece haver interessados em enfraquecer a Receita Federal. Os servidores enfrentam a falta de investimentos. A principal categoria do órgão, integrada pelos membros da Auditoria Fiscal, se vê desmerecida e desprestigiada, ocupando tão somente a 26ª posição no ranking dos fiscos estaduais e municipais em termos de remuneração. Os auditores-fiscais lotados em regiões remotas, mas importantíssimas para o controle da entrada de mercadorias e de pessoas, aguardam a regulamentação da Indenização de Fronteiras. Instituído em 2013, o benefício até hoje não foi regulamentado. Há ainda outros valores indenizatórios sem qualquer atualização, alguns defasados há décadas. Apesar do cenário desmotivador, os auditores-fiscais jamais esmoreceram ou reduziram a eficiência — mesmo diante do diminuto efetivo profissional —, exatamente porque sabem que são agentes de Estado, e não de governos. O compromisso dos auditores-fiscais é com a sociedade brasileira. Ainda assim, na luta pelo reconhecimento de suas atribuições, os auditores defendem a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) 102/15, que tramita na Câmara dos Deputados e estabelece, para a categoria, subsídio equivalente a 90,25% do vencimento de ministro do Supremo Tribunal Federal. Por similaridade, a PEC 102 deve tramitar em conjunto com a PEC 443/9, que trata da mesma equivalência para outras carreiras. A categoria sempre manteve o empenho no cumprimento de suas missões e assim permanece no atual cenário de crise. O Fisco está e continuará atuante, com profissionais altamente qualificados. Os auditoresfiscais mantêm o combate implacável aos fraudadores e aos corruptos. Uma pergunta, porém, precisa ser feita: a quem interessa o enfraquecimento do órgão? Não cabem aqui especulações, mas uma constatação pode ser feita: sonegadores e corruptos batem palmas para quem trabalha contra uma Receita Federal forte, com auditores-fiscais devidamente reconhecidos e motivados. Gerência de Mercado Leitor: Renato Rythowen | [email protected] Impresso simultaneamente nos parques gráficos de Porto Alegre, São Sepé e Carazinho ASSINATURA: Fone (51) 3216-1606 | [email protected] OPINIÃO | [email protected] Os auditores-fiscais e o combate à corrupção Opec | Operação Comercial: Fone (51) 3215-6101, ramais 6172 e 6173 | [email protected] DO LEITOR [email protected] Redator responsável: Renato Panattieri Lixo Rotulagem No dia 11, à tarde, mais uma vez, tive que ver um catador de lixo revirar um contêiner no Centro, retirar o que lhe interessou e despejar o resto na calçada. Pouco antes, os garis tinham varrido o local. Nós pagamos a retirada do lixo dos contêineres, do lixo seco, a limpeza e varrição das ruas, para, em seguida, os catadores sujarem tudo. Ao permitir isso, a prefeitura nos faz de palhaços. Por que não destinam um grupo para reunir os catadores a fim de orientá-los para não sujar em torno dos contêineres? Não é uma tarefa impossível e nós pagamos toda a estrutura que envolve o lixo. Isabel Pitta, Porto Alegre Salário justo É ponto pacífico que todos devem ganhar o salário justo. Só gostaria de entender por que o salário de advogados da União, procuradores, delegados, etc. têm de ser 20 vezes maior que o salário de um professor, até porque os professores constroem o futuro, enquanto esses tentam remendar o passado. Enio Hausen, Porto Alegre Veio em boa hora o seminário sobre usos de agrotóxicos, na Assembleia Legislativa. As intenções foram ótimas, mas duvido que seus objetivos sejam atingidos: aprovação de uma lei que obrigue a rotulagem de agrotóxicos nos produtos e a proibição da pulverização aérea. Lembro que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos (1 bilhão de litros por ano). Foi aprovado o projeto de lei pela Câmara para a retirada do símbolo T (de transgênico) dos rótulos dos produtos. A população somente tomou conhecimento após o ocorrido. Josete Sanchez, Porto Alegre Amarras Nós temos fortes os setores primário, secundário e terciário; absoluta autossuficiência para produzir o que necessitamos, e exportar o excedente. A nossa arrecadação bem administrada é suficiente. Não precisamos do governo federal. Afinal, quanto devemos pagar para a União e quanto devemos receber mensalmente? A diferença compensa para nós? Está na hora de cortar temporariamente as amarras. Roberto Dellamora, Porto Alegre Os artigos publicados com assinatura nesta página não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Podem ser enviados para o e-mail [email protected]. br. As cartas para o Correio do Leitor, com assinatura, endereço, número da identidade e telefone de contato para confirmação deverão ser enviadas para a Diretoria de Redação do Correio do Povo, na rua Caldas Júnior, 219, CEP 90019-900. Por razões de clareza ou espaço, as cartas poderão ser publicadas resumidamente.