!SSOCIAÎÍO"RASILEIRADAS0RESTADORASDE3ERVIÎOSDE4ELECOMUNICAÎÜES#OMPETITIVAS Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas !NO))sNs!GOSTODE Ano IV • n° 46 • Fevereiro de 2011 Telecom em perspectiva Considerada como prioritária pelo governo Dilma Rousseff, a questão da massificação do acesso à internet em banda larga no Brasil já foi tratada pela equipe ministerial em discussões importantes sobre educação, inclusão social e a preparação para a Copa do Mundo e Olimpíada. Em razão da importância da banda larga para o país, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo tem orientado a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no sentido de identificar instrumentos regulatórios que concorram para a redução de preços do acesso às redes públicas, que hoje representam alto custo para provedores de acesso à internet. Acredita-se que os valores praticados pelas concessionárias locais no mercado de exploração industrial de linhas dedicadas (“EILD”) estão muito acima dos valores estipulados pela Anatel, pressionado negativamente os preços cobrados aos usuários finais de serviços de acesso à internet. Em se tratando de um mercado de atacado, onde a concorrência é limitada e em muitos casos inexistente, é necessária a intervenção do regulador e, neste sentido, a Anatel colocou em consulta pública proposta para a revisão do regulamento de Exploração Industrial de Linha Dedicada (EILD). A TelComp tem, historicamente, demonstrado à Anatel a importância do bom funcionamento do mercado de atacado para o desenvolvimento da competição. O acesso às redes públicas é condição essencial para viabilizar o ingresso de novos operadores no mercado e a expansão de redes de empresas já instaladas, incluindo STFC autorizadas, SMPs e SCMs. Mesmo entre concessionárias, estas negociações não são pacíficas e isto prejudica a expansão da oferta. Os altos preços cobrados onde não existe competição, bem como as más condições de prestação de serviços de acesso às redes, têm sido vistos como abusivo por parte das concessionárias locais e têm gerado discussões intensas no setor. O desenvolvimento das telecomunicações no Brasil depende, em grande parte, de substancial melhoria no funcionamento do mercado de EILD. Em um levantamento recente – elaborado a partir de informações sobre contratos de EILD de Associadas TelComp com concessionárias locais com Poder de Mercado Significativo (“PMS”) e com fornecedores alternativos do insumo (onde disponível), tomando por base links locais de 2 Mbps em oito capitais brasileiras – constatamos preços médios 61% superiores aos praticados pelos fornecedores competitivos. Além disso, foram identificadas evidências de que nos contratos celebrados com as concessionárias locais, o preço médio cobrado nas capitais pesquisadas é sempre maior do que o estipulado como referência pela Anatel. As evidências observadas reforçam a tese de que a atual regulação da Anatel para o mercado de EILD – insumo atacadista essencial para a prestação de serviços de internet – não funciona como deveria e não evoluiu como a Agência esperava. Como resultado, os preços cobrados pelas concessionárias locais, detentoras da rede pública de capilaridade nacional, continuam fora dos patamares previstos pela Anatel e a consequência natural é que os custos de EILD, que representam de 70% a 80% dos custos de rede de uma prestadora de serviços de banda larga competitiva (SCM), limitam negativamente a sua capacidade competitiva. Para as operadoras de celular, que têm maior poder de barganha, o peso da EILD na composição dos custos totais de rede pode chegar a 50%, valor expressivo e com impacto negativo importante na formação de preços para os usuários finais. Preço de EILD (link local de 2 Mbps) no atacado Fonte: Associadas Competitivas – TelComp (Jan/2011) Se o objetivo é mesmo aperfeiçoar o funcionamento do mercado com vistas à redução de preços e melhoria de serviços de acesso às redes públicas, é importante a definição de preços-teto para a prestação desse serviço por operadoras com PMS, e não simplesmente recomendar valores de referência a serem utilizados na resolução de conflitos – processo historicamente moroso e ineficaz. A criação de entidade externa para administração deste processo seria medida muito bem-vinda pela contribuição que traria à isonomia e transparência na contratação do serviço. Ainda que exista uma proposta de revisão do regulamento, sem garantias reais de que haverá uma fiscalização eficiente da Agência para o efetivo cumprimento da regulamentação, não há segurança de que o mercado funcionará bem e que os preços finais declinarão, como é a expectativa do Governo Federal. EILD na imprensa Folha de S.Paulo O custo elevado pago por operadoras competitivas na contratação de EILD para fornecimento de banda larga no Brasil já encontrou eco na mídia. A reportagem “Governo quer baratear internet no atacado”, do jornal Folha de S.Paulo (4/2/11), apurou que o Ministério das Comunicações negocia queda no preço que as conces- sionárias locais cobram para alugar sua rede em áreas onde inexiste competição, destacando a cobrança de preços bem acima do valor de referência fixado pela Anatel. Segundo a reportagem, dentre as medidas previstas pelo PNBL definido pela Casa Civil, havia a exigência de que a Anatel fixasse em R$ 250 o preço máximo mensal a ser cobrado por links de 1 Mbps, sugestão considerada inaceitável pelas concessionárias fixas. Tal meta, afirma o jornal, teria caído com a posse da presidente Dilma Rousseff, mas revela intenção do governo de baixar o preço. À reportagem a TelComp informou que o preço do EILD é barreira significativa para a massificação da banda larga no Brasil. “Essa distorção de preço prejudica muito a evolução da competição”, afirmou João Moura, presidente executivo da TelComp. IstoÉ Dinheiro A reportagem “Eles não querem a gatonet”, publicada na edição 697 da revista IstoÉ Dinheiro, mostra que existe grande demanda por serviços de banda larga não atendida pelas concessionárias locais, em áreas de menor atratividade econômica como as periferias, e que estão na mira de pequenos provedores e lan houses. “Não tenho banda larga porque nunca me ofereceram. Se tivesse oportunidade, contrataria”, disse à reportagem o segurança José Benaldo, morador do bairro da Brasilândia, zona norte da capital paulista. A revista afirma que o problema ocorre porque as operadoras privilegiam regiões de maior poder aquisitivo, onde podem cobrar valores mais elevados. Os pequenos provedores, por sua vez, nem sempre conseguem comercializar o serviço nessas regiões porque, por não possuírem rede própria, precisam se adequar aos preços estipulados pelas operadoras para o uso da infraestrutura. Segundo eles, a maior dificuldade está no alto valor que as companhias telefônicas cobram pelo link de acesso. A reportagem confirma levantamento realizado pela TelComp, com relação ao preço da internet no atacado. Em entrevista à revista, João Moura, presidente executivo da Associação, afirmou que para haver competição eficaz é necessário regulamentação na política de preços e transparência na oferta atacadista. Para a Megatelecom, Associada TelComp que atua nas cidades de Barueri e Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, a entrada de um novo fornecedor de infraestrutura seria a chance de expandir a operação para outras cidades e atender a um mercado que não para de crescer, o da classe C. Atualmente, o provedor conta com dez mil clientes residenciais, a maioria no bairro de Alphaville, que concentra condomínios de alto padrão na região. “Se os custos baixarem, podemos pensar em um preço melhor para os consumidores de menor renda”, diz Carlos Eduardo Seneh, diretor comercial da Megatelecom. Informativo TelComp é o boletim de notícias da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas. Diretoria Executiva: Alfredo Ferrari (Presidente do Conselho Consultivo), Teca Camargo (Vice-Presidente do Conselho Consultivo); Alexandre Martinez, Jacques Nasser, Emiliano Gomes, Ayrton Capella e Alexandre Costa e Silva (Diretores). Presidente-Executivo: João Moura; Gerente de Infraestrutura: Luiz Henrique Barbosa da Silva; Gerente Regulatório: Jonas Antunes Couto; Assessor de Comunicação: Nando Rodrigues. Av. Iraí, 438, conj. 44 – Moema • São Paulo Tel: (11) 5533-8399 • Fax: (11) 5093-1239 • www.telcomp.org.br — Layout: S2Publicom• www.s2publicom.com.br • Tel: (11) 3027-0200 • Diagramação: Núbia Oliveira