UE/Cultura: Futura Casa da História Europa ganha forma, António Reis prevê exposição ambiciosa e abrangente Bruxelas, 29 Mai (Lusa) - O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano António Reis, um dos especialistas escolhidos para orientar a criação da futura Casa da História Europeia, revelou que o "guião" prevê uma exposição "ambiciosa", com um retrato da Europa desde a Antiguidade Clássica. O antigo deputado e dirigente socialista participou entre quarta-feira e hoje em Bruxelas em mais uma reunião do comité de especialistas que está a trabalhar na definição do conteúdo e da organização da futura Casa da História Europeia, uma iniciativa do Parlamento Europeu e que deverá abrir portas em 2014, em Bruxelas. Segundo António Reis, a exposição deverá "ocupar uma área para cima de 10.000 metros quadrados" e recorrerá "a todas as novas tecnologias que hoje em dia se utilizam nos grandes museus", de forma a contar aos cidadãos europeus a História da Europa "da forma mais pedagógica possível". "Será uma exposição que explicará aos cidadãos da Europa o que foi a história da Europa desde as suas raízes, desde a antiguidade clássica, passando pela idade medieval e cristandade medieval, desembocando depois no renascimento, na época das luzes, passando depois ao período que eu apelidei de uma Europa dilacerada, que começa com os nacionalismos no século XIX e conduzirá depois àquele primeiro grande conflito mundial, que foi a I Guerra Mundial", disse. António Reis sublinhou que foi com esse conflito que finalmente os europeus se aperceberam da necessidade de "criar uma consciência europeia e instituições que previnam de futuro que a Europa volte a cair em guerra", tentativa fracassada entre as duas grandes guerras, tendo a II Guerra Mundial sido "o segundo e muito forte aviso para essa necessidade", e na sequência da qual se começam a criar as instituições europeias. Em síntese, disse, a Casa da História Europeia terá como que "três grandes capítulos": "o capítulo das raízes dos valores europeus e da cultura europeia, o capítulo dessa Europa dilacerada, dos nacionalismos, e o capítulo final sobre a construção da Europa através de novas instituições". "A exposição terminará com uma reflexão final, que eu propus, sobre o futuro da Europa e nomeadamente sobre o papel da Europa no contexto do mundo globalizado. Não será uma exposição fechada apenas dentro da Europa, terminará com aquilo que poderão ser as relações da Europa com outros continentes", finalizou.