Flutuações Económicas
Modelos explicativos das flutuações económicas de
curto prazo e dos efeitos das políticas monetárias e
fiscal.
Introdução
• A actividade económica flutua de ano para ano.
– O PIB real cresceu em Portugal em média acima dos 4% por ano na
segunda metade do séc. XX. Contudo, em certos anos, este
crescimento normal não ocorreu.
– O crescimento é volátil:
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Média
2,4%
0,0%
-2,5%
1,3%
-1,6%
-3,4%
-0,6%
– A estas flutuações chamam-se ciclos económicos.
Os ciclos apresentam 3 características importantes:
São irregulares e imprevisíveis
A maioria das grandezas macroeconómicas flutuar em conjunto
Correlação negativa entre output e desemprego (“lei de Okun”)
Ciclos económicos
O Produto Natural (ou Potencial
ou de Pleno Emprego ou de longo
prazo) é o nível do PIB real que
ocorre quando
– Dado o estado da tecnologia e
– Dadas as quantidades disponíveis
dos factores
– Todos os factores estão a ser
utilizados ao seu nível de
equilíbrio (“pleno emprego”)
Flutuações cíclicas do Produto
1,4
1,2
Nível de Preços
•
1
0,8
0,4
0,2
• Em particular não existe desemprego
(involuntário)
•
O Produto Real flutua em torno do seu
nível natural (ciclos económicos)
Series1
0,6
0
-3
-2
-1
0
1
Desvios do Produto Natural
2
3
4
a ideia
•
Objectivo: Explicar as flutuações de P e Y
•
Flutuações explicadas por:
1.
Choques nas decisões de consumir e investir; choques de
custos; choques tecnológicos
1.
Comportamento dos preços (e salários):
•
•
Rígidos no curto prazo
Flexíveis – respondendo a S&D – no longo prazo
despesa desejada e nível de preços
• O que acontece aos níveis desejados de
consumo
investimento
exportações
importações
quando o nível médio de preços varia?
despesa desejada e nível de preços
P aumenta
M/P
tcr aprecia
S
tjr
C
I
NX
despesa desejada e nível de preços
• Quando P aumenta
– Consumo cai: efeito
riqueza
– Investimento cai: efeito
liquidez
– Exportações líquidas
caem: efeito
competitividade
• Logo a Despesa
C+I+G+NX
cai.
P
PROCURA
AGREGADA
AD
Y
choques na procura agregada
• Política orçamental
– Gastos
– Impostos
P
• Política monetária
– Stock moeda
• Confiança
AD
AD
Y
– Consumidores
– Investidores
• Choques externos
ajustamento a choques quando o produto está no
pleno emprego
Choques procura
P
P2
P1
AD2
AD1
Y pl emp
Y
Qd o produto está no pleno emprego
choques de procura apenas
aumentam P
1. Procura de bens e serviços aumenta
2. Pressão para produzir mais com a
economia em pleno emprego,
aumenta os salários e outros custos
3. O oferta de bens contraí-se e os
preços aumentam
4. Com o aumentos dos preços os
salários voltam a aumentar o que
origina nova contração do produto,
aumento de preços e aumento de
salários…
5. Depois de um impacto inicial, aumento
de preços e salários até que
– O poder de compra da moeda
volte ao inicial
– Os salários reais voltem ao inicial
– Produto e emprego voltem ao
inicial
Sal nom
preço
fim
Fim
2
início
inicio
1
produto
emprego
Recordar a Teoria quantitativa: se M/P não varia e sendo V constante
então Y também não varia. A moeda é neutral.
Resposta de longo prazo da economia a choques de procura
agregada.
mas no curto prazo:
1.
–
O produto desvia-se do pleno emprego
–
Os preços são rígidos:
–
–
2.
Os preços são estabelecidos como uma margem activa dos custos marginais
Preço = (1 + m) × Custo Marginal
Se os custos não se alteram, preços não se alterarão.
Contratos:
–
–
–
3.
Mark-up pricing:
–
–
Explícitos: garantem oferta a um preço preestabelecido
Implícitos: as empresas desejam estabelecer relações estáveis e de longo
prazo com os clientes e variações frequentes e desligadas de variações de custo
podem por em causa essas relações.
Contratos salariais
Custos de menu:
Custos directos de imprimir e distribuir listas de preços
Custos indirectos de obter a informação relevante para proceder a alterações
oferta agregada
• Oferta Agregada (AS): relação entre o nível de preços e produção
das empresas
• A oferta de curto prazo representa a resposta da produção a
variações da despesa agregada quando os preços são fixos
(horizonte 3 a 5 trimestres);
• A oferta de longo prazo representa a resposta da produção a
variações da despesa agregada quando os preços são
perfeitamente flexíveis e a economia está no pleno emprego.
a ideia de que P é rígido no CP representa-se por:
Nível de
Preços
P
Curva Oferta CP
Produto
real
P é o nível de preços “fixado”
ajustamento a choques de procura quando os
preços são rígidos
Nível de
Preços
Curva Oferta CP
P
Y1
Y2
Y pl emp
Produto
real
o que acontece quando custos produção
aumentam?
P
P1
P0
AD
• aumenta P
• cai Y
• aumenta U
SRAS (novo custo)
SRAS (custo inicial)
Y
O nível de preços reage mais depressa a alterações de
custos do que a alterações da procura
em suma: curto prazo v.s. longo prazo
•
Longo Prazo
•
– Dicotomia clássica; a moeda é
neutral
– Pressupõe flexibilidade de todos
os preços (incluindo salários) e
ausência de ilusão monetária para
que os mercados se equilibrem
– Pleno emprego
P
Curto Prazo
– A moeda não é neutral:
• Variações na procura afectam o
produto real
• Têm um impacto lento no nível de
preços
– Um modelo que capta estes factos
resulta de assumir que os preços
(e salários) são rígidos no curto
prazo
P
P
SRAS
Y
Y pleno
emprego
Y
resposta a choques de procura
• Redução da procura agregada
– Pessimismo (animal spirits)
– Quebra procura externa
– Política Económica: ↓M, ↓G, ↑T
P
• Em B o Produto está abaixo
do potencial
B
A
•Desemprego superior ao
pleno emprego
SRAS
U > Ueq
AD
Y
Y
Yeq
Recessão
desvalorização interna
•
U > U eq.  Salários e custos ↓
– com o decorrer do tempo P ↓
– Procura aumenta
– Output começa a expandir
P
P
B
B1
B2
P
• No novo equilíbrio LP o output
está de volta ao nível natural.
SRAS
C
AD
Y
Y
Ype
choques e mandatos dos BC
• Dois Bancos centrais:
– BC A apenas se preocupa com a estabilidade dos preços
– BC B apenas se preocupa com manter o produto ao nível natural
• Como reagem a
1. Aumento da procura de moeda?
2. Aumento do preço do petróleo?
BC B
P
BC B
P*
P
AD
AD
Y
Y*
Y*
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Y pleno emprego