ID: 41103227 04-04-2012 Tiragem: 20000 Pág: 16 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,41 x 22,48 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2 Governo confirma que medida seria inconstitucional Corte dos subsídios não pode ser permanente O secretário de Estado Carlos Moedas garante que os cortes nos subsídios de férias e de Natal “não podem ser permanentes” e que “estarão em vigor durante o período de vigência” da ajuda externa. “A posição do Governo em relação aos cortes nos subsídios de férias e de Natal não mudou. Estes cortes não podem ser permanentes e estarão em vigor durante o período de vigência do Programa de Apoio EconómicoFinanceiro”, explica Carlos Moedas A Comissão Europeia não descartou a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas assumirem caráter permanente, embora assevere que tal cenário ainda não foi discutido. “Teremos de ver se a medida se tornará permanente ou não. Mas isso agora ainda não foi discutido”, assegurou Peter Weiss, da direçãogeral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, e membro da missão de ajuda externa para Portugal. Weiss falava aos jornalistas em Bruxelas, no final da apresentação do relatório sobre a terceira revisão do programa de assistência financeira a Portugal. Na altura da apresentação do orçamento, o ministro das Finanças também já tinha garantido que a medida não pode ter carácter definitivo. “O corte é temporário e permanecerá durante a vigência do programa de entendimento acordado com a troika, e esse período acaba em 2013”, assegurava Vítor Gaspar. Em conferência de Imprensa, após o encontro da Comissão Política Nacional, que reuniu pela primeira vez depois do Congresso do PSD, Jorge Moreira da Silva reforçou a posição do Governo, referindo que os cortes foram pensados e acordados de “forma temporária e não permanente”, até porque “isso seria uma medida inconstitucional”. Para além disso, “não podemos ser masoquistas e querer ir para além do que está previsto no memorando de entendimento com a troika”. “SERIA UM DESASTRE” Comentando a possibilidade admitida por Bruxelas, Mário Soares considera que o corte permanente dos subsídios de férias e de natal seria “um desastre”, mas não acredita que isso vá acontecer porque é “um exagero que só cria situações difíceis a Bruxelas”. O antigo presidente da República, que falou no final do debate “Portugal, a crise e a importância da CPLP”, que ontem decorreu na Universidade Católica do Porto, foi questionado sobre o facto da Comissão Europeia não ter descartado a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas serem permanentes. “Parece-me isso um desastre mas não quero dizer mais do que isso porque seria prematuro”, começou por responder, concluindo: “Não quero acreditar nisso. Seria um exagero que só iria criar situações difíceis a Bruxelas”. ID: 41103227 04-04-2012 Tiragem: 20000 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 27,28 x 2,02 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2 GOVERNO DESMENTE CORTE DEFINITIVO NOS SUBSÍDIOS