2 ■ SÁBADO | 15 de novembro de 2014 CORREIO DO POVO www.correiodopovo.com.br | [email protected] FILIADO Atendimento ao Assinante: Fone (51) 3216.1600 | [email protected] PRESIDENTE | Reinaldo Gilli | [email protected] VICE-PRESIDENTE | Cleber Nascimento Dias | [email protected] Atendimento Presencial: Rua dos Andradas, 972 Redação: Rua Caldas Júnior, 219 – Porto Alegre, RS – CEP 90019-900 | Fone (51) 3215-6111 Comercial | Atendimento às Agências: Fone (51) 3215.6169 Teleanúncios: Fone (51) 3216.1616 | [email protected] DIRETOR DE REDAÇÃO | Telmo Ricardo Borges Flor | [email protected] DIRETOR COMERCIAL | João Müller | [email protected] DIRETOR ADMINISTRATIVO | Eduardo Guedes | [email protected] Torcedores sancionados » Justiça estadual agiu rápido na determina- física e psicológica da maioria do público, que vai ção da punição de delitos praticados após aos estádios apenas com o intuito de se divertir. um jogo de futebol na Capital. Após as apu- Contudo, as cenas de guerra são comuns, muitas rações e indiciamentos realizados pela Polícia Ci- vezes com pais se protegendo e protegendo seus fivil, indicando os responsáveis pelas conlhos. As imagens correm o mundo e dutas que resultaram em feridos e em mostram que é preciso que o poder púdanos ao patrimônio alheio em um posblico intervenha de forma eficaz para to de gasolina, o Juizado do Torcedor, afastar os adeptos dos vandalismo. O esporte é um conduzido pelo seu titular, Marco AuréAs medidas punitivas e preventivas lio Martins Xavier, determinou a coloca- meio de lazer e não determinadas pelo Judiciário gaúcho ção de tornozeleiras eletrônicas em dez pode ficar à mercê vêm em boa hora para diminuir o sentitorcedores, que deverão comparecer a da agressividade de mento de impunidade, além de sinalicartório para colocá-las e continuar alguns desajustados. zar no sentido de que os verdadeiros com elas durante o tempo em que o torcedores poderão assistir aos jogos campeonato estiver em andamento. com a devida tranquilidade. O esporte não pode serAtualmente, o futebol, que deveria ser apenas vir de pretexto para uma agressividade gratuita, um espetáculo de lazer, tem se transformado num na qual uns poucos conseguem estragar a festa de palco de conflitos, colocando em risco a integridade muitos. A coerção, neste caso, é um imperativo. Os 25 anos do Orçamento Participativo O TACHO CARLOS SIEGLE DE SOUZA Orçamento Participativo (OP) de Porto Alegre é uma forma direta, transparente e autônoma de a população escolher o direcionamento dos recursos da cidade. A rodada 2014/2015 das assembleias do OP acontece entre 13 de outubro e 18 de novembro em 23 reuniões temáticas e regionais. Ao longo dos 25 anos de existência do OP, mais de 8,2 mil demandas da comunidade foram contempladas. De 2000 a 2013, já foi investido em demandas executadas mais de R$ 1 bilhão. Não é à toa que o OP de Porto Alegre inspirou mais de 2 mil experiências de participação popular sobre a utilização dos recursos públicos. Dados do ObservaPOA mostram que o Orçamento Participativo está presente em países da África, Europa, Américas do Sul e Central e, mais recentemente, em experiências iniciadas nos Estados Unidos e na França. Em 2015, R$ 504,5 milhões serão investidos em demandas da população; R$ 438,2 milhões, em pedidos antigos; e R$ 66,3 milhões, em demandas novas. A população já começou a definir as prioridades temáticas e de cada região durante a realização de 23 assembleias. O OP é um processo que vem se atualizando ao longo do tempo, adaptando sua prática de acordo com o desenvolvimento da sociedade. Alguns exemplos desses avanços são bem claros: a criação das temáticas, a informatização do credenciamento, as transmissões ao vivo e em tempo real das assembleias pela Internet e tantos outros. Toda proposta de aprimoramento do Orçamento Participativo deve ter como tarefa principal a valorização daquele que é o ator mais importante de todo o processo, aquele que deixa sua vida particular, sua família, suas prioridades pessoais de lado para cuidar de suas comunidades em especial, e da cidade, como um todo. São práticas como essa que tornarão nossa democracia cada vez mais forte, pois, diante das experiências governamentais registradas mundo afora, tem-se a certeza de que a única que garante a convivência livre e pacífica dos seres humanos com tolerância e respeito a suas crenças, culturas e ideias é a democracia, mesmo com todas as suas dificuldades e contradições. Só resolveremos os problemas da democracia com mais democracia. secretário de Governança Local em exercício de POA Gerência de Mercado Leitor: Renato Rythowen | [email protected] Impresso simultaneamente nos parques gráficos de Porto Alegre, São Sepé e Carazinho ASSINATURA: Fone (51) 3216-1606 | [email protected] OPINIÃO | [email protected] A Opec | Operação Comercial: Fone (51) 3215-6101, ramais 6172 e 6173 | [email protected] DO LEITOR Metrô Agora, me parece que vai sair o metrô de Porto Alegre. A obra é prioritária para a mobilidade urbana na cidade e vai beneficiar diretamente a população e os visitantes, com um transporte rápido e econômico. Claudio Peña, Porto Alegre PNPS O decreto 8.243/14, que criava uma Política Nacional de Participação Social (PNPS), foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, em Brasília. É a chamada Democracia Participativa, direta. Dizem os críticos da derrubada, que não existe concorrência de atribuições entre a participação popular e o indelegável papel dos legislativos. Será? Sergio Oliveira, Charqueadas Praças Pergunto à Prefeitura de Porto Alegre: o que está acontecendo com as nossas praças? Sujeira, descaso, abandono e outros adjetivos seria pouco para descrevê-las. A praça Francisco Alves, por exemplo, localizada na rua Alarico Valença, 160 (Vila João Pessoa), em frente à escola Nossa Senhora do Brasil, é uma vergonha! O capim está sempre alto e o lixo espalhado por todos os lados. Sem falar na quantidade de “oferendas” que apodrecem no local, causando mau cheiro. Impossível que qualquer criança, estudante, ou morador [email protected] Redator responsável: Anália Köhler possa desfrutar daquele espaço, que deveria ser, antes, um recanto de lazer. Quando os responsáveis pela limpeza pública da Capital tomarão alguma providência? Maria Alice Pitta, Porto Alegre Salários O leitor Joaquim G. Bentancur (CP 8/11) escreveu que, se vivêssemos em uma democracia, as pessoas receberiam salários melhores. Não entendi a relação proposta, já que nenhuma lei proíbe que se paguem salários com valores maiores que o do salário mínimo a qualquer trabalhador. Sugiro ao leitor que, em suas andanças por Santana do Livramento, visite empresários, comerciantes, e até famílias que têm empregados domésticos, e sugira-lhes pagarem melhores salários a seus empregados. Certamente terá boa acolhida. Lauro Becker, Porto Alegre Aplausos Quero parabenizar a Prefeitura de Porto Alegre pelo trabalho de restauro em alguns monumentos do Parque da Redenção. Pelo que li (CP 12/11), é um projeto que se desenvolve em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e terá prosseguimento. Louvo toda e qualquer ação de resgate de nossa cultura. Lembremo-nos do ditado popular que diz: “Povo sem história, é povo sem memória”. Martha S. Tanieri, Porto Alegre Os artigos publicados com assinatura nesta página não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Podem ser enviados para o e-mail [email protected]. br. As cartas para o Correio do Leitor, com assinatura, endereço, número da identidade e telefone de contato para confirmação deverão ser enviadas para a Diretoria de Redação do Correio do Povo, na rua Caldas Júnior, 219, CEP 90019-900. Por razões de clareza ou espaço, as cartas poderão ser publicadas resumidamente. Planos RS SC/PR R$ 44,90 R$ 47,90 Semestral R$ 269,40 R$ 287,30 Anual R$ 538,80 R$ 574,80 Mensal VENDA AVULSA ■ RS: De segunda a sexta-feira, R$ 1,50; Sábado e Domingo, R$ 2,00; ■ SC e PR: De segunda a sexta-feira, R$ 2,00; Sábado e Domingo, R$ 2,50; ■ Demais Estados: De segunda a sexta-feira, R$ 2,50; Sábado e Domingo, R$ 3,00 mais frete. Juremir Machado da Silva | [email protected] Meu manifesto F az tempo que eu ando com vontade de me manifestar. Uma manifestação que se preze tem de ser sob a forma de manifesto. Meu manifesto é contra tudo e contra todos como deve ser um bom manifesto anarquista. Eu me manifesto, antes de tudo, contra o PT, que para distribuir migalhas aos pobres tem praticado a velha corrupção que marca o Brasil através dos séculos. Em segundo lugar, eu me manifesto contra os tucanos, que não conseguem combater o PT sem praticar a velha corrupção que atravessa o Brasil desde sempre. Em terceiro lugar, eu me manifesto contra os aliados do PT, como o PMDB, que joga dupla ou triplo e pratica a velha corrupção ao mesmo tempo em que a condena. O PT, porém, por estar no poder há 12 anos, merece ser mais criticado. Ou se livra de vez da corrupção ou vai apodrecer com ela. Quero me manifestar contra todos os simplórios, reducionistas e ideológicos que tapam o sol com a peneira escondendo a corrupção de uns e valorizando seletivamente a de outros. A crítica mais justa contra o petismo é a que o apresenta como o sucessor do malufismo: — Rouba, mas faz. O PT precisa de um tranco, um banho de vergonha na cara, um choque elétrico para acordar da racionalização primitiva que o faz se ver como um Robin Hood surrupiando dos ricos para dar aos pobres. Dilma Rousseff terá mais quatro anos para provar que é possível governar bem sem mensalão nem petrolão. Está disposta a Meu manifesto é cortar na carne para limpar visceral, caboclo, o chiqueiro em que o Brasil barroco, tropicalista, se converteu? A descrença libertário e de muitos na política tem a ver com esse “todos farinha esponjoso. do mesmo saco” cada vez mais verdadeiro. Mas isso não pode servir de álibi para quem está no poder continuar se atolando na sujeira. Eu me manifesto contra todos os partidos políticos que jogam o mesmo jogo e se justificam dizendo que jogam conforme as regras do jogo jogado. — Fala sério! Foi-se o famigerado coronel José Sarney. Ficou o implantado capilar com voo oficial e pensão paga à namorada por empresa amiga Renan Calheiros. Querem que eu acredite na transparência de quem tem um aliado desse quilate? O petismo afundou na lama do seu “realismo” e não consegue mais colocar a cabeça de fora. Também não faz muito esforço. Transforma o larápio em herói baseado na tese de que os larápios alheios não são julgados nem condenados. O PT alimenta o antipetismo com a sua indolência diante do argumento que pode liquidá-lo, a complacência com a corrupção. A sua única resposta é: — Os outros também fazem. Meu manifesto é visceral, caboclo, barroco, tropicalista, libertário e esponjoso. Diz não a tudo e a todos. Parafraseando o anarquista alemão Max Stirner, os partidos e eu somos inimigos. Mais ainda, o poder e eu só nos encontramos na contramão. Pobres dos incautos que imaginam o contrário. A minha bandeira se resume assim: — Não confiem em mim. Meu manifesto termina aqui. É só o começo de uma ira que se espalhará pelos tempos. Vai, Brasil, toma jeito. Vai, PT, toma tento. “