Prisões sem guardas: uma experiência liderada por grupos religiosos Victor Neiva e Oliveira (*) As prisões têm como característica peculiar a presença de guardas que zelam pela segurança, disciplina e ordem interna. No entanto, nas últimas décadas, assistimos ao advento de prisões administradas de forma independente por grupos cristãos da sociedade civil em cooperação com os próprios presos. Essa experiência é conhecida pelo nome de “APAC”, em razão de ter sido criada pela organização não governamental “Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC”. No lugar dos diretores penais são os membros da ONG os responsáveis pelo comando central da prisão e, por outro lado, são os próprios presos a ocupar o lugar antes reservado aos guardas. Esse estudo, que se baseia em uma pesquisa de campo realizada em duas prisões administradas por APAC’s no Estado de Minas Gerais, analisa a dinâmica das relações estabelecidas entre os presos “compromissados” e os “mente virada”, entre esses e o staff cristão nesses estabelecimentos. (*) Mestre em Sociologia pela UFMG